Alfonso chegou até sua casa com uma violenta dor de cabeça. Todo o dilúvio que pegou estava começando a deixar suas sequelas. Assim que entrou na sala de estar, percebeu que William e Christopher estavam sentados, distraidamente, jogando videogame.

Por um curto segundo ele tentou ultrapassá-los antes de ser notado, mas foi sem sucesso.

William: Nossa cara... Você está um lixo! O que aconteceu? - Wiliam foi o primeiro a se manifestar. Porem, Alfonso não podia falar qualquer coisa que havia acontecido naquela noite.

Seria arriscado mais alguém se envolver.

Alfonso: Nada demais - mentiu - O carro deu um probleminha no meio do caminho, então tive que descer e concertar.

Christopher: Porque não ligou? Podíamos ter ajudado.

Alfonso: Era simples, e já está tudo resolvido. Agora eu vou para o meu quarto... - antes de terminar a fala completa, ele deu um espirro sugestivo de resfriado.

William: Sobe um pouco. Depois eu levo algum remédio pra você - agradecendo, Alfonso subiu.

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O banho quente na banheira ajudou a relaxar todos os músculos tensos dele. Alfonso experimentou a dor latejante quando tentou esfregar os braços, recordando logo da força que Anahí fez sobre os seus pulsos. Ele analisou as marcas roxas sobre sua pele, pensando no dia em que ela o jogou contra o chão com a mesma intensidade: "Como não desconfiei logo ali?" se repreendeu.

Cerrando os olhos, a lembrança do beijo o fez rir. Tudo parecia uma alucinação estranha. As suas crenças de infância agora eram reais. Como ele poderia acreditar? Tudo era surreal demais para ser verdade.

Logo após o banho ele se trocou pondo uma calça confortável de dormir, e uma blusa de manga longa, a fim se cobrir as marcas que ainda estavam bem visíveis, e que possivelmente iam ficar piores.

Enquanto arrumava o cabelo na imagem de frente ao espelho, ele pôde ouvir o soar da porta batendo. Antes que pudesse perguntar quem era, o homem de voz forte se manifestou.

Willian: Sou eu. Posso entrar?

Alfonso: Entra.

William entrou com uma sacola na mão, e nela estava exposta a logomarca de uma farmácia.

William: Pronto. Fui até a esquina comprar esses remédios. Tem para dor, febre, resfriado, gripe... - Enquanto falava ele conferia tudo que tinha comprado, jogando na cama.

Alfonso: Obrigado pelos remédios. Depois nos acertamos.

Willian: Esqueça isso. Mas mudando de assunto... Acho que vou começar a concordar com você.

Alfonso: A que se refere? – perguntou observando a sacola, abismado. "ele comprou a farmácia toda?".

Willian: Sobre as irmãs... - Alfonso soltou a sacola de imediato assim que ouviu. Fitando o amigo que falava distraído, ele esperou apreensivo – Maite e eu nos demos muito bem e acho que dessa vez vou parar de me divertir e focar em algo sério com ela.

Maite... Ele não sabia da condição do restante das irmãs e nem perguntou isso a Anahí "E se fossem como ela?" receou.

Alfonso: Como assim? O que rolou entre vocês? Ficaram sozinhos? - Sem perceber ele fez uma dúzia de perguntas seguidas, deixando William incomodado.

William: Calma. Está se mostrando muito curioso, meu amigo - disse gargalhando - Por enquanto só rolou beijos. Ela é incrível cara... Tão meiga e doce.

Alfonso: Eu não acho uma boa ideia. Você nem sabe quem ela é, e chegamos a poucos dias aqui.

Willian: Espera um pouco. O que você está insinuando?

Alfonso: Nada, só estou prevenindo.

William: Você nem pode falar muito. Fixou-se na tal "Anahí de olhos azuis, e não vermelhos" Alucinando. O que sabe dela?

Alfonso: Tem razão, eu não sei nada, por isso fiz o comentário. Mas tudo bem, faça o que quiser.

Willian se levantou e olhou confuso para Alfonso. Ele estava estranho, mas decidiu não importunar o amigo com o assunto.

William: Vou voltar ao jogo. Qualquer coisa chama lá em baixo. - Assentindo em resposta, ele voltou a ficar sozinho.

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Sem mal se dar conta, Anahí já não pertencia completamente ao seu presente.

A sua mente viajava ao passado e recordava os momentos desde que conheceu Alfonso, até o ultimo momento. Aquela viagem ao passado que acabara de iniciar começava a afastá-la demais do seu mundo real, e ela não ansiava continuar, então, decidiu interrompê-la a si mesma para em fim terminar o banho.