Os dias seguiram desagradáveis. Sua vontade de sair com os amigos era quase nula e bem evidente a cada: não, que ele dizia aos convites.

A manhã estava aconchegante, ensolarada, e a dias Alfonso não se sentia assim.

"Eu ia matar você!"

Aquelas palavras cortantes não saiam do seu pensamento. Jogando o livro que tinha nas mãos de lado, ele desistiu de ler. Sua concentração mais uma vez não estava presente. Todas se desviavam para as imagens dos beijos dados em Anahí no dia em que ele sentiu a morte de perto. Christopher interrompeu o vazio que estava no quarto quando entrou sentando-se ao lado do seu irmão. Ambos se ignoraram por alguns segundos até ele resolver falar.

Christopher: Porque não levanta e vai comer alguma coisa?

Alfonso: Estou sem fome.

Christopher: Uma coisa é você não querer falar sobre o que aconteceu para estar assim, outra é se matar - vendo que Alfonso pareceu não ouvir o que ele dizia. Christopher tentou apostar na única coisa que lhe veio à mente - Isso é por causa da, Anahí? - Alfonso o encarou de forma dura.

Alfonso: Só estou pensado em algumas coisas. Não tem relação com ela - ele mal podia pronunciar aquele nome sem sentir dor.

Christopher: Sabe uma coisa interessante... - Alfonso vou que o irmão parecia submergir em pensamentos - Eu estou muito interessado na Dulce.

Alfonso: Será que todos vocês resolveram se interessar pelas irmãs Portisavironni?!- contestou hostil. aquilo já se tornava repetitivo e assombroso demais para ele. - Existem várias outras mulheres, mais bonitas até. Willian namorando a tal Maite, agora você também vem com essas ideias.

Christopher: O que te aconteceu? Ficou tão nervoso por um simples comentário. E aliás, ela é muito bonita e interessante. Não vejo qual o problema de querer me envolver.

Alfonso: Isso já está ficando estranho. É coincidência demais.

Christopher: Deixa de paranoia. Dulce nem me dá atenção, ou demonstra interesse. O que é pior, porque faz tempo que não a vejo. Pode estará até me evitando.

Alfonso: Ela viajou. Por isso você não a viu mais - ele recordava bem da noite que Maite disse tê-la deixado no aeroporto.

Christopher: Como sabe disso?

Alfonso: Boatos. Eu ouvi falarem - ele queria despistar. O irmão não podia saber da visita que ele havia feito - Pode descer que eu já estou indo.

Christopher: Aplausos! Ele decidiu sair da caverna! – comemorou com gestos de alívio, o irmão respondeu revirando os olhos e ignorando - Boa sorte, por que o café quem está fazendo é o, William – aquela insinuação fez Alfonso sorrir.

Ele era péssimo quando o assunto era cozinha.

Christopher gargalhava enquanto falava do desprazer ao ingerir as panquecas com um gosto indefinido. Assim que Alfonso ficou sozinho, foi se banhar e trocar de roupa. Assim que desceu as escadas o cheiro da comida invadiu toda a casa. Ele imaginou de fato o que Christopher havia comentado " William está mesmo na cozinha". Puxando a expressão mais agradável que tinha para não dar na cara o odor nada agradável que sentia, foi na direção dele.

Willian: Alfonso! Então decidiu se levantar mais cedo hoje - ele usava um avental, que ia da cintura para baixo, a espátula que segurava estava coberta de óleo e restos de massa grudados.

Alfonso: Pois é...

Willian: O café já está na mesa, só falta as panquecas - Christopher que não resistiu ir até a cozinha ver a situação, chegou logo se sentando na mesa, abafando os risos.

Alfonso se sentou ao lado do irmão e ambos se aproximaram.

Alfonso: Nossa. O cheiro está péssimo! – sussurrou

Christopher: Nem pense em dizer isso, ele pode ficar decepcionado.

Alfonso: Ele não pode se decepcionar, mas eu posso morrer de infecção alimentar? - os dois sorriram da colocação.

Christopher: Tome bastante café, esse até que saiu bom. - E foi o que ele fez.

Alfonso: Liga a TV, Christopher, parece que a partida do nosso time começa às dez.

O irmão obedeceu. Assim que a TV foi ligada eles assistiam aos bastidores da partida que logo ia começar, quando o mesmo foi interrompido pelo som do plantão de notícias. Alfonso não gostava daquele som. Ninguém devia gostar. Sempre era alguma tragédia desagradável. Então apertou o botão do mudo.

Willian: Aqui está! Panquecas!

Quando ele as pôs na mesa, a "cremosidade" estava bem interessante. Christopher como era o menos controlado não aguentou os risos ao perceber o semblante de Alfonso mudar. William não entendia a situação, apenas olhava os dois de braços cruzados, acabando no riso igual a eles.

Era bom viver aquele clima descansado novamente.