Capítulo 70
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Aviso: este capítulo contém cenas de agressão a mulher, não será tão detalhado mas ainda assim terá.
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Músicas sugeridas:
Still loving you - Scorpions
***Flawless - Beyoncé feat Chimamanda Ngozi Adichie
Leiam a tradução das músicas por favorzinho
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O auror Leonard exigiu a presença de todos no grande salão para o jantar. Somente a professora de aritmância que não compareceu.
Snape somente comeu, pois a filha insistiu que ele comesse algo.
- Pensa que não vi que não tocou na comida no almoço? - Ela sussurrou para ele, sentado ao seu lado na mesa.
Ele respirou fundo, encarando o marido de sua amada.
- Tente comer, por favor, não quero que passe mal - Ela disse preocupada.
Ele anuiu com a cabeça e começou a comer.
Dois aurores estavam no salão, um em cada lado do recinto, mas não estavam comendo, estavam olhando para todos ali, concentrados, observando, atentos a qualquer coisa fora do normal bruxo.
Três aurores estavam realizando mais uma ronda pelo castelo. E o último, estava parado na porta dos aposentos da professora de aritmância. Guardando a porta, às ordens de Leonard.
Leonard continuou suas investigações até tarde da noite, chamou várias vezes os professores para confirmarem suas histórias e álibis de colegas, até alguns alunos ele interrogou.
Conversou com sua esposa antes do jantar, colheu a história dela e seu álibi, anotou tudo num pergaminho. Saiu dos aposentos dela irritado e um tanto feliz. Demorou pouco mais de um ano, mas encontrou ela. Finalmente.
Severo fitava sua cama a um bom tempo. Desde que saiu do banho, vestindo seu pijama, ele estava naquela posição.
As lembranças dos momentos em que esteve com sua amada ali vinham em sua mente.
Não é possível que tudo fosse mentira - pensava ele. - Pelo menos para mim, não foi.
"Eu também amo você, meu príncipe" - Severo se lembrava das palavras dela para ele.
Snape olhou ao redor, todas as fotos de Lílian, ele as guardou, com o intuito de colocar outras fotos no lugar, fotos de Maitê. Mas ela não existe, e sim Melissa.
Que se dane o nome! Eu a amo, seja qual nome tiver, eu a amo.
Um som como se fosse um pop se fez no outro lado da porta, na sala, chamando a atenção do moreno para o presente.
Severo pegou sua varinha e caminhou até a porta.
- O professor Snape vai ficar irritado, muito irritado - Severo ouviu, por detrás da porta, uma voz fina dizer.
- Deixe que me entendo com ele - Ao ouvir essa voz, ele abriu a porta numa velocidade um tanto com brutalidade.
Maitê... Melissa* estava parada ali, em sua sala, ao lado de um elfo que trabalha no colégio.
- Íony trouxe professora para cá, não brigue com Íony e nem com professora, por favor, senhor Snape - O elfo pediu andando em direção ao moreno.
Snape se agachou na frente do elfo e acariciou a cabeça dele.
- Eu não vou brigar com você, Íony, e nem com a professora - Snape disse com um pequeno sorriso, o que acalmou o velho elfo.
- Obrigado, senhor Snape, muito obrigado - Agradeceu o elfo, ele virou para a mulher. - Quando precisar voltar para seu aposento, chame Íony, que Íony vem buscá-la - Ele disse sorridente para ela.
Mait... Melissa* se agachou e também acariciou a cabeça do elfo.
- Muito obrigada, Íony, sinto muito ter te acordado.
- Íony não estava dormindo.
- Mas devia - Snape falou gentilmente, chamando a atenção dos dois para si. - Vá descansar Íony, eu mesmo acompanho a professora até seus aposentos.
- Não é incomodo nenhum para Íony levar professora para seu aposento.
- Snape está certo, você precisa descansar Íony. Agradeço por me trazer aqui, quando eu for embora, Snape me acompanha - Melissa disse gentilmente. - Agora vá descansar, Íony, você merece dormir.
O elfo anuiu com a cabeça e depois aparatou dali para descansar.
Os dois se levantaram, olhando nos olhos do outro. Ela levou as mãos aos braços, pois estava frio ali. Rapidamente, Severo acendeu o fogo na lareira.
Ele pegou um pequeno cobertor, que estava numa prateleira no armário da parede, e cobriu ela. Suas roupas eram finas e leves para a noite, apesar do casaquinho que usava, não era suficiente para aquecê-la ali.
- Obrigada - Ela agradeceu enquanto ele alisava os braços dela, sob o cobertor, para aquecê-la mais rápido.
- Se pretendia vir aqui, deveria ter ao menos vestido algo mais quente - Severo disse com sua total indiferença na voz.
- As masmorras são mais frias que as outras partes do castelo - Brincou ela com um sorriso. - Das outras vezes que vim aqui, você me aquecia.
Severo olhou nos olhos dela, foi difícil, mas ele desviou o olhar e se afastou dela.
- O que faz aqui? - Severo perguntou sem olhar para ela.
- Precisamos conversar, eu quero me explicar.
- Não tem o que explicar, você é casada e eu fui só um amante, Melissa - Ele disse interrompendo ela.
- Não me chame assim, por favor - Pediu ela dando um passo para frente, ao qual foi correspondido com um para trás vindo dele.
- Mas é o seu nome, não é? - Perguntou ele com sarcasmo. - Melissa Laurent - Disse com dificuldade.
Ela olhou para a lareira, com os olhos marejados.
- Melissa era fraca, frágil e submissa. Maitê é forte, determinada, destemida e independente - Lágrimas saiam de seus olhos. - Deixei de ser a Melissa no dia em que saí da França - Ela olhou para Severo, que a observava atento. - Maitê é quem eu escolhi ser. Maite é quem eu sou agora. Sou sua May. A mulher por quem você declarou seu amor noite passada. A mulher que te ama incondicionalmente.
- A mesma mulher que nunca me contou ser casada - Ele disse com frieza, fazendo ela desviar o olhar para o chão. - Me diga, pretendia me contar que é casada?
- Não - Ela respondeu com firmeza na voz, olhando diretamente nos olhos dele. - Eu na verdade queria esquecer esse fato.
- Então ia continuar brincando com o meu coração por mais quanto tempo até que se cansasse de mim?
Maitê negou com a cabeça, mais lágrimas saindo de seus olhos.
- Nunca foi uma brincadeira Sev.
- Então o que era?
- Real - Ela disse e deu um passo para frente, vendo que ele não se afastou, ela continuou até estar frente a frente com ele, bem próxima dele. - Tudo entre nós foi real, é real. Severo, eu amo você e somente você.
Ela pegou a mão dele, e guiou ela até a sua cabeça, onde descansou a varinha dele ali.
- Eu não consigo falar em voz alta, mas quero que você saiba de tudo, quero que você veja as minhas memórias. Todas elas.
Com hesitação, Severo levou sua outra mão à nuca dela e segurou firme ali.
- Legilimens - Ele disse e logo estava vendo as memórias dela.
Quando criança, todo dia era cheio de alegria e brincadeiras. Ela era uma criança destemida, alegre e amada.
Uma jovem castanha trocava olhares com um jovem na biblioteca. Depois eles estavam juntos, andando e conversando. O nome do jovem era Jake. Depois, o primeiro beijo deles. A conversa que tiveram sobre a primeira vez dela. Severo não queria ver sua amada no ato com outro homem, mesmo que seja uma lembrança do passado dela, então ele pulou para mais para frente, no momento em que Jake a deixou, no momento em que o mundo dela desabou.
Severo viu as pessoas fofocando sobre ela, ele viu como ela ficou sozinha, sem amigas. Os rapazes, se aproximavam com o intuito de "tirar uma casquinha", o que era respondido com um tapa na cara, e que sempre resultava em uma detenção para Melissa.
Severo viu o momento em que os pais dela lhe contaram sobre as dificuldades financeiras. Ele viu o momento em que Melissa conheceu Leonard.
Severo viu todos os cortejos dele para ela, não se importando com os boatos, sendo reais ou não. Severo viu todas as flores que Leonard levava para ela.
Severo viu o momento em que Leonard pediu a mão dela em casamento, e por sua vez, o casamento deles. A data? Foi em Novembro. O dia? Foi o dia anterior a este em que estão agora.
"Essa data não me traz boas lembranças", foi o que Maitê lhe disse ontem, Severo lembrou.
Ele viu os momentos felizes que o casal compartilhou, mas depois de alguns meses, isso mudou.
E assim veio o primeiro tapa.
Leonard chegou tarde em casa, Melissa se aproximou perguntando como foi o dia dele, o que foi respondido com ignorância. Ela se feriu com aquilo, mas resolveu deixar para lá, ele deve ter tido um péssimo dia, só isso.
Melissa contou a ele como foi o seu dia enquanto o ajudava a tirar o casaco molhado pela chuva, depois ele se virou para ela, e como o que sempre fazia era lhe dar um beijo, ela esperou por isso, mas o que recebeu foi um forte tapa em seu rosto.
- Não me interessa como foi a merda do seu dia, eu não perguntei! - Leonard disse com raiva e depois saiu da sala em direção ao seu escritório, deixando Melissa estática na sala, com sua mão onde o tapa a acertou, a superfície de sua bochecha estava quente, ela ficou se perguntando o que aconteceu.
No dia seguinte, ele pediu desculpas e disse que o dia no trabalho foi cansativo e estressante demais. Prometeu que nunca mais faria aquilo novamente. Ela o perdoou. Uma semana depois, outro tapa junto a um forte aperto em seu braço, que deixou uma marca roxa. Simplesmente porque ela se recusou a se relacionar sexualmente com ele, pois estava menstruada.
- Eu trabalho o dia todo, pra quando chegar em casa a minha mulher não querer me satisfazer! Deu pro Jake, mas se recusa a dar pra mim! Que vadia imprestável que você é! - Ele a levou até o quarto e a trancou lá com feitiços, a varinha dela havia ficado na sala, ela deixou sob a mesinha de centro quando foi cumprimentá-lo quando chegou.
No dia seguinte, ele abriu a porta do quarto para ela, disse que esperava uma recepção mais calorosa quando chegasse a noite. A varinha de Melissa não estava na sala. Antoine levou consigo para o trabalho. Lançou feitiços na casa para que ela não saísse dali. Ordenou que o elfo não a ajudasse, e que extraviasse toda e qualquer meio de correspondência dela com o mundo exterior.
À noite, ele a obrigou a se ajoelhar e fazer-lhe um boquete. Ela se recusou de início , mas apanhou e por medo de apanhar mais, ela fez.
As agressões físicas, verbais e psicológicas se tornaram cada vez mais constantes, os tapas viraram socos, muitas vezes em outras partes do corpo dela. Na hora do sexo, ele a machucava tanto com tapas quanto com suas estocadas fortes e agressivas, que a deixavam dolorida por dias.
Severo presenciou uma cena em que ela estava de quatro e Leonard metia com força dentro dela. Melissa pediu para que ele parasse, pois estava com dor, mas ele continuou. A xingou e puxou seus cabelos, que na época eram compridos, enquanto aumentava a velocidade. Ele só parou quando se satisfez. Depois, deu-lhes um forte tapa na cara por ter pedido para que ele parasse. Disse que não era para ela nunca mais dizer aquilo.
Agora Severo entendeu o porquê dela não gostar que puxe seu cabelo na hora do sexo, o porquê dela não gostar de tapas na bunda na hora do prazer, e nem palavras ofensivas. Isso ele já não faz, a hora do prazer não se deve xingar a mulher, somente se esta pedir, mas Severo não gosta disso, nunca gostou.
Severo presenciou muitas vezes em que sua amada apanhou daquele covarde imundo. Ele presenciou como aquele ser desprezível conseguiu apagar a luz de sua amada, deixando-a acreditar em suas palavras, de que era insuficiente, inútil, impura.
Um dia, uma amiga de Melissa apareceu em sua casa, com um convite para que ela lecionasse etiqueta no colégio de Beauxbatons. Melissa aceitou de primeira, essa era uma oportunidade de sair dali. Como o marido estava viajando a trabalho, ela arrumou suas coisas e implorou para que o elfo não contasse a ele, pelo menos até o ano letivo começar.
Leonard chegou em casa uma semana depois, coitado do elfo que sofreu com sua ira ao saber da notícia de que sua esposa passaria dez meses longe de sua presença. Ele foi para o colégio para trazê-la de volta, e para sua infelicidade, e felicidade de Melissa, ele não conseguiu. Teve de fazer o papel de marido orgulhoso de sua esposa por estar lecionando em um colégio maravilhoso como aquele.
O tempo passou, as férias de fim de ano chegaram e Melissa não pretendia ir para casa, mas seu "doce marido" - como suas amigas diziam - apareceu para levá-la para casa.
Leonard a tratou bem, no primeiro dia. Perguntou se ela havia contado a alguém sobre a vida particular deles, e ela negou. A essa altura, ele a fez acreditar que ninguém iria acreditar nela e que sentiriam nojo dela.
Após o Natal, ele a bateu novamente, descontando sua raiva por ela ter aceitado lecionar sem pedir a sua opinião. Melissa juntou suas forças e exigiu o divórcio, ele riu de sua cara.
- Meu dinheiro é a única coisa que impede que sua família afunde na sarjeta da falência - Isso era verdade, ela sabia, e por isso desistiu da ideia do divórcio.
Mais alguns anos se passaram, lecionar em Beauxbatons era o que impedia que sua amada seguisse pela ideia de se suicidar. Então ela decidiu ampliar seus conhecimentos, e se formou em aritmância e adivinhação, este último ela sempre demonstrou um talento nato para tal, herdado de sua avó materna.
A notícia de que os pais de Melissa haviam falecido a deixou abalada. Foi uma morte natural para os dois. A diretora deu uma licença de um mês para Melissa, que foi obrigada a ir para casa. Lá, duas semanas depois, Antoine tentou agredi-la novamente, mas ela se defendeu atacando-o com um feitiço, que foi desviado pelo escudo dele. O feitiço ricocheteou e acertou ela, que voou para de encontro à parede.
- Como ousa me atacar sua sangue-ruim? - Vociferou Leonard chutando a varinha dela para longe e a puxando pelos cabelos - Ainda não entendeu que você é uma bruxa fraca? Eu sou muito mais forte do que você, vê se enfia isso na sua cabeça!
Melissa ficou trancada em seu quarto pelo resto do mês. No começo, foi um castigo de seu marido, que a deixou sem comida e água por um dia inteiro. Depois, foi escolha dela não sair dali.
Desde que Melissa foi lecionar no colégio, Leonard passou a procurar prazer em outras mulheres. No início, ele saia de casa e só voltava quando estivesse satisfeito. Depois da tentativa de sua esposa de atacá-lo com um feitiço, ele começou a levar suas companhias para casa sempre que queria. Mas nem assim, deixou Melissa em paz.
Quando a Segunda Guerra Bruxa alcançou seu auge, Severo viu que Melissa encontrou sua oportunidade de fugir.
Ela aproveitou quando alguns comensais apareceram atacando as famílias trouxas, mestiças e seus filhos, que ela estava abrigando, um comensal a atacou, ela tentou se defender do feitiço, mas não conseguiu, foi arremessada para longe, atravessando a janela e caindo no terreno da casa. Quando acordou, apesar da chuva, a casa estava pegando fogo, ela correu para a floresta e permaneceu escondida por um tempo. Estava fraca. Quando enfim conseguiu aparatar, foi para a casa de uma amiga de infância, que a acolheu e a ajudou a se recuperar. A notícia de que ela poderia estar morta se espalhou, e isso a deixou alegre. Pediu para que a amiga não contasse a ninguém que a viu viva e depois foi embora para Londres.
Ao fim da guerra, Melissa Laurent já não existia mais, agora ela se chamava Maitê LeBlanc. Ela ganhou um recomeço. Este, que ela aproveitou para fortalecer sua magia, sua mente, a si mesma. Sua amiga da França a ajudou a conseguir mudar toda a sua documentação de Beauxbatons, de Melissa para Maitê, de casada para solteira. Com o passar dos meses, Maitê construiu uma história convincente sobre si, uma história que ela queria ter vivido, uma história em que ela não se casou com Leonard A. Laurent, uma em que ela é livre.
Severo viu a primeira vez que os dois se viram, a primeira troca de olhar que compartilharam, ele viu o primeiro beijo deles sob a perspectiva dela. Ele viu todos os momentos que eles compartilharam juntos nos últimos meses. Ele viu todo o amor que ela sente por ele. Severo viu e sentiu toda a felicidade que ela sentia ao seu lado. Ele viu quando o mundo dela desabou ao ver o seu marido passar pelo fogo verde da lareira. Ela ficou em choque, pensou que nunca mais o veria na vida, mas estava errada.
Severo a viu chorar por horas, sozinha em seus aposentos depois de sair da sala do diretor naquele dia. Ele viu a conversa que ela teve com o marido antes do jantar.
- Você está viva! - Exclamou Laurent após fechar a porta dos aposentos dela e silenciá-lo. - Esteve viva todo esse tempo e não voltou pra casa?
- Lá nunca foi minha casa! - Ela disse interrompendo ele.
- Como não? Sou seu marido, eu sou a sua casa, o seu lar - Ela riu das palavras dele. - Melissa, querida, eu senti a sua falta.
- Pois eu nunca senti a sua - A frase dela fez com que a expressão sorridente dele sumisse, dando lugar a uma cara séria. - E não me chame mais de Melissa, meu nome agora é Maitê!
- Você sempre será Melissa Delilah Laurent, minha esposa! Não pode fugir disso, querida.
- NÃO ME CHAME DE QUERIDA! - Esbravejou ela com raiva. - Eu não sou sua querida, eu não sou sua!
- E é de quem? Do Snape!? - Laurent perguntou se aproximando dela. - Eu vi ele segurar a sua mão, eu vi a troca de olhares que ocorreu entre vocês, o seu amante. É isso que ele é, um amante, e será só isso, porque EU sou o seu marido!
- Você não é nem metade do homem que Severo é - Ela disse olhando nos olhos dele bem pertinho do rosto dele. - E nunca será. Eu amo o Severo, como nunca amei você.
Laurent levantou a mão para dar-lhe um tapa, mas este foi impedido pela mão dela, que segurou o pulso dele com firmeza.
- Você nunca mais vai bater em mim. Eu não sou mais aquela mulher. Eu não sou mais a Melissa. Eu não tenho mais medo de você.
- Isso é o que você pensa - Ele disse puxando seu braço da mão dela. - Quando ele a largar, e ele vai. Você virá rastejando para mim. E sabe o que eu vou fazer? Eu vou aceitá-la de volta.
- Isso nunca vai acontecer.
- Tem certeza? Porque se tem uma coisa que ninguém gosta, que nenhum homem atura, é ser a segunda opção. Severo Snape é um homem rancoroso, eu li a ficha dele - Laurent deu um sorriso cínico. - e ele não gosta de mentiras. Então imagine só, se ele descobrir que você mentiu para ele esse tempo todo, o que acha que ele vai fazer? Aceitá-la? Não. Ele não deve nem querer olhar na tua cara agora.
- Está errado!
- Estou? Se ele ainda escolher ficar com você, terá de ser como amante. O cara foi um comensal da morte, foi o braço direito de você-sabe-quem, acha mesmo que vai se contentar com isso? Pelas coisas horríveis que fez, aposto que vai tratá-la como merece, como a vadia que é - A frase de Laurent foi interrompida por um tapa vinda dela.
- Lave sua boca imunda para falar de Severo. Ao contrário de você, ele me ama de verdade, e ele me respeita. Agora saia dos meus aposentos.
- Ainda não. Estou aqui para colher o seu lado da história. Afinal, estou aqui para inocentá-la.
Após pegar o depoimento dela, ele saiu dali. Laurent ordenou ao auror que não saísse dali, que não deixasse ela conversar com ninguém, pelo bem da investigação. Na hora do jantar, o auror levou uma bandeja com comida para ela, dizendo ser as ordens do Sr. Laurent. O auror jantou na companhia dela, nos aposentos dela, e depois um elfo buscou a bandeja. Depois, como não conseguia dormir e como ela não podia sair dali, ela chamou por Íony, que a levou - um tanto relutante - para os aposentos de Snape nas masmorras.
Quando enfim a viagem pelas memórias dela acabou, Severo se afastou, ambos derramando lágrimas dos olhos. Ele olhou para ela, vendo cada hematoma do passado no corpo dela, o roxo em volta dos olhos, os hematomas nas bochechas, os lábios cortados. Snape hesitou bastante ao tocar o rosto dela, e quando finalmente o fez, jogou sua varinha longe e abraçou sua amada.
- Ele nunca mais vai tocar em você, eu prometo - Snape disse enquanto ela chorava no seu peito.
Eu mato ele antes que tente - pensou o moreno com raiva.
Depois de um tempo, ela se afastou e ele enxugou as lágrimas dela.
- Não está com raiva por eu ter escondido que sou casada?
- Não. Confesso que no começo eu fiquei sim, só que fiquei mais magoado do que com raiva.
- Você é a primeira pessoa que sabe de tudo, não tem nojo de mim? Por eu ter sido fraca?
- Jamais, eu jamais teria nojo de você - Ele olhou no fundo dos olhos dela. - Eu sinto tanto pelo que você passou nas mãos dele, ele nunca devia ter te agredido, te machucado. Ele devia beijar o chão que você pisa, ele devia ter te amado como você merece ser amada.
- Ainda sou a sua May?
- Sempre.
Ela beijou os lábios dele e depois se abraçaram novamente. Após um tempo, ouviram uma batida na porta. Severo enxugou as lágrimas do rosto e depois abriu a porta, dando de cara com uma varinha apontada para si.
- Eu sei que ela está aqui - Leonard disse com raiva na voz.
Ele adentrou os aposentos de Snape, com sua varinha no peito do moreno.
- Eu sabia que ia vir correndo pra cá - Laurent olhou para Melissa. - Agora vamos, você não vai ficar aqui.
- Ela não vai a lugar nenhum com você - Snape disse calmamente, porém com ódio puro na voz.
- Ela é minha esposa, e não sua.
- Essa palavra já não tem mais importância - Melissa disse apontando sua varinha para Leonard. - Agora abaixe sua varinha e saia daqui.
- Ou o quê? - Ao final da pergunta, um auror entrou pela porta aberta e apontou a varinha para a mulher.
- Abaixe sua varinha, Sra. Laurent - O auror ordenou.
- Não aponte a varinha para ela! - Rosnou Snape encarando o auror.
- Se eu fosse você, obedecia - Uma varinha se pôs na garganta do homem, de repente, junto a uma voz atrás dele, que pertence à Ariana.
Ariana estava tendo dificuldades para dormir sem o seu namorado para fazer-lhe companhia. Ela e Fábio acharam que seria melhor se ele dormisse em seus aposentos enquanto o auror Laurent estivesse ali, procurando o invasor.
A situação do seu pai estava ajudando na falta de sono dela. Estava preocupada com o seu pai, ele estava muito abalado com o fato de Maitê ser casada.
Ela estava olhando para o teto quando de repente viu Laurent apontando a varinha para seu peito, para seu pai. Ela encerrou a conexão e levantou rapidamente. Ao chegar nos aposentos de seu pai, não deu outra, e fez a sua entrada estilo Snape, surgindo de repente.
- Creio que não são bem vindos aqui, senhores - Ariana disse olhando diretamente para Laurent. - Sugiro que saiam.
- Não sem a minha esposa - Leonard disse.
- Ela não é sua - Snape disse entredentes.
- Maitê, ou Melissa, já é grandinha, ela pode decidir por si só onde e com quem quer ficar - Ariana disse. - Então, cavalheiros, é a hora de irem.
O clima estava tenso na sala de Snape, ninguém queria se render. Laurent trocou um rápido olhar como o auror.
- Melissa está confusa, ela não sabe o que quer. Sempre foi assim - Enquanto o homem falava, chamando a atenção de todos, o auror mexeu sua varinha, iria lançar algum feitiço, não se sabe qual e nem em quem, pois Ariana o petrificou na hora e ele caiu duro no chão.
Com isso, Laurent deu uma vacilada com seu braço, a mão que segurava a varinha, e Snape bateu na mão dele, afastando a varinha de seu peito e socou a cara do homem, que cambaleou para trás.
Maitê lançou expelliarmus e a varinha de seu marido voou para as mãos dela.
Snape e Laurent entraram numa briga mano a mano.
Quem diria que Snape sabe lutar sem a varinha mágica - pensou Ariana surpresa.
- Você vai aprender que não se deve bater em uma mulher - Severo disse socando a cara de Laurent , logo em seguida nocauteando o homem com um gancho de esquerda.
Leonard caiu no chão e Snape iria avançar nele, se Ariana não o impedisse, afastando-o com um feitiço.
- Mas que merda, Ariana! - Vociferou Snape do outro lado da sala.
- Acho que já bateu o suficiente nele.
- Mas é óbvio que não - Ele tentou se aproximar de Laurent, mas sua filha entrou na frente.
- Controle suas emoções - Ariana ordenou com a mão estendida, mantendo seu pai afastado.
Laurent se levantou, cambaleando, e encarou a todos na sala. Ariana se vira para ele.
- Acho que você não é bem vindo aqui, mas assim, eu só acho, sabe - Ela disse sorrindo, vendo Laurent levar a mão ao maxilar e o mexer.
- Saia - Ordenou Maitê.
Leonard anuiu com a cabeça e se dirigiu a porta, Maitê abaixou sua varinha e Ariana virou-se novamente para o pai. Mas Laurent, ao passar por Ariana, tentou roubar-lhe sua varinha.
Ariana abriu sua mão, deixando sua varinha cair ao chão antes que ele a pegasse. Ela deu um golpe na garganta dele com sua outra mão, Leonard levou as mãos até a garganta, doía, e ele cambaleou para trás. Ariana segurou nos ombros dele e o inclinou para frente, dando uma joelhada no abdômen dele. Depois ela o prensou contra a parede, praticamente colando a cara dele no frio da parede, segurando o braço dele nas costas, puxando com força para cima com uma mão enquanto que com a outra puxava o colarinho dele.
- Não confunda a minha generosidade com desatenção ou burrice, senhor - Ariana disse entredentes. - Agora você vai nos privilegiar com sua ida daqui, estamos entendidos? Dê dois tapinhas na parede se entendeu.
Laurent bateu duas vezes na parede com sua outra mão.
- Ótimo - Ariana disse puxando ele e o levando para fora dali. No corredor ela empurrou ele para frente, o soltando, e ele cambaleou para frente.
Filch apareceu nessa hora, surgindo do nada em meio a escuridão dos corredores.
- Mas o que está acontecendo aqui? - Pergunto o zelador.
- Estou expulsando uma praga dos aposentos do professor Snape, só isso - Ariana disse com simplicidade.
- Praga!? Como ousa? - Laurent vociferou para Ariana. - E você? De onde você surgiu? - Perguntou para Filch.
- Argo Filch conhece todas as passagens secretas desse castelo - Ariana explicou e o zelador ficou envergonhado.
- E eu só sei disso agora!? - Esbravejou Leonard. - Quantos professores sabem sobre essas passagens secretas?
- Poucos - Disse Snape seriamente.
Laurent balançou a cabeça em concordância várias vezes repetidas.
- O invasor deve saber sobre essas passagens, ele já fugiu a horas e eu só soube sobre essas passagens secretas agora! O invasor já fugiu!
- Então seu trabalho aqui não é mais necessário - Snape apontou com um levantar de sobrancelha e um sorriso de canto.
- Ao que tudo indica, não - Laurent disse entredentes.
- Senhor Filch, por favor, acompanhe o Sr. Laurent e o auror até seus aposentos - Ariana pediu educadamente ao zelador que anuiu com a cabeça.
Snape reverteu com facilidade o feitiço que Ariana lançou no auror, e entregou a varinha de Laurent para ele e ordenou que só a entregasse quando chegasse aos seus aposentos. Snape falou tão ameaçadoramente que deixou o auror com medo e aceitou rapidamente.
Este auror já havia estudado em Hogwarts antes e se lembrava muito bem do medo que sentia do temível professor de poções, Severo Snape.
Após os três homens se afastarem, Ariana e o pai entraram nos aposentos dele. Snape abraçou Maitê e beijou a cabeça dela.
- Vai ficar tudo bem - Disse ele acariciando as costas dela.
- Ele não vai mais tocar em você, May - Ariana disse, ganhando a atenção dos dois. Ela olhou para o pai. - Você disse algo sobre ele aprender a não bater mais em uma mulher - Ela olhou para Maitê. - Eu só liguei os pontos.
- Obrigada pela ajuda - May agradeceu.
- Mesmo essa ajuda o ter impedido de levar mais socos - Snape resmungou.
- O cara pode ser um filho da puta, mas é o auror chefe de uma investigação aqui, não seria sensato bater nele - Ariana disse pegando sua varinha do chão.
- Disse a mulher que bateu nele, deu uma joelhada e o prensou contra a parede - Snape disse sarcasticamente, com um sorrisinho brincando nos lábios.
Ariana também sorriu.
- É melhor eu ir, é madrugada agora, temos de dormir.
- Espere - Pediu Snape se aproximando dela e a abraçando. - Boa noite filha - Deu-lhe um beijo na testa. - Agradeço sua ajuda.
- Boa noite pai, madrasta - Brincou ela para Maitê antes de sair pela porta, fechando-a atrás de si.
Snape se aproximou novamente de sua amada e envolveu seu rosto com suas mãos.
- Você está bem? - Ele perguntou preocupado.
- Eu vou ficar - Ela respondeu após um suspiro.
- Vem, é melhor dormimos o quanto ainda podemos - Snape disse conduzindo ela para o quarto.
Snape a ajudou a tirar a roupa e o sutiã, depois deu uma blusa grande dele para ela vestir, e então eles deitaram.
- Me abrace forte, por favor - May pediu a Snape, que logo a envolveu com seus braços fortes. - Obrigada.
- Não precisa agradecer, meu amor - Snape disse dando um beijo na cabeça dela.
Não demorou muito e Maitê dormiu nos braços do seu amado, sentindo o perfume dele invadir suas narinas, dando-lhe conforto e segurança.
Já Snape, demorou a dormir, repassando em sua mente tudo o que ela passou nas mãos daquele cara; repassando em sua mente tudo o que ele quer fazer com aquele cara, fazê-lo sofrer por ter machucado sua amada.
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Este capítulo tem mais 5mil palavras galerinha 🤭🤗 como eu prometi no anterior LohraynePereiraNeres fiz um capítulo bem grande 🥵😅
Quanta coisa aconteceu aqui hein 🥺😳
Maitê/Melissa sofria agressão do marido 🥺 tadinha dela
Leonard é um babaca que merece receber o beijo de um dementador 🤬😤
Íon - em Irlandês, significa puro.
Então eu só adicionei o Y pra ficar bonitinho de pronunciar -> Íony
Comentem o que acharam do cap 😁
A música sugerida da Beyoncé, a Lore_Alex_C me ajudou a escolher, obrigada ❣️✨
É isso e até o próximo capítulo gentiii 😉🤭
Beijokas e fui 😘🖤✨
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