As cenas se passaram em câmera lenta. A descoberta fez as irmãs Portisavirroni entrarem em desespero. Como podia ser? O homem que Nora ajudou, a quem ela abriu as portas de sua casa, oferecendo lar, cômodos, comida. Elas o consideravam da família mesmo sendo por diversas vezes "o estranho". Sem poder refletir, ele as atacou. A elas e ao restante que estava por lá. Anahí viu Aysla cair com os trajes danificados pela briga. Dulce lutava vigorosamente, parecendo inútil a cada movimento que Silas fazia contra ela. William já não lutava, um golpe acertou sua perna fazendo-o suportar a dor de não conseguir andar enquanto Maite tentava proteger o seu amado. A vampira se sentia inútil por estar largada num canto afastado, onde Dulce a colocou para protegê-la. Assisti-los de "camarote" se sacrificando por seus próprios motivos. Ela tentou se levantar duas vezes, mas sempre ia ao chão. De cabeça baixa, duas lágrimas se expuseram pondo fim a sua resistência. A sensação de alguém se aproximar, a fez se mover para trás em defesa, até ver que era Edward.

Edward: Venha comigo! Eu te salvo. - ele ofereceu sua mão, mas ela o afastou.

Anahí: Não quero sua ajuda! Você está com ele, eu sei que está.- ela não pôde mais se manter firme na posição. A abstinência de sangue já havia se alastrado por todo seu corpo.

Edward a pegou no colo correndo para o mais longe que pudesse. Protegendo-se. Anahí não tinha vigor para se debater muito menos lança-lo longe dela. A vampira apenas fechou os olhos deixando ser levada pelo homem de pele pálida.

Quando tornou do curto desmaio em esgotamento, Edward já havia parado de correr e agora ela parecia vasculhava algo dentro de uma mochila, prestes a entregar para ela.

Edward: Pegue - ele ofereceu uma bolsa de sangue. Anahí a agarrou as pressas pondo-a na boca. Detonando em segundos. A cada gole, ela respirava aliviada por sua satisfação. Quando ia passar para a próxima ele a conteve fazendo seus olhares se cruzarem. Anahí ia se pronunciar, mas ele a abordou - Gostou desse sangue? Quer mais? - como um animal ela acenou positivamente - Vou te dar - ele afirmou, levando-a novamente para longe.

Aquele interior já lhe era familiar.

O casebre onde Maite ficou aprisionada não lhe trazia boas lembranças. Edward segurou os braços da vampira, a conduzindo até o porão, mas antes de chegar perto da porta o olfato de Anahí foi invadido pelo odor de um certo alguém, a quem ela conhecia bem, só que algo a deixou intrigada.

Não era só o cheiro que estava forte, mas a vampira também conseguiu salivar como se reconhecesse o sabor. Ela deu um passo para trás prestes a protestar, mas Edward se firmou com mais forca em seus braços fazendo-a voltar para onde estava.

Anahí: Seu desgraçado! - gritou inconformada - Era o sangue dele. Você me deu o sangue dele!

Numa gargalhada, Edward terminou de descer as escadas fazendo os olhos verdes e vermelhos se entreolharem, fixamente, num encontro impactante. Alfonso se levantou pela metade, ficando apenas de joelhos, ainda descrente da visão que estava a sua frente. Ao descer o último degrau, Anahí se paralisou. Ele estava com marcas por todo o corpo "mordidas", e em cada uma delas escorria uma pequena quantidade de sangue. Alfonso não estava muito diferente da vampira, que também se encontrava suja da mesma forma, porém, isso não o afetava ao contrário dela.

"Alfonso não podia me devorar, mas eu sim a ele... E eu queria muito isso".

Edward: Lembra-se do que conversamos Alfonso? Pois é. Mudança de planos. Vai ser Anahí que fará o meu serviço - ela permaneceu calada, segurando a sua ânsia de atacá-lo com respirações que faziam seu peito se distenderem em total amplitude - Ela vai sugá-lo até a última gota, e quando isso acontecer, eu volto para terminar o ritual - ele beijou a cabeça da vampira provando o quanto ela estava em choque, que nem ao menos se esquivou. Ao som da porta se fechando, junto da tranca, ela acompanhou fechando os olhos apertando-os.

"Eu previa o que ia acontecer... Eu ia mata-lo e não haveria forma de evitar aquilo".

Alfonso: Anahí. Diga alguma coisa - ele a olhou esperando por respostas, mas o único que recebeu foi o olhar completamente vermelho dela a lhe encarar.

Anahí: Não fale comigo. Aquele infeliz... - a vampira se jogou de joelhos ao chão, chorando em saber que não ia demorar muito para seu alto controle se ir de vez, fazendo-a matá-lo em segundos - Não vou conseguir evitar. Me perdoe - seus gemidos e soluços eram o único som ouvido naquelas paredes abafadas.