[21] Sümur Hana (스물 하나)
Jimin
Um filho... Por que a sensação da possibilidade de tê-lo em minha barriga é tão... Estranha?
Claro, o meu caso passou de uma possibilidade, mas ainda sim, é estranho. Mas não é de um jeito ruim, só é uma sensação nova, que eu não imaginei que poderia sentir, ao menos não tão cedo.
Wooshik e Dasila estão procurando por minha família ainda mais rápido do que já estavam. Por enquanto ainda não estão me deixando ir junto, com medo de que eu passe mal no caminho. No entanto, como eu ainda não sinto nada, os convenci de me deixarem ir da próxima vez.
Wooshik disse que não sabe como minha marca ainda não está irritada, talvez ainda não tenha sentido a presença do bebê. Normalmente, quando ômegas estão grávidos, a marca faz com que vivamos grudados em nossos alfas. Não a todo momento, mas ao menos na maior parte do tempo. E além disso, meu filho vai querer a presença do pai também, em algum momento.
Nesse momento, eu estou sentado na poltrona da sala, perto da janela, observando a chuva cair do lado de fora. Perdido em pensamentos, e não verdadeiramente prestando atenção em nada à minha volta, eu me sentia mais relaxado, me sentia livre de qualquer bloqueio.
"Venha para casa, Sunshine, por favor, volte para Moon"
— Moon — eu disse, em voz alta e sem perceber, fazendo todos os que estavam na sala me olharem. Eu mal havia percebido quando eles haviam voltado. — Como é possível que alguém possa entrar em meus pensamentos assim?
— O que aconteceu? — Wooshik perguntou, talvez desconfiando de alguma coisa.
— Aquela pessoa que havia falado comigo na aldeia, falou de novo. Pediu que eu voltasse para casa, e me chamou de Sunshine — de alguma forma, o apelido mexeu comigo, e instintivamente levei minhas mãos à minha barriga.
— É seu alfa, tenho certeza — eu não sabia como ele poderia saber dessas coisas, mas se ele diz, deve ter um fundo de sentido. — E "moon"?
— Ah, sim. Ele disse "volte para moon", me pediu para voltar para casa — eu expliquei, sentindo meu coração palpitar por ele dizer que era meu alfa falando comigo.
Eu não conseguia me lembrar quem era, não reconhecia a voz, mas sabia que tínhamos uma ligação muito forte, e principalmente que era um supremo, já que eu tinha uma grande mistura de cheiros.
— Vamos para Moon — Wooshik disse, já começando a se levantar do sofá. — Está bem para andar? — ele perguntou, se virando para mim. Quando dei uma resposta positiva, ele fez a mesma pergunta para sua esposa, também recebendo uma resposta positiva. — Não vamos andar o caminho todo, vou achar algum lugar que alugue carros. Moon é longe demais para irmos assim, demorariam semanas.
Após isso, pegamos o que era necessário e colocamos em algumas mochilas, coisas como água, alimentos e agasalhos.
Não sei se eu poderia andar tanto assim, mas quero ir para casa, então eu quero tentar. Woo disse que vai procurar um lugar que aluga carros, então talvez não precisemos andar tanto.
Eu estou ansioso para voltar para onde, provavelmente, é meu lar. No entanto, também estou temeroso por algum motivo, e não consigo saber exatamente o porquê.
Deixando meus pensamentos de lado, me apressei para estar totalmente pronto o mais rápido possível, para podermos sair logo. Não demoramos para sair da casa deles, não esquecendo de fechar tudo.
O começo da caminhada foi tranquila, mesmo que, conforme o tempo foi passando, as coisas foram começando a ficar mais complicadas.
Nós começamos conversando tranquilamente, mesmo que a situação exigisse que não perdêssemos tempo com isso e que apenas fizéssemos o possível para chegarmos logo.
Agora, já estamos andando por aproximadamente uma hora, por enquanto sem precisar parar para nada. As conversas diminuíram consideravelmente, levando em conta que já estávamos um pouco cansados. Já passamos por uma vila, procurando algum lugar que alugasse carros, não achamos nada.
Estamos próximos de outra vila agora, e eu sinceramente espero que nesta tenha algo. Eu estou cansado, pronto para pedir para pararmos. Além disso, comecei a sentir um tipo de tontura, e acho que talvez seja pela gravidez. Mas ainda estou bem para continuar.
Na nova aldeia em que paramos, infelizmente ninguém alugava carros, mas havia um ônibus que estava saindo de excursão para a vila vizinha à Moon. Estávamos tentando convencer o rapaz a nos dar uma carona.
— Por favor, nós precisamos chegar lá o mais rápido possível, é realmente uma emergência — Wooshik dizia, ainda tendo o cara negando para si. — Eu pago o valor das passagens se precisar — o cara ainda negava. — Tenha um pouco de dó, ele está grávido, não vai conseguir andar até lá, não conseguimos achar nenhum lugar que alugue carros — mais negativas. — Ele é ômega de um supremo alfa, realmente não vai querer ajudar?
— Não do nosso supremo — o cara disse, parecendo irredutível. — Não tem como eu saber se vocês estão falando a verdade.
A partir daí, não consegui mais prestar atenção, tudo à minha volta começou a girar mais rápido, minha respiração se acelerou. Eu senti que poderia cair a qualquer momento. Provavelmente, foi isso que aconteceu, levando em conta que senti meu corpo amolecendo, ao mesmo passo que senti alguém me segurando antes que eu atingisse o chão duro.
Aos poucos, eu desperto do desmaio que tive. Não sei onde estou, nem com quem, não sei ao menos o porquê de ter desmaiado. Por que eu estou chacoalhando tanto?
Eu abro meus olhos, olhando em volta, podendo ver que estou em um ônibus.
Aos poucos, eu consigo me lembrar. Estamos indo para Moon, Wooshik e Dasila estão me levando para lá, e aparentemente conseguiram a carona que precisávamos.
Eu estava deitado em um banco do ônibus, aos fundos, já que cabia uma pessoa deitada. Eu me sentei, olhando em volta e procurando qualquer um dos meus dois conhecidos. Não foi difícil achar, levando em conta que estavam sentados nos bancos da frente dos meus.
— Dasila? — eu chamei, tendo sua atenção.
— Querido, que bom que você acordou, ficou desacordado por um bom tempo, achamos que além da gravidez, você poderia estar exausto — Dasila respondeu, parecendo alegre.
— Sim, e pedimos desculpas — Wooshik completou, tendo Dasila concordando consigo.
— Não precisam se preocupar, eu estou bem — eu respondi, e estava sendo verdadeiro.
— Nós já estamos quase chegando, você dormiu quase a viagem inteira. Conseguimos um acordo com o motorista — Wooshik começou explicando. — Ele ficou preocupado quando você desmaiou, talvez tenha se sentido culpado por ter negado tantas vezes. Deixou a gente vir, não vai cobrar e vai nos deixar na entrada da aldeia.
Eu estava feliz, porque as coisas finalmente estavam dando certo. Espero que a partir de agora, tudo realmente fique bem.
Eu estava ansioso, e de certa forma, também estava alegre. Pelo meu conhecimento na marca que tenho, sei que meu suposto alfa está sentindo tudo isso, e deve estar confuso.
Durante dias eu sentia uma angústia além da minha, sentia saudades que não vinham de mim, apesar de também ser de meu lobo. Eu sei que ele sentiu tudo o que eu senti durante esse tempo, e deve ter sentido também seja lá o que eu tenha sentido quando descobri que estava grávido.
Coloquei as mãos na barriga, não conseguindo imaginar como seria essa pequena criatura. Eu temo pelo que possa acontecer de ruim, e além disso, sinto um pouco de medo também do alfa que é seu pai. Não sei que tipo de homem ele é, não sei se é bom ou mau. Como ele deve ser? Talvez a melhor forma seja me proteger no início. Se um dia ele construiu confiança em mim, eu espero que consiga construir de novo.
— Chegamos! — ouvi o motorista gritando lá da frente, o que fez com que todos nós nos levantássemos, passando entre todos os outros passageiros antes de sair do ônibus.
De início, parecia uma aldeia comum, nada de novo. No entanto, conforme eu vou entrando, junto com Dasila e Wooshik, percebo coisas que com certeza tenho guardadas em minha memória, em algum lugar, coisas que me parecem familiares.
Aos poucos, as pessoas que estavam ali se viravam para nós, todas olhando com olhares curiosos pouco antes de demonstrarem espanto.
Eles estavam me reconhecendo, será? Ou estão apenas estranhando a tonalidade de meus cabelos? Afinal, não é todo dia que alguém vê um ômega com tons naturais de rosa nas pontas do cabelo.
Eu continuei andando, olhando tudo em volta. Aos poucos, fui me soltando de Dasila, ao qual eu estava de mãos dadas, por estar nervoso. Não percebi quando entramos no que parecia ser o centro da cidade.
Eu estava distraído, olhando tudo ao meu redor, vendo coisas que me pareciam tão familiares, pessoas que me pareciam familiares. Não foi surpresa quando eu esbarrei em alguém, vendo pelo lado de que eu não prestava atenção em nada à minha volta.
No entanto, ao me virar para conversar com a pessoa, ao qual eu iria me desculpar, por um momento senti um estalo. O que eu sentia naquele momento, olhando em seus olhos, era forte e intenso. Se alastrava rapidamente, percorrendo todo meu corpo. Era como se alguém tivesse colocado gasolina e ateado fogo. Parecia uma sensação familiar, e parecia que eu já havia sentido isso em algum momento, assim como os olhos verdes do alfa à minha frente cintilavam.
Eu sentia a presença do meu lobo, muitas vezes mais forte do que estava sentindo ultimamente, além disso, ele parecia estar dando piruetas em meu interior.
— Jimin?
Foi a última coisa que ouvi, antes de ficar inconsciente, por não aguentar toda a intensidade de meu lobo.
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