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Capítulo 21

– O que você está fazendo aqui? Eu pedi para você não... – eu ia dizendo ao abrir a porta da frente da minha casa para o Dani, só que me calei quando vi que ele não estava sozinho.

– Não foi ideia minha. – ele se justificou em um tom de voz mais baixo. Mas não suficiente baixo para que seus acompanhantes não ouvissem.

– Foi ideia minha. – a mãe do meu amigo falou, já entrando na minha casa e sendo seguida pelo marido, que disse:

– E minha também. Nós estamos preocupados com você, Marília.

– Verdade, querida, – a mãe dele continuou – não acho saudável que você fique nessa casa sozinha. E depois, você não está sozinha, você tem a gente.

– Nenhuma notícia deles ainda? – o Daniel perguntou, enquanto os três entravam na minha casa.

– Não. – eu respondi.

– Já faz uma semana esse sumiço – o pai dele sentou no sofá da sala, cruzou uma das pernas e me olhou. Ele era um advogado bem-sucedido, sempre elegante e de terno, mas como era fim de semana estava com roupas mais informais. – Você já reportou as autoridades?

– Hum... não. – eu respondi, sem saber o que dizer além disso.

– Uma semana é tempo demais, querida – a mãe do Dani era médica, como o filho seria um dia, mas acho que entendia um pouco de leis por causa do convívio com o marido. – Você precisa tomar providências.

– Providências? – eu perguntei, enquanto me sentava no sofá também, com o Dani de um lado e o meu cachorro nos meus pés do outro.

Porque quando nós fomos até a casa dos pais do Logan na semana anterior não encontramos ninguém além do meu cachorro. Por isso, eu o trouxe de volta comigo. O cachorro, e todas as coisas dos meus pais que eu encontrei pela casa. A casa não estava arrumada, era como se eles tivessem desaparecido sem ter planejado isso. Inclusive, havia pratos servidos na mesa, com restos de uma refeição, como se alguém tivesse recém saído da mesa. Uma mesa com cinco lugares. Só que... não havia mais ninguém além do meu cachorro.

Procurei pela casa por algo estranho, que podia ser a tal "coisa" que meu pai estava tentando consertar. Algo diferente que servisse como comunicador. Mas não encontrei nada.

– Sei que a realidade pode ser triste, ou até mesmo assustadora – o pai do Dani continuou, enquanto o meu amigo colocou a sua mão sobre a minha. O Dani, aliás, estava quieto e parecia contrariado. Eu tinha pedido um tempo para ele, e ele tinha respeitado. Até agora – Mas nós temos que nos preparar para ela. Você tem que dar queixa na polícia, Marília. Tem que reportar o desaparecimento deles.

– Eu tenho? – perguntei meio incerta.

Porque algo me dizia, e eu tinha 90% de certeza disso, que onde quer que eles estivessem, os cinco, eles estavam bem. Só quenão tinha como nenhuma outra pessoa entender isso. Ninguém além do Daniel, talvez. E eu não podia explicar aquilo que nem eu entendia para os pais dele.

Eu tinha passado toda essa semana em negação, só tentando seguir com a minha vida, com um dia após o outro, para tentar me distrair até o retorno deles. Eu podia viver sem o Logan, embora houvesse um enorme buraco no meu coração, mas eu achava que não conseguiria viver sem meus pais. Eles sempre foram o meu suporte.

Mas, de alguma forma, eu tinha que seguir com a minha vida. Só que eu estava meio triste para isso. Era doloroso tanto para mim, quanto para o meu cachorro. Ele sentia falta da minha mãe em especial, porque era grudado nela. Mas agora... ele estava grudado em mim, e eu nele também. Como agora. Ele colocou a cabeça branca no meu colo, enquanto essa espécie de reunião acontecia. Ele era um cachorro bastante sociável e adorava o Daniel.

– Sim. – dessa vez, foi a mãe dele quem falou. – Mas você não está sozinha, Lila. Quero que saiba que você é quase como uma filha para nós. E a gente gostaria de ajudar.

– Nós gostaríamos de ajudar, Marília – o pai dele repetiu, e ainda acrescentou – Posso tomar todas as medidas burocráticas. Para começar, a gente precisa reportar o desaparecimento deles. E você precisa estar preparada para o pior.

– Para o pior? – perguntei, mordiscando os meus lábios. Eu não queria me preparar para o pior. Não quando eu ainda tinha esperança.

– Para a hipótese – o pai do Dani continuou – deles nunca mais voltarem.

Se ele tivesse falado em morte, as palavras dele não me afetariam tanto. Porque eu sabia, de alguma forma eu sabia, que não era o caso. Mas o que ele falou... podia ser mesmo verdade.

Afinal, se nós ficamos 19 anos sem comunicação com a nossa família, quem garantiria que a comunicação, ou o que quer que fosse, seria estabelecida de novo?

Então... eles realmente podiam não voltar mais. Por isso, meus olhos se encheram de lágrimas. Ouvir alguém falando essas palavras tornava tudo mais real.

Naquele momento, as lágrimas escaparam dos meus olhos. Por mais que eu quisesse contê-las, não consegui.

– Quero que você vá ficar uns dias com a gente. – a mãe dele falou. – Você não precisa passar por isso sozinha.

– É. – o Daniel finalmente abriu a boca. – Você pode contar com a gente. Você não está sozinha.

Sei que a ideia da visita não foi dele, que, na verdade, ele foi persuadido a vir. Já que ele não parecia muito satisfeito com a intromissão dos pais. Mas, eu conhecia os pais dele também há muitos anos, e eu sabia que eles não mudariam de ideia. Por mais que o meu amigo argumentasse, eles viriam ao meu socorro igual.

– Fique lá em casa o tempo que você quiser. – o pai dele disse – Você é sempre bem-vinda.

– Venha, vamos fazer uma mala para você, querida – a mãe dele levantou e me estendeu a mão.

– Mas e o meu cachorro? – eu perguntei.

– Ele pode ir junto – ela falou. – O Bob vai gostar da companhia.

Bob era o cachorro dele, um labrador preto.

– Eu duvido – o Dani disse antes que eu me levantasse, com um sorrisinho – mas o Bob vai ter que aprender a socializar.

– Pobre Bob. – eu respondi, dando um sorrisinho para o meu amigo.

Sim, eu não estava sozinha. Eu ainda tinha a eles. E eu não queria mais ficar sozinha.

Por isso, eu fui mesmo para a casa deles, mesmo não planejando ficar por muito tempo. E deixei que eles tomassem as providencias legais. Não queria que meus pais fossem declarados desaparecidos, nem queria saber depois de quanto tempo eles poderiam ser considerados mortos. Porque eu sabia que eles estavam bem e ainda tinha esperança de que eles viriam me buscar assim que pudessem.

Só precisava continuar preenchendo os meus dias até isso acontecer. E, para isso, eu não precisava estar sozinha.

Na casa do Daniel, eles me ofereceram um quarto de hóspedes, mas acabei nem dormindo lá nesse primeiro dia. À noite, depois que eu tomei banho, fui à procura do Dani.

– Você quer ver um filme? – ele perguntou. Era tarde, ele estava deitado na cama dele procurando algo para ver na televisão.

– A gente podia ver Supergirl – eu propus – Já que você nunca viu.

Nem eu tinha visto, para falar a verdade, só alguns fragmentos de episódios forçada pelo Logan. Só que agora, eu sentia tanta saudade do meu gato de olhos amarelos bizarros, que até assistir esse seriado eu queria, para me sentir próxima a ele.

– É legal? – o Dani perguntou, já erguendo as cobertas para que eu me deitasse com ele.

Eu dei de ombros, e respondi:

– Dizem que é.

– Quem disse? – ele me olhou, e parecia curioso. Provavelmente pela expressão que havia em meu rosto.

A saudade do Logan agora era tanta, que ela quase me fazia reviver a dor dos cacos de vidros. Ou de quando eu levei um tiro.

Agora que eu me sentia confortável, após um banho quente e uma refeição caseira preparada pela mãe dele – comida realmente boa – era como se tudo que houvesse guardado de dor em mim, e de saudade, estivesse pronto para sair.

Por isso, não respondi nada para o Dani. Ao invés disso, meus lábios começaram a tremer, enquanto eu tentava segurar o choro. Porque eu detestava me sentir choraminguenta. É, essa palavra ridícula de novo.

Só que eu sentia que precisava chorar. Pelo menos uma vez. Porque nas últimas noites eu tinha dormindo agarrada ao cachorro, que agora tinha ficado no pátio com o Bob, e eu tinha me segurado para não chorar. Mas agora, com essa conversa de desaparecimento que deixava tudo mais real, eu me sentia no limite.

– Eles vão voltar, Lila. – o Daniel disse, me abraçando quando eu me deitei na cama com ele embaixo das cobertas.

– Eu sei. Só que... eu sinto muita falta deles. E do Logan. Algo me dizia que ele era o meu futuro. E se ele não voltar, como eu posso ficar sem ele? Sem o meu futuro?

– Então você cria outro futuro.

– Outro futuro... – eu pensei, com a cabeça deitada sobre o peito do Daniel.

Eu podia pensar em outro futuro. Em quem eu queria ser. Eu não era movida a homem, e eu podia viver sem aquele que era destinado a mim. Quero dizer, eu acho... eu me sentiria sem um pedaço, mas podia continuar. E eu tinha que continuar. Porque era o que os três gostariam que eu fizesse.

– Vou pensar nisso. – concordei.

Algumas coisas teriam que mudar, e eu até podia imaginar como começar.

– Você quer mesmo assistir Supergirl?

– Hum rum. – respondi, porque eu queria. Assim eu me sentia mais conectada ao amor que perdi.

Ainda achava que ele iria voltar por mim. Só... não podia passar os restos dos meus dias pensando nisso.

– Você não está com o colar hoje. – o Dani comentou, olhando para o meu pescoço quando a série estava começando.

– Eu não preciso mais dele. – respondi.

– Não? – o Dani estranhou. A gente estava deitado na cama, abraçados... O que a Lila de antes nunca poderia fazer sem o colar, mas a Lila de agora? Ela não sentia nada de diferente. Não pelo Daniel.

Afinal, eu tinha o controle que sempre quis, desde o dia da minha transformação. Só que isso não me deixava feliz.

– Quando a gente se apaixona por uma pessoa – eu acabei dizendo, mais para desabafar mesmo – e ela é a pessoa certa, aquela vontade de atacar os outros não existe mais.

– Quer dizer que eu nunca mais vou ser atacado? – ele perguntou em um tom de voz brincalhão, e eu não consegui identificar o quanto isso importava de verdade para ele.

Mas uma parte de mim dizia que ele se importava, pelo menos um pouco. Porque o Daniel, desde o começo, deixou bastante evidente que tinha gostado de ser lambido. Então... acho que ele tinha ficado meio decepcionado por eu estar mais parecida com quem eu era antes.

Só que... ele que se acostumasse. Porque a saudade que eu sentia do Logan era tanta, que não me dava vontade de beijar, e nem de fazer outras coisas, com mais ninguém.

– Não. – respondi, e minha curiosidade me fez perguntar – Você acha que a Supergirl é bonita?

– Acho. Por quê?

– Nada não. – respondi, escondendo um sorriso. O Logan tinha me dito que me achava mais bonita!

Depois disso, ficamos vendo televisão, e eu acabei dormindo com ele na cama. Algo que foi puramente platônico, do mesmo jeito que era antes dos meus 18 anos.

Eu não queria passar mais tanto tempo sozinha. E foi por isso que eu comecei a ir na confeitaria na segunda-feira, e passei a trabalhar lá, com outras pessoas ao meu redor.

E eu também fiz um perfil no Facebook chamado Catgirl. É, nada criativa, mas era uma homenagem ao Logan que gostava da Supergirl. E deixei um foto minha, toda de preto, com os cabelos soltos, e usando óculos negros de sol. Ao invés de uma máscara, como a Canário do Arrow ou a própria Batgirl usava, eu optei pelos óculos. Era menos chamativo e tão eficiente para preservação da minha identidade quanto os outros dois. E, além disso, a minha visão felina noturna era perfeita.

Depois disso, passei a me aventurar à noite em salvamentos. Dessa vez sozinha. E o meu fraco era pelas mulheres em perigo. Como a que eu salvei de ser estuprada, ou a que eu salvei de levar um tiro.

Para evitar perguntar sobre as minhas andanças noturnas, passei a dormir quase todos os dias na minha própria casa com o meu cachorro. Menos quando eu me sentia muito sozinha e daí ia ficar com o Daniel e com seus pais. E os mais velhos nem se importavam quando eu ficava com o quarto com o filho.

As mulheres começaram a me contatar pelo Facebook, e era comum eu ajudar também apenas conversando. Algumas só queriam conselhos e um ombro amigo para desabafar, ou mesmo para choramingar. E eu tinha muita paciência. Além disso, tinha tempo também. E elas confiavam em mim. Sei lá por quê. Até para conselhos amorosos, campo que eu continuava inexperiente. Só que elas não sabiam disso.

Até que um dia eu me machuquei. Fui me meter em um assalto e levei outro tiro, dessa vez no ombro. Só que, como eu não tinha mais o Logan para me ajudar, tive que pedir para o Dani socorro. Ele ficou apavorado, disse que como estudante do primeiro ano de medicina não se sentia preparado para isso, mas também entendia que eu não podia ir para um hospital.

Então ele chamou um amigo, que era mais adiantado no curso de medicina e que jogava futebol com ele, para ajudar. Esse amigo foi lá em casa, quando o Dani disse que era urgente, mas sem antecipar o assunto. E foi assim que eu conheci o Maurício.



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