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Limpando a bagunça


As manhãs da pequena cidade de Punckley eram bem diferentes da noite. As pessoas transitavam despreocupadas, uns indos para o trabalho, crianças para as creches e escolas. O mercado abria para os fregueses frenéticos. Tudo estava como todos os dias.
Alfonso se acordou com o som da janela batendo, junto da forte luz que refletia em seu rosto. Ele olhou para o lado já imaginado o óbvio.

Estava sozinho.

Levantou-se e foi verificar a sacada "ela deve ter saído por aqui" pensando nisso, ele sorriu sarcástico. Aquilo era engraçado só de imaginar "uma vampira" no que ele havia se metido a final. Ainda estava sonolento demais para raciocinar. Foi em direção ao banheiro fazer sua higiene a pessoal e durante o banho suas costas ardiam com o bater da água. Ele saiu e foi se olhar no espelho, pôde ver as marcas de unhas que ela teria lhe deixado de brinde. Já bem desperto, ele voltou para onde estava. Com a sonolência Alfonso nem percebeu a situação do cômodo ao lado.

O quarto estava totalmente destruído.

Sua cama então, nem se podia imaginar. A madeira estava danificada, havia restos de tecidos jogados pelo chão, que ele se ocupou em identificar o que eram suas roupas, colchas e lençóis de cama. Alfonso não continha as risadas de satisfação. Nem podia imaginar algo semelhante aquilo acontecer na sua vida. Eles fizeram amor bem ali, durante toda a noite. Agora sim ele podia se considerar um homem apaixonado de corpo e alma por uma louca.

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Anahí dormiu por horas, se levantando apenas na hora do almoço. Estar com Alfonso a desgastou bastante, principalmente por controlar com ele todo o seu poder. Maite estava comendo quando ela entrou na cozinha de baby-doll, pegando uma garrafa de água. As duas mal conversaram. O som se passos pesados se aproximou do local dando espaço à voz inconfundível de Dulce. Ela dizia algo para Silas, impossível de ouvir mesmo com a sua audição apurada.

As duas se puseram de pé se entreolhando "ela não avisou vinha hoje!" era o que ambas pensavam. A fada apareceu usando um vestido comprido, com umas estampas étnicas, de costas nuas.

Dulce: Boa tarde... E bom dia para alguns - disse notando a vestimenta de Anahí.

Maite: Porque não avisou que vinha! - ela a abraçou em cumprimento. Anahí continuou bebendo sua água sem dizer nada.

Dulce: E você Anahí. Como está?

Anahí: Bem. E sem informações - exclamou antes de deixar o copo sobre a mesa e sair para a sala.

Dulce: Vejo que as coisas continuam as mesmas por aqui.

Maite: Ela acabou de acordar. Ignore - Dulce se recordou do que a tia havia lhe dito. Ela sorriu para May e foi atrás da irmã.

Dulce: Vou me acomodar e já venho comer com você - May assentiu e voltou a se sentar para esperar a irmã.

Dulce apressou os passos para alcançar Anahí, e por sorte, encontrou a vampira ainda subia as escadas. Ela gritou por seu nome fazendo ela se virar para olhar a insistência da irmã.

Dulce: Venha comigo - ela a chamou indo em direção ao corredor que levava a biblioteca de Nora.

Não muito contente Anahí a acompanhou.

Anahí: Para quê me chamou aqui?

Dulce: Queria justificar por que não mandei notícias como havia prometido.

Anahí: Não precisa. Que diferença faz agora.

Dulce: Mesmo que não queira saber, vou falar - Dulce vasculhou as estantes em busca do El kalypto, quando ela achou, se sentou à mesa que havia lá e começou a mexer nas páginas.

Anahí: Não vai achar nada demais ai. Eu já li grande parte e não têm nada... - antes de terminar, ela foi interrompida por Dulce, que pausou numa página cheia de símbolos.

Dulce: Aqui está! - ela abriu o livro e se levantou.

Pondo suas mãos sobre a página, de olhos fechados, ela começou a repetir várias palavras estranhas que pareciam em latim. Toda a extensão do local começou a ventar repentinamente e os objetos da mesa levitaram ao redor da fada. não entendia nada, apenas se firmou no chão.

Quando acabou a pronuncia, tudo voltou ao seu lugar. Fazendo Dulce abrir os olhos. Anahí a encarava pasma e confusa.

Anahí: O que aconteceu aqui?

Dulce: Eu aprendi isso escondido da nossa tia. Por isso demorei mais.

Anahí: O que exatamente significa "isso". É bruxaria?

Dulce: Não. Eu apenas ampliei meus poderes.

Como demonstração, Dulce olhou uma pequena escultura em madeira, mirando sua mão. Isso a fez levitar. Ela direcionou o objeto para todos os lugares do cômodo, pegando impulso ela o jogou de uma só vez contra a parede, partindo o em pedaços. Ela sorria incrédula do que acabara de fazer.

Anahí: Em quê isso te justifica?

Dulce: Me ocupei demais, e antes que me condene, eu também trago notícias da nossa mãe.

Anahí: Perfeito! O que descobriu?

Dulce: Que somente você pode saber o que houve com ela. Tem que ampliar os seus poderes de: guardar pensamentos, para adquirir memórias instantâneas apenas chegando num local. Entende?

Anahí: Isso significa que eu não vou apenas precisar sugar para me apossar das memórias, mas também vou poder tê-las só de chegar a qualquer local e pensar na pessoa?

Dulce: Isso mesmo. Mas vai requerer muita concentração e dedicação para focar em alguém, no caso nossa mãe.

Anahí: Eu consigo. Pode ampliar agora?

Dulce se calou por alguns minutos, se sentando. Ela pôs as mãos cruzadas como que se analisasse as palavras.

Dulce: Esse é o problema. Existe um... Porém.

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