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Capítulo 9


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gif feito por barbieenox

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O DIA COMEÇOU com Michelle mostrando à Cassie a nova matéria do Clarim Diário.

“Figura encapuzada aterroriza moradores do Queens. Será mais um Homem Aranha?”

–Vivemos em uma era onde todo mundo pode fazer justiça desde que o rosto esteja coberto. -Michelle leu a frase para ela.

Cassie deu a desculpa de que estava atrasada e precisava correr, se misturou em meio a multidão de alunos no corredor e fez o que sabia fazer de melhor: evitar todo mundo.

Na noite anterior Cassie havia esbarrado com um bandido em um dos becos do bairro. Ele não era seu foco, não tinha a tatuagem de um olho que procurava e não sabia quem na cidade tinha, então ela o ameaçou e o prendeu para que a polícia o pegasse quando chegasse no local.

Ela não viu que alguém havia registrado o momento. Mas como o local era pouco iluminado, Cassie não passava de uma sombra encapuzada na foto.

Sabendo que todos no colégio estariam discutindo sobre o “Shadow Lynx”, como chamava o Clarim, ela decidiu passar boa parte treinando no clube de luta. Achava engraçado que ninguém nem mesmo presumiu que Shadow Lynx fosse uma garota.

Do outro lado dos corredores de Midtown High, Peter estava tirando os livros do armário enquanto Ned lia pelo celular as novas notícias do Clarim Diário.

–Esse Shadow Lynx, você conhece? É amigo dos Vingadores? -Ned perguntou virando a tela do celular para Peter ver.

–Eu vi ela há alguns dias atrás. Eu não a conheço, mas ela veio com um papo estranho sobre eu ter que devolver alguma coisa. -Peter murmurou encarando a foto, a silhueta de Shadow Lynx parecia uma sombra felina.

–Cara e você esqueceu de comentar?! Eu ainda sou o Nerd da Cadeira! -Ned o lembrou sussurrando para que os alunos que passassem por eles não ouvissem.

–Eu estive um pouco distraído, acabei esquecendo. -Peter disse olhando pelo corredor involuntariamente já procurando por Cassie.

Ele na verdade achava que a Shadow Lynx estivesse o confundindo com outra pessoa. Ela não parecia uma vilã, afinal ela não deixava os bandidos escaparam. Mas ela também não parecia uma heroína como os Vingadores. E Peter não sabia direito como ele se encaixava nos propósitos dela.


***


O clube de luta era a atividade mais excêntrica e útil que Cassie poderia ter escolhido. Estudando, trabalhando meio período e ainda cuidando de Mike, ela nunca iria conseguir tempo ágil para treinar. Era bom que usasse uma parte do tempo que passava na escola para treinar suas aptidões físicas.

O problema era tentar se controlar. O treinador estava começando a notar que ela estava se aprimorando e uma coisa que ela não queria era participar de competições, seria desonesto se ela usasse seus poderes para competir.

Poderes ainda era uma palavra estranha. Ela pensava enquanto acertava o saco de pancadas, suas mãos estavam cobertas com as luvas do treino e ela seguia as instruções do treinador para melhorar seu soco.

Seu cabelo estava preso em duas tranças laterais e ela usava o uniforme da educação física. Mas ela não se sentia como a Cassie de sempre, sentia-se como a Cassie que estava com raiva do mundo por ser tão injusto. Queria socar alguém.

Queria socar toda a Oscorp, queria socar a madrasta Caroline por ter abandonado eles, queria socar a assistente social do governo que tentou três vezes entrar no apartamento para conversar e Cassie não atendeu a porta fingindo que não tinha gente em casa.

Todos os dias ela segurava as mãos de Michael e cantava para ele dormir, olhava para o irmão com medo de que fosse a última noite que eles passariam em casa juntos. Ela tinha medo que no dia seguinte o governo invadisse o apartamento e os levassem para abrigos onde viveriam separados.

Cassie sabia que era isso o que aconteceria. Era o que faziam com crianças sem pais. Mike até poderia ser adotado, mas ninguém queria adotar uma adolescente. Eles separariam os irmãos e Cassie não queria perder a única família que tinha.

O soco que ela deu no saco foi tão forte que a corda que o segurava arrebentou e ele voou pela quadra de treinamento.

Todos os olhares se viraram para Cassie e ela arregalou os olhos tão surpresa quanto os outros.

–A corda já devia estar gasta. -O treinador riu. –Até parece que a pequena Cassie teria toda essa força.

Cassie fechou as mãos em punhos. Aquele tipo de comentário ocorria com frequência no treino e sempre eram direcionados à ela por sem uma garota. Ela fingia que não ouvia, porque já estava com os nervos à flor da pele e era melhor descontar no saco e aprender algo com isso do que agredir um colega.

Se ela se metesse em encrenca iriam querer chamar os seus pais. E Cassie Johnson não tinha mais pais.

O sinal tocou e Cassie se apressou em pegar a bolsa e sair correndo para fora da escola. Queria evitar qualquer conversa naquele dia. Por mais maravilhosos que seus amigos eram, ela tinha que evitar distrações.

E céus, os lábios de Peter Parker eram um bela distração e ela só o tinha beijado uma vez!

Ela seguiu para o trabalho e quando entrou no mercado cumprimentou Giancarlo. Ele era muito gentil com ela, sempre separava pãezinhos para Cassie e não deixava que ela fizesse trabalho desnecessário.

Cassie deixou sua mochila debaixo do balcão e se preparou para atender a sua primeira cliente do período. A menina usava uma camisa da loja de doces do Senhor Lee, a loja ficava do outro lado da rua de frente para o mercado.

–Boa tarde, o Senhor Lee pediu para eu buscasse os pães que ele pediu para o Giancarlo mais cedo. -Disse a menina. Ela usava óculos grandes daqueles que eram sucesso na década de 80. O cabelo crespo estava preso como um afro puff e seu crachá estava escrito Delour.

–O Senhor Giancarlo está no fundo, à esquerda. É onde ficam os pães. -Cassie sorriu e a menina agradeceu e seguiu para lá.

Aproveitando que não havia ninguém por perto no momento, Cassie espiou o celular.

“Não te vi na aula hoje. Como você está?”

Ela sorriu com as mensagens de Peter.

“Senti sua falta.”

“Quer dizer, espero que não soe grudento ou desesperado. Mas Ned estava falando que Legolas não importante em O Senhor dos Anéis e aí eu pensei... Cara, Cassie é a única que me entende?!”

Cassie riu, era engraçado como podia ouvir em sua cabeça a voz de Peter dizendo aquelas palavras.

“Legolas é um dos melhores personagens de lotr.”

“Eu também senti a sua falta.”

Ela olhou para o relógio e tentou focar no trabalho, porque ao contrário de seus amigos ela tinha que se preocupar com as contas que precisava pagar, tinha que pensar em Mike e nela. Mas às vezes ela também só queria falar de coisas bobas com os amigos.

As horas sempre pareciam passar devagar, quando deu a hora de ir embora Cassie pegou a mochila, gritou uma despedida em italiano para Giancarlo o fazendo rir e correu pelas ruas do Queens à noite.

Ela havia avisado Mike de que chegaria tarde e tinha deixado a janta pronta. Ele provavelmente iria comer e ler o livro de física quântica que tinha pegado emprestado com a tia May.

Cassie correu pelas calçadas e virou em uma esquina, entrando no beco do quarteirão ela apertou a alça das bolsas nas costas e saltou pela escada de incêndio do prédio. Lá no fundo os gatos do quarteirão miavam enquanto Cassie Johnson subia até o terraço do prédio.

Lá em cima ela olhou para a vista da cidade de Nova York se estender no horizonte, havia um pequeno resquício da luz do sol. A noite já se erguia no céu quando ela cobriu o rosto com a máscara e se misturou nas sombras da cidade seguindo como uma felina para a Oscorp, sedenta por encontrar uma presa.


***


Peter encarava o conjunto de prédios da Oscorp. Seu traje ajudava a aumentar a visão e ele conseguia ter um relatório mais detalhado do que acontecia lá dentro. O andar onde ocorrera o incêndio continuava fechado, mas o curioso é que não pararam as operações nas áreas restantes do prédio. Peter achava que em casos assim deveria ocorrer uma perícia e o local deveria ficar fechado até terem certeza de o que o problema estava resolvido. Mas não parecia ser esse o caso.

Estava monitorando as atividades da Oscorp de longe fazia alguns dias, mas não havia encontrado nada de muito suspeito. Peter suspeitava que teria que entrar no local, mas não conseguiria usar o traje para invadir o sistema de segurança a menos que tivesse certeza de que não sairia do local de mãos vazias.

O terraço do prédio corporativo onde ele estava dava um bom campo de visão para o prédio da Oscorp e para toda a cidade também. Pelo lado direito lá no fundo ele conseguia reconhecer algumas construções do seu próprio bairro.

Lembrou que precisava responder a mensagem de Cassie depois com mais calma e também que havia prometido comprar ovos e leite para tia May quando voltasse para casa. Esperava que o mercado do Senhor Giancarlo estivesse aberto e quem sabe... Cassie poderia ainda estar no trabalho. Ou melhor não, já havia mandado mensagens, ia ser demais para um dia só.

Peter sentiu algo diferente no ar à sua volta, como se algo tivesse se movido mesmo que ele não estivesse olhando. Um arrepio percorreu seus braços e sua espinha, um aviso do seu sexta sentido o fez olhar para trás.

Nas sombras da noite, uma figura se erguia na ponta do terraço. Se equilibrando na beira da estrutura do prédio, a silhueta se aproximou devagar. Peter se colocou em posição.

–Olá! Eu sou o Homem Aranha, tudo bem? -Ele sempre achava que era uma boa ideia começar se apresentando e tentando estabelecer um diálogo.

Karen, seu sistema do traje avaliou a silhueta na frente deles.

Os padrões e movimentos indicam que são a mesma pessoa que você encontrou algumas semanas atrás, Peter.

Karen mostrou as imagens do encontro anterior em um beco do Queens, a pessoa que havia dito que ele tinha algo que pertencia a ela.

A silhueta se aproximou, devagar, como um guepardo se aproxima antes de agarrar a presa. Ela usava uma máscara que cobria toda a cabeça, roupas pretas e coturnos. Uma roupa improvisada, ele pode perceber, não era o traje de um super herói.

–Eu disse que você tem algo que é meu, Spider. Eu vim para buscar. -Ela sussurrou.

–Ajudaria se você me dissesse o que é, moça. -Ele tentou levantando as mãos tentando adotar uma postura mais amigável.

Ela parou a alguns centímetros de Peter, balançou a cabeça devagar de forma negativa.

–Eu não tenho tempo para fingir que você não sabe do que estamos falando! –Ela murmurou mais irritada. –Você está de olho na Oscorp há dias! Você sabe o que eles andam fazendo lá dentro. Está encobrindo eles?!

O coração de Peter acelerou enquanto ele tentava juntar todas as peças.

–Não estou encobrindo nada. O que você sabe da Oscorp?! -Ele perguntou enquanto seu cérebro buscava ver a imagem completa do quebra-cabeça.

–Engraçado... -Ela resmungou flexionando os joelhos e se preparando. –Eu iria perguntar a mesma coisa.

Ela se jogou contra ele, os corpos se chocaram. O Homem-Aranha segurou o braço direito dela e revidou com o esquerdo. Ela arfou com o impacto, mas não vacilou, prendeu as pernas dele com as dela e usou o peso do próprio corpo contra ela.

Ele caiu no chão com ela por cima dele.

–Eu preciso do relatório que estava comigo na noite do incêndio. Éramos só eu e você. Você o pegou. –Ela murmurou.

Ela prendia o corpo dele contra o chão e ele parou de lutar quando percebeu porque aquela voz lhe soava tão familiar.

Shadow Lynx tirou a máscara. E então era o rosto de Cassie Johnson o encarava de volta, as tranças laterais moldavam seu rosto com o olhar urgente.

–Eu sou a garota que você tirou do incêndio, Spider. Eu tinha o relatório que ajudaria a incriminar o assassinato do meu pai! –Ela murmurou.

O coração de Peter se apertou diante do olhar desesperado e cheio de fúria dela. Ele ergueu a mão alguns centímetros e tocou a ponta da própria máscara, devagar ele a tirou.

Peter encarava o olhos de Cassie que analisavam cada centímetro de seu rosto como se não pudesse acreditar.

Ele viu quando raiva se transformou em surpresa e então em confusão para depois tristeza. Os olhos de Cassie se encheram de lágrimas e ele viu naquele exato momento toda a constelação de Cassiopeia morrer naquele olhar.

Ela o soltou e saiu de cima dele. Engatinhou para longe com os olhos lacrimejando, ela piscava sem parar. Não queria chorar, não na frente dele.

–Não, não... -Ela murmurou. –Era você o tempo todo?!

–Desculpa, Cassie. Eu ia te contar... -Ele tentou se aproximar, mas ela se afastou de novo. –Eu não sabia que o relatório era importante até alguns dias atrás, por isso passei a observar o que fazem no prédio.

–Era você o tempo todo?! -Ela murmurou. –Você sabia de tudo e...

–Eu sinto muito mesmo, Cassie. –Peter sussurrou vendo as lágrimas dela escorrendo pelo seu rosto quando ela não conseguia mais segurá-las.

–Quando eu cheguei em Midtown, na primeira primeira vez que você falou comigo, você já sabia... -Ela disse secando o rosto.

–Eu queria saber se estava bem, eu não te conhecia, mas sabia que seu pai se importava com você... -Ele disse vacilante.

Aquelas palavras fizeram as mãos dela tremer.

–Então você se aproximou só para diminuir a culpa que estava assistindo? –Ela soou magoada, decepcionada.

Peter não tinha como negar por completo. O sentimento de culpa e responsabilidade o impulsionaram a se aproximar, mas a admiração e carinho foi o que fortaleceu a vontade de estar por perto dela.

–Eu não sabia como contar, mas eu estava planejando como fazer e como ajudar com o caso da Oscorp. -Ele disse desesperadamente querendo se aproximar dela, roçar as pontas do dedo na mão dela.

Mas Cassie estava magoada, muito distante mesmo estando no mesmo terraço que ele. O chão onde estavam sentados pareciam instável como uma corda bamba e o céu de Nova York não tinha estrelas naquela noite.

–Eu preciso do relatório. -Ela disse se levantando, não conseguia mais olhar no rosto de Peter naquele momento. –Não posso deixar que tratem a morte do meu pai como um acidente.

–Eu quero ajudar. -Peter disse olhando para o rosto dela sem esconder as próprias lágrimas.

Ela balançou a cabeça de forma negativa, devagar.

–Acho que tem coisas que ninguém pode ajudar. -Ela sussurrou de volta, os dedos colados no chão do terraço. –Por mais que eu prove que não foi um acidente e eu e Mike estaremos sem um guardião legal, ainda podem nos separar.

Peter piscou as lágrimas para longe tentando pensar direito.

–O que quer dizer? E sua madrasta?
–Ela foi embora assim que eu saí do hospital. -Cassie esticou a mão para alcança a máscara que tinha deixado de lado. –Eu e Mike estamos sozinhos há meses e ninguém pode saber se não vamos ser separados em abrigos.

Peter balançou a cabeça e se levantou.

–Meu Deus, Cassie. Meu Deus... -Ele sussurrou pensando no que poderiam fazer, mas a verdade era que nenhum menor de idade poderia fazer algo com aquilo.

–Peter, eu não tenho muito tempo até a assistência social tirar eu e Mike daqui. Eu preciso do relatório. –Ela disse colocando a máscara de volta. –Esse segredo não era só seu para você manter pra si.

–Eu sei. -Ele disse colocando a máscara de volta. –Eu guardei o arquivo no meu quarto. Quer carona?

–Definitivamente não. -Ela disse voltando para a beirada do terraço. –Eu vou pela sombra.

E Shadow Lynx saltou para as sombras das ruas de Nova York.

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