Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

━ ♡ : 28 Chᥲρtᥱr.

Olha Titias, não contem pro meus papai que eu mordi bem forte a autora, ela é uma bruxa de cabelo de palha que nem me deixa contar mais sobre a vida dos meus papais, mas os meus papais são meus e não dela, ela nem tem pai, aquela velha, eu que tenho que contar, né? Eu que tenho papais, afu afu.       •—  Sunsun🌞.

A gente tá bem feliz, Papai Minho se recuperou bem e voltou pra casa, ele beija o papai Jisung todo dia, mas eu ainda não posso ter um gatinho e nem uma arma de air soft, meu papai falou que eu tô proibida de ser uma valentona ou uma marginal, mas eu gosto da palavra marginal e queria ser marginal. Será que tem faculdade de marginal? O Moonmoo podia fazer, né? Assim o papais ia me deixar ser marginal também, eu juro que ia ser uma boa marginal Titias, juro juradinho!   •— Sunsun🌞.

Tô preocupada com o Moonmoo, ele parece tá estranho, esses dias atrás ele até lavou os olhos com sabão de lavar sapato! Ele deve tá louquinho das ideias Titias! Mas sempre que eu pergunto o que é, ele responde que viu o que não podia ser desvisto. Meu irmãozão nunca fala coisa que faz sentido, ele é doidão e muito confuso, ele falou que os papai tão bem, mas depois... Afu Titias, adultos e quase adultos são difíceis demais, eu vou me aposentar dessa família de homens bobocas e doidos. Eu até fiquei sabendo que meus dois papai se pegou feião no quarto deles, mas...     •— Sunsun🌞.

Eles deveriam parar de se pegar no tapa é feio bater em quem ama... Eles nem estão em um ringue como o tio John, sim o titio John cena pode, eles não, gente magrela se machuca mais facil, tadinho dos papai desnutrido, eu fico com dó deles, tipo puro osso... Mas se eu pensar bem eles nem tão brigando mais, o que será que o Moonmoo viu pra ficar tão estranho e traumatizado? Será que foi uma cena horrorosa igual os filmes de terror?!  É um mistério legal, eu gosto muito de misterio!        •— Sunsun🌞.

Só começando, parem de pedir para a minha irmã contar sobre as nossas vidas. Enfim, voltando, tirando as crianças da sala, eu posso falar. Só eu mesmo sei o que eu passei depois de ver aquele horror pornográfico de meia idade, eu cheguei no auge da minha adolescência e não consigo ser normal, tá difícil assim, já passo no psicólogo e agora vou ter que ter mais consultas, pelo menos até eu me esquecer daquele trauma. Parabéns  Lee Minho e Han Jisung, vocês conseguiram me traumatizar.      •— Moonmoo🌛.

.🌛MOON&SUN🌞.

﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏.
Sᥙᥒ&Mooᥒ hᥲs tᥕo dᥲddιᥱs¡!

↷Cᥲρίtᥙᥣo 28↶

¡! Pᥲρᥲι ᥱ mᥲmᥲ̃ᥱ sᥱ dᥲ̃o
bᥱm, mᥲs ᥒᥱm tᥲᥒto


ฅ^•ﻌ•^ฅ
💋
·◞◟·

Paisagens. Nas séries de televisão, toda nova temporada traz consigo novos lugares a serem explorados, como os apartamentos dos personagens e a beleza das cidades, alguns pontos turísticos enormes que, muitas vezes era retratado de forma positiva, mas que não passava de um monumento sem graça, esses são apenas alguns dos cenários apresentados genericamente naquelas sitcoms estadunidenses cheias de pessoas brancas e burras, sim, eu estou falando de friends. Já nos livros, as descrições vão além, incluindo detalhes como as cores das paredes, o clima e os cheiros do ambiente. No entanto, Minho era diferente.

A única paisagem que Minho se atrevia a admirar era a visão de seu marido sentado em seu colo, observando-o atentamente enquanto mordia os lábios com intensidade. Era de manhãzinha e, mesmo que Minho não tivesse interesse ou tempo suficiente para prestar atenção, o clima estava ótimo, não estava tão quente e nem tão frio. No entanto, suas pernas estavam pegando fogo, pois enquanto Jisung, mesmo sem nenhum traje, continuava sendo o mais exigente, azedo e meticuloso naquela relação, ele se recusava a sair de cima do judiado marido.

O que era um problema, tudo aquilo lhe estava sendo feito como um ato de intimidação, mas Minho ainda achava atraente. Han Jisung era totalmente o seu tipo e nervosinho daquele jeito, ele se tornava o homem dos sonhos daquele querido agiota.

E com uma irritabilidade visível e uma marra recém adquirida de Lee, o mais novo, que lutava para ter a sua própria personalidade, apontava de forma mal educada com o seu dedo na carinha serena de seu amado marido. ━ Lee Minho, eu não quero brigar com você, então se comporte. - Han apenas o intimou usando de seu tom sério o advertindo e logo voltou a reclamar o observando com o semblante fechado. ━ E eu não estou mais pedindo, estou mandando mesmo. - Mais uma vez reforçou o que quis dizer usando um tom ameaçador. ━ Pois agora que você sabe, trate de ser um bom garoto. Pronto, falei.

Mas Minho, que estava jogado na cama, preso pelas belas pernas do marido que não queria sair de seu colo, ousou o observar, não ofendido ou assustado com as ameaças, de fato, aquela briga inteira o deixava com, uhm...

Mil desculpas pelo palavreado.

Mas aquela briga inteira o deixava com um tesão da porra, puta que pariu. Minho não conseguia aguentar por tanto tempo e ter o seu maridinho exposto como veio ao mundo, daquele modo, sem nada para o atrapalhar, era uma prova de resistência ou um bilhete vindo dos céus o avisando para aproveitar o seu pequeno tempo a sós.

Mas ele estava mais preocupado mesmo com o mau humor do seu esposo. ━ Mandando? E tu lá manda em alguma coisa? - Lee o perguntou ignorante. ━ Tome vergonha Han Jisung.

E o refinado maridinho estalou os dedos com as mãos fechadas e o respondeu calmo. ━ Em muita coisa, inclusive em você. O senhor não vai querer nem pensar no que eu vou fazer com você se eu te ver forçando esse seu braço. - E com cuidado deslizou os seus dedinhos sobre o peitoral desnudo do marido que o observava com um sorrisinho marrento em seus lábios. Jisung o cutucou na mesma região e se inclinou chegando bem pertinho de seu rosto no intuito de o ameaçar. ━ Acredite, eu consigo ser bem ruim quando eu quero, quer comer espinafre o resto da semana? Pois é só isso que eu vou fazer para você comer.

Lee era um hater de comidas saudáveis, era muita maldade o forçar a comer mato pelo resto da semana.

Aquele último comentário irritou Lee, ele já estava cansado de tanto ser vitimizado pelo seu maldito braço lesionado, não é como se ele tivesse o perdido. ━ Meu braço isso, o tiro aquilo, eu não aguento mais. - Bufou meio irritado, mas apenas ignorou a sua própria irritabilidade e o respondeu claro. ━ Eu não morri não e já faz tempo, dois meses meu amor, eu já estou saudável, eu até já consigo... - Ele começou a gesticular obscenidades com a sua mão direita para provar que já não estava mais dolorido como antes. Agora era apenas uma cicatriz no local, a ferida já havia se fechado, a dor nem ao menos se comparava ao início da cicatrização.

Mas Jisung não conseguia se livrar daquele sentimento sufocante de zelo e carinho, ele não conseguia se livrar do medo de ter o seu amado em perigo.

━ Ah, eu acho que vou morrer. - Suas mãos foram colocadas em seu próprio rosto e choramingou um pouco se arrependendo de ter se casado com um homem teimoso como Minho, ele pareceu querer morrer de tanta preocupação e ao mesmo tempo ele mesmo não acreditava em o do porque diabos o seu marido era tão teimoso e do contra.━ Eu não sei porque me casei com um homem tão teimoso que quer terminar de se matar. - Desabafou pousando a sua testa no peitoral desnudo do seu companheiro e logo se reergueu apontando com o dedo na cara do outro, que se surprendeu com tanto mal humor. ━ Tá louco? Pode ficar louco, mas eu não sou louco que nem você, eu não sou burro de te deixar dirigir por uma hora e dez minutos! - Jisung não gritou, ele apenas falou alto, ele se manteve no controle, ele tentava. ━Me desculpe pelo palavrão, mas nem fodendo Minho, nem fodendo, você nem consegue segurar a sua filha no braço, imagine dirigir por horas. Eu te proíbo.

E com uma carinha confusa, o mais velho o perguntou simples. ━ Porque?- Minho tinha intenções trabalhistas, ele não queria ir para gayang apenas para coisas supérfluas, ali era a sua área, seu sustento, ele não podia apenas ignorar as suas responsabilidades. ━ Eu acho que você era mais legal quando não me amava. - Ele tentou fazer um comentário cômico, mas cada palavrinha daquela maldita frase fez com que Han Jisung o metralhasse com um olhar irado e consumido por raiva, mais uma vez Minho conseguia ver a verdadeira face de Jisung, temperamental demais, sensível e protetor. Era um grande problema. ━ Tá, tá legal, mas eu tenho que ir, faz tempo que eu não dou as caras por lá e meu doce, se eu não for ver como anda os meus negócios é capaz de alguém roubar o meu esquema. - O explicou breve.

E com um silêncio indescritível Jisung concordou finalmente com o seu marido. ━ Eu não posso interferir em seu trabalho, tudo bem. - Sua voz saiu baixinha, aquilo aliviou Minho, sinceramente, o Han sempre respeitou o trabalho do marido. ━ Mas, eu vou ser seu motorista. - O respondeu simples se levantando de seu colinho. Han fez questão de pressionar as palmas de suas mãos em sua cintura apenas para se espreguiçar melhor, ele até conseguiu ouvir a crocância de seu corpo. ━ E eu nem quero pensar em ouvir um não. - O avisou de modo severo enquanto o apontava irritado. Jisung não pôde pensar em ver o seu marido se esforçando que já lhe subia uma raiva. Minho parecia não perceber, mas o seu braço não estava totalmente curado.

Mas, não respeitando todas as ordens desnecessárias do marido, o Lee respondeu o mais claro possível. ━ Nem fudendo. - Ele se levantou puxando a coberta para cobrir as suas partes íntimas melhor. ━ Eu vou repetir pra entrar logo nessa sua cabeça. Nem fudendo Jisung. Você não tá ligado como é aquele lugar.

Mas, após o ouvir negar, o Han respirou fundo, pensou em o xingar com uma variação de palavrões, mas sorriu, vestiu a sua samba canção e respondeu dócil, com um belo sorriso falso em seus lábios. ━ Vou sim e eu não quero saber de reclamações, de noite você já fez muito exercício, teve que tomar até remédio pra dor. - Jisung o lembrou, usando de sua calma voz, ele não achou necessário brigar com o seu marido, no final Minho sempre desistia pela força do cansaço. ━ Eu não admito mais ser casado com um homem todo quebrado, o maior pé na cova. - E o observou de cima a baixo. ━ Tô falando sério, sempre dá pra te trocar por um novinho, então se cuida. - Cruzou os seus bracinhos sabendo que havia mexido com algo não muito agradável para o marido, chamar Lee Minho de velho era como assumir que estava na hora de virar camiseta de saudade.

Minho jogou certeiro e com toda a sua força, um dos travesseiros na cabeça de Jisung, que riu alto com a reação irritada do marido. ━ Nossa Jisung, você é um babaca mesmo. Claro, eu não tenho mais vinte aninhos não, quatro horas seguidas ferrou com as minhas costas, não foi pelo tiro não, foi essa sua animação de virgem aos quarenta mesmo, já parou para ver as marcas que você me deixou? - O perguntou mostrando aos arranhões antigos e as mordidas novas. ━ Eu sou um doce, mas não, eu não sirvo para ser comido dessa forma e quer saber, nem tô mais afim, você não vai mais me comer.

Jisung se chocou com as coisinhas safadas que o seu dócil marido falava quando estavam longe das crianças. ━ Você gosta de colocar a culpa em mim, você é um babaquinha, né moreco?. - Jisung bagunçou os seus cabelos e se espreguiçou bocejando em seguida. ━ E não venha me falar de marcas, você sempre me arranha todo, me morde, eu vivo roxo, mas não tem problema, porque o alecrim dourado do folgado que eu chamo de marido gosta de morder e arranhar, e eu não posso reclamar senão eu sou chamado de frouxo. - Han não estava realmente irritado, na cama eles eram muito bem resolvidos, mas às vezes, como naquela noite, que sem crianças para atrapalhar e alegres após umas garrafas de vinho, eles exageravam na gravidade de toques físicos e demonstrações selvagens de amor.

E sim, sexo selvagem era coisa de gente jovem, dois pais de família, que acordavam cedo, cuidavam de uma criança e um adolescente e que ainda por cima trabalhavam em seus respectivos negócios não tinham energia e nem uma coluna boa para esse tipo de coisa. ━ Olha Minho, vou ficar bravo também, a gente faz amor gostosinho e eu sou frouxo, mas quando a gente deixa as coisas mais fortes você me chama de babaca. Isso que eu deixei em você são apenas marcas do meu amor.

Minho gostava, mas amava ainda mais ver o rostinho irritado de Han. ━ Claro, mas não é estranho, sabe, você gostar de deixar a sua marca de amor logo perto da minha ro... - Comentou baixinho, mas não terminou pois observava o rosto enojado de seu maridinho.

Han se negou calmamente, ele estava muito decepcionado com a boquinha suja que o seu cônjuge tinha. ━ Que Deus salve a sua alma. Oh, garoto corrompido, agora vamos moreco, vamos tomar banho, pois está um dia lindo demais para ser só desperdiçado com briga e cama. - E ele fez um gesto para o seu marido se levantar, o que não aconteceu. Minho permanecia ali, deitadinho. ━ Vamos tomar banho imundície, eu lavo o seu cabelo.

━ Não posso, minhas costas estão me matando, acho que as minhas pernas. - Minho cruzou os braços irritado. ━ Toma banho primeiro que eu vou depois, não precisa me apressar.

━ Nossa, que homem frouxo. - Jisung choramingou.


ฅ^•ﻌ•^ฅ
🚗
·◞◟·

No final Minho cedeu aos pedidos exagerados do seu marido e o deixou dirigir com uma condição: Jisung seria o seu motorista, mas apenas se ele dirigisse o seu carro. Um capricho básico, mas muito bem articulado. Lee não era nem ao menos louco de colar em seu território, ou melhor dizendo "na sua quebrada" com um carro importado, já não bastava o seu esposo estar vestido como o próprio Jean René Lacoste, se ele fosse parecendo um riquinho mesquinho que dirigia um carrinho de playboy, todos iam comentar e a sua mãe, que tinha olhos e ouvidos em todos os lugares ia o zoar por toda a eternidade.

Como um hábito, Minho piscou várias vezes como se tivesse um tique nervoso em seus olhos, era uma mania deselegante, quando o mais velho fazia esforços para se lembrar de coisas como nomes e acontecimentos. Ele nunca foi acostumado a usar muito de seu cérebro, e algumas de suas memórias não lhe acompanharam por muito tempo.

Lee sempre teve uma boa memória, facilidade com números e mesmo que fosse uma negação para nomes, ele tinha facilidade em se lembrar de praticamente tudo de importante que já havia presenciado, mas a sua dificuldade de se lembrar de alguns pontos do seu passado conturbado o irritava profundamente, ainda mais quando ele apenas queria conversar sobre o seu passado com Jisung, que queria o conhecer melhor. ━ Uhm, por incrível que pareça nunca roubamos ninguém. Meu avô era um cara de negócios, ele tinha envolvimento com qualquer coisa ilegal que você imaginar. - Ele ousou rir fraquinho enquanto observava a grande avenida no qual o carro passava. Era bom sair um pouco do bairro onde morava, ele já estava cansado de apenas ficar em casa, ver o seu próprio trabalho e ir para o restaurante ver todos os seus funcionários, todos os dias, era uma rotina confortável, mas enjoativa demais.

Han estava com toda a sua atenção fixa em frente, no tráfego nada rápido da movimentada avenida que os separava de gayang, a famosa terra natal dos Lee. ━ Tráfico? - Jisung o perguntou confuso, a família Lee era maior que o Jisung pensava, eles tinham muito dinheiro e muito nome em gayang, o que realmente o chocava um pouco. Para ele, a família Lee era só composta por um agiota gostoso, um advogado que negava a família, uma cafetina fofoqueira e um charlatão tão ruim que vivia preso.

Mas Jisung não era uma pessoa ruim por pensar assim:

Na cabeça do jovem cozinheiro, pelas centenas histórias que Minho contava sobre os seus pais, a sua mãe apenas era sim uma cafetina e dona de um bordel e o seu pai era apenas um presidiário. Mas a família Lee era maior, muito maior do que ele já havia pensado e com toda a certeza, muito mais perigosa do que ele já pensou.

Ele saiu de seus pensamentos quando ouviu alguns murmúrios vindo de seu amado que pegava o seu celular em seu bolso. Minho realmente não pareceu se importar com a sua curiosidade alheia e mesmo sério, ele lhe contava sobre tudo sem filtro.

Jisung não o entendia.

Han, bem no começo, mesmo não o amando no passado, havia sim contado sobre toda a sua vida para o seu esposo, mas tudo foi baseado em seu medo de ser largado ou menosprezado quando Minho conhecesse a verdade, ele não entendia o do porque diabos Lee havia o aceitado com tantos defeitos e erros, mas mesmo assim ele se impressionava em o quão corajoso e calmo o seu esposo era.

Lee não estava nervoso ao contar sobre o passado nada obscuro de sua família criminosa, até porque Jisung havia lhe prometido fidelidade e compreensão.

━ Sim. Tráfico de drogas, armas, mercadorias e até de medicamentos. - Minho digitava algo em seu celular enquanto respondia as perguntas de seu querido marido. ━ Tráfico humano ele nunca tentou, pois achava errado demais e o de órgãos é um mercado muito escasso e difícil de se crescer, não vale a pena a dor de cabeça. - Minho terminou de explicar para Jisung e o observou de canto esperando uma reação chocante vinda de Han, que sempre teve medo de criminosos, mas não ocorreu quaisquer choque, pela primeira vez em anos o querido maridinho não pareceu estar com medo de pessoas "perigosas".

Era um grande avanço.

Inclusive, em vez do medo que sempre o perseguia, apenas uma risada modesta saiu de seus lábios apaixonados. Jisung estava mudado, provavelmente o peso da idade e da verdadeira responsabilidade finalmente haviam pesado em suas costas ao ponto do mesmo não ter mais tempo para julgar os negócios alheios. ━ Um homem bom, com uma mente visionária. - Han o observou de canto ainda sorriso boninho. ━ Eu fico chocado em saber que as suas histórias são verdadeiras, a sua família é entretenimento puro.

━ É mesmo, quando ele morreu tudo foi separado entre os seus filhos e bem. Meu pai ficou com a casa de apostas e alguns negócios como jogos de azar, brigas organizadas e corridas ilegais, tudo isso porque meu pai venceu meu avô no dominó quando ele era pequeno. Meu pai conseguiu lidar bem com isso, tirou um bom dinheirinho com o tempo e desfez todos os negócios apenas mantendo a casa de apostas.

 Lee voltava a digitar em seu celular, Moonbin estava o pedindo dinheiro para ir ao cinema, o que o chateava um pouco já que nem mesmo um "oi papai" lhe foi mandado e sim um seco e automático " Oi pai, me empresta dinheiro pra ir no cinema, não quero gastar o dinheiro da minha mesada, estou guardando para comprar um telescópio, você sabe." Por Deus, só Minho sabia o quão frustrado ele se sentia de perceber que o seu filho era um nerd sem coração.

Seu marido não se importou muito com a atenção compartilhada com a tela do celular. ━ Mas... - Han fechou do seu semblante tentando pensar um pouco mais, o seu sogro só estaria perdendo dinheiro ao fechar grandes negócios ilegais, manter apenas uma fonte de renda era perigoso financeiramente já que, como se negócio era ilegal, a possibilidade de expansão era perigosa e quase nula. Porém nem ele mesmo soube se o seu palpite estava certo, era um negocio ilegal, ele pôde estar errado. ━ Tá, mas ele ganhou o que vendendo os negócios da família?

Os olhos de Minho se fecharam minimamente enquanto tentava decifrar que diabos as figurinhas que o seu filho lhe mandava no chat significava. Lee minho não entendia memes juvenis. ━ Mas amor, ele vendeu por um valor muito bom. - Com dificuldade para segurar com firmeza o aparelho telefônico, começou a digitar lentamente, respondendo com calma. ━ Meu pai ficou com a casa de apostas e o prédio que era usado para as brigas organizadas. Ele investiu uma boa quantia, reformou e queria transformar tudo em um negócio completamente legal. Eu não sei se você sabe, mas, aluguel de salas comerciais dá um lucro do caralho. -Era a pura verdade.

Os Lee já tentaram seguir pelo caminho bom da honestidade e isso quase deu certo por um tempo, às vezes Minho se pegava pensando em como seria a sua vida sem um pai estelionatário envolvido em vários esquemas ilegais e uma mãe "louca" que era dona de mais da metade das putas de toda gayang.

Provavelmente ele nunca teria se tornado o que era nos dias de hoje e aquilo não o deixava feliz. Ele agradecia por sua vida ter corrido para aquele curso. Ele gostava de seu emprego, dos amigos e da sua família, tudo aquilo lhe foi conquistado por ser um "carinha malvado".

━ Mas quando meu pai estava terminando de arrumar algumas papeladas, ele recebeu uma declaração de despejo coletivo e urbano. Eles queriam demolir todo o bairro. - Minho terminou o dizendo indignado por se lembrar.

Han havia se perdido um pouco na conversa e assim que o seu carro parou no farol, ele se espreguiçou enquanto bocejava e o perguntou ainda interessado. ━Eles iam demolir pra que? Demolir um bairro, isso é impossível. - Pensou consigo mesmo e realmente, não fazia muito sentido. A aquisição de casas e terras públicas, é muito comum em grandes empresas e construtoras, negócios eram negócios, independente de que significasse tirar casas de pessoas mais desafortunadas, mas eles não estavam falando de um pequeno terreno, eles estavam falando de um bairro inteiro.

Minho também não entendia muito bem, não era como se ele soubesse totalmente o que aconteceu naquela época, ele era jovem demais, então não acompanhou todo aquele escândalo com tanto interesse como o povo mais velho de toda coreia.

Mas era um assunto que havia tomado grande magnitude, já que várias reportagens foram feitas e protestos cercando a prefeitura e a empresa que financiava o projeto eram incansáveis e não acabaram por nem ao menos um dia. Afinal, tirar as terras de mais de 299.944 habitantes e acabar com o sustento e o teto de todos eles, apenas para construir algo superfluo, havia caído na desgraça do público.

Minho mesmo, que não acompanhou toda essa fofoca ficava puto só de pensar que quase perdeu a sua casa por causa de um riquinho pouca bosta que sonhava em construir um condomínio de gente rica com shopping, academia e uma área de comida vegana, era muita falta do que fazer.

Minho abriu o seu porta luvas e dali tirou um pirulito. ━ Uma empresa queria construir um bairro de condomínios inteligentes e sustentáveis, algo do tipo. - Mas por conta do acidente que havia sofrido, Minho tinha dificuldade em colocar forças nos seus dedos, foi difícil tentar abrir aquela simples embalagem. Lee estava fazendo fisioterapia para recuperar todo o movimento, e ele já conseguiu avançar muito desde o dia que ele acordou, antes, Minho, mesmo com o braço imóvel pelo tiro, ainda tinha a mobilidade de suas duas mãos, porém a sua mão esquerda pareceu estranha. Ele não conseguia a abrir e a fechar, sendo que os seus dedos não o respondiam mais, seguindo a lista de reclamações, ele nem ao menos a sentiu. Agora, mesmo que com dificuldade, Minho conseguia abrir e fechar a sua mão e com um pouco de esforço mobilizar os seus dedos esquerdos. ━ Mas a proposta deles eram ridículas, queriam nos dar metade do que os terrenos valem dando a desculpa que a muitos anos atrás eram terrenos de posse pública. - Concordou com a cabeça não sabendo ao certo o que se passava na cabeça as pessoas que autorizaram tal coisas ━ É, claro que era uma área pobre em gayang, ela sim foi invadida, mas após quase oitenta anos depois ela se reergueu, construíram casas, comércios e escolas. O governo ajudou os antigos moradores com toda a papelada e sim, é direito nosso morar aqui. - Minho desistiu de abrir a embalagem e logo continuou indignado. ━ Eles meteram o louco.

Era um assunto delicado, mas após mais de oitenta anos, as terras de gayang não pertenciam mais ao governo e sim aos moradores da cidade. O bom e velho usucapião prestava para algo e por incrível que pareça eles estavam dentro da lei.

Mas ao ver a dificuldade do marido para abrir a embalagem do doce, Jisung pegou o pirulito, mordeu o cantinho da embalagem e puxou o palitinho desembrulhando o doce e logo colocando na boca de seu amado. ━ Moreco, eu não entendi, eles pensam mesmo que pode ser assim fácil? - Han o perguntou. O trânsito estava começando a irritá-lo um pouco, era cedo, eles estavam bem longe do horário de pico, então porque diabos estava tão difícil dirigir em paz? Esse era o grande motivo por Lee não querer o seu marido no volante. Jisung nunca teve paciência no trânsito. ━ Oh, minha senhora, vai minha filha, vai cortar o que? Eu também tô parado!. - Ele reclamou e bateu palmas se referindo a motorista da frente que também estava presa no trânsito.

E Minho riu baixinho começando a chupar o seu pirulito. ━ Eles são loucos. - O observou de relance ousando acariciar a perna de seu amado marido. ━ Mas o meu pai, sendo mais louco ainda, sequestrou o Ceo da empresa de construção e fez com que ele se retirasse do projeto e ainda descobriu o número do financiador do projeto e ele resolveu o problema com ele também. - Minho comentou com orgulho, seu papaizinho não era lá uma pessoa de bom coração, mas não era um exagero falar que Lee Jinwook nunca havia errado em suas ações.

E com curiosidade Han nem ao menos o perguntou mais, ele havia palpitado mil e um palpites super palpitantes em sua cabeça, era interessante pensar em o que Lee Jinwook, o famoso pai de seu marido, havia feito para uma corporação inteira parar de ameaçar demolir um bairro pobre e assim que a resposta foi posta em seus lábios, ele andou um pouco, mas logo freou o carro por conta do maldito trânsito. ━ Ele bateu neles, eu já sabia, nossa moréquinho, eles são muito parecidos com você.

Mas como se a sua resposta fosse óbvia, o mais velho tentou negar a afirmação do marido. ━ Claro que não. - Porém, como ele não sabia mentir para Jisung, ele logo voltou atrás. ━ Sim... ele quebrou os joelhos do cara da construtora, foi uma puta gritaria, isso eu lembro, depois ele pendurou o financiador de cabeça para baixo em uma ponte. - Minho se envergonhou por um pequeno minuto, mas ao ouvir uma risadinha nasalada de seu parceiro ele se acalmou. Jisung se animava com fofocas e aquelas que Minho o contava atingia proporções magníficas em seu conceito de "fofoquinha de qualidade". ━ Mas não foi só ele, muita gente tava como ele quando isso aconteceu, eles são radicais demais.

Mas, roubando o doce de seu amado, o cozinheiro colocou o pirulito na boca apenas para sentir um pouquinho de seu doce. ━ Sua família é estranhamente igual a você. - Jisung tinha curiosidade em um dia encontrar a grande família Lee, em sua cabeça, todos eram divertidos e cheios de histórias para se contar.

Mas, convivendo diariamente com os seus familiares, Minho não achava lá que era uma história tão interessante assim e até se ofendeu um pouco com a comparação, ele gostava de ser único. ━ Eu nunca quebrei as pernas de ninguém e nem pendurei... - Mas ele se lembrou de uma vez, de uma maldita vez que havia feito o sangue de um antigo cliente descer até o seu cérebro. ━ Tá, aconteceu uma vez, mas ele nem sentiu medo, foi mais como uma brincadeira. - Comentou despreocupado, na verdade, o quase crime cometido por Minho havia acontecido por conta de Chevette velho e todo fodido.

Era uma boba história, simples e sem graça. O dono daquela lata velha pegou dinheiro para reformar o carro, Minho emprestou com muito carinho, mas assim que ele foi cobrar a primeira parcela do empréstimo, o dono do velho carro o atropelou, por sorte ele estava bêbado e no momento do atropelamento, ele havia tropeçado no meio fio. Foi um momento de sorte. Minho apenas quebrou o pé, pois as rodas do carro passaram pelos seus dedos, mas puto pela ação filha da puta daquele caloteiro infeliz, o Lee vendeu o carro do homem e o pendurou em uma ponte, embaixo de um viaduto super movimentado.

Foi a primeira vez que ele havia aplicado uma punição em um cliente.

Apesar de ter vendido o carro e ter passado treze horas seguidas de cabeça para baixo, o velho caloteiro ainda devia muito dinheiro para a agência Lee. Somente depois de algumas conversas amigáveis e agradáveis entre o Senhor Caloteiro e o sensível e delicado Senhor Mingi, que era um cobrador de ágios dedicado, é que a dívida foi totalmente quitada.

As pessoas que não estavam envolvidas nesse ciclo maluco de trabalho ilegal e que nunca haviam experimentado como era viver naquele tipo de lugar, provavelmente julgariam todos eles por suas ações. Elas poderiam até mesmo atacá-los com olhares de desprezo e cuspir palavras de ódio. No entanto, Jisung ficava admirado com a coragem e determinação que o seu amado marido carregava no peito.

Minho não era malvado, isso era algo que Han testemunhava diariamente ao vê-lo com os seus filhos. Ele era cuidadoso com Moonbin e carinhoso com Youngsun. Como marido, Minho era como um sonho na vida de qualquer um, e ao falar com os seus funcionários ao telefone, o respeito nunca lhe faltou.

Enquanto Han o admirava por um instante, ele voltou sua atenção para as ruas de Gayang. Aquele era o bairro onde Lee Minho nasceu e cresceu, e Han estava curioso e um pouco enciumado ao pensar que ali havia muitas pessoas que realmente gostavam de seu amado esposo. ━ As pessoas realmente gostam de você, será que já está na hora de eu sentir ciúmes?. - Observou Jisung, que se surpreendeu, mesmo dentro do carro em movimento, apenas com as janelas abertas, o Lee recebeu vários comprimentos dos moradores que transitavam pela calçada.

A visão assustadora que Minho tinha de si mesmo era falsa; ele era um homem bom, não apenas para a família, mas para todos.

Minho, mesmo educado por devolver cada aceno e comprimento, ainda sim parecia um tanto quanto descrente de toda aquela fé que o seu maridinho colocava em cima de si. ━ Não temos tanto luxo, mas não posso negar, eu sempre me beneficiei muito com o nome Lee.

Era verdade e a prova daquilo era que: Minho tinha um bom negócio de agiotagem, as pessoas apenas confiavam em seus serviços por conta dele ser filho do casal Lee, os salvadores do bairro. Mas convenhamos, pegar dinheiro com um agiota que não vai te matar também pareceu ser bem convidativo.

Minho era carismático e sempre deixou claro que, mesmo lucrando com os empréstimos, seu objetivo era fazer acordos justos com todos os clientes. E ele cumpriu com a sua palavra. Sem recorrer a violência sem motivo, ele teve paciência e conquistou o amor de todos os seus clientes e funcionários, era uma boa jogada de marketing. Afinal, ele queria ganhar dinheiro, não criar um abatedouro.

━ Vocês são pessoas boas, merecem toda a atenção e amor do.. - Jisung foi interrompido pelo marido que se negava a aceitar.

Mas Minho acabou rindo seco, pareceu ser um riso forçado, era desconfortável. ━ Não somos bons, tudo é questão de sobrevivência. - Lee o explicou calmo, ele pensou em mentir para Jisung, porém após o tempo de convivência entre os dois, o seu parceiro já havia percebido, Minho era bom apenas quando queria e com quem ele desejava ser bom. ━ Minha família inteira tem negócios em gayang, se demolissem a nossa área de tráfego para construir um lugar pra gente rica, iríamos falir. - Minho explicou enquanto o observava fixo.━ Meus pais são legais com todos, pois sabem que gentileza vai gerar gentileza, é melhor ser amado do que ser odiado e eu não mato quem me deve dinheiro porque é estressante desovar um corpo e eu sei que a família da pessoa iria permanecer em um luto doloroso.

Sim, tal fato já foi comprovado por Lee, matar pessoas era algo totalmente fora da curva de sua linha de trabalho e princípios, dava uma enorme dor de cabeça e sinceramente, era baixo demais matar alguém por dinheiro, um dinheiro que ele sinceramente não precisava.

━ Você não se acha bom? - Han não o perguntou, mas sim sussurrou para si mesmo como se fosse uma pergunta pessoal. Ele não o entendia, Minho era bom, ele era um homem muito bom com todos independente de seu trabalho. ━ Não faz sentido moreco.

━ Sabe porque eu simpatizei com você? - Minho desviou o olhar para o marido ocupado, que estava prestando atenção nas movimentadas ruas de Gayang. Era a primeira vez que Han visitava o bairro em que Minho cresceu. Era um lugar acolhedor e movimentado, muito diferente do lugar onde viviam, era caloroso, um bairro que se preocupava com identidade e não com status. Nas ruas, havia poucas pessoas e comércios, pois a maioria das compras era feita no grande shopping. Para Jisung, foi uma surpresa descobrir que um bairro pobre poderia ser tão agradável. Ele próprio havia crescido em uma área desfavorecida, mas ao contrário de Gayang, seu bairro era muito precário para que uma criança pudesse viver livremente.

━ Não. - Ele o respondeu sincero. Para Jisung, Minho estava louco, ou era apenas um idiota surperfulo que resolveu casar com um outro idiota por conta de sua beleza. Han esteve ciente do seu rosto perfeito, então ele desconfiava dessa teoria. ━ Eu só reclamava, não sei como você quis se casar comigo, na verdade eu nem sei como eu consegui o meu "morequinho" só pra mim. - Desabafou lhe dando os ombros meio despreocupado.

Minho negou calmo com a cabeça lhe lançando um olhar irritado, ele não gostava muito quando o seu marido teorizava sobre a sua relação sozinho, mas ele, mesmo sem muitas respostas, resolveu o explicar.

━ Eu vi que, com um pouco de esforço, você me entenderia. - Era um alívio conversar com Jisung, após tantos altos e baixos eles finalmente estavam bem. ━ Não vou mentir, os primeiros dias que a gente passou junto foram terríveis, eu demorei para me acostumar com você e as crianças, mesmo querendo ter uma família, eu me peguei pensando em os largar o mais rápido possível, mas no dia em que eu me mudei, eu percebi algo. - Minho roubou novamente o seu pirulito que antes estava na boca de seu amado e o avisou. ━ Você não era um cara ruim, nunca foi um cara ruim.

E observando o doce ele havia percebido que o verde havia se transformado em azul, o maldito docinho tinha varios sabores e ele havia chegado bem na parte que manchava a boca.

Mas o Lee continuou. ━ Você disse que me entendia e que sabia bem como era frustrante seguir pelo caminho seguro, você me deu um pouco de esperança. Eu queria me arriscar a viver no conforto, apenas sendo uma pessoa normal, com problemas normais e um casamento normal. Tomei no rabo, arrumei um marido mais doido, ciumento e bitolado na cabeça que eu, uma filha provavelmente satanista e um filho nerd sem coração que quer te explicar o que significa infusão, se fuder, eu sei o que é infusão? Aquele moleque é todo torto das ideias.

Minho sorriu com irritação enquanto fixava o olhar no pirulito, agora, azul. Ele percebeu que parar de fumar estava afetando sua dignidade e seu paladar. Ele nunca foi fã de doces, mas a abstinência de nicotina estava deixando-o atordoado.

Mas ele relevou e usando a tela de seu celular como espelho, ele colocou a língua para fora e a observou vendo que já estava começando a ficar azul. ━ Mais alguma pergunta idiota?- Era óbvio que Jisung tinha uma bela pasta com mil e uma perguntas idiotas sobre o marido. Han estava desesperado atrás de informações, digno de um fofoqueiro bem informado.

Mas, sendo conveniente com o peso das palavras ditas, Han se calou por um tempo olhando para os lados, pois havia acabado de passar por uma viela terrivelmente desnivelada e torta. ━ Quero saber sobre todos os seus ex' namorados e namoradas. Um por um, mas não quero pular no seu pescoço hoje e nem chorar, então, vamos mudar de pergunta - O asfalto estava terrível e o carro mesmo não reagiu bem, já que eles pareciam estar dentro de um trator, que chacoalhava por todos os cantos.

Minho quis o explicar que não era uma rua de pobre ou algo do tipo, a pequena rua que eles passavam era uma vila tradicional de casas em gayang e o causador pela suspensão de seu carro quase ter pedido demissão, foi por conta dos ladrilhos de pedras que eram um pouquinho desiguais. Era de se confessar, podia sim ser bonito, mas nenhum visitante conseguia gostar daquela rua em específico.

Jisung passou pelo seu sufoco, suspirou alto voltando a sua condução calma e murmurou meio avoado. ━ Ah, sei lá. Você já matou alguém? Você disse que não mata nem um inseto se não tiver um bom motivo. - E ele realmente acreditava em Lee, Minho era bom e sempre relevava os erros dos outros, mas ainda sim trabalho era trabalho, Jisung mesmo tinha que agir de modo completamente diferente do que ele realmente era em seu ambiente de trabalho e ele pensou que Minho seria assim, era estranho, mas interessante pensar em Lee Minho como uma pessoa forte e assustadora.

E com uma falta de surpresa significativa Minho concordou calmamente. ━Sim, já cometi o erro de acabar com a vida de alguém. - Lee o respondeu calmamente digitando outra mensagem em seu telefone celular. Por um breve momento ele não quis contar, mas logo ele se lembrou que o certo era dizer a verdade para o seu esposo. Após tantos altos e baixos, o seu passado não lhe pareceu mais tão sombrio assim. ━ Foram cinco pessoas, cinco pessoas.

Jisung concordou normalmente não tirando os olhos da estrada, o comentário de seu amado marido não pareceu o abalar, afinal, eles estavam casados e conviviam diariamente. Han não conseguia sentir medo de seu marido e sabia bem que ele apenas havia feito tais maldades, pois estava sem opções, Minho era calmo e muito bem calculista. Jisung conseguia ver bem que aquele olhar não demonstrava arrependimento, provavelmente eles haviam merecido.

Não, por deus, ninguém merecia morrer, ou às vezes sim, era um assunto delicado demais a ser discutido.

━ Foi menos que eu imaginei. - Comentou calmamente sem muito ânimo, ele entrava com o carro em uma rua um pouco mais escondida. Realmente, foi a primeira vez que o querido Han não se sentiu horrorizado em ouvir sobre a morte, ele esteve orgulhoso de si mesmo e ao mesmo tempo ficou preocupado com o Lee, ele já havia passado por altos e baixos e mesmo assim sempre se manteve forte, era admirável, mas preocupante.

E Minho voltou a comentar sobre o seu passado com pouca tristeza em seu olhar, não por cometer tais crimes, mas por lidar com a morte em tão pouca idade, era costume, algo cotidiano, para ele, mesmo que revoltante, era normal. ━ A vida é preciosa demais para ser tirada e eu não tenho esse direito, mas tem gente que merece morrer, vá por mim, tem gente que merece sofrer até pedir para morrer. - Ele observou as ruas conhecidas de seu querido bairro com um pouco de relutância. Jisung provavelmente estava tremendo pelo medo de saber que estava casado com um assassino.

Mas as suas suposições eram erradas, até demais. Jisung ficou em silêncio, mas o seu silêncio foi devido ao seu cérebro que parecia fritar após tentar seguir o maldito waze que sempre recalculava a rota, realmente, o Han odiava dirigir e aquele maldito carro nem ao menos era automático. Jisung odiou Minho por toda a viagem apenas por saber que o seu amado não gostava de carros automáticos, era mais fácil de dirigir, como alguém pode odiar o que tornava a vida dos motoristas mais fácil?

Sem contar do maldito asfalto todo desnivelado, ele pareceu estar em cima de uma maquina de lavar, balançando freneticamente, pulando descontroladamente, só deus na causa. Mas ele deixou a sua irritabilidade de homem quase hétero, cis e privilegiado para trás quando passou a processar as palavras do seu amado.

Com um pouquinho de liberdade, Han tirou uma de suas mãos do volante e a colocou na coxa de Lee que o olhou sem entender o porquê do contato. Ele havia conseguido acender o pequeno fogo que o grande papai de família tinha dentro de si. ━ Você fica estranhamente sexy falando coisas terríveis, mas, tome cuidado, não quero te ver machucadinho. - Jisung sussurrou baixinho chegando bem pertinho de seu ouvido, mas logo recuou por ter que prestar atenção nas malditas ruas de gayang. ━ Você deveria falar mais assim, eu gostei desse seu lado perigoso, será que eu tenho inclinação a me apaixonar por chaves de cadeia, será? - Riu baixinho.

Mas o Lee, desejou dar umas belas palmadas no marido por começar com os seus assuntos libertinos. Já havia um tempo que Han havia se entregado ao lado devasso de seu relacionamento, infelizmente o papai inocente não tinha mais filtro algum na frente de seu marido. ━ Ei, você aceitou um criminoso em sua vida muito rápido. - Minho deu um tapinha na mão do seu esposo e voltou a o apontar como errado. ━ O seu caráter deve ser terrível. - Brincou empinando o seu narizinho.━ Vou dizer mais nada Jisung.

Jisung se chateou por não sentir mais as coxas macias de seu amado maridinho, mas não se entristeceu tanto assim, ele já estava familiarizado com a maciez.

O Han não desistiu e logo voltou com as investidas. ━ Esse criminoso trata os meus filhos bem, me trata como se eu fosse um rei, tem um corpo lindo, uma boca gostosa demais pra beijar e me ama como eu o amo. - Han chegou ao seu destino, estacionou o carro com facilidade, mas não tirou as mãos do volante, pois ainda pensava em algo que para si era engraçado. ━ E não é como se esse criminoso fosse terrível, ele só é malandro. - Deu os ombros não se importando com toda a malandragem alheia e respirou lentinho levantando o seu dedo indicador até os lábios de seu amado. ━ Meu malandro. - Ele ousou sussurrar a sua última afirmação.

Não se aguentando, Lee riu inocente com a declaração de tom maldoso vindo do marido. Jisung estava animado, era estranho ver o marido tão feliz daquele jeito. ━ E eu sou o seu... seu malandro? - Minho estava gostando da versão renovada, menos triste e com a terapia em dia que o seu amado havia se tornado. ━ Que marido babão é esse? Eu acho que não mereço tanta doçura.

━ Sim, meu marido, o pai dos meus filhos, meu malandro, meu agiota, meu mecânico. - Contou em seus dedos quantas profissões a querida barbie coreana tinha. ━ Também é lutador, né? Só não te conto como minha cozinheira particular porque eu sou ciumento com a minha amada cozinha.

━ Uhm, fico feliz em ouvir. - Disse Lee.

Era reconfortante saber que Jisung o considerava verdadeiramente como seu marido. Apesar de já estarem casados no papel e começarem uma vida romântica juntos, havia algo juvenil, bobo, mas, crucial sobre ser aceito por Jisung. Minho queria ter certeza de que Jisung não ignorava as suas trapaças e o seu passado cheio de escolhas que, para a sociedade em conjunto, eram dadas como ruins e erradas. Ele quis ter a segurança de que o seu cônjuge não o criticasse pelo seu trabalho e família. Essa insegurança sempre pairava sobre o relacionamento deles. Nunca foi seu desejo ser visto como um bandido malvado.

━ Morequinho, você é o meu tudo. - Jisung o lembrou e se irritou por ter que o lembrar mais uma vez. Minho parecia ter uma memória terrível, ele sempre se esquecia o quão grande era o amor que o Han sentia por ele. ━ Meu marido, o pai dos meus filhos e até o meu trambiqueiro número um que ama ameaçar velhas preconceituosas, professoras de jardim de infância e que ama levar tiro de assaltante pouca bosta. - E o seu longo suspiro se prolongou por mais um tempo, realmente, a parte do tiro ainda mexia um pouco com o seu psicológico e ainda era um dos assuntos principais nas consultas de Han com a sua mais nova psicóloga, todos já tinham superado aquele episódio, tudo estava indo bem, mas Jisung havia se traumatizado com a quase morte de seu amado, ele ainda desejava dar umas boas palmadas de mão fechadas nos dois assaltantes que ousaram machucar o seu delicado e inocente marido. ━ Eu não preciso ficar repetindo, você sempre vai ser o meu... a não, meu moréquinho. Isso, meu moreco. - Seu biquinho se formou e com maestria começou a atacá-lo com palavras fofas e uma voz fina, que chegou a irritar o seu parceiro matrimonial.

Minho cogitou o divórcio.

Sinceramente, o que se fazia com uma porra daquela? Um homem adulto de quase trinta anos nas costas fazendo biquinho enquanto afina a voz e te chama de "moréquinho".

Era muita coisa para uma cabeça recém curada e cheia de sequelas processar. Seus neurônios não tão jovens estavam fritando. ━ Han Jisung. - Sua voz saiu doce, tão doce quanto um balde cheio de açúcar mascavo. ━ Para com essa porra. - Terminou o advertindo, sua voz permaneceu doce, provavelmente um dos dois ainda ia ser diagnosticado com diabetes. ━ Que constrangimento da porra. - Reclamou surtando internamente. ━ Nem pense em me chamar de moréquinho em público... eu fico sem graça. - Desabafou Minho, exibindo um biquinho envergonhado. Se um de seus funcionários o visse daquela forma, ele provavelmente perderia todos os seus créditos conquistados no mundo da bandidagem.

Ser um casal açucarado não estava dando certo.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro