Hora da verdade
Anahí voltou ao quarto jogando no chão tudo o que via pela frente. Ela chorava sentindo ódio do que era. Não podia se relacionar com ninguém, sem matá-lo, como se esquecer da sua primeira vez? Nem podia sequer lembrar. Suas mãos seguravam seus cabelos, em fúria e desespero, nunca havia saído do controle daquela forma "Se Dulce não vai me ajudar, eu faço isso sozinha".
Ela se pôs sentada de frente a janela, pronta para sair, mas pensou algumas vezes antes de fazê-lo, então decidiu fecha-la novamente "Vou dormir".
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{ A alguns quilômetros de Pluckley }
Xxxx: O que tem para me falar. Sabe que horas são?
Xxxx: Me desculpe, mas trago uma boa notícia – O homem sorriu de canto alegre com o que estava prestes a dizer - Eu encontrei sua filha - A mulher o olhou incrédula com as mãos sobre o rosto.
Xxxx: Como? Onde? Se isso for uma brincadeira...
Xxxx: Não! É verdade. Eu não sei como, mas ela quebrou a barreira de ocultismo e eu pude senti-la, então fui atrás.
Xxxx: Então vamos busca-la já!
Xxxx: Temos que ter calma. Eu mais do que ninguém quero Anahí perto. Mas vou me aproximar dela como tem que ser - os olhos dele brilhavam de desejo.
Ela se tornou mais bonita do que ele pudesse imaginar...
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Na segunda, Alfonso se arrumava frente ao espelho tentando entender porque não conseguiu falar com Anahí. Decidiu não ir até a casa dela, pois podia ser desesperado e incômodo demais para um primeiro contato "vamos nos ver hoje mesmo", já pronto ele pegou o carro e foi até a universidade.
As aulas pareciam sem fim, seu corpo até podia estar lá, mas sua mente ia longe. O professor parecia falar na língua mais complicada de todas. Terminado o assunto todos foram liberados.
No pátio central os seus olhos percorreram tudo, mas nem sinal dela. Ele então decidiu ir em direção ao corredor onde ela estudava. Agora sim, pôde ver a imagem de Anahí sentada, olhando o nada. Parecia bem distraída "Será que vou até lá?" se perguntou por várias vezes até enfim ir. Ela se levantou antes dele chegar e aquilo fez Alfonso parar no meio do caminho, já que ela vinha em sua direção. O sorriso que estava no seu rosto, era o mais idiota possível, se repreendeu por agir daquela maneira inconscientemente. Mas para sua surpresa ela simplesmente passou, nem se quer olhou para os lados ou para ele. O ignorou da pior forma possível. O sorriso de antes tinha sumido, dando espaço para a raiva.
Alfonso já estava cansado demais com todo aquele jogo e disposto a tirar tudo a limpo ele assumiu um semblante nada agradável e foi atrás dela, segurando seu braço assim que pôde, fazendo a vampira parar seus passos. Anahí não se virou, pois já sabia de quem se tratava e aquilo doía demais só de imaginar o que iria prosseguir.
Alfonso: Acredito que tenha me visto Anahí.
Anahí: Sim. Eu vi.
Alfonso: O que está acontecendo?
Anahí: Nada - ela puxou seu braço de volta tentando ser o mais discreta possível.
Não admitindo uma nova distância entre eles, Alfonso a segurou pela cintura com toda a força arrastando a vampira para um canto escondido no meio de duas colunas.
Alfonso: Você poderia me explicar porque está agindo assim?
Obtendo força de todos os lados ela se firmou no chão e pronunciou a sua triste decisão, sem rodeios.
Anahí: Acho melhor esquecermos a noite de sábado, aquilo foi um erro e não vai mais se repetir - O olhar dele simplesmente pausou sobre ela. Um mar de sensações, entre a maioria, ruins, o consumiu por dentro fazendo a sua única parte racional se esvaziar.
Ele estava desiludido e aborrecido com toda aquela situação...
Alfonso: Sabe qual foi o pior erro? Eu ter acreditado em você - Disse com um sorriso de dor - Meus parabéns, você é uma ótima atriz - ele levantou e bateu palmas para ela, fazendo com que ela colocasse uma das mãos sobre a boca a fim de abafar um soluço em choro - Me fez crer que sentia alguma coisa por mim.
Anahí: Não é isso...
Alfonso: Então o que é? Me diz, porque eu não sei mais o que pensar... Eu não sei quem é você, ou o que pensa, ou o que sente!
Anahí: Eu não queria te magoar, mas as coisas são complicadas demais.
Alfonso: Tem razão, são mesmo. Você é uma vampira, e eu, um imbecil - sem mais conseguir segurar a lágrima que escorreu dos seus olhos, ele baixou a cabeça e as limpou.
Em negação ele saiu da frente dela, mas Anahí segurou o braço dele o impedindo por um segundo.
Anahí: Alfonso... Eu.
Alfonso: Me deixa - disse num grito agressivo, que a fez recusar receosa já não controlando as lágrimas - Dessa vez sou eu que peço Anahí. Me deixa em paz. - ele mal conseguia abrir os olhos - E Pode ficar tranquila com o seu segredo e com o sábado. Já esqueci - completando, ele foi embora, mas desta foi sem impedimentos.
A vampira pôs a mão frente ao corpo como se quisesse pegá-lo no ar. Encostando a testa na parede ela caiu em choro e soluçou com o engasgo da sua amargura. Sua respiração estava por um fio agonizante, ela sentia dor, muita dor...
Alfonso andou o mais rápido que pôde, esbarrado em quem vinha a sua frente. Os olhares confusos não lhe importavam, ele só queria sair dali o mais rápido. Várias imagens ruins lhe vieram na mente.
Pessoas mortas, onde Anahí e estava em cima delas, coberta de sangue. Não sabia por que estava pensando nisso, era como se quisesse provar a si mesmo que era melhor manter distância dela. Definitivamente ele sabia que tinham fundamentos os seus medos de criança. "Vampiros existem e nos sugam a alma, as conquistas e a paz", ela o havia sugado mesmo sem tocar no seu sangue.
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Anahí não podia mais enfraquecer ou esquecer-se do seu objetivo. Nora era o que importava nesse momento e ninguém mais.
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