Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 2


Eram quase duas da manhã quando eu cheguei em casa e meus pais já dormiam, é claro. Mas eu precisava de respostas. E eu não podia esperar até de manhã para tê-las. Tanto minha mãe quanto o meu pai me deviam explicações.

– Mãe, mãe – eu mal a toquei com a ponta do delo e ela abriu os olhos. Tão diferente de mim, a minha mãe tinha o sono leve.

E assim que ela me viu em meio à penumbra do quarto, ela se sentou com as pernas esticadas sobre a cama.

– Você tirou o colar. – foi o que ela logo concluiu, provavelmente pelo estado das minhas roupas. Ou pelos meus cabelos recém-cortados.

E ela, agora me observando atentamente depois de acender sua luz de cabeceira, não parecia muito surpresa com o meu novo visual. Não tanto quanto eu me sentia surpresa, aparentemente.

– Só tirei por uns minutos. Quando tentaram me roubar.

– Mas foi o suficiente. – ela concluiu me olhando de cima a baixo.

Uma mãe normal xingaria a filha pelo seu decote e pela saia curta. Mas a minha mãe não. Ela agora sorria com os cantos dos lábios, parecendo estar achando aquilo bastante divertido.

– Mãe... Eu vou voltar ao normal? Foram apenas alguns minutos, mas eu me sinto diferente.

– Não. Você não vai. E quanto mais tempo você ficar sem o colar, mais diferente você vai se sentir.

– Diferente como?

– Confiante. Sexy. Nada tímida. Poderosa.

– Ah. E quanto aos instintos...?

– O que têm eles?

– Mãe, eu ataquei o Daniel! – elevei a voz, o que acordou o meu pai também. E essa não era uma frase que eu gostaria que ele escutasse.

Meu pai se mexeu, colocou o travesseiro sobre a cabeça e resmungou:

– Muita informação. – sim, meu pai não queria ouvir aquilo também.

E isso fez a minha mãe rir.

– Pai... – eu resmunguei. – não é para você ouvir isso.

– Como se você não tivesse feito muito pior na idade dela, João. – e então ela ignorou meu pai, que se virou para o lado ainda com o travesseiro sobre a cabeça, e continuou a conversa bastante interessada – Atacou como?

– Ataquei atacando, mãe. – eu falei num tom mais baixo – Quase sexualmente falando. Acho que dá para imaginar.

– E ele gostou? – ela ainda se divertia.

– Eu não sei se ele gostou, mãe. Isso não vem ao caso! Mas ele é meu melhor amigo! Eu não podia ter feito isso! Aliás, sempre que eu tirar esse colar vou sentir essas coisas? Vou sair atacando pessoas assim?

– Não! – ela disse e então gargalhou – Teu primeiro instinto vai ser sempre o de se defender. O instinto de acasalamento só vem depois. E ele só acontece quando você já se sente atraída pela pessoa.

Uau! Isso era um grande alívio. Mas... peraí... acasalamento?

– Mãe! Acasalamento?! – perguntei com uma careta – Como os gatos fazem?

Não era nada agradável eu me sentir comparada a um animal.

– Não.

– Não? – eu quase me senti aliviada de novo, mas só até ela acrescentar.

– Não é como um gato. É mais como uma pantera.

Ótimo! Eu era super forte e pelo jeito eu queria acasalar. Mas, aparentemente, eu não era uma mulher gato como a super-heroína que eu conhecia. Eu era uma mulher pantera.

E, se eu era uma mulher pantera, tinha uma coisa que eu precisava fazer.

– Mãe... – recomecei a falar. Meu pai já dormia e a minha mãe parecia com sono também, mas ainda estava com aquela expressão divertida. – eu preciso comprar roupas novas.

É sério! Porque eu nunca mais me vestiria daquele jeito ridículo de novo.

– Eu sei. – o sorriso que já estava em seus lábios se alargou – Eu sempre soube disso, Lila. Até venho fazendo uma poupança esperando por esse momento.

– Uma poupança? – minha boca fez um "o" de surpresa. – Tanto assim?

Pelo menos uma coisa boa no meio disso. Se bem que até o dia anterior eu detestaria sair para fazer compras.

– Sim, eu sabia que quando você fizesse 18 anos iria desprezar todo o teu armário antigo.

– Porque é tudo ridículo! Aliás, – eu ironizei – muito obrigada, mãe, podia ter me avisado disso antes.

– Não. Eu gostava do seu jeito inocente. Era você, Lila. Você de antes. Mas eu sabia que você mudaria, eu também passei por isso. Tudo ao seu tempo. Eu não nunca iria interferir. Aliás, você então perdeu a virgindade com o Daniel hoje? Sempre achei que vocês dariam um casal fofo.

Sabe aquele tipo de pergunta que uma mãe normal faria com receio ou com, no mínimo, um pouco de constrangimento? A minha mãe não. Ela parecia realmente interessada e... empolgada!

Ai, meu Deus!

– Não, mãe. Eu peguei o meu colar de volta à tempo, antes da gente...

– Acasalar? – ela ainda sorria. Minha mãe usava a palavra mais estranha do mundo para descrever um ato sexual e ainda dizia isso sorrindo.

Jesus! O que aconteceu com a minha família? E eu me incluo nisso.

– Então você é virgem ainda – era como se ela estivesse achando engraçado – Mas com certeza vai ser por pouco tempo, se você tirar o colar de novo.

– Mãe, eu nunca mais vou tirar o colar! Você não entendeu ainda? Eu não quero atacar o meu amigo de novo! Eu não quero sentir aquilo que você chama de instinto animal com ele! E também não quero acasalar! Eu quero, se um dia tiver que acontecer, fazer amor.

– Ah. – o sorriso dela murchou um pouco e então ela bocejou. – A gente só é jovem uma vez, Lila. E o meu conselho como mãe é "se divirta." Mas você já é maior de idade agora, então sabe o que faz da tua vida.

–Você nunca foi uma mãe moderna assim. – eu resmunguei.

Minha mãe estava estranha. Eu estava estranha. A minha vida estava estranha.

– Porque.. – ela bocejou no meio da frase – você não tinha 18 anos ainda.

Ah, claro que sim! Porque agora, com essa explicação, isso fazia total sentido!

Só que não.

– Aproveite bem, Lila. Enquanto você pode. Até os teus 21 anos.

Ela disse e então fechou os olhos.

– Por que, mãe? O que vai acontecer comigo aos 21 anos?

– Preciso dormir, filha. Estou muito cansada agora.

– Tá. – eu só aceitei isso, porque vi que não tinha mais jeito. Os olhos dela já estavam fechados e ela ressonava no final da última sílaba.

MAS O QUE IRIA ACONTECER COMIGO AOS 21 ANOS?

Se aos 18 anos eu virei uma pantera que atacava o melhor amigo para acasalar, o que mais eu poderia virar em três anos?

❀❀❀

No outro dia pela manhã, a primeira coisa que eu fiz ao me deparar com alguém na cozinha foi perguntar:

– Pai, o que vai acontecer comigo aos 21 anos?

É, eu preferia ter feito essa pergunta para a minha mãe, que aparentemente parecia ser a mais liberal dos dois, mas foi ele quem encontrei antes. E eu precisava perguntar para qualquer um que pudesse me dar uma resposta coerente.

– Tua mãe te falou sobre isso? – meu pai pareceu surpreso.

Ele estava em frente ao balcão da cozinha fazendo torradas e então me ofereceu uma. E eu aceitei, é claro. Estava faminta e meu pai era um cozinheiro bem melhor do que a minha mãe que só sabia fazer doces. Mas, para compensar, os doces dela eram divinos. E lindos.

– Ela falou que eu era jovem e que deveria aproveitar a vida até os meus 21 anos.

– Ah, sim. – meu pai sorria.

– Eu tenho alguma doença, pai? Eu vou morrer aos 21 anos? Porque isso explica a minha superforça. Deve ser uma anomalia genética. É isso?

– Não. Claro que não. – ele parecia estar achando graça.

– Então o que é isso tudo? Porque nada faz sentido! E toda vez que eu começo a tentar entender, fico sabendo de mais uma informação maluca!

– Você não vai morrer, Lila. Quer queijo duplo na tua torrada?

– Pode ser, pai. – Que queijo o quê? E eu lá queria saber de queijo agora? – Mas o que vai acontecer comigo aos 21 anos? Por que eu não posso aproveitar a minha vida também depois dos meus 21 anos?

– Você pode. Só que de um jeito diferente.

– Por quê? – eu já estava bufando. Esses dois cheios de segredinhos eram tão irritantes!

– Tua mãe prefere não te contar ainda. – ele disse colocando a torrada num prato na minha frente. E eu dei uma dentada nela cheia de raiva. – O pão não tem culpa, Lila. – meu pai comentou, rindo.

– Vocês dois estão tão chatos! Eu preciso saber!

– Não. – minha mãe disse entrando na cozinha e sorrindo também. O que esses dois fizeram para sorrir tanto assim? Consumiram gás hilariante? Porque eu não estava achando nada engraçado. – Você não tem que saber de nada. Aliás, você provavelmente não vai gostar de saber. E você deve viver a tua vida como se não soubesse, então eu decidi que é melhor você não saber mesmo.

– Você decidiu?! – eu exclamei – E por que você decidiu isso? A vida é minha! E se tem uma coisa sobre a minha vida que vocês sabem e eu não, eu preciso saber também! Não é lógico?

– Não. Não é lógico. – ela, ao contrário de mim, estava totalmente calma – Eu sou tua mãe e sei o que é melhor para você.

Depois disso percebi que a conversa não levaria a nada. Minha mãe não se comoveria assim tão fácil, já que ela parecia irredutível.

Então eu saí da sala bufando! Que raiva! Mas eu venceria esses dois no cansaço!

Faria essa pergunta todos os dias até eles não aguentarem mais e finalmente me responderem.

– Ela nunca foi irritadinha assim. – meu pai comentou olhando para as minhas costas, enquanto ele dava uma dentada em uma maçã.

– São os 18 anos – minha mãe explicou, como se só essa resposta fizesse todo sentido do mundo – Lila! Não esquece que nós vamos ao shopping hoje comprar tuas roupas novas!

– Hoje é domingo, mãe! – eu gritei de volta, marchando pelas escadas na direção do meu quarto.

– E as lojas estarão abertas de tarde!

Eu não respondi. Simplesmente bati a porta do meu quarto e me joguei na cama. Fiquei olhando para o teto.

Realmente, eu costumava ser uma pessoa calma. Antes dos meus 18 anos.

No dia seguinte, eu tinha prova na escola. Minhas provas finais e então eu estaria livre. Isso se eu não pegasse nenhuma recuperação, mas do jeito como as minhas notas em matemática estavam baixas isso era bem possível. Então eu podia aproveitar esse tempo para estudar e também para tentar me acalmar.

Comecei a dar uma relida na matéria, o que eu fiz em alguns minutos e... uau! Eu nunca tive tanta facilidade assim para decorar coisas! E até o que há dois dias não fazia o menor sentido eu conseguia entender perfeitamente agora! Era tudo tão simples! Nossa!

Desse jeito, eu iria tirar dez em todas as matérias! Até em matemática! Eu odiava matemática, mas agora até ela parecia coisa de criança de quinta série.

Bem legal. Pelo menos havia alguma vantagem nessa maluquice toda de 18 anos.

"Como você está?" – era uma mensagem do Daniel.

A antiga Lila, depois da tentativa enlouquecedora de acasalar com o melhor amigo, sentiria vergonha. Eu não. Eu me sentia bastante normal ao ler a mensagem do Dani no visor do celular.

"Diferente."

"Eu imagino. Você fez um cara voar!"

É, pelo menos ele não falou "você lambeu o meu rosto e..." Droga. Eu lambi outras partes dele e com certeza pretendia lamber mais. Como uma felina. Na noite anterior, eu seria capaz de ter dado um banho de gato no Dani, lambendo-o dos pés as cabeças. Ainda bem que eu não cheguei a fazer isso. Provavelmente se eu tivesse feito estaria agora com vergonha.

É, eu nunca mais deveria tirar esse colar.

"É, eu fiz. E você não pode contar isso para ninguém."

Minha mãe não tinha me dito nada a esse respeito, mas eu imaginava que tinha que ser assim. Afinal, todos os super-heróis que se prezem tem uma identidade secreta. Não tem?

"Ninguém iria acreditar em mim mesmo." – ele escreveu, acrescentando um emoticon de riso.

"É sério. Ninguém deve saber, Dani. E eu nunca mais vou tirar esse colar."

"Por que não? Eu achei legal."

"Qual parte?" – eu escrevi. Porque... né... eu tinha saber se ele tinha gostado também das partes que ocorreram depois... quando eu comecei a lambê-lo.

"De todas."

Ler aquilo me deu um frio na barriga. Mas eu não queria sentir esse frio. Por isso eu repeti:

"Esquece isso. Eu nunca mais vou tirar meu colar."

"Que pena. Eu gostaria de ver mais caras voando."

"Se você não parar de encher meu saco, quem vai voar é você."

É, eu estava meio de mau humor. O que era perfeitamente compreensível.

"Não seja tão agressiva, Lila. Isso não combina com você."

"Não combinava. Assim como não combinava o fato de eu conseguir fazer um cara voar."

"O que tudo isso significa?"

"Eu não sei. Meus pais não me contam. Agora mesmo me disseram que eu tenho que aproveitar a minha vida até os meus 21 anos."

"O que vai acontecer quando você fizer 21 anos?"

"E eu sei lá."

"Você vai sair voando?"

"Daniel, você está se tornando muito repetitivo com esse negócio de voar."

"Desculpa. Podemos nos ver hoje?"

"Não. Vou passar o dia no shopping com a minha mãe."

"É? A gente tinha combinado de estudar. Aquela matéria que você não estava entendendo."

"Não precisa mais, Dani. Eu dei uma olhada agora e entendi tudo sozinha"

"É mesmo? Além de fazer os caras voar você também ficou inteligente?"

"Fiquei. Tão inteligente que eu estou pensando até em nunca mais falar com você."

"Não seja malvada."

"Não seja chato."

"O que você vai fazer no shopping?"

"Compras"

"Que tipo de compras?"

"Roupas para mim."

"Mas você detesta fazer compras."

"Detestava."

Sério, até na digitação das teclas do meu celular eu estava mais rápida.

"E você pretende comprar tantas roupas assim, a ponto de passar o dia todo no shopping?"

"Sim, preciso de um armário novo. Para o meu novo visual."

O Dani já estava meio lento na digitação, mas dessa vez se superou na lentidão.

"Que novo visual?"

"Um visual tipo o de ontem. Como eu fiquei depois que fiz o cara voar."

E então, eu não achava que isso fosse possível, ele demorou ainda mais. Quando eu já estava quase desistindo de receber uma resposta, ela veio:

"Medo. Vou ter que ser o teu guarda-costas na escola? Você estava sexy demais, Lila."

Eu sorri. Foi inevitável sorrir após ler as palavras dele. Ele tinha me achado sexy!

Eu fiquei pensando na resposta, talvez do mesmo jeito como ele fez antes, pela demora. E então acabei escrevendo:

"Acho que já ficou claro, Dani, que eu posso me defender sozinha. Mas você pode sempre segurar o colar para mim."

"Tenho até medo do que isso possa significar."

"Significa que eu confio em você."

"Tá. Então eu sempre vou estar aqui, para segurar o teu colar."

"Espero que sim."

"Desde que eu não seja o cara a voar."

Não. – eu pensei – você provavelmente vai ser o cara a ser lambido depois.

Mas preferi não responder nada dessa vez. Deixá-lo no vácuo talvez fosse uma boa ideia. 

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro