Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 1

Castelos de areia. Eu amava ver aquele monte de areia junto, formando uma coisa, amava ver  todo o trabalho que as crianças tinham e fazer um quase perfeito, aí vinha um babaca qualquer e o destruía sem dó nem piedade.

Essa loucura por castelos de areia veio de um dia que eu estava na praia com minha família. Eu tentava de todo jeito fazer um castelo que parasse no lugar, mas em nenhum sequer eu tive sucesso. Minha vó vendo minha fracassada tentiva de fazer um castelo, foi até mim e me ensinou como se fazia um. Ela ficou ali comigo a tarde toda. Me ajudando a proteger o castelo no menor sinal de risco.

Ela me disse que um dia eu teria que ser como aquele castelo: forte. Que eu não poderia desmoronar na primeira dificuldade e que eu deveria saber que tinham pessoas ao meu lado, me ajudando a proteger o castelo. Nunca entendi aquilo e depois eu não pude perguntar, pois três meses depois ela morreu de câncer.

Prometi a mim mesma que quando chegássemos na praia, eu ficaria de olho nos castelos de areia das crianças e a qualquer menor sinal de perigo eu iria até elas ajudar a proteger sua fortaleza. Esse seria o meu trabalho do fim de semana.

Pela terceira vez conferi minha mala, estava faltando meu óculos de sol. Tive que pegar minha cadeira de rodinhas e arrumar perto do guarda-roupa, subir com cuidado para pegar meus óculos e torcer para eu não cair.

O Lucas entrou no quarto e ao me ver ali, prendendo o ar para não cair de cima da cadeira, não perdeu a chance de me assustar e balançou a cadeira, quase uma fazendo cair.

-Para Lucas - gritei, me segurando no guarda-roupa.

-Medrosa - ele xingou, saindo de perto da cadeira.

Peguei os óculos e desci da cadeira.

-Não tenho medo de nada - afirmei.

Na verdade, eu tinha medo de várias coisas. Até de aranha, um bicho inofensivo, eu tinha medo, mas óbvio que eu não deixava ninguém saber desse medo, nem dos meus outros medos bobos.

-Me ajuda a conferir a mala? - perguntei.

-Ajudo - o Lucas concordou, revirando os olhos.

Calcei minhas sapatilhas enquanto perguntava:

-Toalha de banho?

-Aqui.

-Maquiagem?

-Aqui.

-Escova de cabelo?

-Não aqui.

Minha escova de cabelo estava bem na minha frente e não vi. Se fosse um bicho teria mordido. Peguei a escova e joguei por trás dos meus ombros enquanto me levantei.

Pude ver quando acertou bem na cabeça do Lucas.

-Foi mal - pedi.

-Aqui - ele disse passando a mão na cabeça.

-Chinelas? - perguntei.

-Aqui.

-Carregador, livro, chapinha aí?

-Aqui, aqui e aqui.

-Tudo aí, me ajuda a levar?

-Ajudo.

-Por isso que você é meu irmão preferido.

-Preferido e único - ele reclamou.

Ri e peguei minha bolsa de franja na minha escrivaninha, enquanto o Lucas levava minha mala vermelha para a sala, onde o Gui já me esperava.

Mal vi o Gui parado no meu da nossa pequena sala e já corri para seus braços. Uma semana sem ver ele, parecia um ano e olha que a gente conversou todos os dias.

-Olá minha princesa diferente - ele me cumprimentou.

-Olá meu príncipe, que lembrando que era um sapo e que transformei em príncipe por pura bondade - falei, dando um beijo nele.

-Acho que você terá trabalho ainda - ele falou.

Olhei para ele dos pés a cabeça.

-É, parece que ainda é metade sapo - brinquei.

O Guilherme olhou em volta de nós, vendo se estava tudo seguro. O Lucas estava na cozinha fazendo café e meus pais ainda não tinham acordado.

-Acho que temos um tempo livre - o Gui disse.

Sorri e antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ele pegou na minha mão e me guiou até o meu quarto.

Ele congelou quando viu uma foto nossa no meu criado-mudo.

-Essa foto é velha - ele disse, pegando o quadro na mão.

Foi uma das raras vezes que usei vestido. Eu queria preto, mas não achei e foi azul mesmo. A nossa formatura tinha sido incrível.

-Só faz dois anos - discordei.

Me aproximei dele e o abracei pelas costas.

-Melhor dia. Você estava uma princesa - ele elogiou.

-Uma princesa diferente - lembrei.

Ele sorriu, arrumou o quadro de volta no lugar e se virou para mim, me abraçando com seus braços fortes.

O perfume que ele usava tinha sido o que eu tinha dado para ele no aniversário dele, que foi a uma semana atrás.

Fazia dois anos que eu era namorada do Guilherme. Se conhecemos no fim do ensino médio e nunca mais se largamos. Não costumo acreditar em amor a primeira vista, mas devo dizer que só foi bater os olhos no Guilherme que vi que nós não seria só uma mera amizade.

Me separei dele, para logo ter sua boca na minha, com seus lábios quentes nos meus e seus braços na minha cintura, me pressionando contra seu corpo forte.

Tudo estava bem, até que uma batida na porta interrompeu o nosso momento.

-Os dois pombinhos podem parar se namorar e vir me ajudar no café? - o Lucas gritou do outro lado da porta.

Separei minha boca da do Guilherme, mas ele ainda me abraçava.

-Já vamos - respondi.

Ouvimos os passos do Lucas indo em direção à cozinha.

O Gui me deu mais um beijo. Um beijo diferente. Parecia que era um beijo de despedida.

-Te amo - ele declarou.

-Quem é você e o que fez o com meu namorado? - perguntei, me afastando dele.

Ele abriu um sorriso que fez meu coração dar uma pirueta dentro do peito.

-Não posso ser romântico?

Me aproximei dele.

-Claro que pode, só estranhei.

Ele pegou minha mão e entrelaçou com a sua. Nossas alianças de compromisso se encontraram, dando um leve barulho quando se tocaram.

-Eu também te amo - sussurrei.

-Pensei que não iria dizer - o Guilherme zombou.

Sorri.

Ele me puxou pela cintura, me deixando colada ao seu corpo, nossas mãos ainda entrelaçadas.

-Pra sempre Megui? - ele perguntou, com sua testa quase encostando na minha.

Inclinei minha cabeça até nossas testas se encontrarem.

-O que é Megui? - perguntei.

Ele riu.

-Melissa e Guilherme - ele respondeu.

-Ah, então sim. Pra sempre Megui - prometi.

Ele me deu um selinho e eu afastei nossas testas.

-Chega disso, não quero vomitar - falei, já o puxando para fora do quarto.

Ele riu.

-Também não.

De todo o tempo que eu passava com o Guilherme, a maior parte dele eu passava sorrindo. Era a melhor sensação, com ele eu sentia que sempre estava no lugar certo.

Abri a porta do quarto, passei e ele fechou a porta atrás de nós.

Meu pai tinha uns fios grisalhos perdidos no meio daquele monte de cabelo castanho. Eu puxei dele só o nariz, redondinho e pequeno. De resto, tudo da minha mãe.

Ele e o Lucas já estavam na mesa, desfrutando de um ótimo café. Só faltava a minha mãe.

-Cadê a mãe? - perguntei me aproximando.

-Está com dor de cabeça e ficou deitada - meu pai respondeu.

-Bom dia - falei, dando um beijo no rosto dele.

-Bom dia - ele respondeu, tomando um gole do seu café preto.

Eu queria me despedir da minha mãe, mas ela não estava bem e a gente não podia demorar muito.

Ficou só silêncio.

-Pronta para ir ? - o Gui me perguntou de repente, quebrando o silêncio.

-Pronta - garanti.

O Gui soltou minha mão, indo pegar minha mala enquanto eu me despedi.

-Tchau Lucas, vê se me liga. E comporte-se. - mandei.

O Lucas saiu do seu lugar atrás da mesa e veio me abraçar.

-Você também - ele disse, bem perto do meu ouvido.

Ele me apertou mais um pouco em seus braços e me soltou.

Fui até meu pai, que já estava de braços abertos para me receber ali.

-Tchau pai , diz que mandei um beijo pra mãe, assim que chegar ligo - avisei.

-Tá bom. Se cuide - ele disse.

Apertei meus braços em volta do pescoço do meu pai, enquanto ele soltava um suspiro no meu ombro. Me soltei dele e me aproximei do Guilherme.

-Juízo. Não quero neto antes da hora - meu pai preveniu.

O Guilherme apertou minha mão e eu o olhei, ele estava com um sorriso bobo nos lábios, dando a entender que não podia garantir nada.

-Tá bom, pai - assenti.

O Guilherme deu tchau e me puxou pela mão.

Quando o Guilherme abriu a porta para sairmos do apartamento, paremos ao ouvir a voz da minha mãe.

-Iam viajar sem se despedir de mim? - uma voz fina perguntou atrás de nós.

Me virei e vi minha mãe, com seu corpo dentro de roupão Pink e com seu cabelo castanho claro com fios brancos, todo desorganizado.

Soltei da mão do Gui e fui abraçá-la.

-A senhora estava dormindo, não queria perturbar - expliquei.

Eu não era muito ligada à família, mas aquele dia estava tudo diferente. Devia ser porque eu iria ficar fora o fim de semana todo.

Minha mãe estava com os braços em volta do meu pescoço, o apertando forte, ela foi os soltando aos poucos e quando soltei a cintura dela, ela simplesmente quase caiu no chão. Não caiu porque eu ainda fui rápida e consegui a segurar.

Todos levaram um susto quando a caiu, meu pai a segurou pela cabeça e o Gui veio correndo da porta para ver o que tinha acontecido.

-Mãe, a senhora está bem? - perguntei, nervosa.

Ela já estava sentada no sofá, mas estava branca igual papel.

-Não muito - ela respondeu quase sem voz.

-Pega uma água, Lucas - pedi.

O Lucas foi correndo pegar um copo d'água. Minha mãe tomou a água com o açúcar que o Lucas trouxe, mas mesmo assim ainda não estava bem. .

-Vocês não podem viajar - ela disse, com uma das mãos esfregando a região do lado do coração.

Desviei o olhar para o tapete estampado do chão da sala. Minha mãe devia estava delirando e nem sabia o que dizia, minha única opção foi olhar para o chão e esperar aquilo passar.

Ergui a cabeça e o olhar do Gui encontrou o meu. Ele estava tão confuso quanto eu, mas sua opção não foi esperar aquilo tudo passar sozinho.

-Por que ? - o Guilherme perguntou.

O repreendi com o olhar, mas ele não entendeu e deu de ombros.

-Pressentimento, algo de ruim vai acontecer. Não vão - ela explicou.

-Mãe, no quesito lerdeza o Gui empata com o pai - brinquei.

-Não vão, me ouçam - ela me pediu.

Olhei para o Gui, pedindo socorro.

Ele pegou na minha mão e me puxou para o canto da sala.

-Tem certeza que você quer ir viajar? - ele perguntou surrando.

-Por que não teria? - sussurrei de volta.

-A sua mãe não está bem - ele argumentou.

-Isso é capricho, não pode ver a filha sair de casa que já faz isso.

-Certeza, Lissa? - ele perguntou.

-Credo, vocês estão tudo estranho hoje.

Sai de onde estávamos e fui falar com a minha mãe de novo.

-A gente vai, mãe. Isso é só besteira - assegurei.

-Não.

-Deixa eles irem, Inês. Eles vão se cuidar - meu pai interveio.

Dei um beijo na minha mãe e puxei o Gui pra irmos, antes que minha mãe tivesse um treco.

-Se cuide - ela pediu, quando saímos.

-Sua mãe vai ficar bem? - o Gui perguntou, enquanto desciamos as escadas.

-Vai, é só besteira de mãe - dei de ombros.

O Gui assentiu, ele rrumou minha mala no porta-malas e deixamos as preocupações e a birra da minha mãe para trás.

Dormi na primeira hora de viagem, só acordei por causa de uma sensação estranha.

-Está tudo bem, amor? - o Gui me perguntou quando acordei assustada.

Meu coração estava apertado, acelerado e eu só queria parar o carro.

-Sensação estranha - respondi com a mão no peito.

-Pegou a loucura da sua mãe? - ele brincou.

-Não sei, mas coração de mãe não se engana - lembrei.

-Você mesmo disse que era besteira - ele lembrou.

Do nada veio uma vontade de chorar e eu tive que segurar a vontade, eu que não iria chorar ali.

-Que seja - dei de ombros. - Só saiba que te amo, muitão.

-Eu também te amo. Fica calma, nada de mal vai acontecer - ele me prometeu.

Assenti, mas ainda estava com aquela sensação. Seguimos caminho,  meu coração na mão e com os olhos marejados.

Menos de três minutos depois, minha vida mudou da água pro refrigerante.

O que aconteceu foi muito rápido. Quando vi um carro, fora de controle e em alta velocidade invadiu nossa pista. Não dava tempo de despistar. Uma carreta vinha na outra pista. Iríamos bater de qualquer forma.

-Cuidado - foi a única coisa que deu tempo de dizer.

Pra não bater no carro e ter dado pior o acidente, o Gui puxou o carro pro acostamento. Acabamos batendo no barranco e o carro voou no ar, capotando quando encontrou o chão.

Ouvi gritos de terror, meus e do Gui, o que não me ajudou a ficar mais calma. Assim que o carro voou no ar e se bateu no chão, eu não ouvi mais nada. Nem grito, nem promessas. Tudo ficou escuro.

***

Acidente assim já de cara? Pois é. É esse o ritmo da vida da Lissa.

Deixem um voto se estão gostando.

Beijos 😘

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro