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Apenas uma visita

Estática, segurando a porta, ela não teve como se mover.

Eles se entreolharam por alguns segundos, ambos calados e entorpecidos, pareciam compartilhar da mesma aflição. Alfonso não sabia exatamente o que lhe fez tomar aquela atitude, mas estava disposto a descobrir.
O corpo da vampira, contudo, começava a dar sinais de perigo.

Tirando as mãos da fechadura, Anahí se virou de costas e começou a andar em direção a sala. Ela precisava se afastar mais.

Anahí: O que veio fazer aqui? Já não estamos resolvidos?

Alfonso: Preciso falar com você –Mal dava para escutar sua voz.

Anahí: Falar o que? - ela continuava andando, tentando ignorar Alfonso, mas ela ainda a seguia.

Alfonso: Você poderia parar de andar e conversar comigo?

detendo-se de repente, Anahí respirou fundo, preocupada.

Anahí: Se for para falar sobre nós dois, eu...

Alfonso: Não é isso – interrompeu fazendo o semblante dela se franzir enquanto se virava para olha-lo.

Anahí: Então, sobre o que é?

Alfonso: Eu quero que você me fale tudo.

Anahí: O que seria esse tudo?

Alfonso: Quem são vocês? O que você é? Eu preciso saber a verdade.

Anahí: Calminha aí. Você não está em posição de exigir nada - contestou ela - Invadiu a minha casa a essas horas para fazer uma investigação?

Alfonso: Eu tenho esse direito! Meu amigo William quer algo sério com a sua irmã e eu preciso saber o que são vocês!

Anahí: Como assim 'O que são vocês' - soltando o ar, Alfonso tentou manter os ânimos.

Alfonso: Desculpe, não quis ser rude. Só preciso que me responda. Elas são iguais a você? - Anahí o olhou imparcial.

Anahí: Não. Pode ficar tranquilo. Digamos que eu seja a mais, perigosa - Alfonso engoliu em seco, se recordando de algumas horas atrás quando ela o intimidou como uma presa vulnerável.

Alfonso: E você.. Já pesou no que eu te propus?

Anahí: Você disse que esse assunto não seria sobre nós - repeliu furiosa, mas ele se aproximou dela, deixando manifesta a sua respiração apressada.

Alfonso: Me deixe te ajudar Anahí.

Anahí: Eu não quero e nem pedi a sua ajuda.

Ele a pegou pelos punhos, colocando seu pescoço a vista, em doação, inteiramente entregue. Anahí ficou sem entender onde ele queria chegar com todo aquele descuido, mas se a intenção era desestabilizá-la aquilo começou a acontecer. Seu desejo de fazê-lo seu e de matar a sua sede pôs-se evidente. Os olhos azuis rapidamente ficaram vermelhos e suas presas expostas. Era tentador demais.
Anahí se desprendeu com uma força brutal, segurando os ombros dele com firmeza não mais resistindo fincar suas unhas. Ela o ansiava arduamente, mas dentro de si algo não conseguia feri-lo. Não podia.

O empurrando para longe, ela pôs as mãos sobre o rosto, tentando se recompor. Não ficar mais visível. Relutar aquele desejo fazia sua pele arder, queimar. Seus lábios se apertaram para abafar o gemido de dor.

Alfonso: Você percebe? Não pode me fazer mal, mesmo que queira. Eu sou o único que pode te ajudar.

Anahí: Você está achando que isso é uma brincadeira? - ela o evitou amedrontada.

Alfonso: Claro que não.

Anahí: Eu sou uma vampira! - gritou, odiando a sua maldição, como nunca antes. Alfonso pôde sentir a angústia que saía na sua voz - Eu sou perigosa, sou um risco pra você. Como tem coragem de vir na minha casa a essa hora? Não entende nada!

Alfonso: Sabe o que não entendo? - angustiado, voltou para o lado dela - Como eu pude me apaixonar por você - Anahí endureceu seu corpo.

Aquelas palavras lhe adentraram como espinhos de prata. O homem que ela tinha se apaixonado a correspondia, mas era impossível.

Anahí: Sai daqui.

Alfonso: Não – negou.

Anahí: Eu mandei sair!

Alfonso: E eu disse que não! – a exaltação dela não pareceu incomodá-lo - Eu não vou te deixar sozinha. Mesmo contra a sua vontade.

Anahí: Não sou nenhuma criança para você decidir por mim.

Alfonso: Se não é, pare de agir feito uma. Aceite o que está acontecendo.

Apesar de saber que o "ser" que estava a sua frente era perigoso e mortal para ele, Alfonso a queria perto. Não tinha culpa dos sentimentos que ela lhe despertava. Era incontrolável.

Anahí: Eu sinceramente não pretendo continuar essa discussão sem fundamentos.

Alfonso: Anahí, Não vou sair.

Quando ela estava prestes a expulsa-lo, por mal, Maite adentrou empurrando a porta, distraída com seus fones de ouvido, no entanto logo percebeu a presença dos dois.

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