Capítulo 44
- Foi aqui que o animal a mordeu? - Tadeo perguntou olhando para o braço enfaixado da jovem.
- Sim. Normalmente, a mordida de um sombra de sonho não deixa infecção, mas achamos que é por causa da magia das trevas que ela usou - Explicou a medibruxa.
Tadeo só o que conseguiu fazer foi balançar a cabeça em concordância, mas estava atordoado demais para responder qualquer coisa que fosse.
A medibruxa continuou a explicar o estado de Ariana, mas ele não conseguiu prestar atenção em sequer nenhuma palavra. Vê-la deitada ali, o lembrou muito de Alicia, e isso o deixou sem chão. Sua roupa já havia sido trocada por uma camisola branca de hospital.
- Vou deixá-los a sós - Madame Pomfrey disse antes de sair em direção a sua sala.
O Sr. Santos puxou uma cadeira e sentou-se nela, bem perto da cama da filha. Ele pegou a mão esquerda dela nas suas, com delicadeza, com medo de machucá-la.
Vendo-a ali, deitada inconsciente, parecendo tão indefesa, frágil. Uma lágrima desceu por seu olho e seguiu até a barba dele.
Tantas coisas se passavam pela mente do brasileiro.
Coisas como: eu devia ter estado presente para você; eu não devia tê-la afastado; eu fui um péssimo pai;
Pai...
Severo Snape era o verdadeiro pai de Ariana - e Tadeo sabia disso.
Ainda sentia raiva por isso, e até ... inveja.
Severo Snape esteve presente para Ariana quando ela precisou, quando ela foi atacada por um sei lá o que do sonho, e eu não...
Fabiano estava certo, eu fui um idiota! Eu sou um idiota! - se martirizou ele, não segurando mais as lágrimas.
- Não posso perder você também - Ele sussurrou antes de beijar a mão dela. - Merlim, que ela fique bem, por favor.
Ela se mudou para outro país, ela não lhe enviou nenhuma carta... mas você também não a procurou, não é seu imbecil? - pensou o moreno enquanto acariciava a mão dela.
Devia ter enviado aquelas cartas, talvez nada disso tivesse acontecido, ela não teria se envolvido com magia das trevas e não estaria aqui, deitada inconsciente com o risco de nunca mais acordar...... Devia ter enviado aquelas cartas..
Merlim, eu falhei na promessa que fiz a você, Alicia, eu falhei.
Vejo agora como eu fui um tolo.
Minutos depois, Snape retornou à enfermaria, agora, mais apresentável do que antes.
Tivera uma conversa com Maitê no corredor, após sair de seus aposentos, e não foi uma conversa muito boa.
Ela estava preocupada com ele, e o encheu de perguntas que Severo julgou irritantes. Ela ficou chateada dele não a procurar para dizer que estava bem, após sair da enfermaria, e Snape explodiu perto dela, brigou com Maitê e depois saiu de lá a passos firmes.
Ele sabe que errou, mas estava estressado demais.
Iria falar com Maitê depois, depois que se acalmasse.
Severo se aproximou da cama da jovem, e observou o homem a chorar silenciosamente.
Não dê palpite, Severo, ele é o pai dela - pensou o professor.
- A poção está quase pronta - A voz rouca de Snape tirou Tadeo de seus pensamentos, que levantou a cabeça rapidamente assustado.
- Eu não o ouvi se aproximar - Disse Tadeo secando as lágrimas.
Snape caminhou e colocou o pequeno frasco sob a mesa ao lado da cama da garota, onde o sol ainda batia forte.
- A poção precisa pegar alguns minutos de raio solar - Explicou o professor.
Tadeo apenas balançou a cabeça em concordância.
- Eu não entendo nada de poções, não era um exemplo nas aulas - Comentou ele pensativo, olhando para Ariana. - Por muito tempo eu me perguntei de onde veio essa paixão por poções que Ariana sente.
- E já sabe a resposta? - Severo perguntou.
- Sim - Foi só o que obteve de Tadeo, antes do silêncio reinar novamente.
Severo tinha dois palpites: o primeiro, era que ela herdou isso da mãe dela; o segundo palpite, era de que veio do pai biológico dela. Este último era o que mais fazia sentido para Snape, pela forma como Tadeo respondeu, evitando continuar a falar sobre aquilo.
Snape se segurou para não ler a mente do homem. Isso não é da sua conta - repetiu o mantra novamente.
Enquanto ambos observavam Ariana, a poção foi esquentando, captando cada vez mais da luz solar, e mudando sua cor para um tom de laranja escuro.
Severo pegou a poção nas mãos.
- A poção está pronta - Ele disse entregando o frasco para Madame Pomfrey, que se aproximou mais da jovem, e virando o líquido da poção na boca dela. Ariana fez uma careta devido ao sabor, mesmo inconsciente, aquilo era horrível.
- E agora? - Tadeo perguntou aflito.
Snape andou até a ponta da cama, e observou ela.
- Esperamos - Papoula disse também se afastando.
Poucos tempo depois, a febre diminuira, junto aos poucos delírios e a infecção no braço vazou para fora, sujando a bandagem numa cor amarelada e fedida.
Papoula limpou e trocou a bandagem, enfaixando o braço da jovem novamente.
Não demorou muito para que Ariana abrisse seus olhos, que, mesmos desfocados, olhou para frente.
- Pai - Ela sussurrou olhando para Severo.
- Estou aqui - Tadeo disse, chamando a atenção dela, que virou seu rosto e viu ele sentado ao lado da sua cama, segurando sua mão.
Ele sabia que Snape não sabia ser o pai biológico dela, mas ainda assim não conteve a pontada de inveja ao ouvir ela chamando ele de pai.
- Pai? - Ela sussurrou confusa, então seus olhos se focaram na cara preocupada de Tadeo Santos, nos olhos marejados dele. - Pai! - Ela exclamou com a pouca força que tinha, soltando o ar dos pulmões, sorrindo.
- Estou aqui - Tadeo disse acariciando, com sua mão direita, a cabeça dela. - E não vou sair daqui.
Ariana sorriu mais um pouco antes de fechar seus olhos novamente e dormir.
- Agora ela está fora de perigo, ela só precisa descansar. E de fato, agora ela vai conseguir descansar - Papoula disse antes de se afastar.
- Obrigado - Tadeo disse para Snape, que apenas meneou a cabeça.
Severo até que gostou de ouvi-la dizer aquela palavra ao olhar para ele.
Mas eu não sou o pai dela, sou um velho rabugento, de quem, por algum motivo, ela quis ser amiga - pensou ele.
Se bem que não há nada de errado em eu a considerar minha fi... Não! Pare com isso! Pare de querer se intrometer na família dos outros! Você perdeu a oportunidade há muito tempo atrás, agora está velho, não há mais chances - pensou Snape se virando para sair dali.
Neste momento Maurice apareceu na enfermaria, com um semblante preocupado.
- O que faz aqui? - Snape perguntou rispidamente.
Williams ajeitou os óculos na cara, e desviou o olhar de Ariana para Severo.
- Eu só vim ver como ela está - O rapaz disse normalmente.
- Ela está bem, já pode ir.
- Eu estava pensando em fazer companhia a ela, até ela acordar. Estou com o horário livre, então..
- Não - Severo o cortou rudemente. - Ela não quer a sua presença aqui, faça o favor e saia.
- Até onde vejo, Ariana não disse nada disso, ela está inconsciente - Williams disse desfiando o professor Snape.
Ele deu um passo para o lado, mas Snape o segurou pelo braço.
- Já falei para sair daqui, moleque - Severo disse entredentes, olhando no fundo dos olhos de Maurice.
- Quem você pensa que é? O pai dela? - Maurice disse perdendo a paciência, tal qual Snape.
- Quem é você? - Tadeo perguntou, de pé na ponta da cama da filha.
- Faço-lhe a mesma pergunta, senhor?
- Tadeo Santos, sou o pai de Ariana - Ele disse convicto.
Finalmente, precisou ela quase morrer para se tocar disso - pensou Snape.
- E você?
- Maurice Williams, sou colega de trabalho de Ariana.
- Se são amigos, não vejo problemas de ficar aqui - Tadeo disse confuso, olhando para Snape, que ainda segurava o braço do rapaz.
- Sua filha não gosta dele, Sr. Santos. Na verdade, ela o odeia - Explicou Snape entredentes.
- Ariana não é de odiar as pessoas por qualquer motivo. Me diga rapaz, o que fez para que minha filha direcionasse tal sentimento a você?
Vendo a hesitação de Maurice a responder, Snape tomou a iniciativa.
- Ele foi o comensal da morte que torturou sua filha durante a guerra bruxa.
- Aquilo já foi explicado - Williams disse se desvencilhando do aperto de Snape.
Quando ele foi se virar, não teve tempo para reação, pois a mão de Tadeo, fechada em punho, acertou o rosto do rapaz com toda força e ódio.
- Senhores! - Repreendeu Papoula se aproximando furiosa.
- Não quero que chegue perto da minha filha! Não quero nem que pense nela! Saia daqui! - Ordenou furioso Tadeo, juntando forças para não esmurrar mais ainda a cara dele.
O rapaz olhou incrédulo para Tadeo e Snape, que não fizera nada para impedir que o soco lhe acertasse na cara.
Então, ainda relutante, ele saiu de lá com os palavrões de Tadeo a xingá-lo, para toda a escola ouvir.
- Controle-se senhor Santos! - Papoula disse dando um tapa no braço dele. - Estamos num colégio! Há crianças aqui, tome cuidado com o que fala!
Depois ela direciou seu olhar furioso para Severo, que a olhou de canto e com a sobrancelha erguida, disse:
- Estou me recuperando do atentado a minha vida há duas noites, não posso me envolver em brigas.
Ela semicerrou seus olhos na direção dele, e depois saiu dali na direção de Williams, precisava ver se ele não machucara o rosto.
- Como deixaram ele lecionar aqui!? - Tadeo perguntou furioso, caminhando de um lado para o outro passando as mãos pelos cabelos, tentando esfriar a cabeça.
- É uma boa pergunta - Snape disse seriamente. - Mas, o Ministério aprovou, então.
- Que se foda o Ministério! - Tadeo esbravejou. - O cara machucou a minha menina, devia estar preso ou morto!
- Não posso deixar de concordar com o senhor - Snape disse calmamente. - Imagino que queira permanecer no colégio até que sua filha acorde - Snape disse mudando de assunto.
Tadeo volta a sentar na cadeira, ao lado da cama de Ariana, e segurou a mão dela nas suas.
- Eu posso? - Ele perguntou esperançoso.
- Vou falar com a diretora, creio que ela deva deixar - Severo disse saindo da ala hospitalar.
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Capítulo tá grandinho mas tá bom hehe 😈 🔥 🤭 🤗
Snape brigou com a Maitê;
Tadeo socou a cara do Williams (ele fez isso por mim kkkk);
E agora, a diretora Minerva McGonagall....
Eu consegui terminar as provas mais cedo, fiquei surpresa comigo mesma kkkkk levei meia hora só 💁🏻♀️💅👄
Bjokas e fui, povo lindo 😉🤭❣️
Até amanhã ☺️🤗✨
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