[20] Sümur (스물)
Jimin
De uns dias para cá, eu venho me sentindo ainda mais angustiado, com mais vontade de ir para casa. É estranho dizer que às vezes eu acabo chorando e dizendo que não aguentava mais e que queria ir para casa.
Dasila e Wooshik me entendem, é claro, mas é inevitável não se preocuparem comigo, principalmente porque a cada dia eu como menos, sem realmente querer que isso aconteça.
Minha alimentação virou simplesmente em laranja e mirtilo, e às vezes eu consigo comer outras coisas, mas apenas quando está chovendo. Isso acabou fazendo com que os outros dois agilizassem mais as procuras.
Dasila me disse que ultimamente eu ando resmungando muito quando estou dormindo, e que é sempre a mesma coisa: Jun.
Eu não sei o que significa, não sei dizer se é o nome ou o apelido de alguém. Muito provavelmente seja, Wooshik diz que parece ser um apelido, e por minhas reações ultimamente, parece ser do meu alfa. De alguma forma, meu inconsciente lembra.
E outra coisa que vem nos assustado: Wooshik diz sentir um cheiro a mais no ambiente, mas não sabe dizer de onde vem e nem qual é. Eu sei que ele desconfia de algo, principalmente porque Dasila anda meio doente ultimamente. Por algum motivo, ela anda vomitando e enjoando com um pouco de frequência.
- E se eu for com vocês nas buscas? - eu apareci na sala da casa, onde os outros dois estavam sentados no sofá, lado a lado. - Às vezes se alguém sentir meu cheiro, vai me reconhecer.
- Talvez realmente ajude, mas acho que é perigoso para você - Wooshik disse, pensativo. - Mas também não sei se é uma boa ideia Dasila ir, não quero deixá-la sozinha aqui, ainda mais por causa dos enjôos.
- Eu estou bem, Woo, não se preocupe com isso - ela disse, fazendo um leve carinho em sua perna, mais na altura do joelho. Os dois estavam sentados nas poltronas da sala. - Se você se preocupa tanto, eu posso ficar, e não me importo de ficar sozinha por umas horas - eles mantinham os olhos grudados, e eu confesso achar essa conexão muito linda.
Por causa disso, ou algum motivo desconhecido, minha mente me trouxe olhos negros às memórias, olhos de alguém que eu sei bem que me desestabiliza. Com a memória repentina, acabei perdendo um pouco o equilíbrio, me encostando em um móvel da sala por causa da leve tontura.
- Está tudo bem? O que aconteceu? - Dasila perguntou, percebendo minha repentina falta de equilíbrio.
- Eu lembrei de algo. Foram... Apenas olhos, me encarando, e são incrivelmente escuros. Ainda consigo sentir a sensação de olhar para eles.
- Talvez sejam de seu alfa - Wooshik disse, se levantando para me ajudar a ir até um sofá.
Ao mesmo tempo em que eu quero ir para casa e ver meu alfa, a sensação de saber que eu tenho um alfa é estranha. Eu vou conseguir chegar em uma casa que supostamente seria minha, e viver com uma pessoa que supostamente é meu alfa?
Não tenho resposta para essas perguntas.
Dali em diante, Wooshik tentou me fazer desistir de ir junto nas buscas, mas ao mesmo tempo eu batia o pé dizendo que estava bem, e que ele não precisava se preocupar.
Sendo assim, pouco tempo depois, nós saímos de casa, começando a procurar alguém que me conheça, ou até vendo se eu conseguiria lembrar se algo.
- Foi aqui que te encontramos - ele me disse, quando paramos em um lugar no meio da floresta. - Parecia ter rolado esse morro que está ao nosso lado. Mesmo que não seja muito íngreme, se você acaba caindo e não sabe o que fazer, é difícil parar.
Sendo assim, eu olhei a inclinação do lugar que ele me disse, vendo que realmente não era tão íngreme. Mas eu tinha certeza que tinha caído por ali, observando o lugar, eu quase conseguia sentir a dureza do chão, quase podia sentir os galhos esbarrando em meus braços enquanto rolo. Eu me lembro disso.
- Se lembrou de algo?
- Sim, eu me lembro de ter rolado. Não lembro com exatidão, é claro, mas consigo ter alguns flashes do que aconteceu - eu respirei fundo, puxando meu cabelo para trás com ambas as mãos. - Tem alguma aldeia aqui perto?
- Tem a Sun. Quer ir lá? - ele parecia ter estranhado algo, mas a princípio não me disse nada. Acredito que não seja nada importante, ou talvez seja por causa das lembranças que estão aparecendo aos poucos.
- Quero, por favor.
Sendo assim, nós começamos a caminhar, deixando para trás o lugar na qual me fez mudar totalmente de vida.
Acabamos por andar bastante até chegar na tal aldeia, e isso me fez pensar que não era possível que eu tenha andado tudo isso por conta própria, ainda mais na floresta e com as roupas que eu estava. Contei isso para Wooshik.
Não me lembrei de nada nessa aldeia, então talvez eu não tenha vindo de cá. Nós paramos às pessoas na rua perguntando se alguma delas me conheciam. Tudo que recebemos foi um não.
Como pode ser possível que a aldeia mais perto de onde me acharam não seja a mesma de que eu vim?
"Meu amor, onde você está?"
Aleatoriamente, ouvi alguém dizendo, e inesperadamente, dentro da minha cabeça.
"O quê?"
E mais inesperadamente ainda, eu respondi, mentalmente e impulsivamente. Abruptamente, eu parei, colocando a mão na boca, em completo susto.
"Sunshine?"
Rapidamente, eu olhei em volta, não achando quem poderia ter feito isso. Saí dali logo em seguida.
- O que aconteceu? - Wooshik perguntou, um pouquinho surpreso, enquanto eu continuava andando.
- Eu acho que ouvi algo que me assustou - no entanto, eu não quis dizer o que havia acontecido.
- Vamos para casa, você precisa descansar.
Dessa forma, nós caminhamos de volta para a cabana, onde Dasila nos esperava, provavelmente com alguma comida já pronta. O caminho foi silencioso, e de minha parte, bastante pensativo.
Não é possível que alguém tenha mesmo conversado comigo por... Telepatia? O que realmente aconteceu? E se, de alguma forma, aquele for meu alfa?
Para mim, nada mais faz sentido.
Preso em pensamentos, mal percebi que já havia chegado. O sol já estava se pondo, a temperatura já estava mais baixa do que durante o dia.
- Que bom que voltaram, para onde foram? - Dasila perguntou, nos recepcionando de forma animada, abraçando o marido.
- Fomos até Sun hoje, e mostrei onde o encontramos - ele respondeu, lhe dando um beijo simples.
- Acharam algo? - ela perguntou, enquanto entrávamos na casa.
- Eu descobri uma coisa, mas conto em breve. Como foi seu dia? - nós já estávamos na cozinha, e Wooshik se aproximava do fogão, claramente com fome, assim como eu.
- Aproveitei para tentar descobrir o que eu tinha. Um curandeiro da aldeia mais próxima me disse que eu apenas comi algo que não me fez bem. Ele me receitou um chá que disse que iria ajudar.
- E você perguntou sobre...?
- Perguntei, ele disse que não tinha possibilidade, depois de me examinar.
- Possibilidade de que? - eu perguntei, curioso sobre o assunto.
- Gravidez - ela respondeu, de forma simples, parecendo despreocupada. - Mas se não era eu, de onde veio aquele cheiro que você diz ter sentido?
- Dele - ele respondeu, apontando para mim, enquanto comia uma maçã. Parecia despreocupado, mas eu sei que não é exatamente assim que ele se sente.
- De mim? - eu me assustei com isso, porque eu já carregava quatro cheiros diferentes, de onde viria mais um? - Como assim?
- Quando estávamos sozinhos na floresta, você acabou diminuindo seu cheiro por algum motivo, agora na volta, e um pouco na ida também. O outro cheiro ficou ainda mais aparente. É damasco, o cheiro típico de quem está grávido. Dasila não estava por perto, era impossível ser dela. Na verdade, só havíamos nós dois, então claramente era de você - ele explicou, me fazendo ficar cada vez mais assustado. - É isso, você está grávido.
Eu? Grávido? Como isso pode ser possível? Levando em conta o tempo em que eu estava aqui, eu estaria grávido a mais de um mês, com certeza.
A sensação de angústia, que eu normalmente já sentia, pareceu se intensificar. No entanto, ela nunca pareceu vir de mim, e agora, tanto essa quanto uma que verdadeiramente vem de mim, se fizeram presentes. Eu apertei minha mão em meu peito, sentindo uma súbita vontade de chorar.
Eu preciso ir para casa, e mais claro que isso, é apenas a certeza de que eu preciso do meu alfa, mesmo que eu não saiba quem é, e consequentemente, não o conheça. Não sei qual vai ser a minha reação quando vê-lo, mas eu espero que não seja ruim.
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