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━ ♡ : 30 Chᥲρtᥱr.

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Sᥙᥒ&Mooᥒ hᥲs tᥕo dᥲddιᥱs¡!

Cᥲρίtᥙᥣo 30↶

¡! mᥲmᥲ̃ᥱ tᥲ́ ᥣoᥙqᥙιᥒhᥲ
ρrᥲ moᥱr ᥙm ᥒᥲ ρorrᥲdᥲ
ᥱ o ρᥲρᥲι ᥲmᥲ ᥱᥣ  !¡


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Era uma noite tão boa.

Bem, podia ser exagero, com toda a certeza era um exagero. Mas aquela era uma das melhores noites de todo aquele maldito ano. Não era nenhuma data especial, mas o tempo estava perfeito, nem frio nem quente, sem aqueles mosquitinhos chatos que sempre rodeavam as luzes artificiais do ambiente, e longe do barulho irritante dos grilos escandalosos que habitavam as árvores. Perfeito.

A tranquilidade da noite tornava tudo ainda mais especial.

Aquela era a definição de estar "na maior paz".

Han Moonbin estava com dois amigos em seu quarto, eles estavam em um tipo de festinha do pijama e Han Youngsun estava desmaiada de tanto cansaço após um treino puxado no Taekwondo e uma boa pratada de comida com um adicional bem grande na sobremesa, ninguém estava autorizado de entrar no seu quarto até segunda ordem, era uma das ordens da casa, nunca acordar a jovem capetinha, a querida ficava manhosa e um pouco insuportável após acordar.

No quarto ao lado, o casal não tão velho se encontrava, assim como todas as outras noites, ambos com os cabelos ainda úmidos e vestidos com os seus pijamas, eles prestavam atenção na televisão à sua frente com expressões sérias e total foco. Na tela, um reality show americano corria, mas eles mal conseguiam entender o que diabos se passava em tela, era um belo resumo sobre uma suposta briga entre irmãs e uma traição que Minho ainda tentava entender em como ocorreu. Na verdade, Minho observava a tela da televisão e pensava em como aquela celebridade conseguia ter expressões faciais após colocar tanto botox na sua linda carinha industrializada. Era bizarro. Mas, já Jisung, sendo pai de adolescente, estava obcecado em pensar no que caralhos aqueles três adolescentes estavam fazendo em um quarto, com a porta trancada.

Seus dentinhos, pelo nervosismo, se bateram freneticamente. Han não conseguia esconder a sua carinha de envergonhado, mas aquela pergunta que rondava a sua mente estava lhe matando de curiosidade.━ Eu não quero ser um pai tóxico né, mas... - Jisung foi o primeiro a quebrar o silêncio.

━ Mas já sendo... - Minho murmurou ainda com os olhos na televisão. ━ Fala Jijico querido. - Sua voz saiu mais doce que o esperado.

E com cuidado se virou por completo observando o marido com total preocupação. ━ E se o Moonbin estiver fazendo algo com aquela menina? - Jisung sussurrou como se fosse um segredo, dois garotos e uma garota, todos na pré adolescência e com os hormônios á flor da pele, aquela era a hora perfeita para os jovens aprenderem ao certo o que era o gosto da vida, Han enlouqueceu só de pensar na hipótese. ━ Eu não expliquei pra ele como se usa camisinha, nem falei sobre doenças sexualmente transmissíveis, jesus. E se os três estiverem juntos? Os pais deles vão nos matar, eles vão achar que a nossa casa é um bacanal. - Reclamou batendo fraco nas pernas de seu marido calmo. ━ Esses jovens são modernos demais, os seus relacionamentos são divididos em mais de duas pessoas, que vergonha, meu deus. - Tapou a sua boca pelo susto que tomou com os seus próprios pensamentos e mais uma vez usou de sua imaginação fértil. ━ Meu amor... e se... gosto nem de pensar...

Jisung chocado, observava a calmaria de seu amado parceiro. Minho se mantinha quase imóvel, ele o escutava, mas seus olhos estavam fixos na televisão, sua atenção visual era totalmente focada na tão falada bunda daquela mulher do reality, era gigante, incrivelmente desproporcional ao seu corpo. Minho julgava um pouco. Como sempre, Minho era apenas o Minho e sempre agia como tal, Jisung se irritava com isso.

Aquele era o pior, o histórico, o maldito histórico deixava Han Jisung nos seus piores dias, Minho foi uma criança de pais extremamente jovens, sua mãe tinha apenas treze anos quando engravidou e bem, Jisung além de ter nascido quando a sua mãe tinha apenas dezessete anos, ele mesmo havia sido pai aos dezenove, vinte anos no máximo, era assustador, a sua linhagem e influência eram terríveis.

━ O menino tem quatorze anos, ele não pode ser pai agora, ele não pode engravidar uma menina. Moreco, presta atenção! - O apontou irritado, estalando os dedos para obter a tão esperada atenção. ━ Se aquele menino não ter pelo menos uma faculdade bem sucedida, eu me mato na pia do banheiro, eu quero ser um pai saudável que dá total liberdade pro filho, mas engravidar uma menina é puxar o lençol do fantasma, é coisa de louco, de maluco!. - Bateu fraco no ombro do seu marido que respirou fundo discordando com a sua atitude.

Aquilo o incomodava, Jisung nunca entendeu o porque diabos Minho sempre foi tão calmo quando o assunto era o seu filho mais velho Han Moonbin, ele só seguia tranquilo sobre todos os assuntos como se ele realmente conhecesse totalmente o adolescente. Mas, o assustador para o Han mais velho, era certamente o seu doce filho ser um adolescente na flor da pele.

Em alguns dias Moonbin só queria ficar enfiado em seu quarto estudando e mexendo em seu celular, mas em outros momentos ele saia de sua caverna, pegava sua irmã no colo e conversava com a garotinha por horas não querendo a soltar ou compartilhá-la com os seus pais, em outros dias ele só se esquecia de abrir a boca ou perceber a presença alheia e em outros ele se mostrava interessado em contar ao seu pai todo o seu dia, sem contar dos dias que ele levantava um pouco mais cedo e fazia café para ambos os adultos. Moonbin era estranho, mas não de lua, ele era só um adolecente, inconsistente, meio rebelde, do seu próprio jeito e pouco compreendido por aqueles que ele amava.

E Minho entendia isso, já havia lidado no passado com um adolecente igual, o seu irmão mais novo tinha algumas similaridades com o não tão pequeno MoonMoo. ━ Jisung, para. - Minho pediu calmamente enquanto se esticou para alcançar a sua garrafinha térmica, a sua água estava geladinha, estava no ponto certo, a noite estava abafada, então lhe caiu bem tal bebida. ━ Até parece que você não conhece o seu próprio filho, se tem um doido aqui é você. - Murmurou enquanto bebia a água, para o Lee, nem ao menos precisava de uma explicação, o que os três estavam fazendo no quarto era óbvio: nada.

━ O que você quer dizer com isso Moreco? - Jisung o perguntou mais baixo se ofendendo, é claro que ele conhecia o seu filho, mas era confuso entender um adolecente como Moonbin.

Minho esperou, observou o seu marido em silêncio e até fez questão de desligar a televisão para logo o informar, como se tudo aquilo fosse uma grande notícia. ━ O Moonbin, o nosso filho Han Moonbin, fazer algo com aquela menina? Meu amor, aquele garoto deve chupar buceta de canudinho, tocar em peito com luva de silicone própria para cirurgia, pois ela é mais grossa. - O explicou por partes, assim o seu marido provavelmente parasse com tanto drama desnecessário. ━ Jisung, o nosso filho é viado e eu tenho quase certeza que ele puxou isso de você.

Jisung se calou indignado com as palavras feias do seu marido, não era possível que Minho pensasse que o seu amado filho não gostasse de mulher, bem, ele ainda era muito jovem, provavelmente ele ainda não conseguia sentir atração por meninas, Moonbin convivia mais com meninos, então era normal surgir toda essa confusão. ━ Você tá falando que ... - Nem pensou em terminar, inflou as suas bochechas pensando no famoso '' e se?''. ━ Não, não.

Minho estalou os dedos para ter a atenção voltada a si, e riu revirando os seus olhos para o tamanho deley que o cérebro do seu amado lhe dava. ━ Teu filho não gosta de mulher, ele já assistiu The fountain umas mil vezes, é filme de bicha Bitolada das ideias, bicha cheia das ideologias que tem opinião esquerdista, lê livros de escritores da barba grande, que vai no pau dar pitaco sobre diversos assuntos e Jijico, meu amor, tú sabe que nosso filhote é assim. - Sorriu abrindo os braços lhe mostrando que ele não tinha culpa, a única culpada era a vida. ━ Ah, e a tela de bloqueio dele é Orlando Bloom em piratas do caribe. - Minho afirmou calmamente, ele apenas tentava abrir a mente de seu maridinho. ━ Orlando Bloom de cabelo longo, todo molhado e com a camisa desabotoada. Ele nem tenta esconder mais. - Desabafou como se já tivesse lidado com o assunto em seu passado.

E sim, Minho tinha lidado com a surpresa de ter um filho estranho, chato pra caralho, inteligente e muito possivelmente gay a muito tempo atrás. Foi difícil fazer aquela ideia entrar em sua cabeça, mas após ver o garoto assistir Queer eye, ele teve quase certeza, mas se manteve, ainda, imparcial.

Mas como a sua sorte era de ouro, suas dúvidas não se prolongaram muito já que após uma semana depois de ser flagrado assistindo um reality show de poc completamente louca e psicótica pelo brilho, Han Moonbin foi flagrado pelo seu padrasto beijando um amiguinho, inclusive era o amiguinho que ele tanto andava e gostava: Seungheon. Um completo querido.

E quem diria, que dentro daquele corpinho de Carl Gauss pós tortura psicológica, estava desabrochando uma barbie sem moda e magia da geração nova e irritante? Era de se orgulhar, papai amava, papai cuidava.

━ Não fala assim dele, é o personagem favorito dele, só isso. Ele gosta de piratinhas... - Jisung roubou a garrafinha de água alheia e bebeu o restante do líquido despreocupado.

Mas o Lee só conseguiu sentir dó da inocência de seu maridinho, não era só o Orlando Bloom vestido de pirata, nunca era só o Henry Cavill de bruxo, nunca era só um ator suado, sem camisa no comercial do old spice e não era só uma performance do 2pm cantando A.D.T.O.Y.

Era um estilo de vida, um sentimento... era um novo modo de enxergar a vida.

━ Bebê, se fosse o Orlando Bloom vestido de legolas eu entendia, mas como Will Turner? - Minho gesticulou perguntando ao marido. Sinceramente, Jisung nunca havia parado para assistir esse tal de legolas ou Will Turner, mas Minho já, e ele entendia o seu filho. O problema central era que, Han Moonbin tinha um gosto excelente para homens, o Orlando Bloom era um gostoso. ━ Olha, ele é bem mediano, tem tanto personagem foda e logo depois tem o Will Turner, mas é o Will Turner suado, sujo e com a camisa desabotoada, até eu liberaria pra ele e você sabe que eu sou dificil. - Se confessou.

Jisung se calou, ele sempre se esquecia do tipo de marido que tinha, tudo bem que o seu tipo ideal era indiscutível, já que sempre se atraiu por atores e atrizes mais velhas, mas ele não expunha para o seu marido que Lee Minho diariamente disputava a sua atenção com a Lee Hyori e com o Rain no clipe de la la la song, que sinceramente, também era uma delicinha. ━ Você não acha que está sendo um idiota? Ele pode muito bem gostar de garotas e gostar do Orlando Bloom. - Tentou o convencer.

Minho riu indignado com a positividade do marido. ━ Pode ficar tranquilo, seu filho é lento e meio travado, vai demorar até ele querer liberar pra geral, gratidão. - E com graça em seu riso, ele distribuiu beijinhos pelas mãos de Han que estava ainda pensando em tal hipótese, ele não acreditou, seria possível seu filhinho seguir os seus mesmos passos ?

Era muito cedo para tirar conclusões, mas Jisung já havia planejado todos os conselhos sobre a vida, relacionamentos e términos, ele havia planejado aconselhar o seu filho e se esforçava para pensar em uma saída para quaisquer tipo de problemas, mas agora, por uma terrível descoberta, Jisung provavelmente teria que refazer todos os seus planos e conselhos, isso lhe deu um terrível gosto de derrota.


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Riwon era na verdade a única amante de redes sociais entre o seu trio de amigos, como uma fada da comunicação, influenciadora de maquiagem e uma quase nepo baby, por ser filha de uma maquiadora de noivas profissional e de um detetive bonitão, sua genética era uma das melhores para ela conseguir assumir o estrelato e assim conquistar o seu sonho de ser uma modelo mundialmente famosa. Mas como nada era lhe dado em mãos, ela estava ali, retocando o seu blush de tonalidade quase imperceptível, arrumou o seu pijama de verão e começou, mais uma vez, a gravar vídeos dançando alguns "top virais". Era um bom lugar para isso, a casa de Moonbin a deixava com as energias nas alturas, sem contar que o quarto do colega era enorme e aquela luz meio amarelada que ele usava para estudo deixava os seus vídeos no conceito que ela mais amava. Era vintage, algo meio old era' ou rústico, nas palavras da jovem influencer era " A damn good concept".

Bem, isso era o que Riwon afirmava, a verdade era que a garota amava visitar a casa de seu amigo pela comida. A comida era magnífica, mas nem todos estavam energizados com os dotes culinários do Senhor Han e do amoroso toque doce do Senhor Lee em suas sobremesas.

Lee Seungheon por exemplo, mesmo sendo filho de uma farmacêutica nuclear que era proibida de entrar na cozinha e de um psiquiatra que já colocou fogo no fogão duas vezes, ele estava mais preocupado com outra coisinha que ele achava deliciosa. A boquinha de Han Moonbin, que estava rachada pelo ar seco, era delicioso pensar que aqueles lábios podiam ser seus.

Por favor, não critiquem o jovem por divagar em pensamentos tão sujos e promíscuos, era apenas um adolescente normativo, pensando coisas que só um adolescente que não controlava os hormônios podia pensar.

E enquanto ele observava o Han passar o seu protetor labial em seus lábios ressecados. Seungheon tomava o resto de suco de laranja, tentando pegar para si, um pouco mais de coragem. ━ É um bom momento pra falar agora, né? - O perguntou calmamente, com um tom de voz baixo para não atrapalhar os vídeos da sua amiga influencer.

Mas, mesmo que Moonbin fosse um garoto calmo e fácil de se conversar, ainda sim ele sentiu um pequeno frio e incômodo em sua barriga por voltar naquele tal assunto que para ele era " sensível". ━ Conversar sobre aquilo de novo?- O perguntou também calmo, colocou o seu protetor labial em sua mesa de canto e se sentou na sua cama, com as pernas meio abertas por estar à vontade em sua própria casa. . ━ Tudo bem, se quer conversar vamos conversar, mas eu ainda acho que você deveria pensar mais, colocar os seus pensamentos em ordem antes de... - Sua frase não foi concluída, como um reflexo, ele observou a sua janela, já aberta e logo voltou a sua atenção em Seungheon, que estava na sua frente. ━ Nossa. - Murmurou baixinho por pensar ter visto algo do lado de fora, provavelmente era um pássaro.

Mas Seungheon não estava pronto para uma derrota, ele estava certo que com um pouco de calma e paciência, Moonbin entenderia os seus verdadeiros sentimentos e não o jogariam fora mais uma vez. ━ Ei, Moon. - Sua voz ainda se manteve baixa por conta dos vídeos que a garota gravava no outro canto do quarto, Lee era um garoto educado, mesmo que tentasse ser um delinquentezinho, ele ainda sim era um educado riquinho que não conseguia largar os seus bons costumes. ━ Eu acho que seria bom a gente... - Mas o delinquente não terminou a sua fala, já que antes mesmo, um fino gritinho saiu de seus lábios junto com uma ação nada calculada. Seungheon, após gritar, apenas pulou em cima do amigo e o abraçou arregalando bem os seus olhos. ━ Santa batatinha com queijo!. - Sua pele parecia estar mais pálida do que o normal, seus tremores também mostravam aquilo, ele havia levado um belo susto. ━ O que porras estás a rolar?

Moonbin não entendeu o desespero do amigo, ele apenas bateu fraco na perna do mais alto e suspirou baixinho tentando o afastar.━ Ei, eu já falei sobre isso, ficar assim comigo é meio... - Comentou calmamente tentando o afastar, mas Seungheon não se desgrudava de modo algum. ━ Você tá me sufocando. - O Han reclamou um pouco irritado, ele não gostava de abraços apertados e nem de pessoas pulando em seu colo sem um aviso prévio.

Mas, em um sussurro desesperador Seungheon apontou para a janela e comentou. ━ Tem algo lá fora, passou na janela, é um espírito, porra eu sou virgem, eles querem a minha alma pura, eu vou morrer por sua causa.- Cobriu a sua boca com a sua mão horrorizado por pensar em tal coisa sombria, mas em vez de apoio, apenas recebeu uma cara feia vinda do dono da casa. ━ Moon, fantasma.

━ Não tem. - Respondeu calmo. ━ Estamos no segundo andar. - Confirmou o óbvio olhando novamente para a janela e tentou o assegurar. ━ Fantasmas não existem, esse negócio de ectoplasma é mais mentiroso de projeção astral ou soroterapia. - Piscou mais algumas vezes tentando ver se o assustado garoto entendia de uma forma ou de outra. ━ Foi um pássaro ou só a luz, pensa mais baixo.

━ Tem sim. - Seungheon voltou a falar, com mais certeza. ━ Eu vi e nem vem com essa, minha visão é boa pra cacete.

Mas, vendo a cena linda de cinema, cujo o seu casal favorito estava, a garota esqueceu o seu celular gravando e apenas andou até os dois garotos. ━ O que aconteceu? - Riwon riu baixinho pronta para pegar o seu celular e tirar algumas fotos do couple #1, mas a cara do seu amado Moonbin não era uma das melhores. ━ Outra amostra de amor sem aviso prévio? Acho fofo. - Comentou na brincadeira, mas ao ouvir um barulho estranho, ela sem noção da situação, se dirigiu até a janela pensando que aquele barulho estranho era pelo vento que passava pela grande árvore que tinha bem em frente a janela do querido Han.

Ela ouviu um barulho e pulou direto para o colo de Seungheon, que ainda estava sentado no colo de Moonbin. ━ Tem algo na janela. - Seu aviso desesperado saiu como um gritinho fino e baixo.

Han pensou, mais uma vez, que tudo aquilo era uma das desculpas idiotas dos seus amigos, que sempre que podiam, inventavam alguma coisa para tocá-lo, abraçá-lo ou beijá-lo.

━ Sai, eu vejo. - Os empurrou com um pouco de dificuldade e se levantou meio irritado se dirigindo até a janela, mas ao ver algo, realmente se movendo entre os galhos e folhas da grande árvore, ele se atreveu a se aproximar um pouco mais tentando tentando abrir mais as persianas. ━ Mas... - Moonbin se assustou com a sombra que apareceu diante dos seus olhos e com um pingo quase inexistente de adrenalina, ele arreganhou as persianas com uma só puxada vendo que era um homem que estava em cima da árvore em frente ao seu quarto, segurando uma câmera profissional. Todos no quarto se paralisaram, olharam para o homem como se calculassem o que diabos eles fariam em uma situação daquelas e logo o Han reagiu, não com movimentos, pois suas pernas travaram, mas sim com o grito mais alto que ele pode soltar. ━ PAI, TRÁS O TACO. - Moonbin gritou o mais alto que conseguiu, mas tossiu em seguida tentando se afastar da janela, mas, em vez do homem se assustar e correr, ele se aproximou mais pelos galhos e começou a fazer um sinal para todos se calarem.

E a pequena Riwon, uma filha de um bom detetive, logo juntou as peças. Era um pervertido, aquele era um pervertido que gostava de jovens, eles já estavam de pijama e ela a minutos atrás estava dançando com o seu pijama de verão, aquele pervertido provavelmente tinha gravado videos, tirado fotos, então ela gritou. ━ TIO HAN TEM UM PEDÓFILO NO QUARTO, ESPANCA O JACK! - A pequena garota correu até a porta a abrindo e voltou a gritar o mais alto que conseguiu. ━ TIO LEE, TEM UM MALUCO NO QUARTO, SOCORRO TITIO.

O grito escandaloso saiu dos lábios de Riwon, ecoando pelos corredores escuros. No final do corredor, ela conseguiu ver a silhueta de Minho, o pai de Moonbin, que saia de seu quarto iluminado em disparada. Sem camisa, o Lee usava um roupão azul aberto, revelando um shorts curto rosa, mesmo que as suas vestimentas fossem marcantes, ele carregava com maestria um taco de golfe nas mãos. A cena deixou Riwon confusa e assustada, por um pequeno momento o Senhor Lee pareceu ser um gangster, não fez sentido algum. Afinal, o senhor Lee não parecia ser do tipo que jogava golfe. Enquanto isso, Jisung, em seu pijama de luxo, saiu correndo do quarto e passou direto pelo quarto do filho, decidindo verificar o bem-estar de sua filha mais nova.

━ Filho da puta. - Minho não perdeu tempo tentando entender a situação. Era bem óbvio: três adolescentes assustados e um homem com uma câmera invadindo o quarto de um menor de idade. Aquilo já era um sinal bem claro. Sua única missão agora era lidar com o possível pedófilo. Na visão de Minho, a abordagem era simples: primeiro, ele batia; depois, ele perguntava. Afinal, quem em sã consciência entraria pela janela do quarto de um adolescente desconhecido no meio da noite, ainda mais sendo a janela do segundo andar da casa?. O invasor, por sua vez, percebia que o adulto de roupão aberto segurava um taco de golfe em suas mãos.

A situação estava prestes a ficar intensa.

O invasor tentava descer a árvore de uma forma rápida, mas ao ser atingido nas mãos pelo taco de golfe ele apenas despencou em meio aos arbustos de Han. Minho sorriu olhando pra baixo, seus olhos, por um simples reflexo pareciam estar vermelhos, claramente ele estava possesso de raiva, ou melhor dizendo, muito puto.

━ Morreu não, né seu filho da puta? - Minho perguntou, a sua voz estava carregada de raiva, ao notar os arbustos se mexendo. ━ Morre não, eu ainda vou te quebrar todinho.

Sem pensar duas vezes, ele se virou e correu para fora do quarto. Desceu as escadas em um instante e, ao sair de casa, encontrou o homem tentando se levantar, já com a perna machucada. Minho respirou fundo sentindo uma irritabilidade estranha surgir em suas têmporas.

━ O que você pensa que está fazendo na minha casa e com as minhas crianças? - Lee estava visivelmente irritado, e com um pouco de maldade que crescia em seu coração, ele observou melhor o homem que estava calculando uma pequena rota de fuga e, com um movimento rápido, decidiu chutar o joelho do invasor, que estava claramente fraturado. ━ Desembucha logo, se Zé buceta' da porra, antes que eu termine de quebrar suas pernas e eu já falo, eu vou amar fazer isso.- Seu sorriso maligno apareceu fazendo com que o homem, que antes gritava de dor, se cala-se.

O homem desconhecido percebia que ali, naquela grama verdinha, no terreno particular daquela família, que ele ia ser linchado e provavelmente preso. Ele sempre teve grande azar, estava tão errado que por algum motivo ele pensou que apenas tirar fotos de umas crianças lhe renderia um bom dinheiro.

Atrás do pai enfurecido que tinha uma aura um tanto mortal, Moonbin tentava desesperadamente entrar em contato com o serviço de segurança pública, mas mesmo em desespero, seu rosto se manteve calmo e a sua voz suave, como se nada traumático houvesse acontecido naquela noite. Ele não fazia ideia de quão demorado poderia ser chamar a polícia, mas, assim que conseguiu, tirou a bombinha de ar do bolso e a usou algumas vezes para recuperar o fôlego. Com a respiração mais calma, ele informou as autoridades: Oi, tudo bem? Bom noite, eu sou o Han Moonbin, moro no condomínio Flor de Glicínia, casa 117. Houve uma invasão aqui; um homem desconhecido entrou na nossa casa e... -Antes que ele pudesse concluir, a garota de cabelos longos e pijama curto tomou o telefone das mãos do amigo, claramente irritado com a interrupção, Moonbin a olhou com uma mistura de surpresa e indignação, mas a urgência da situação deixava pouco espaço para discussões.

De alguma forma todos estavam irritados, surpresos e até desesperados para tentar assimilar o porque diabos um homem estava invadindo o quarto de um adolecente e Kim Riwon não era diferente, a garota estava indignada com a falta de segurança naquele condomínio de quinta categoria. Cade a maldita segurança daquele lugar?

A garota, irritada com toda aquela comoção, levantou o dedo indicador avisando para o amigo não falar nada e fez o que qualquer filha de policial faria em tal situação, ela usou o nome do papai para conseguir uma ajuda rápida. ━ Oi, eu sou a Kim Riwon, meu pai é o detetive Lee Jinki da DP 21, fala pra qualquer um trazer uma viatura, pois eu e os meus amigos menores de idade fomos assediados por um safado que estava tirando fotos íntimas nossas, papai nunca vai deixar isso barato, eu tô besta!. - Gritou indignada deixando uma de suas mãos pousadas em sua cintura. ━ Amiga, você não está entendendo o babado, ele é um velho safado, eu tenho o video dele invadindo o quarto, bem na hora eu tava gravando tiktok, sabe o que lá esse nojento ia fazer se o pai do meu amigo não tivesse aparecido. - Riwon reclamava em meio ao seu mais novo bate papo e apenas se virou entrando na casa ainda falando no celular de seu amigo, ela estava em choque, não era todo dia que aquele tipo de coisa acontecia diante de seus olhos. ━ Foi terrível mana, pensei que eu ia de base, sou gata demais pra morrer, a minha família e os meus amigos nunca iam conseguir superar.

Mas, enquanto, calados, eles observavam a garota entrar em casa, o invasor tentava se levantar assustado com tudo que estava acontecendo. ━ Polícia não, por favor, eu tô em condicional. - O homem negou tentando se levantar, vendo que Minho parecia não se importar muito com o que ele dizia e era verdade, Minho não tinha interesse em explicações ou desculpas. Na realidade, a única coisa que o Lee fez foi pegar a câmera que estava no chão, para ver o tipo de foto que ele estava tirando de seus filhos, ele já havia se acalmado um pouco.. ━ Foi o DoChul, o Won DoChul, ele me falou pra dar uma olhada nos netinhos dele e ver se o filho dele estava feliz, é só isso, eu juro. - Ele explicou alto ainda trêmulo. ━ Ele me pagou adiantado e falou que não era para eu ser visto, pois vocês estavam brigados.

Mas, com uma careta de desdém, Minho o perguntou confuso e meio desinteressado. ━ Quem é esse bosta? - Realmente, Lee não se lembrou de nenhum filho da puta com aquele nome, provavelmente não era uma pessoa importante.

━ Quem? - Jisung apareceu, nesse meio tempo, em vez dele ir junto a confusão para ajudar Minho, ele se preocupou com a sua filha, que estava sozinha no quarto. Han estava com Youngsun desacordada em seus braços, mas aquilo não foi o suficiente para ele se acalmar, aquele nome era maldito em seus dias. Era o nome do homem que havia feito de sua infância e adolescência um verdadeiro inferno, Won Dochul, seu padrasto. ━ Minho, apaga as fotos, agora. Eu não quero nem pensar nele tendo acesso aos nossos filhos. - Jisung comentou baixo com o marido que não entendia toda a raiva do marido.

Mas ele tentou fazer o que ele pediu, como a câmera estava ligada, ele viu o que tinha no rolo de fotografia, era fotos dos adolescentes no quarto, da Youngsun dormindo e um dossiê completo de fotos de seus filhos na piscina com roupas de banho.

Lee não conseguia ver maldade naquelas fotos, mas sabendo que no mundo existem pessoas doentes da cabeça, ele só as apagou, sem dizer mais nada. Mesmo vivendo uma vida repleta de maldades, trombando com pessoas ruins o tempo todo, ainda sim Minho nunca conseguiu entender aquele apetite sexual específico que era focado em crianças, seres humanos pequenos, frágeis e inocentes.Lee não conhecia o maldito padastro de seu amado marido, mas ele conhecia muito bem o tipo de pessoa nojenta que ele teimava em ser e sendo criado nas ruas, Minho soube que aquele tipo de gente só muda quando morre.

━ O que o meu padrasto quer com os meus filhos? - Jisung o perguntou alto. ━ E quem te deu o direito de entrar no quarto do meu filho?. Você só pode ter enlouquecido, o que você queria fazer no quarto de uma criança?. - A raiva do Han o fez aumentar a sua voz.

O velho fotógrafo e perseguidor se arrependeu de pegar um trabalho besta e que pagava tão mal como aquele, era apenas algumas fotos dos netos de um drogado qualquer que estava disposto a lhe dar alguns trocados, não era lá uma coisa terrível, eram apenas fotos das crianças fazendo coisas que elas provavelmente faziam todos os dias, não era como se ele tivesse cometido a porra de outro crime. ━ Ele só pediu as fotos, nada demais, eu só tirei fotos dos netinhos dele, eu não fiz nada demais. - O invasor logo o respondeu tentando se explicar, em sua cabeça, nada de errado havia ocorrido em sua parte, eram apenas fotos e ele apenas tentou invadir o quarto do garoto porque ele quis parar com tanta gritaria. ━ Eu nem tô ganhando muito com isso, é só um dinheiro extra. - Choramingou rezando aos deuses que todo aquele infortúnio terrível desaparecesse em minutos, mas a realidade era mais amarga, fria e difícil de se engolir.

Han engoliu seco, tentando se recompor. Ele sabia que não podia gritar, ameaçar ou sequer tocar no intruso, mas a vontade de estapeá-lo até deixá-lo inconsciente era forte. Era frustrante ser contra a violência em momentos como aquele. ━ Moonbin, querido - Jisung o chamou com uma voz calma, como sempre fez. ━ Leve a sua irmã para dentro. Eu vou esperar a polícia aqui fora. Vocês precisam entrar, está muito tarde. Assim que eu voltar, vamos conversar sobre o que aconteceu, tudo bem? - As palavras de Jisung trouxeram um certo alívio, e o garoto percebeu que, apesar de toda a adrenalina e susto que ele havia passado, havia um protocolo a seguir. Ele assentiu, como sempre sendo um filho educado, e entrou em casa, consciente de que precisava manter todos seguros.

Minho observou o adolescente se afastar, e, de forma serena, como sempre, ele se sentou sobre o homem imobilizado no chão. Com um olhar intenso, ele direcionou sua atenção para a câmera, que ainda permanecia ali, como um lembrete desagradável da invasão. Não era suficiente apagar as fotos, ele estava decidido a estourar a câmera na cara daquele filho da puta. ━ Ji, meu amor. - Ele pediu calmo tirando o tubinho da bateria da câmera e colocando a força na boca do homem. ━ Não fique tão nervoso, ele não quer nada da gente, não temos nada que ele possa querer, certo? - Sorriu dócil. ━ Sem contar que a nossa família lida bem com ratos e insetos. Não se preocupe muito.

Mas, Jisung estava disposto a começar uma pequena discussão. ━ Eu não aguento mais essa sua positividade, você não entende Minho. - O apontou pronto para o explicar o porque caralhos eles tinham que se preocupar.

Sair do mundo dos sonhos, às vezes, era o certo.

Mas ele negou freneticamente com a sua cabeça sabendo que mesmo lhe dando uma dissertação de mil páginas de como não explodir de preocupação com o menor dos problemas, ainda sim Han ia explodir de preocupação, ele era como uma bomba relógio defeituosa, estava sempre instável, a ponto de jogar tudo aos ares.

━ Não querido, você que não entende. - Minho sorria usando de uma arma mais poderosa que todo o seu charme e força. Era a sua lábia, mas, para o seu amado, aquele jeitinho cafajeste, acompanhado de um olhar galante e um sorrisinho de canto, só o tornava mais propenso a receber um tapinha nas orelhas ━ Você que tem que parar com toda a sua negatividade, as coisas às vezes só dão errado por isso. - Incrivelmente ele teve um ponto.

Mas Han não se deixou levar pela amostra grátis do mantra da paz, ele não queria saber, problemas ainda eram problemas e você estando preparado ou não, uma hora eles chegam para te atormentar. ━ Minho, esse idiota falou que o meu padrasto pediu para ele tirar fotos das crianças, o que você acha que aquele cretino quer? - O perguntou mantendo a sua voz baixa, pausando as palavras para o mostrar que toda a situação era o problema. ━ Reunir toda a família no fim de ano que não é, né porra.

Mas, ainda com um espírito intacto, ele não se deu por vencido. Ter uma discussão de relacionamento na porta de casa, naquela hora da noite enquanto espera a polícia e segura um invasor não estava em seus planos, mas o Lee agradecia por ter a oportunidade de conversar mais calorosamente com o seu marido, pessoas irritados tendem a ser mais verdadeiras em suas perguntas e respostas.

━ Não, mas ele é só uma pessoa normal, você deveria parar de ter medo de um cara covarde e nojento como ele, você é jovem, feliz, bem sucedido, tem uma boa família e dinheiro. - Minho o fez se virar para lhe mostrar a enorme casa em que viviam, eles tinham conforto, saúde, uma família boa e uma vida digna de comercial de pote de manteiga. Era compreensível reclamar e ser negativo, todos nós lidamos com problemas, mas às vezes, só às vezes, a possibilidade de construir a sua vida e desfrutá-la pareceu ser melhor. ━ Deve ser difícil, eu não tiro isso de você, mas você ficar com medo das pessoas que fizeram parte do seu passado não vai deixar a gente ir em direção a um futuro melhor.

Minho estava certo, mais uma vez.

Porém, como as suas crianças eram a sua responsabilidade, o papai transtornado se preocupava além da conta e a cada pingo de discórdia ele tentava, de alguma forma, pensar em uma saída.

━ E o que a gente faz se ele aparecer na nossa porta? - Han perguntou a Lee, sua voz mais baixa, carregada de seu mais puro medo. Mesmo se sentindo seguro, a situação ainda era aterrorizante. ━ Você vai pensar positivo? Por todos os santos, Minho, ele conseguiu estragar a minha vida em uma rapidez recorde, eu tive que fugir de casa por causa dele, eu nunca pensei que ele ia descobrir onde moramos. - Desabafou. ━ É um maldito condomínio fechado, porque essa merda não é segura? Esse filho da puta queria uma foto dos nossos filhos, mas e se não fosse só uma foto? Eu vou processar a empresa de segurança desse lugar. - Reclamou algo apontando para o homem que permanecia imóvel no chão. ━ E eu também vou te processar, eu vou processar todo mundo.

Minho era um ótimo "cão de guarda" mas ele não estava lá nos seus melhores dias, após o seu tempo internado ele havia parado de treinar diariamente e a fisioterapia não estava dando tantos resultados como o esperado, ele ainda não conseguia colocar tanta força no seu braço direito. Jisung não arriscaria a saúde física do seu marido por qualquer besteira.

Mas o marido em questão pensava em contrário, como ele não conseguia usar muito a força dos seus braços ele optou por um taco de golfe, como ele não conseguia dar socos fortes ele o chutou. Nada que o deixasse em perigo. Bem, havia algo que deixava a sua vida em perigo, mas ele ignorou todos os avisos e arriscou de vez a sua vida e integridade física. Contrariar Han era um caminho perigoso.

━ Na verdade eu consigo pensar bem positivo. - E aquele filho da puta sorriu de novo, aquele maldito sorriso adocicado nem ao menos fez sentido dado a situação que os dois se encontravam. Aquele sorriso estava começando a irritar Jisung, por Deus, como ele odiava ter um marido completamente positivo!

Sua respiração foi ouvida, seus olhos se fecharam e antes mesmo de uma verdadeira explosão cujo ele puxava os cabelos do Lee e o obrigava a ser mais negativo, ele o perguntou do dócil, como se estivesse falando com uma criança. ━ Como pensar positivo? - Cruzou os seus braços ainda o observando cruelmente. ━ Lee Minho, você não é indestrutível e nem vai conseguir resolver todos os problemas do mundo, ainda mais usando só a força ou a porra de uma arma.

Mas ele nem havia começado a sua longa oratória de como agir sem pensar é, só deixar " a vida te levar" não era seguro para um pai de família. Minho tinha que analisar mais as consequências de seus atos, uma hora ou outra ele seria preso e sinceramente: Jisung não havia nascido pra ser " Marmita de preso".

Lee se levantou observando por um momento o homem que pensava em se levantar e correr. ━ Eu ainda consigo te arregaçar na porrada, então fica deitadinho. - Ele sorriu para o homem que concordou virando o seu rostinho para o outro lado. O querido Minho nunca cogitou a ideia de ser preso, isso foi deixado bem claro quando ele, inocentemente, contou as suas intenções ao seu amado marido. ━ Se ele aparecer na nossa porta eu mato ele, de forma literal e não figurativa e meu amor. - Deu os ombros bocejando meio mole, já estava tarde, ele precisava dormir após um dia tão cansativo e corrido como o dele. ━ Você já se esqueceu? - Seu biquinho, curioso com a resposta do esposo, o acompanhou. ━ Eu não sou indestrutível e nem posso resolver todos os problemas do mundo, mas me livrar de um merdinha qualquer que está atrapalhando a sua felicidade é o mínimo que eu devo fazer como o seu marido. - Minho foi verdadeiro. ━ E eu também sou bom em me livrar de lixo, tenho pessoas que vão amar fazer alguns serviços para mim. Descartar um corpo e matar um cara qualquer é fácil até demais.

Seus votos de casamento no começo foram falsos, mas após tantas reviravoltas em suas vidas ele resolveram seguir uma linha rígida de como serem cônjuges perfeitos, aquela era a promessa sincera que deixava o amor do casal em jogo. Minho, sendo o mais exagerado e lunático possível, pensava que demonstrar o seu amor era beijar Jisung a qualquer hora do dia, mesmo que eles estivessem pegando a sua querida filha na sua escola particular patrocinada pela igreja católica da região. Mas a inspiração de Han Jisung era clara, ele amava tanto o seu marido que ele se esquecia de como era ser despreocupado, ele não sabia como era deixar fluir as coisas, pois cuidar, brigar, corrigir e proibir era a sua forma de zelar por seu amado que vivia a vida sem preocupação alguma.

Mas, se aproximando maldoso e irritado com a pequena amostra do amor bandido que o seu marido lhe dava, ele o apontou sério. ━ Se esse é o seu mínimo, qual é o meu? Eu não acho certo esse seu discurso sociopata, eu admiro que você queira me proteger, mas não tô a fim de ver você sendo preso. - O cutucou um pouco mais forte, apenas para reforçar o seu descontentamento e lhe mostrar que aquele momento era o certo para começar o bom e velho bate boca.

E com um biquinho formado em seus lábios, Minho disse com delicadeza. ━ Mas amor, o mínimo que você pode fazer é me amar, ser você mesmo e não se enjoar de mim, eu sei que a forma que eu cuido da minha família pode não parecer legal pra você... - Ele se aproximou mais lhe tocando com carinho, mas foi interrompido por Han, que moveu suas duas mãos até as bochechas de Lee.

━ Não é legal para as leis humanitárias. - O calou por um momento lhe mostrando o seu dedo indicador. Minho ficou calado até ele decidir o abaixar.

Minho sorriu amorosamente e se aproximou do seu amado. Lee, como sentia o perigo de atiçar o seu marido boca aberta que adorava reclamar, não tentou o tocar de imediato, era melhor acalmar a fera, vulgo Han Jisung. ━ Mas eu farei o possível pra nossa família não passar por problemas e eu te peço, por favor. - E com calma e delicadeza os seus dedos tocaram a maciez das suas bochechas que estavam vermelhas e quentes. ━ Deixa que eu vou cuidar dos nossos problemas, do meu jeitinho, eu vou cuidar de tudo e a única coisa que você precisa é seguir a nossa vida de casal como se nada de ruim acontecesse. - Minho não lhe disse no intuito de mandar, era apenas uma sugestão que ele viu ser a melhor. Jisung também tinha que o ouvir. ━ Não me agrada te ver preocupado, eu sinto como se eu falhasse como marido e eu não quero isso, prometi para o meu pai que eu ia ser um ótimo marido para você e que eu não ia decepcionar os meus filhos, os nossos amados pirralhos. Como um verdadeiro homem, isso mexe com a minha honra, te fazer feliz para que você me faça feliz é o mínimo que eu tenho que fazer. - Minho se confesso baixo passando a admirá-lo com o olhar, sua voz foi se diminuindo aos poucos mesmo que voltasse a olhar para o criminoso que estava no chão, ele não deixava de demonstrar interesse total nos olhos castanhos de seu marido. ━ Sem contar que eu prometi estar ao seu lado e cuidar de você, eu não casei por besteira.

Minho beijou Jisung com um breve selinho carinhoso na testa. Mas, para surpresa de Lee, o mais jovem o puxou para um beijo muito mais intenso. Ele não estava acostumado com aquele tipo de demonstração aflorada de amor. Han sempre foi tão reservado e carinhoso, que ver Jisung se soltando daquele jeito o deixou intrigado. Aquele momento despertou uma nova perspectiva de como Han Jisung realmente era.

Se Jisung tivesse a oportunidade, naquele exato momento, ele se ajoelharia para pedir Minho em casamento. Mas eles já estavam casados, e Han sabia que seu marido tinha um ego inflado que não podia ser alimentado demais, então, mesmo sentindo o seu rosto formigar pela vergonha e o seu coração bater mais rápido que o normal, Han teve a ótima ideia de o provocar.

Jisung sorriu, observou Minho por alguns segundos e suspirou alto, como se estivesse perdido em seus pensamentos. ━ Pensei que você tinha se casado por causa do casamento do seu irmão. - Seu olhar era maldoso, que desgraçado. Mas Minho, mesmo afetado pela frieza do seu marido, se pôs como um adulto e lhe mostrou o dedo do meio, assim ele não sairia por baixo. Mas o Han terminou. ━ Inclusive, temos que comprar um terno para você.

O marido revidou o ato de ódio na mesma moeda, ele lhe mostrou o dedo do meio. Han sorriu forçado o lembrando pela milésima vez só naquele mês, as roupas das crianças e até o seu terno já havia sido preparado, mas Minho não era lá fã de resolver as coisas com antecedência, não coisas triviais como um maldito terno.

Han concluía. ━ Tô vendo que eu vou ter que resolver isso, você é um preguiçoso. - Murmurou ainda com um pouquinho do seu mal humor fincado no seu tom de voz. Jisung não parava um só segundo de reclamar e as suas reclamações sempre eram direcionadas ao seu confidente e marido, Minho.

Era um bom hobbie, seu passatempo preferido era reclamar do Lee Minho com o próprio, esse ato lhe dava mais oportunidades para expor as suas frustrações, indecisões e contradições, sem contar que era muito legal ver todas as caretas que o seu não tão velho marido lhe lançava após ser repreendido. Minho sabia das preferências do marido, sabia desde o início que aquele era o jeitinho do Jisung se preocupar, de o amar, mas nada o impedia de reclamar junto.

━ Sim, mas eu não assinei o divórcio porque a gente ia tentar ser feliz, mas que porra, me arrependo de ter jurado estar ao seu lado para tudo, tú é chato pra caralho, só reclama. - Um choque percorreu por todo o corpo do velho coitado que em vez de ganhar doces abraços, ganhou uma bela dor após ser cutucado violentamente em um ponto sensível em sua cintura. ━ Ah, aí não! - O apontou irritado.

Com os olhos fixos nas orelhas avermelhadas do marido, tal ação foi vista como fofa, que estranho. Jisung pessoalmente não achava o seu amado tão delicado e fofo assim, não ao ponto de corar por um toque maldoso em um lugar sensível. Minho era uma caixinha de surpresas. ━ Casou porque quis, agora aguenta. - Sua reação foi a mais serena possível, Han apenas o comunicou sobre os fatos, como se ele quisesse usar a sua realidade como uma bela arma na discussão saudável que o casal tinha. ━ E não bate mais nesse homem, o coitado deve estar assustado e ele nem deve saber o que fez de errado, você sabe como pobre é, eles aceitam qualquer emprego meia boca para ganhar uns trocados. - Han ganhou um olhar mortal do marido que não o entendeu, longe do nosso querido cozinheiro odiar pobres ou não simpatizar com eles, mas era de se irritar em como as pessoas eram tão idiotas ao ponto de achar normal ser contratado para tirar fotos de crianças sem o consentimento dos pais.

Mas, tentando não pensar no quão irritante era ter que sempre resolver diversos problemas envolvendo a sua família, Minho direcionou os seus pensamentos ao seu amado comprometido que estava de carinha fechada diante a situação. Lee tossiu forçado e arrumou a sua voz começando a cantar alto, algo que o seu marido e o pobre homem que estava deitado, machucado em seu gramado não estavam entendendo bem.

━ Eu faço tudo por você, ponho anúncio na tv, mostro meu coração pra todo mundo ver. Eu não desistirei jamais virou manchete dos jornais, eu vou fazer de tudo pra não te perder, porque amo você. - Minho lhe roubou um beijo forçado e logo voltou a cantar enquanto puxava Jisung para uma dancinha desorganizada e totalmente fora do ritmo. ━ Amo você, param na na na param nanana. - Minho balançou o seu corpinho em um passo de dança arriscado demais e logo voltou a respondê-lo com uma carinha também azedinha, suas mãos não largaram mais da cintura alheia. ━ Mas eu vou te falar, aguentar toda essa sua personalidade de bosta é impossível, velho e chato. Ninguém aguenta, se continuar assim vai morrer sozinho.

A cabeça de Jisung se inclinou para trás após uma repentina risada alta. Seu maldito cônjuge sabia o ofender bem, ele o achava Ilário, eles amavam viver em uma espécie de tapas e beijos, apimentava a relação. ━ Lee Minho, casou porque quis e se não tá bom, temos o bom e velho divórcio. - Han sorriu lhe dando dois tapinhas no rosto. ━ E Moreco, eu sou gostoso demais pra você, você não vai perder o privilégio de ter um esposo gostoso desses. - Lhe deu os ombros. ━ Sou pai dos seus filhos, cozinho bem pra caramba, tenho essa cinturinha que você gosta e só eu assisto aqueles reality 's shows terríveis que você ama sem reclamar. Você nunca vai conseguir me superar. - Jisung selou rapidinho os seus lábios soltando uma boba risada, era divertido.

Caladinho Lee piscou de forma frenética e finalmente se deu por vencido. ━ Já tentamos isso uma vez e não deu certo, deixa para lá. - Minho se referiu ao divórcio, um assunto sombrio em toda a sua casa, mas ele logo riu baixinho e o respondeu animado. ━ Eu fico feliz da sua esposa ter virado camisa de saudade e do meu irmão me odiar por eu ser um vagabundo que gosta de extorquir as pessoas, é mó dahora ser o seu esposo.

━ Que tipo de declaração é essa? - Jisung o perguntou vendo que as luzes vermelhas e azuis se aproximavam, finalmente as autoridades estavam chegando.

Ele se aliviou ao ver que poderia finalmente se deitar em sua cama e dormir bem, sem mais imprevistos, tendo seus filhos e amigos seguros, mas mesmo assim, ele não deixou de pensar nas crianças, em toda aquela ridícula situação orquestrada por um velho ridículo que provavelmente apenas queria mais dinheiro. Essa foi uma preocupação, Han Jisung nem ao menos sabia como o seu padrasto havia achado a sua localização e aquilo o deixava nervoso, impaciente, com o mais verdadeiro medo.

Mas... o que ele sentiu não era de muita importância, de qualquer forma o medo era apenas um instinto primitivo, Han queria acreditar em seu marido, acreditar em sua própria força e em um futuro cujo ele e a sua família não passassem mais por situações desconfortáveis como aquela e esse futuro lhe parecia cada vez mais próximo com Minho, só de estar ao seu lado Jisung já sentia uma confiança diferente em si próprio, foi difícil admitir e era até vergonhoso de pensar.

Mas Han Jisung realmente amava e admirava aquele agiota bobão que cantava calcinha preta, chorava pela família e que agora andava e reclamava como um velho por apenas ter levado um tiro.

Ah, ele realmente o amava. 

Espera ai.....

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