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Capítulo 3


Ainda bem que era minha última semana de prova na escola e então... férias! E agora que eu estava mega inteligente, algo que nem o meu colar conseguia bloquear, eu sabia que não tinha a menor chance de pegar recuperação. A Lila de hoje, a que já tinha 18 anos (e isso era a grande explicação para tudo!), era um crânio e uma esponjinha para absorver fórmulas e afins. Será que eu devia, ao menos, errar alguma questão de propósito para não chamar atenção?

Falando em chamar atenção... Bom, na minha escola não há uniformes, nem muitas regras quanto à vestimenta. Quero dizer, shorts curtos não são permitidos e saias devem ficar, no mínimo, na altura dos joelhos. Como eu não estava a fim infligir nenhuma regra apesar das minhas roupas novas serem meio provocantes e incluírem vários shorts curtos, eu meio que me comportei. Quero dizer, mais ou menos.

A minha saia era sim na altura do joelho, mas o fato de eu estar com um sapato de salto dava a impressão dela ser mais curta. É, eu agora usava sapatos de saltos, de forma perfeitamente equilibrada e elegante, e sem correr o risco de torcer o tornozelo como aconteceria antigamente. E os saltos deixavam as minhas pernas mais bonitas e as minhas panturrilhas evidentes. Aliás, me deixavam toda mais bonita. Então isso, aliado ao fato de eu usar uma blusa preta justa e com decote, totalmente o contrário do meu visual antigo, fez com que várias pessoas torcessem os pescoços na minha direção.

Não que eu desejasse ter toda essa atenção, não era o caso. Apenas que a nova Lila sentia vontade de se vestir assim. A nova Lila era sexy. E os meus cabelos loiros, sempre presos em um rabo de cavalo, estavam livres. E eles nunca, ao longo de todos os meus 18 anos, estiveram assim, tão maravilhosos.

– Lila! – eu via os olhares surpresos no rosto de todo mundo enquanto eu seguia na direção da minha sala de aula. E foi assim, distraída e assobiando para completar o meu jeito de "não tô nem ai para ninguém", que o meu melhor amigo me fez parar, me segurando pelo braço. E ele estava chocado demais para dizer algo mais do que o meu nome, aparentemente.

– O que foi, Dani? – eu falei, sem sorrir para ele. Até porque a expressão séria que havia em seu rosto me impedia de fazer isso. E o aperto que ele mantinha no meu braço estava me irritando um pouquinho. Mas só um pouquinho.

– Você não brincou quando disse que iria mudar o visual.

– Não.

– Mas você tinha que vir vestida assim para a escola? – ele também estava irritado e parecia estar outra coisa também. Outra coisa que não passou batida por mim.

– Fala sério, Dani! Tem várias garotas na escola que se vestem desse jeito! – objetei.

– É, mas não você. Você não é assim.

– Eu não era. E quer saber? – eu me movi para soltar meu braço. Ficar tão perto assim não era uma ideia tão boa. Mesmo com o colar ao redor do meu pescoço me fazia sentir coisas. Coisas que eu não queria sentir. – Acho que você está com ciúmes. – eu provoquei com um sorriso.

Não pude evitar. Tudo o que a antiga Lila guardava para si a nova Lila tinha de sinceridade. Era legal saber que o Daniel estava com ciúmes, e era mais legal ainda vê-lo me olhando como fazia agora.

– É. – ele confirmou, não mentindo pelo menos.

Ele estava com ciúmes de mim! A antiga Lila teria dado muitos pulinhos saltitantes de alegria ao saber disso. Era tudo o que ela costumava a querer. Já a nova Lila... Bem, a nova Lila não sabia mais o que ela queria. E ela tinha medo da intensidade do que ela sentiria caso ela tirasse de novo o colar. Lembrando na minha pedra azul, levei meus dedos a ela.

– Eu estava pensando... – ele começou a dizer, com os olhos fixos no local onde os meus dedos ainda estavam.

– Não. – eu o cortei. Tinha certeza que ele falaria algo a respeito de eu tirar o colar, já que não parava de olhar para ele – Nem pensar.

– Mas, Lila... Você nem sabe o que eu iria dizer...

Ainda estávamos no corredor da escola, com várias pessoas passando pela gente. E todas elas, todinhas sem exceção, me olhavam dos pés a cabeça. E depois ficavam com aquela expressão semelhante de choque.

– Todos estão me olhando tanto... – eu resmunguei, achando aquilo bastante chato.

– Claro, né, Lila? – ele disse meio de mau humor – Também, o que você esperava, aparecendo desse jeito na escola?

– Eu tenho espelho em casa, Daniel. Eu sei que não estou vulgar e nem indecente.

– Não. Mas, se você tem espelho em casa, deve saber que está gostosa para caramba.

– O que? – eu me espantei, porque por essa eu não esperava. Não mesmo.

– Meu Deus, Lila! Você está linda! Aliás, você sempre foi linda, não sei como eu nunca notei isso antes!

Por alguns segundos, eu sorri. Isso era algo que eu sempre sonhei em ouvir dele. A Lila apaixonada teria caído dura, desmaiada, aos pés do Daniel, por muito menos do que isso. Mas a Lila de hoje... Essa era diferente. Ela ainda olhava para a boca dele querendo beijá-la. Agora mais ainda do que antes por saber qual gosto ela tinha.

Mas a Lila de hoje... Bem... Essa digamos que era um pouquinho mais temperamental.

– É, e você nunca me notou. Então perdeu a chance, Daniel. Agora, tchau. Vou para a minha sala, tenho provas a manhã inteira. – e, assim, eu dei as costas para ele. Com certeza deixando um Daniel completamente boquiaberto para trás.

No resto da semana, eu não falei muito com o meu amigo. Digamos que eu tenha meio que virado a atração principal da escola. Não sei se movidos pela curiosidade, mas todo mundo parecia ter virado meu amigo de repente. O que foi até bom, porque assim o Daniel não teve mais muitos momentos a sós comigo. Só que não pense que com isso eu fiquei mais sociável, que eu aceitei os convites para as festas, ou fiz questão de confraternizar. Porque não foi isso, mesmo, o que eu fiz. Bem pelo contrário.

Eu tinha medo de mim. Do meu novo eu. Eu não me conhecia e nem sabia do que eu era capaz. E isso fazia com que eu desejasse, cada vez mais, ficar isolada. Fugindo até do meu melhor amigo, que agora parecia querer tudo, menos continuar sendo apenas o meu amigo.

O Daniel me desejava, eu podia ver em seus olhos. Pelo tempo que ele perdia em meu colar, ou no meu decote. Ou nas minhas coxas, quando a barra da saia balançava e subia um pouquinho.

E, por isso, eu meio que decidi fugir dele também.

❀❀❀

Eu acordei no fim de semana cedo, mesmo estando livre da escola. Eu sabia que tinha passado em todas as matérias, apesar de não ter recebido ainda a totalidade das minhas notas. Só que eu estava tão inteligente que isso até me apavorava um pouco. E para os meus professores não achassem muito estranho eu até errei algumas questões de propósito.

Era tudo tão fácil agora que nas provas objetivas eu era capaz de responder todas as questões marcando os "X" com intervalos de segundos. Inclusive várias vezes eu tive que fingir demorar bem mais do que o tempo que eu realmente precisava. Porque seria muito estranho eu entregar uma prova de trinta questões apenas cinco minutos após recebê-la. Aliás, minha vida teria muito mais fácil se eu sempre tivesse sido inteligente assim.

E eu acordei cedo porque não consegui dormir direito depois que um pensamento preencheu a minha cabeça, se alojou lá, e me impediu de descansar.

– Mãe, nós precisamos conversar.

– O que foi, Lila? – ela estava se servindo de uma xícara de café preto. E eu, que nunca fui muito fã da bebida pura, resolvi me servir de uma também, para experimentar. Porque vai saber, né... Estava tudo tão diferente... De repente, até os meus gostos tinham mudado.

Só que não. Café preto, sem açúcar, do jeito como a minha mãe tomava? Não rolava. Eu ainda não gostava. O que era bom. Era bom ver que no meio de tudo algumas coisas permaneciam iguais.

– Eu estava pensando... – fiquei escolhendo as palavras exatas, para vencer a minha mãe. Se eu era esperta, ela também era. E mesmo eu tendo perguntado repetidamente o que iria acontecer comigo aos 21 anos, ela não cedeu. É, eu ainda não fazia a menor ideia. Mas eu iria testá-la agora. Mais uma vez. E dessa vez eu esperava obter um pouquinho mais de sucesso – Você disse que a minha vida vai mudar aos 21 anos, isso quer dizer que eu já tenho um destino traçado?

Ela me olhou por um longo tempo. Acho que esse era o seu conflito interno, decidir o quanto ela iria me revelar ou não. Por isso, eu precisava escolher as palavras certas. Se era um jogo, eu precisava ser inteligente para ao menos avançar alguma fase.

– Sim. – ela afinal falou.

– Isso quer dizer que se eu for mesmo fazer vestibular como vocês insistem, eu vou ter que trancar o curso no meio para seguir com o meu destino?

E... Bingo! Peguei a minha mãe! Acho que ela não esperava por isso, porque se atrapalhou toda em sua resposta. E meu pai não estava ao seu lado para lhe socorrer como geralmente fazia.

– É... Acho que... É... Mais ou menos isso... – ela acabou dizendo. E depois de pensar acrescentou – Mas é importante que você estude, Lila.

– Fazer direito, que é o curso que eu escolhi, e conhecer as leis, vai ajudar alguma coisa para seguir com o – procurei pelas palavras mais adequadas, mas acabei usando as mesmas de antes – meu destino?

– Humm... Não. Mas...

– Se não muda nada, – eu a interrompi – eu não quero ir para a faculdade, mãe.

– Não? – ela prendeu os cabelos loiros como os meus em um rabo de cavalo. Ela fazia isso quando estava nervosa. Ficava com calor e então amarrava os cabelos. Ou talvez estivesse apenas ganhando alguns segundos a mais, antes de prosseguir. – Mas o que você pretende fazer da sua vida? Nos próximos três anos?

– Eu quero trabalhar com você, mãe.

– Comigo?! – agora ela aparecia mais assustada do que antes. – Mas nas vezes em que você tentou...

– É, eu sei, mãe. Eu era muito desajeitada e destruí um dos seus bolos quando tentei ajudar.

– Um dos que mais me deu trabalho. – ela riu com a lembrança – Ele tinha o formato de um violão e me deu o maior trabalho fazer as cordas comestíveis.

– Eu sei. E você e a Magali (a sócia da minha mãe há muitos anos) queriam me matar. Mas, mãe, eu mudei. Eu não sou mais tão descoordenada. Meus reflexos melhoraram, eu tenho destreza com facas, eu mudei tanto, que até acho que, por incrível que pareça, eu daria uma ótima confeiteira também. É só você me ensinar.

– É – ela ampliou o sorriso – Eu acredito que isso possa ser mesmo verdade. Então... Temos dois eventos nesse final de semana. Um coquetel com uma editora, em que vamos fazer bolos com formatos de livros e docinhos seguindo esse mesmo tema, e um chá de bebê.

– De menino?

– É. Por quê?

– Porque azul é a minha cor preferida. E eu vou adorar decorar tudo de azul!

– Já fiz chás de bebês meninos verdes e amarelos também. – ela falou, agora com muito melhor humor do que no início da conversa.

– Eu sei, mas em 99% dos casos é azul.

– É. Então... A gente pode fazer um teste, Lila. Se você se sair bem nos ajudando nesse fim de semana, pode dispensar o vestibular.

– É sério? – eu me animei. Quase quanto quando o Daniel me disse que me achava linda. Mas em seguida me lembrei de algo que me deixou ansiosa. Eu tinha mais um pedido para fazer, e ele era muito importante. Bem mais do que poder deixar o vestibular de lado. – Tem mais uma coisa que eu quero, mãe, que você faça comigo.

– O quê? – ela franziu a testa ao me olhar. Acho que depois de eu ter pedido para não fazer faculdade ela tinha medo do que eu diria em seguida.

– Que você me ensine a lutar. E que me ensine a me controlar sem o colar.

Dessa vez, não houve a menor objeção nem o menor receio em seu olhar ao concordar com os meus planos. O que era ótimo, ou mais até do que ótimo. Porque eu não pretendia ter contato com outras pessoas, muito menos com o Daniel, até que eu aprendesse essas coisas. E aprendesse a me conhecer.

❀❀❀

Eu estava me esquivando do Daniel. Quando ele vinha me visitar, dizia para os meus pais falarem que eu não estava, que estava dormindo, ou qualquer desculpa furada do gênero. Quando ele ligava, ou mandava mensagens, eu... Ignorei as suas primeiras tentativas e então decidi desligar o meu celular. Tal como eu o mantive até hoje, desligado, meses depois. Não havia ninguém no mundo com quem eu desejasse conversar, além dos habitantes da minha casa.

Agora, seis meses depois de eu te ter feito 18 anos, eu já tinha muito mais autocontrole sem o meu colar. Eu sabia lutar, sabia me defender, até já estava perdendo o medo de mim mesma. Porque é muito estranho, e muito tenso, o fato de não sabermos mais quem somos. Nem do que somos capazes. Chega a ser bizarro.

Eu tinha medo de atacar o Daniel, de novo. E como eu via que ele queria ser atacado, eu me afastei. Só que agora, eu já saia de casa e não tinha medo da multidão. Minhas primeiras aventuras foram levar o meu Akita branco para caminhar na praça. Depois, passamos a correr todos os dias, especialmente à noite.

À noite, o meu cachorro branco chamava atenção, e eu gostava de vê-lo como se estivesse reluzindo. Que era o que acontecia quando a luz da lua incidia sobre o seu pelo claro. E as ruas estavam desertas e muito mais tranquilas. À noite, as pessoas normais não saiam muito para correr no meio do parque, por ser um local perigoso. As pessoas normais, que não tinha superpoderes como eu.

Então, qualquer coisa eu sabia que simplesmente podia tirar o meu colar. E para facilitar a defesa em uma possível abordagem, como eu tinha muito mais autocontrole agora, eu já ia sem o meu colar mesmo. Mantendo-o no bolso, para qualquer eventualidade, só que longe do contato da minha pele. Mas eu tive sorte, eu acho, porque nunca me deparei com algum elemento mal-intencionado.

Bem pelo contrário. O que eu via, na calada de noite, eram pessoas muito bem-intencionadas, pelo menos uma em relação à outra. Porque o que eu mais encontrava eram pessoas, às vezes de sexo diferente, às vezes do mesmo sexo, que iam para o meio do mato se agarrar. E quando eu me deparava com essas coisas, eu sempre recorria ao meu colar. Porque ver ou ouvir gente transando, sempre atiçava meus instintos acasaladores. Não importando ser eram dois homens, duas mulheres, ou se um de cada sexo. Eu, que ainda era virgem, tinha vontade de me aproximar e de brincar junto com eles. Malditos 18 anos! Maldita vontade de acasalar!

Então, numa noite dessas, eu decidi que não queria ser mais virgem. E que eu sabia muito bem com quem gostaria de perder a minha virgindade. Primeiro com o colar, para ter pleno domínio das minhas faculdades, e depois, quem sabe, sem. Eu precisava me descobrir e ver do que eu era capaz até nesse sentido.

E foi por isso que num sábado, após vários meses afastada do meu melhor amigo, eu decidi procurá-lo. Pessoalmente em sua casa, e não pelo telefone. Fui munida apenas de coragem, sem ter a menor ideia se ele iria ou não me receber. Porque o Daniel podia estar chateado, e com toda razão, e simplesmente bater a porta na minha cara.

Só que não foi o que ele fez. Assim que me viu, o Daniel imediatamente sorriu, um enorme sorriso, que eu mal tive tempo de ver. Porque em seguida, todos os meus ossos estavam sendo esmagados num inesperado abraço apertado. Um abraço contendo meses de saudades. É, eu também sentia isso. Então, eu retribuí o abraço, apertando os ossos dele também, mas com uma força normal, com o colar no pescoço para não machucá-lo.



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