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Epílogo

5 anos depois

Eu voltei. Consegui voltar certinho no dia da formatura do Daniel. Não tinha muitas horas para ficar dessa vez, mas daria tempo de assistir um pouco da cerimônia de colação de grau do meu amigo, abraçá-lo e ainda fazer outra coisa que tinha me feito voltar. Pelo menos era o que eu esperava.

Porque uma coisa que me incomodava bastante era não ter conseguido me despedir pessoalmente do Dani. Ele tinha sido uma pessoa muito importante na minha vida, e parte de quem sou agora eu devo a ele. Devo muito ao nosso convívio. Então eu organizei expedições em busca do minério. E o Logan foi comigo.

Claro que eu nunca seria uma princesa normal e submissa. Afinal, eu tinha o sangue guerreiro correndo nas minhas veias. E o Logan era igual. Às vezes, ele queria me demover da ideia de organizar expedições. Mas além de buscar o minério raro eu queria ajudar a salvar o planeta. A maior parte do solo antes fértil tinha se tornado sem vida, plantas tinham morrido. Então estávamos bolando estratégias para que o solo voltasse a viver. Para que as pessoas pudessem sair da cidade artificial e voltassem para as suas casas abandonadas há mais de vinte anos.

Só que algo perto de 80% da população tinha morrido e isso era muita coisa. Eu tinha perdido meus tios e alguns primos, além do meu irmão. Só que agora era possível fazer o planeta voltar à vida.

Eu era teimosa e, quando colocava uma coisa na cabeça, ia até o fim. E o Logan era meio assim também. E ele era inteligente, o meu noivo, pelo menos ficamos noivos logo que voltamos para casa. Ele bolou estratégias de irrigação e de desvio de água junto com outras pessoas para tornar a vida fora da cidade artificial possível. E eu organizava expedições em busca de vegetações sobreviventes e de sementes. E com água e sementes, entre outras coisas, o planeta foi voltando a ser verde e a dar frutos.

Falando em frutos, eu e o Logan temos uma filha agora. E eu, é claro, aprendi a conviver com crianças. E isso começou um ano depois de eu ter voltado, com o meu afilhado, filho do meu irmão Madox que nasceu meses depois do casamento. Falando no meu irmão, ele é uma figura. Muito engraçado. Pena que às vezes me irrita querendo mandar em mim. Quando uma expedição é muito longe e arriscada, por exemplo, ele pensa que vai conseguir me deixar em casa. Até parece!

Bom, a única pessoa que me fez ser menos aventureira foi a minha filha. Depois que ela nasceu, há um ano e três meses, eu fiquei um pouco mais medrosa. Tenho receio de deixá-la, já que ela não pode ir às expedições comigo. Então me limitei a cuidar do meu próprio jardim sempre com ela por perto. Pelo menos até ela crescer um pouco mais.

Agora algumas pessoas começaram a sair da cidade artificial, cada uma ganhou uma das antigas casas, as que estavam em melhores condições, e cada uma tem um enorme terreno para plantar. A gente precisa de árvores, de vegetais, de frutas. Aliás, elas não são iguais as da Terra, onde eu morei por 19 anos, e algumas frutas, por exemplo, são melhores e outras piores. Como a semente de Abianto que eu plantei e que é uma delícia. Minha filha ama o mingau.

Aqui não há brócolis, coisa que eu detestava, mas há outras parecidas. Só que agora que eu virei mãe tenho que dar exemplo para a minha pequena e estou até aprendendo a comer coisas saudáveis.

E tem a minha avó, que é uma das minhas pessoas preferidas. Ela se recuperou da doença que quase a tirou de nós assim que chegamos. Mas hoje ela está firme e forte, e faz sobremesas melhores do que as que eu jamais pensei em fazer. Aqui eu quase abandonei o meu lado de confeiteira, tenho coisas mais importantes para fazer, exceto pelas vezes que eu me aventuro na cozinha com a minha avó. E aqui há o Vertigo, que a gente usa nos doces, e que consegue ser ainda melhor do que chocolate. Algo que eu nunca pensei ser possível.

Quando acaba a cerimônia de formatura do Dani, eu tenho que secar as lágrimas que escorrem do canto dos meus olhos. Uma coisa que eu também fiquei depois que virei mãe foi mais emotiva. É, o meu lado choraminguento em alguns momentos fica acentuado. O que é meio chato, mas eu não fico mais segurando as lágrimas. Percebi que chorar às vezes faz bem.

E o meu amigo, aquele pirralho que eu vi crescer e que se tornou homem junto comigo, agora é médico. Isso é emocionante! E o mais engraçado é que ele deu um discurso e disse que vai ser cirurgião, vai ver superou o seu problema com sangue. Ah, e teve o que me fez chorar, no discurso... Ele falou em mim. Ele dedicou o diploma dele, entre outras pessoas, a mim. Porque apesar de ter se passado cinco anos ele também não me esqueceu.

Por isso, eu fico muito feliz por ter finalmente conseguido voltar. Na verdade, eu encontrei o minério para poder ver o Dani assim que eu descobri que estava grávida. Quando já estava casada com o Logan, a gente se casou mesmo quando eu fiz 21 anos e foi por livre arbítrio e não por imposição. Aliás, estamos juntos há cinco anos e eu ainda sou louca por ele e acho que isso não vai mudar até o fim da minha vida.

Falando nisso, aqui as pessoas são menos reprimidas sexualmente. O sexo não é um tabu e a pessoa não é julgada por ter vários parceiros, ou por usar decotes e saias curtas. Só que quando a gente se apaixona não existe infidelidade, e as pessoas respeitam isso. Tipo ninguém dá em cima de mim nem do Logan porque sabem que seria perda de tempo porque a gente se pertence.

Mas quando uma pessoa fica viúva, por exemplo, ninguém julga se o período de luto é substituído por sexo. Porque é uma forma de fazer a dor passar. Acho que por isso o Logan nunca mais tocou no assunto de eu ter transado com outros caras para fazer a minha dor passar. Porque realmente não faz diferença.

Então, como eu estava dizendo... eu encontrei o minério para ver o Dani assim que descobri a minha gravidez. Daí eu deixei de lado a ideia de voltar e curti a minha barriga e a minha filha que crescia. Aliás, eu só soube que era uma menina quando ela nasceu. Aqui não fazemos questão de saber o sexo antes e todos os bebês têm sua primeira roupa branca. E eu nunca quis vestir a minha filha de rosa, como é comum na Terra.

Aliás, queria colocar o nome dela de Snow, como é o nome em inglês da Branca de neve: Snow White. Só que como não existe a Branca de neve por aqui achei que ficaria estranho. Afinal, ela tem a minha pele branca e os cabelos e olhos escuros do Logan, então me lembra da princesa. E a minha filha é a coisa mais linda do mundo.

Mas acabei chamando de Prímula, com apelido de Pim. Essa foi a primeira flor que nasceu no meu jardim, vinda de uma das sementes que a minha mãe trouxe da Terra e que vingou ainda na cidade artificial em uma das estufas. E uma das primeiras prímulas que abriu na minha casa era branca, e eu a achei linda. Talvez por ser a primeira essa flor me encantou. Hoje em dia o meu jardim está repleto de flores, de vegetais e de árvores ainda brotando.

É, nosso planeta está voltando à vida e a comida não é mais racionada. Há até peixes nos rios e os animais antes presos na cidade artificiais, onde eram feitas suas reproduções, tudo assistido e controlado, estão podendo voltar ao ar livre, tal como era antes de eu nascer.

E isso foi mais uma coisa que estimulou a voltar. Além de falar com o Daniel, de quem eu nunca pude me despedir, eu queria buscar o meu cachorro, agora que animais de estimação serão liberados. Quero dizer, ninguém falou nada em animais de estimações, mas o meu vai ser o primeiro e quero ver alguém reclamar. Essa é uma das vantagens de estar casada com o futuro rei. Tenho alguns privilégios. Por enquanto, quem está no comando é o avô do Logan, que forte como é acho que vai ter vários anos de vida ainda.

Quando eu decidi voltar, logicamente não poderia deixar nem o Logan, nem a minha filha, para trás. Porque se algo desse errado eu nunca poderia ficar longe deles. Mesmo sabendo que dessa vez não havia esse risco, era o que me afirmavam, eu não podia vir sem os dois.

Agora estamos aqui, os três. Eu esperei a cerimônia do Dani terminar e fui atrás dele. A entrada ali não era permitida, mas não havia ninguém para me barrar. E eu ainda era boa nisso, em rastrear alguém quando eu queria encontrá-lo. E era o que eu estava fazendo agora. Eu queria ver o Dani antes dele encontrar as outras pessoas. Tipo os pais dele. Não que eu não quisesse vê-los, eu queria sim, apenas não saberia como explicar o meu sumiço de anos de uma forma que eles acreditassem. Era complicado. Acho que só o Dani entenderia mesmo.

Mas vim sozinha. O Logan e a Pim ficaram em uma parte ao ar livre, onde a minha filha podia correr um pouco, já que ela não gostava de ficar muito tempo no colo. Ela nessa idade já era cheia de vontades mesmo tendo aprendido a caminhar há poucos meses.

– Lila? – o Dani estranha ao me ver. Podem ter se passado cinco anos, mas sabia que ele me reconheceria. Ele não mudou nada, já eu mudei mais.

Eu ganhei um pouco mais de corpo, o que foi bom porque sempre fui magra, uma magra com um pouco de seios, pelo menos. E meus cabelos estão mais longos. A atmosfera do meu planeta fez bem para os meus cabelos, que agora formam cachos bonitos nas pontas sem que em tenha que me esforçar muito, já que nunca tive muita paciência para maquiagens, cuidados com os cabelos e afins. Acho que os produtos que usamos para usar nos cabelos também são melhores dos que os daqui, o que ajuda bastante.

Já o Dani quase não mudou. Ele continua lindo, e em seus rostos surgem pequenas covinhas junto com o seu sorriso. Eu fico feliz por vê-lo, e sorrio também.

– Oi! – eu digo, ao me aproximar dele. Ao fundo os colegas se abraçam, numa algazarra só. Ninguém ainda foi liberado para sair e eu sei que sou a única intrusa. Mas ninguém está prestando atenção em mim além do Dani. Eu não digo mais do que oi, porque o Dani está chocado demais para se mover, então eu rompo o espaço entre nós e o abraço. – Que saudades! – eu falo, e sei que estou emocionada.

Se eu não me cuidar posso chorar de novo. O problema é que eu tenho tanto para dizer que não quero desperdiçar meu tempo com lágrimas.

– Não acredito! – ele diz, e parece todo atrapalhado, apesar de feliz. – Como você...?

– Eu não perderia isso por nada. – eu falo, enquanto encerramos o abraço e ele me analisa agora. O sorriso não deixa o rosto dele, assim como não deixa o meu. – O meu irmão é meio crânio e conseguiu acessar a internet daqui. Não o suficiente para eu conseguir mandar um e-mail, mas para eu poder acessar alguns dados e saber o dia da tua formatura.

– O Madox? – ele pergunta e parece um pouco confuso. Expliquei tudo para ele na carta que eu deixei, o que o Logan tinha me dito antes da gente ir embora. – E ele é legal?

– É sim. Muito legal! E tem a minha avó, que é muito legal também! Eu agora tenho a minha casa, que é uma das mais bonitas da nova cidade, onde eu moro com o meu marido, o Logan que você conheceu. Ah, e tenho a Pim!

– Ah... – ele parece mais confuso ainda. Mas eu não o deixo falar muito.

– As coisas estão melhorando agora! E foi por isso que eu voltei! Porque eu precisava te ver, e me despedir de forma apropriada, e porque eu precisava buscar o meu cachorro. Você cuidou dele, não foi?

– Do Alison?

– De quem?

– Esse não era o nome do teu cachorro? Sim, a gente cuidou dele. Ele foi morar conosco no mesmo dia que você foi embora.

– O nome do meu cachorro era Alison? – eu pergunto confusa. Então lembro que era sim, foi o nome que eu e o Dani escolhemos juntos quando tínhamos quatorze anos. Só que como eu sempre o chamava de cachorro, tal como os meus pais faziam, eu tinha me esquecido.

– Era Alison. – ele explica e então o sorriso some de seu rosto. – Só que... eu sinto muito, Lila. Se você voltou por ele, porque ele morreu. Faz um ano.

– Oh! – eu me sinto triste. Pelas minhas contas o meu cachorro teria dez anos de idade agora, o que me levava a crer que ele teria mais alguns anos de vida. Então eu não esperava por isso.

Logo o Daniel parece pensar em algo, pois seu rosto de ilumina.

– Vocês vão na minha recepção de formatura agora? – ele pergunta – Vou receber alguns convidados em um restaurante.

– Não podemos. Vamos ficar só mais meia hora.

– Tão rápido? – ele parece decepcionado.

– É, é a nossa primeira vez viagem dessas em anos. Não sabia se daria certo. Preferi que ela fosse curta. O portal reabre em trinta minutos.

– Ah, que pena... Gostaria que você ficasse um pouco mais. Tenho tanta coisa para te contar...

– Eu também.

– Aliás, vamos até a minha casa agora. Tenho uma surpresa. Vou mandar uma mensagem para os meus pais dizendo que eu vou me atrasar, para eles recepcionarem os convidados. Você não gostaria de vê-los?

– Gostaria. Mas não saberia como explicar. Talvez outra vez, quando eu vier com mais tempo.

– Isso quer dizer que você volta? – ele se entusiasmou – Algum dia?

– Acho que sim. Posso reabrir o portal outras vezes, mas eles dizem que é perigoso ficar vindo para cá toda hora. Talvez quando o Logan for o rei seja mais fácil de eu conseguir permissão. Só nos deixaram vir agora porque ficamos de levar sementes, o que o Logan deve estar providenciando nesse momento com a Pim.

– Quem é Pim?

– A nossa filha. – eu respondi com um sorriso orgulhoso.

– Sério? Você já é mãe? – ele ficou ainda mais surpreso.

– Sim. – eu achei graça. Até porque era mesmo surpreendente. As pessoas mudavam. E antes de ir embora eu fugia de crianças, porque nunca soube como lidar com elas. – E só não tenho outra porque é proibido ter mais de um filho. Quero dizer, isso antes quando a comida era racionalizada. Agora essa é mais uma regra que eu pretendo mudar.

– Você mudando regras? – ele riu. A gente estava caminhando, já tínhamos saído da área restrita e estávamos nos aproximando de onde o Logan e Pim tinham ficado. – Por que isso não me surpreende nem um pouco?

– Porque você me conhece. – eu disse com uma risadinha – Algumas coisas mudam, outras nem tanto.

– Verdade. – ele ria.

– E você? Não está com alguém? Alguma namorada?

– Por enquanto não. Tive uma namorada depois que você foi embora, mas acabamos no ano passado.

– Quem sabe se da próxima vez em que eu voltar você também esteja casado e com filhos?

– Quando? Daqui a dez anos? – ele brincou. – Ou quinze?

E isso me fez rir de novo. Provavelmente antes de eu conhecer o Logan também pensaria assim. Achava que casamento e filhos não era para mim. E agora eles eram a minha vida.

Eu estava triste de não ter o meu cachorro de volta, pois tinha certeza de que ele se daria muito bem com a Pim. O meu cachorro era muito paciente.

Quando o Dani e o Logan se encontraram não ficou, por incrível que pareça, nenhum clima estranho entre os dois. Eles até conversaram bastante. E o Logan também não ficou com ciúmes quando o meu amigo pegou a Pim no colo e interagiu com ela, já que o meu marido era ainda mais possessivo com a filha do que comigo. E a Pim pareceu gostar do Dani.

Fomos até a casa do Daniel, no carro dele, que tinha um pátio grande como uma horta nos fundos, e o Daniel nos deu permissão para que levássemos todas as sementes e o que mais quiséssemos. Que depois ele se entenderia com a mãe.

– E essa é a surpresa. – ele abriu o pátio e uma mini bola de pelos branca veio nos receber, toda serelepe. Era igualzinha ao meu cachorro quando filhote.

O Daniel ainda vestia a toga por cima da roupa. Ele devia tirá-la e entregá-la na saída para um dos organizadores da formatura, mas tinha ficado tão eufórico com a nossa visita surpresa que tinha esquecido.

A Pim logo soltou a minha mão e foi se encontrar com o ser canino em miniatura, tão serelepe quanto ele. E foi fofo ver os dois interagindo. Mesmo que o cachorro tenha derrubado a criança, que ao invés de chorar ao cair de bunda no chão começou a rir. E logo os dois estavam brincando de pega-pega.

– Quero ver qual dos dois vai cansar primeiro – o Logan debochou, olhando para a cena e rindo. Porque era mesmo engraçado.

– Essa cachorrinha é a neta do Alison. Quando vocês foram embora, ele ficou meio triste. Então nós resolvemos tentar distraí-lo e procuramos parceiras para ele. A mãe dessa filhote foi da primeira ninhada. E essa é a última da nova ninhada dela, as outras foram vendidas.

– Vocês ganharam dinheiro com o meu cachorro? – eu perguntei. Acabei achando aquilo até engraçado.

Era bem coisa do pai do Dani. Do tipo "já que vai ter casa, comida e roupa lavada vai ter que trabalhar para isso." Era meio parecido com o que ele fazia com o Dani. O que fez com que o filho não fosse mimado, apesar de ser rico.

– Mas ele gostou. – o Dani se justificou, meio sem jeito.

– Claro que sim. – o Logan debochou. Podia criar um clima estranho agora, tocar no assunto "sexo" e "acasalamento" já que os dois tinham feito algo tipo isso comigo. Mas não ficou. Fazia muitos anos e o Logan não sentia ciúmes. Ele estava totalmente seguro do meu amor por ele, e da minha fidelidade também.

Até que a minha filha cansou e veio pedir colo para o pai. O que não me deixava com ciúmes também. Já que ela passava mais tempo comigo, o Logan passava muito mais tempo fora de casa do que eu "aprendendo a ser rei". Então quando a Pim via o pai ela queria o colo dele. A não ser quando estava manhosa e com sono, daí ela queria sempre a mamãe.

– Acho que ela vai dormir bem hoje. – o Logan comentou, colocando a pequena em sua cacunda. E ele era um pai muito fofo. E era lindo.

Mesmo após cinco anos juntos, eu não me cansava de olhar para ele. Só não fazíamos tanto sexo quanto antes agora por causa da Pim. E não por falta de vontade. Só que eu não me queixava disso. Porque amava demais a minha filha e queria passar o máximo de horas do meu dia com ela. Queria isso mais até do que fazer sexo, por incrível que pareça. E ela dormia cedo, pelo menos, para que o Logan e eu tivéssemos algumas horas a sós. Então para mim esse era o arranjo perfeito. Tanto que eu queria mais um filho. E até um cachorro.

– Podemos levá-lo? – o Logan perguntou para o Daniel, se referindo ao cachorro.

Sim, eu até podia ver o rumo dos seus pensamentos. Porque não era sempre que a Pim dormia cedo. E um cachorro para cansá-la até que seria uma boa ideia.

Não era a minha intenção ter um cachorro filhote, até porque dava muito mais trabalho. Mas eu nunca imaginei que o Alison teria morrido e muito menos que ele seria vovô.

– Podemos? – eu reforcei a pergunta do meu marido.

– Claro que sim. – o Dani juntou a bola de pelo branca que estava sentada agora, tão cansado quando a minha filha – Eu trouxe vocês aqui para isso.

– E eu vou catar mais sementes e mudas para a gente levar. – o Logan falou, deixando a nossa filha no chão para brincar um pouco mais com o cachorro antes de sumir na horta.

Em geral, eu era quem entendia mais de plantas, mas sabia que o Logan queria me dar mais um tempo a sós com o meu amigo antes da gente ir embora.

E, além disso, eu tinha que separar algumas coisas do cachorro para levar, que era fêmea, e por isso eu sabia que a chamaria de cachorra.

– Ela já tem nome? – eu perguntei.

– Não. Como seria vendida não escolhemos.

– Ah.

– Você vai escolher? – ele perguntou. A minha filha estava novamente brincando de correr atrás da sua nova amiga canina que parecia se divertir tanto quanto ela.

– Acho que vou deixar a Pim escolher quando aprender a falar. Até lá vou chamá-la de cachorra, como eu fazia como o avô.

O que fez o Dani sorrir.

– Quando eu fui embora da outra vez, fiquei com dois arrependimentos, Dani. Um foi não ter me despedido de maneira apropriada de você, outro foi ter deixado o meu cachorro para trás. Pena que não posso mais consertar isso.

– Mas você pode se despedir de mim. Embora eu prefira que seja um até logo.

– É. Talvez eu volte daqui a dez anos para te ver casado. – brinquei.

Dez minutos depois, o Logan voltou.

– Está na hora, Marília. – ele disse.

E eu nem fiquei triste por isso. Estava com saudades de casa e era hora de voltar.

– Posso tirar um foto com vocês, para guardar de lembrança? – o Dani perguntou.

– Claro. – eu respondi e o Logan também deu autorização, assentindo com a cabeça.

– Até para justificar para a minha mãe. – o Dani explicou – Sobre quem esburacou a horta e quem levou o cachorro, caso ela fique muito furiosa.

– Acho que isso vai deixá-la confusa. – eu comentei. – Ver a foto.

– Vai sim, mas ela vai ficar feliz por saber que você está bem. Casada e com uma filha. Aliás, deixa eu tirar também uma foto da Pim com a cachorra. Daí sim a minha mãe não vai se importar mesmo. – e foi o que ele fez.

Depois nos despedimos e fomos embora. Precisávamos estar no local de reabertura do portal.

– Obrigada por vir comigo. – eu disse para o meu marido que carregava as plantas e as sementes em um braço e a cachorra em outro. Enquanto eu carregava a Pim, que já estava cansada para caminhar. Eu estava feliz, e sorria para ele.

– Quero ver como você vai justificar o cachorro. – ele debochou, arqueando suas sobrancelhas grossas. Como sempre fazia, mesmo depois de anos. – Ele não fazia parte do trato quando eles permitiram que a gente viesse.

– Eu? – dei risada – Eu não vou justificar nada! Você que é o futuro rei, te vira. – brinquei, o que fez ele revirar os olhos.

– Sabe? – ele continuou em seu tom de deboche – A gente pode colocar a culpa na pequena, já que ninguém consegue negar nada para ela.

– Sim. – eu continuei rindo – Vou dizer que a Pim quis muito a cachorra, que não quis largá-la de jeito nenhum. Aliás, em outra vez a gente podia voltar para buscar um macho para cruzar com ela e ter filhotes. E talvez um casal de gatos também. Acho que todo mundo que quiser merece um bichinho de estimação.

– Marília... – o tom de voz dele continha um quê de advertência – Não abusa. Você sabe que é arriscado, e que não vai ter próxima vez.

– Sei? – e agora fui eu quem não conseguiu não soar debochada – E você sabe que eu sempre te faço mudar de ideia, futuro rei. Aliás, em alguns anos, tudo o que você decretar vai ser lei. Daí vai ficar mais fácil de voltar.

– Disse bem: o que EU decretar, não você, futura rainha. – ele disse, mas eu sabia que estava brincando.

– Você que pensa. – eu falei e dei risada.

– Hum hum. – ele disse, sorrindo também, e logo deu um beijo rápido na minha boca. Do jeito como as coisas e os pequenos seres que a gente carregava permitiam.

Eu senti a mesma faísca de sempre, apesar do toque breve, e apesar de não poder fazer nada a esse respeito no momento. Só que mais tarde, na nossa casa, eu faria. Porque eu não me cansava do Logan. Mesmo quando ele me irritava, eu ainda o queria. Porque também era divertido implicar com ele.

– Obrigada por vir comigo, marido. Eu amo você.

– Eu também amo você, esposa. E agora vamos para casa.

E a gente foi. Mas, talvez, a gente voltasse outra vez. E talvez, da próxima vez, a gente mostrasse as coisas do nosso mundo também.


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