Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 3

- Estou farta de fazer de conta! Onde é que está o meu conto de fadas, Rhia?

Audrey rabiscava no seu diário, as lágrimas manchando as páginas do mesmo. Sentada na cama ao seu lado, Rhiara mordia o lábio, tentando ser sensível à situação da melhor amiga.

- Tenho a certeza que o teu final feliz ainda está por aí, Audrey. O Ben...

- O Ben é o meu final feliz. Sempre foi e sempre será! - Audrey fechou o diário bruscamente, encarando a amiga com raiva - Aquela vilã entrou nas nossas vidas e destruiu tudo! Roubou o meu Ben, a minha coroa, o meu destino...

- Ninguém te roubou nada, Audrey. Eles apaixonaram-se, foi uma coisa que aconteceu. Conhecendo o Ben, tenho a certeza que ele nunca quis magoar-te.

- E como é que tu tens tanta certeza disso? Como é que tens tanta certeza do que quer que seja, fechada naquela torre como estás sempre?

         Rhiara engoliu em seco, sentindo o coração bater mais forte. A amiga estava transtornada, estava a dizer coisas que não queria pela raiva que sentia. A princesa suspirou, esticando a mão na direção de Audrey, vendo com mágoa a outra se afastar.

- Audrey, tens tanta coisa ainda por viver, tantas pessoas para te apaixonares, até vais ser Rainha do teu próprio reino...

- O que é uma Rainha sem o seu Rei? - Audrey abanou a cabeça, irritada - O Ben prometeu-me a coroa. Prometeu que ficaríamos juntos para sempre e agora escolheu uma vilã?

               A filha da Bela Adormecida pôs-se de pé, encarando a melhor amiga com uma expressão vazia.

- A coroa é minha. Eu sou a legítima Rainha de Auradon. A Mal roubou o meu sonho, o meu Ben, tirou-me tudo e nenhum deles quis saber de mim para nada. - os olhos castanhos da princesa faiscaram, enraivecidos - Talvez esteja na altura de eu também ser má, tal como o Ben gosta.

            O estômago de Rhiara embrulhou-se. Pôs-se de pé, dirigindo-se até à melhor amiga, alarmada.

- Isto nem pareces tu a falar, Audrey! Eu conheço-te, tu de má não tens nada, que raio de conversa é essa?!

          Audrey bufou, olhando-a com desprezo.

- E quem és tu para achar que me conheces? Vias-me uma vez por mês e achas que és a pessoa que melhor sabe quem sou e o que quero? Tu não me conheces, Rhiara. Queres saber a verdade? - aproximou-se do rosto da outra, cujos olhos verdes se marejaram de lágrimas ao ouvi-la - A única razão porque te visitava em Corona era porque era obrigada. Eras a minha boa ação, visitar a pobre princesa aprisionada. És o meu ato de bondade, Rhiara. - fez uma pausa, sibilando - Nada mais.

              A filha da Rapunzel ergueu o queixo, olhando a outra com mágoa. Sem dizer nada, pegou na sua mochila, colocou o capuz no topo da cabeça e saiu porta fora, fechando-a na cara de Audrey. Em silêncio, começou a andar, percorrendo os corredores até encontrar a saída. Ao sentir o ar fresco da tarde, Rhiara deixou as lágrimas caírem, os joelhos cedendo e caindo na relva macia da rua. Fechou os olhos e deixou-se ficar, a soluçar sozinha no passeio vazio.


- Perdida. Claro. O que mais me vai acontecer hoje?

              O entardecer iluminava o céu de Auradon com os seus raios alaranjados. Rhiara levou as mãos à cara, exasperado, os olhos verdes perscrutando o espaço à sua volta. Estava tão transtornada que acabara por perder de vista a bendita estrada dos tijolos amarelos, bem como qualquer edifico que fosse. A Floresta Encantada rodeava-a, igual para onde quer que se virasse. Soltou um suspiro, cansada.

- Está alguém aí? - perguntou, desorientada.

          O som de galhos a quebrar fê-la sobressaltar. Num movimento ágil, tirou a frigideira da mochila, apontando-a à pessoa que se aproximara dela com suavidade.

- Desculpa! Não te queria assustar! - exclamou a moça à sua frente, os olhos cor de chocolates arregalados - Eu ouvi-te a chamar, já te tinha ouvido antes e vim até aqui. Está tudo bem, só quero ajudar.

Rhiara baixou a arma na sua mão. Um sorriso simpático surgiu no rosto familiar da rapariga, cujo cabelo azul lhe caía em ondas pelas costas abaixo. A filha da Rapunzel arregalou os olhos, gaguejando:

- T-Tu é-é-s... Evie! Tu és a Evie!

            Evie inclinou ligeiramente a cabeça, observando a desconhecida de alto a baixo.

- Conhecemos-nos?

- Oh não, nem pensar. - Rhiara sorriu, esticando o braço - Vi-te na televisão. É um prazer conhecer-te! Chamo-me... - fez uma pausa, cautelosa - Anna. Filha da Alice do País das Maravilhas.

- Encantada. - a dos cabelos azuis apertou-lhe a mão, delicada - Precisas de ajuda? Estás perdida?

          A morena assentiu, sentindo-se esmorecer ao olhar em volta.

- Tenho de chegar à estação dos comboios o quanto antes. Consegues indicar-me o caminho?

Evie assentiu, embora a olhasse com estranheza.

- Já conheço esta floresta como a palma da minha mão, consigo levar-te lá sem problemas mas... Não creio que haja comboios seja para onde for agora, Anna. O reino de Auradon não tem muita atividade noturna, para ser sincera. - Evie soltou uma risada, encolhendo os ombros - Os bonzinhos gostam mais do dia, acho eu.

- Por isso os meus pais só voltam para casa amanhã. - respondeu Rhiara, soltando um suspiro frustrado - Claro! Que burrice a minha!

A jovem dos olhos verdes amaldiçoou-se a si mesma, irritada. Claro que não tinha pensado bem na sua fuga. Estava tão preocupada com Audrey que apenas quisera sair de Corona e vir a correr para Auradon para estar lá para ela. Se pensasse bem, sempre fora assim. Rhiara fazia tudo por Audrey, inclusive desobedecer aos pais, ao passo que a sua melhor amiga apenas a visitava uma vez por mês, naquilo que ela chamara de "boa ação".

Rangeu os dentes, afastando a mente de Audrey e das suas palavras maldosas, as quais não acreditava que fossem verdade, embora doessem. Em vez disso, concentrou-se na jovem à sua frente, que parecia falar com ela há uns minutos.

- Anna? Estás a ouvir-me?

- Desculpa, estava a pensar no que fazer. - Rhiara esboçou um sorriso amarelo, disfarçando - O que disseste?

- Eu perguntei se tinhas sítio onde passar a noite. Pareces nova em Auradon, não sei se conheces alguém por aqui...

Rhiara pensou em Audrey. Era a única pessoa que conhecia em Auradon, talvez a deixasse passar a noite no seu quarto. Descartou a ideia, lembrando-se de imediato do quão magoada estava com ela. A seguir, pensou em Ben, descartando de novo a ideia. Ben era o rapaz mais desbocado (e o único) que Rhiara conhecia, facilmente ele se descairia a Rapunzel e a Eugene sobre a ida clandestina da sua filha a Auradon. Abanou a cabeça, dizendo:

- Não, não conheço ninguém. Sabes dizer-me onde há uma estalagem onde eu possa ficar?

A filha da Rainha Má pousou-lhe a mão no ombro, num gesto tão reconfortante e apaziguador que Rhiara sentiu os olhos marejarem de novo, emocionados.

- Podes ficar comigo. Tenho o meu próprio castelo encantado aqui na Floresta. - Evie sorriu, gentil - Acabaste de fazer a tua primeira amiga em Auradon! Anda, não fica longe e já é quase de noite. Já comeste alguma coisa?

           O estômago da jovem aventureira roncou naquele preciso momento, fazendo-a corar.

- Acho que tens aí a tua resposta. - respondeu Rhiara, sorrindo desajeitadamente.

        No dia seguinte, raios de Sol quentes beijaram-lhe o rosto, como sempre acontecia. Se havia algo que a fazia acordar bem disposta era sentir o calor do Sol ainda antes de abrir os olhos.

A morena dos olhos verdes espreguiçou-se, sonolenta. Quando os abriu, sentiu o pânico tomar conta de si, a realidade atingindo-a numa mistura de terror e adrenalina.

Ela ainda estava em Auradon.

- Bom dia alegria! - saudou uma menina ao seu lado, rindo da expressão assustada da outra - Não te quis acordar e não, não tenho estado a observar-te a dormir. Isso seria estranho. Acabei de chegar aqui à sala. Quem és tu e porque é que estás a dormir no sofá?

Rhiara pestanejou.

- Que horas são?

- A manhã já vai a meio mas ainda não é hora de almoço. - respondeu uma menina negra um pouco mais velha que a primeira, adentrando a sala com um ar jovial - Quem és tu?

- Anna. - respondeu a morena, automaticamente - Onde está a Evie? E as minhas coisas? Oh céus, tenho de me apressar...

- Bom dia! Hoje é um dia muito especial!

A voz de Carlos chamou-a à atenção. O rapaz acabara de entrar na casa de Evie com uma caixa gigante na mão, franzindo o sobrolho ao ver a rapariga deitada no sofá, rodeada pelas novas inquilinas.

- Anna? O que fazes aqui? - questionou, enquanto continuava a andar em direção à cozinha.

- O teu nome é Anna? - perguntou a primeira menina, balançando a cabeça e fazendo os seus dois totós abanarem em conjunto - Nome bonito, embora muito simples. Eu chamo-me Dizzy, filha da Drizzella. De quem tu és filha?

- Eu...

- De alguém bonzinho, tem um ar muito limpo e arrumado. Até acorda com ar de princesa. - retorquiu a segunda menina, afagando os seus cabelos cacheados - Não tem estilo de vilã.

            Rhiara abanou de imediato a cabeça, empalidecendo ligeiramente com a palavra "princesa". Apesar de meio sonolenta e atordoada com tanta agitação logo de manhã, conseguiu responder, tentando soar o mais natural possível:

- Sou filha da Alice, a menina que encontrou o País das Maravilhas. Não sou princesa nenhuma...

- Mas és boazinha. - a menina estendeu a mão, a qual Rhiara apertou, vendo-a sorrir - Sou Celia, a filha do maravilhoso Dr. Facilier.

         A filha da Rapunzel assentiu, encantada por conhecer as novas moradoras de Auradon. Sabia que Mal e os restantes vilões tinham ido à Ilha dos Perdidos no dia anterior para selecionar os quatro novos descendentes de vilões. Com toda a situação de Audrey, não chegara a saber quem fora selecionado nem como correra.

             Levantou-se, ajeitando o pijama que Evie lhe emprestara no dia anterior. Quando chegara ao seu pequeno castelo, os restantes moradores já deviam estar a dormir, por isso sequer se apercebera da sua presença. Na verdade, a adrenalina de Rhiara era tanta que apenas comera e dormira no sofá, arrasada com toda a emoção que tinha vivido. A fuga, o entusiasmo de conhecer Auradon e... Audrey.

           Nesse preciso instante, Evie entrou na sala, acompanhada por um rapaz moreno de cabelos longos e lisos. Outro rosto familiar para Rhiara; aquele só podia ser Jay, o filho de Jafar. Ao vê-la, ergueu uma sobrancelha, esboçando um sorriso educado.

- Bom dia. Acho que não nos conhecemos.

- Anna. - disse Rhiara, acenando timidamente - És o Jay. Eu vi-vos na televisão algumas vezes, principalmente quando chegaram a Auradon pela primeira vez.

- Bom dia, Anna. - saudou Evie, sorridente - Dormiste bem? Não tinha mais camas disponíveis...

- Muito bem, obrigada. Evie, agradeço imenso a tua hospitalidade mas eu tenho mesmo de ir. - Rhiara aproximou-se dela, nervosa - Tenho de trocar de roupa, o meu casaco...

- Está tudo no meu quarto. Primeira porta à esquerda. Acompanho-te até à estação dos comboios para que não te percas, pode ser?

         A princesa assentiu, distraída. Como um relâmpago, correu até à porta que Evie indicara, vestindo apressadamente as suas roupas. Verificou a mochila, acariciando a sua frigideira com carinho, ajeitou o capuz para que lhe tapasse bem a cabeça e colocou os cabelos de forma a cobrirem ligeiramente o seu rosto, o suficiente para passar despercebida. Verificou a sua imagem no espelho e notou os olhos verdes brilhantes. Não pode deixar de sorrir. Estava a viver a sua primeira e muito provavelmente única aventura durante um bom tempo e, apesar dos contratempos, estava a adorar cada segundo da sua limitada liberdade.

          Quando saiu, sentiu a pele arrepiar-se. Um mau pressentimento atingiu-a, um Dom que possuía por natureza. Ao fechar os olhos, a imagem de Audrey preencheu-lhe a mente, mostrando-lhe que algo se passava com a sua melhor amiga.

             Lá fora, o som de uma risada maléfica cortou o ar.

           Foi nesse preciso instante que Rhiara soube que a sua aventura estava apenas a começar.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro