
━ ♡ : 24 Chᥲρtᥱr.
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Sᥙᥒ&Mooᥒ hᥲs tᥕo dᥲddιᥱs¡!
↷Cᥲρίtᥙᥣo 24↶
¡! A mᥲmᥲ̃ᥱ qᥙᥱ morrᥱᥙ
ᥱ o ρᥲρᥲι dᥱ fᥙgιᥙ !¡
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ฅ^•ﻌ•^ฅ
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·◞◟·
Duas semanas, só haviam se passado duas semanas. Era um tempo que para a família Han, pareceu durar por longos meses. Para Han Moonbin e Han Youngsun, o seu amado padrasto Lee Minho apenas estava em uma viagem, uma viagem bem longa e chata, já que Minho nem havia tido tempo para os ligar, mas Jisung já sabia bem onde o seu cônjuge estava. Em outra cama qualquer, uma que não era a sua.
Ele sentia que o seu divórcio estava cada vez mais perto de acontecer e por esse motivo, por um medo misturado com uma irritabilidade infantil que surgia de seu sentimento imaturo e involuntário, ele resolveu recusar todas as ligações de Lee e focou em seu trabalho, que mais uma vez se tornou cansativo, já que agora, além do restaurante, ele novamente estava cuidando sozinho de duas crianças.
Administrar uma casa sozinho era terrível, Han estava irritado, exausto e com um enorme ódio em seu coração, não voltado ao seu marido, claro que não, mas sim de si mesmo por sentir a tal saudade.
O que mais o deixava irritado, não, irritado não, o que mais o deixava puto em meio a todas as complicações matrimoniais de seu relacionamento era a maldita saudade de ter Lee Minho o esperando em casa com aquele sorrisinho maldito em seu rosto, com milhares de perguntas de como havia sido o seu dia e claro, com aquele abraço aconchegante, que antes, Han era viciado.
Já Lee sentiu apenas solidão.
Duas semanas dormindo em uma cama de solteiro no quarto de hóspedes de uma amiga era revoltante, a sua amostra de vida de casado era como um sonho que havia se realizado e agora pareceu que tudo estava perdido. Ele não teve companhia alguma, eram poucas as pessoas que ele havia sequer visto após o seu término e sim, essa era a sua própria decisão, Minho apenas percebeu que ninguém era bom o bastante para preencher o seu vazio além de sua família e por não os ter mais por perto ele sofreu de sua solidão, calado, em seu próprio canto.
Ele não teve mais ninguém para assistir filmes, para conversar sobre a vida, para beijar e abraçar, junto de si, apenas um silêncio odioso que o deixava em uma irritação cansativa e diária o perseguia.
Sem nada para fazer, para pensar, para falar, ele queria voltar pra casa e até optou por isso, conversar com o seu marido foi o que ele desejou, mas Jisung não quis, ele recusou as ligações, as mensagens e bem, Minho percebia que uma reconciliação não ia acontecer com facilidade.
E agora, seu carro estava parado bem no estacionamento do restaurante cujo o seu marido era dono, tão nervoso a ponto de nem ao menos conseguir se mover para fora do veículo, Lee apenas ficou ali, observando o movimento enquanto a mulher de longos cabelos pretos e olhos marcantes o observava em silêncio.
Bae se preocupava com Minho, seu amigo não pareceu ser o mesmo e ela soube bem que não era apenas o seu coração partido que adoecia a mente do jovem agiota e dono de casa, mas sim a saudade dos seus filhos de coração. Minho os amava profundamente, independente de tudo, ele os via como filhos legítimos, ele escolheu os amar, mas agora, sem eles, um vazio partia de seu peito.
━ Você está bem? - Bae Joohyun encostou cuidadosamente em sua perna, acariciando-a lentamente enquanto o observava solidária, era estranho ser tratado com carinho. ━ Desista dessa ideia idiota, às vezes a mentira vira verdade, você fazer ele se decidir pode o assustar, eu não colocaria um casamento, os filhos e a sua vida calma por apenas uma certeza. - Ela murmurava o que achava ser certo.
Mas o Lee negava lentinho enquanto observava o bonequinho feio de vodu em seu chaveiro, Youngsun havia o obrigado comprar, realmente, aquela menina tinha um gosto peculiar que, pessoalmente, Minho amava. ━ Pois eu não consigo ser assim, eu só consigo estar com alguém que eu realmente amo e que me ame na mesma intensidade. - Seu olhar se desviou, para a mão da garota que estava pousada em sua coxa, ele tentou se acalmar e fechou seus olhos confessando.━ Sabe, estava tudo bem no começo, o casamento era benéfico para nós dois, mas machuca fingir algo que você realmente quer que aconteça. Eu disse para ele, eu queria me apaixonar, ter uma família de verdade, mas ele não está pronto e deixou claro. - Ele sorriu fechado. ━ Investir em algo falido só vai me frustrar mais e desgastar a nossa família inteira.
Mas ela apenas conseguiu revirar os olhos pelo sofrimento alheio, Joohyun odiava o ver naquele estado, mas Minho tinha um belo defeito, ele era sentimental demais e por conta desse fato, ele sofria além da conta.
━ É um desejo bonitinho, mas não é tão fácil. - Murmurou tirando a sua mão da coxa de seu amigo e desbloqueou o seu celular verificando pela câmera se o seu batom estava impecável.━ Digo isso por conta da minha experiência com você. - Joohyun o lembrou de algo obscuro, Minho sentiu calafrios, enquanto a mulher abria o porta luvas e pegava o seu cigarro eletrônico, o Lee apenas pensava em o quão idiota era no passado, isso não pareceu mudar. ━ Eu te amava, você me amava, mas no final descobrimos que não fomos feitos um para o outro. - A garota puxou a fumaça com lentidão. O silêncio entre os dois reinou por um momento.
Mas, quebrando o silêncio nada constrangedor, após refletir um pouco sobre o que a garota queria lhe mostrar, ele a lembrou firmemente sem muito medo. ━ Você me traiu com uma mulher. - Realmente, aquilo o envergonhava um pouco, Minho nunca teve relacionamentos muito duradouros e com Joohyun não foi diferente, após três meses juntos ela acabou o traindo com não uma, mas duas garotas de programa, tudo de uma só vez e não, o pior não foi apenas isso, a traição ocorreu em seu no seu próprio carro e logo o trisal foi pego por ele. Minho ficou perplexo, era algo inesquecível.
Mas a mulher já havia superado isso, eles já eram amigos de novo, então tá tudo bem, certo?
E Bae concordou plena com um sorrisinho calminhos nos lábios. ━ Por isso eu falo, a nossa vida é como uma enorme caixinha de surpresas. - Seu sorrisinho permaneceu, no intuito de o animar, mas a sua seriedade apareceu, tirando de seus lábios a simpatia, a mulher o aconselhou de forma direta, sem muitos rodeios. ━ Mas tem coisas que você consegue evitar, não o deixe assinar os papéis, tudo isso foi rápido demais, é ridículo pensar que você vai jogar o seu sonho de ter uma boa família por apenas um... - Bae não terminou, não achava certo prolongar o assunto pessoal de seu amigo, mas ainda sim ela se preocupou com a sua felicidade futura. ━ Tanto faz, converse com ele pelo menos, tente entendê-lo, às vezes é tudo um grande mal entendido, homens são burros e vivem com o ego inflado, então abaixa a bolinha e seja mais compreensivo. - Murmurava enquanto digitava algo em seu celular.
Bae realmente se importava, mas ela, como uma mulher prática resolvia as coisas de forma muito mais simples, uma boa conversa, sem ignorância da parte de ambos cairia bem, até porque, não era algo idiota como um jovem namoro, era um casamento maduro, entre dois adultos, que envolviam duas crianças emocionalmente dependentes, que haviam acabado de passar pela traumática dor do luto, afinal, a perda de uma mãe não era um luto qualquer, era como se um pedaço seu lhe fosse tirado. O casal, antes mesmo de serem um casal, tinham a luta diária de carregar o peso enorme de serem o apoio emocional principal dos dois jovens.
━ Ai Min, eu não sei como aconselhar alguém, mas mergulhar de cabeça em sua futura solidão não me parece satisfatório. - E ela terminou rindo de forma maldosa, porém, ainda sim o seu intuito foi ser solidária. ━ É sério, já é lamentável te ver assim, é como ver um cachorro abandonado. Volta logo pro teu dono.
━ Eu sei, mas não é fácil. - Lee suspirou baixinho sabendo que ela estava com a razão.
Joohyun respirou alto e abriu a porta do carro chamando sua atenção. ━ Enfim, agora vaza do seu carro, vai lá resolver seus B.O, pois eu irei resolver os meus. - O intimou meio rude, mas Lee não se irritou pois sabia muito bem que aquele sempre foi o jeitinho gracioso da garota se comunicar com os outros, ela sempre foi meio ignorante, mas o Lee não se importava, ela era uma boa pessoa e Joohyun achava a mesma coisa de Minho, ela o conhecia bem, sabia de seus podres, mas ele era uma pessoa genuinamente boa, por esse maldito motivo ela não concordava com a maldita ideia do seu querido amigo terminar o seu casamento, de terminar com a sua família, apenas por mágoas. ━ E sem contar que o meu fio dental asa delta está me apertando, vou resolver essa putaria toda, chegar em casa e arrancar isso. - Se confessou baixo.
━ Asa delta? - Minho a perguntou não entendendo o que era uma calcinha fio dental asa delta, não que ele não tivesse uma bela noção do que são calcinhas fio dental, o seu tipo ideal de mulher gostava de usar fio dental e às vezes nada, mas ao observar a mulher desbloquear o seu celular e o mostrar uma foto apenas de lingerie ele a entendeu e concordou com a cabeça, mas desviou a atenção para a tatuagem que estava no lado esquerdo da coxa e do glúteo de Bae, realmente, a sua ex tirava boas fotos sensuais. ━ Certo dragãozinho, mesmo que eu tenha lhe dado carona, eu acho melhor eu ir mesmo, você tem compromissos com aquele velho filho da puta do banco e eu tenho que me 'descasar'. - Ele se referia a tatuagem que a garota havia feito e logo riu pelo "descasar" se não fosse tão trágico seria até cômico.
Na verdade, cada ser humano da nossa sociedade suja e problemática tinha pedras em seus caminhos, algo que sempre empacavam os seus caminhos e com Joohyun não seria diferente, mesmo que ela quisesse mudar a ideia idiota de seu amigo de terminar com o homem que ele ama, ela ainda sim tinha que resolver os seus próprios problemas.
Por que diabos a vida não era mais fácil?
Seus olhos delineados se reviraram pelo seu cansaço mental e começou a desabafar entre os pequenos chiliques de irritabilidade. ━ Nem me lembre, meu sonho é arrancar aqueles olhos cheios de catarata daquele búfalo nojento e velho. - Bae o informou irritada e logo saiu do carro arrumando a sua mini saia, que por livre e espontânea pressão só estava a usando para a ajudar a fechar um bom negócio. ━ Deixa eu te falar uma coisa, quero ser que nem você, casar com um cozinheiro chiquérrimo e ser uma esnobe que dirige um SRT 2008, trabalhar em um mercado cujo os homens dominam é terrível. - O apontou irritada e o observou sair do carro.
Mas Minho, sem querer, acabou soltando uma risada sincera, a sua vida não era assim tão fácil como Joohyun achava, na verdade, para ele conseguir a sua própria fortuna, o querido agiota havia trabalhado desde seus quinze anos e bem, sobre o seu marido e agora ex marido, a sua vida não era lá tão luxuosa, Jisung vivia exausto e irritado pelo trabalho.
Então, calmamente ele a corrigiu.━ É um dodge challenger SRT 2010 e ele é meu, nunca fui sustentado por homem nenhum não, eu estava cansado de dirigir um carro de 2022, eles falam com você e é tudo automático, você nem dirigir consegue e mesmo não sendo muito velho, esse aqui é silencioso, tirando a parte do motor que é potente. - O acastanhado sentiu os olhares de negação atingirem os seus, mas apenas ignorou. ━ E gatinha, ele é o dono, não um cozinheiro, tem grande diferença.
E enquanto a mulher abria a porta de seu carro, ela percebeu que Lee havia congelado ao fixar o seu olhar em outro carro que estava no estacionamento e assim que o homem que estava o dirigindo saiu de dentro dele, ela percebeu, era Han Jisung, o famoso marido de seu querido amigo.
━ Bem, deu para ver, ele não se veste como um cozinheiro. - Joohyun o observou de longe enquanto passava um batom vermelho em seus lábios. Assim que Jisung saiu do carro, Bae reparou em suas roupas claras, elas pareciam ser elegantes e de alto valor. Em seu dedo havia o seu anel de compromisso, em seu pulso um relógio com detalhes pequenos em ouro da cartier, que inicialmente pertencia a Minho e em seu rosto os seus óculos de sol da Versace lhe deixavam com um tom de seriedade e importância, além de suas pastas, que ele carregava em seus braços, o que só reforçou a sua ideia de importância.
Joohyun o achou chique, elegante e totalmente esnobe, ela não pode negar que o Han exalava um certo glamour onde passava, ele realmente combinava com Lee, pensando bem, a garota sempre odiou um pouquinho o seu ex namorado pela sua essência avassaladora que chamava a atenção de todos a sua volta.
Já Minho se preocupou em como estava sendo o dia de seu ex parceiro, Jisung provavelmente estava se enchendo de trabalho, era fim de mês, o que para ele sempre foi uma loucura. Sem contar que agora, separados, ele havia voltado a cuidar da casa e das crianças sozinho, seu rosto não expressava leveza e seu corpo não parecia estar totalmente saudável, droga, provavelmente Jisung estava pulando refeições novamente. Ele era irresponsável consigo mesmo.
━ Tá. Adeus. - Joohyun o beijou na bochecha e pegou as chaves que antes estavam nas mãos de Lee. ━ Gostosão, pense bem antes de assinar os papéis, ninguém é louco de jogar diamantes no lixo e eu sei que você não é doido o suficiente para isso. - O aconselho passando seus dedos pelas suas bochechas limpando a marca do batom e terminou baixinho. ━ Como eu já falei, você tem a riqueza que qualquer vagabundo que já provou da vida deseja, uma família que te apoia e ama, não joga isso fora por pura insegurança e infantilidade. - E, como em um ato desconfortável por odiar contato humano, Bae o abraçou e novamente lhe beijou na bochecha. ━ Fica bem peste, esqueceu que sou eu que cuido do seu cabelo? - Ela logo o lembrou firmemente. ━ Quando tu tá triste seu cabelo fica uma bosta e eu odeio mexer em cabelo seboso. - E retomou a ideia terrível fazendo uma feição enojada.
━ Sim, uma família que me ama... - Murmurou pensando se ele realmente tinha uma família que o amava ou se era apenas encenação. ━ Tia Irene, eu vou procurar outro cabeleireiro, agora vaza logo. - Reclamou enquanto a observava estressado.
━ Boa sorte com o cabelo e com o maridão. - Bae riu alto e se despediu tentando mandar positividade ao seu amigo.
Minho tentou manter a calma enquanto pegava a sua pasta no banco de trás do seu carro e caminhou até o restaurante, O nervosismo o dominava, fazendo com que ele mal cumprimentasse os funcionários, que logo o reconheciam. No entanto, Minho se dirigiu diretamente ao escritório de seu marido, Jisung. Era apenas a segunda vez que ele visitava aquele local de trabalho, um estabelecimento elegante frequentado por pessoas ricas.
E mesmo que o ambiente fosse muito sofisticado, Minho não se incomodava com isso.
Minho hesitou, mas logo retomou a sua coragem e bateu duas vezes na porta de Han Jisung e entrou sem esperar muito, fechando a porta atrás de si, porém, ignorando as regras de etiqueta e educação, ele nem ao menos avisou o seu marido que estava entrando. Minho nunca tentou ser educado e bom, ele não quis ser educado, de forma alguma, ele tentou ser o mais mal educado possível.
Mas isso não prestou de muito coisa.
Jisung não ousou olhá-lo, ele pareceu estar ocupado demais verificando alguns contratos enquanto tomava água tônica em um copo de cristal. Minho tentou chamar a sua atenção e se odiou por o ver ali, lindo como sempre, seguindo de sua vida como se nada tivesse acontecido.
Ele não parecia nem mesmo querer esclarecer o mal-entendido que havia levado à sua separação, era cansativo, por minutos o Lee havia colocado na cabeça que apenas ele estava interessado no seu relacionamento e o seu maldito marido, que antes queria a todo custo continuar com aquela união, agora, Jisung apenas se importava com a porra de um papel contratual que ele nem ao menos havia decidido se ia ou não assinar.
Era cansativo, ele já estava exausto e assim percebeu que não ia ter uma conversa, a sua única opção era se contentar com o divórcio e com a ausência de suas queridas crianças. Ele sentiria falta, todo aquele problema era a sua culpa, Minho podia se contentar com a sua vida perfeita, mas ele tinha necessidades, ele precisava ser amado e ele precisava amar e sim, pode até ter sido um pouco de egoísmo de sua parte, exigir amor de seu marido por encomenda, mas ele sabia, o tempo estava passando, a sua vida estava mudando e o seu corpo estava envelhecendo. Lee não podia perder tanto tempo assim com mentiras, com possíveis sentimentos e atitudes que o deixavam confuso, a indecisão estava o matando e um contínuo medo de um dia Jisung amar outra pessoa era enorme, a única coisa que ele precisava era se sentir seguro com algo que para ele fosse duradouro e infelizmente em um relacionamento a reciprocidade era o mais importante para tal união se manter instável.
Minho achava melhor resolver tudo quanto antes, afinal, a dor da separação familiar não seria tão dolorosa para Moonbin e Youngsun, eles esqueceriam rapidamente de seu antigo papai postiço. Bem, era o que Lee pensava.
Mas o agiota, ex papai de família, cansou de esperar e logo o chamou firmemente. ━ Jisung. - O avisou fixando o olhar irritado em seu marido que estava sentado em cima de sua mesa, com as pernas cruzadas enquanto verificava todas as entrelinhas de um contrato chato e monótono, mas mesmo sendo a coisa mais chata a se fazer no dia, Han não deu atenção ao Lee, que estava já sem paciência. ━ Ei, você me escutou, eu estou te chamando. - Minho o advertiu, ainda tentando manter a sua voz calma. ━ Eu queria conversar sério com você sobre... - Mas ele foi interrompido por uma tosse forçada do Han, que tinha a sua atenção apenas voltada aos papéis.
Han respirou fundo, levantou o seu olhar cansado e o observou da cabeça aos pés, como uma forma de tentar achar defeitos do seu futuro ex marido, porra, Jisung estava desesperado, ele precisava odiá-lo, achar algo que não o agradasse, mas era difícil, Minho era lindo, seus cabelos eram charmosos, o seu olhar ainda desconcertava o Han, o seu corpo era perfeito e as suas malditas roupas apenas exaltavam a beleza promíscua que o Lee sempre conseguiu esconder quando se passava por um esposo troféu.
━ Sim, eu ouvi da primeira vez. - Han o respondeu simples enquanto erguia a sua mão sinalizando para o outro não o atrapalhar em seu raciocínio, ele tinha que fazer aquele fechamento de contrato antes do banco lhe contatar, aquilo sim lhe pareceu ser importante. ━ Cadê os papéis? - Seu olhar se levantou, mais uma vez, acima de seus óculos de grau e bufou irritado pela cínica expressão do ex cônjuge. ━ Não vejo o porquê de discutirmos algo, eu nem ao menos vou demorar muito para ler e assinar esse contrato de divórcio, a sua mais nova piranha ainda deve estar te esperando lá fora, então eu devo não te atrasar muito. - As suas rudes palavras fizeram com que o Lee se calasse, ele pareceu estar no mínimo irritado, mas o seu verdadeiro sentimento foi a confusão.
Minho não o entendeu muito bem, procurou por fantasmas e assombrações, qualquer um que estivesse na sala, ele não tinha nenhuma vadia ou piranha, não era certo Jisung se referir ao seu marido daquele modo. Puta merda, agora era só o que faltava, um não acreditar na fidelidade do outro, aquele mal entendido estava cada vez pior.
Antes mesmo do Han iniciar mais uma briga, ele voltou a sua atenção até o seu celular que estava tocando, sua mão se ergueu mostrando o seu dedinho indicador para o seu "ex" marido que ficou calado, estressado e um pouco puto por ser obrigado a ficar em silêncio enquanto Jisung atendia uma ligação do trabalho. Minho percebia quais eram as prioridades de Jisung. Aquilo era terrível, ele não pode acreditar no que havia se envolvido.
Que filho da puta.
Era o que Lee pensava de Han Jisung, mas ele o respeitou, se encostou em outro móvel que estava no escritório do pai de seus filhos e cruzou os seus braços na espera de uma hora o outro lhe dar um pouco de atenção. Mas ele não pode deixar de perceber o quão irritado Jisung estava, ele estava bravo de verdade, felizmente Minho não era o único causador de sua ira.
Han não estava em um bom dia e qualquer um percebia pela sua voz ignorante, cheia de sarcasmo e raiva. Porém, mesmo que ele fosse dono de uma paciência indestrutível, até aquele querido humano evoluído tinha lá tinha os seus limites e aquele homem no telefone era o culpado por acabar com o restinho de sua graça.
━ E você me liga agora? - Jisung praticamente gritou, mas as suas mãos não paravam, deixando o seu celular no viva voz, ele o largou na mesa e voltou a verificar os documentos da semana. ━ Que desculpas o que, eu tô cansado de todas as suas desculpas, eu quero a porcaria das minhas trufas caramba, eu e você temos negócios, nunca deixei de pagar para a sua distribuidora, mas mesmo assim você quer me fazer de idiota e me empurrar um monte de desculpas medíocres? Olha aqui, eu não sei se você sabe, mas, não estamos falando sobre um restaurantezinho de esquina furreca, o meu restaurante necessita do bom e do melhor e quando eu te contratei, você jurou que nunca pisaria na bola e olha, de novo você vacilou legal. - Jisung falava alto enquanto buscava o seu tablet e o desbloqueava procurando algumas cláusulas do contrato que tinha com o fornecedor.
" Eu sei Senhor Han, é chato, mas é que deu outro probleminha na transportadora e esquecemos das suas trufinhas, mas pode ficar tranquilo que..." - A voz do homem se mantinha calma e distante, como se tal assunto não lhe importasse de modo algum.
Mas Jisung já estava cansado de desculpas, ele apenas queria que nada mais desse errado em sua semana e por deus, estava bem difícil. ━ Você acha que eu sou um idiota? - Perguntou irritado levantando o olhar até Minho, que de braços cruzados ainda o observava calado, ele quase concordou com a pergunta de Han, mas achou melhor não responder. ━ O nosso chef de cozinha já organizou todo o nosso cardápio Premium e o prato principal é um carpaccio de carne com lascas de queijo parmesão e trufa negra, você já viu um carpaccio de carne com lascas de queijo parmesão e trufa negra sem a trufa negra? Isso mesmo meu amigo, não existe. - O especificou lento para um homem sem inteligência alguma, como aquele que estava no telefone, o entendesse bem. ━ Esse prato é mais caro do que um mês do seu salário, eu não posso ter esse prejuízo nas minhas costas por conta de uma falha sua.
" Mas Senhor Han.." - O homem tentava se explicar em meio a ligação.
Mas Jisung não se interessou nem um pouco nas mas falsas desculpas de seu fornecedor, eles sempre o deixavam na mão, mas ele estava cansado de ser sempre tirado de otário, não era sobre malditas trufas baratas, não era sobre um prato qualquer, era sobre uma especiaria exótica, um quilo de trufas negras podiam custar entre 381 a 654 dólares, era muito dinheiro para ser jogado fora. Jisung não seria mais passado para trás.
━ Cale a boca, eu não quero mais saber. Dê um jeito, hoje mesmo, pois se meu pedido não chegar até às cinco da tarde eu quebro o contrato e paro de fazer negócios com vocês, inclusive, eu tenho total direito de quebra de contrato, já que não é a primeira vez que vocês me deixam no prejuízo por falta de profissionalismo. - Jisung desligou o seu celular e o jogou na mesa, por um segundinho ele respirou fundinho para conter a irritabilidade que estava o deixando sem paciência alguma e voltou a organizar os papéis que bagunçaram a sua mesa, mas, mesmo que involuntariamente, o seu olhar se fixou em Lee que o observava calado, ainda com uma feição não muito agradável. ━ O que?
Mas Minho não estava fazendo nada de importante, ele apenas observava o seu ex marido se preocupando com papéis jogados, que para ele não tinham importância, enquanto reclamava de malditas trufas, enquanto ele tinha que o esperar ali, em pé, como se a sua presença não fosse notável. ━ Eu estava esperando você terminar os seus assuntos super importantes e agora que você terminou, temos que conversar, certo? - O perguntou observando a aliança em seu dedo, Jisung ainda a usava.
Mas, mesmo que Han usasse a aliança que simbolizava a união entre os dois, o seu olhar de desprezo o entregou certeiro, agora era ele que não queria abrir mão do divórcio. Afinal, todos os homens eram babacas, safados, seres humanos desprezíveis que na primeira oportunidade te enganam e mentem da pior forma possível, no final todos eram sim iguais, sempre te deixando apenas com as boas lembranças e um belo sentimento de incapacidade.
Lee Minho era assim, um babaca desprezível e Jisung tinha certeza que aquela cena nojenta de minutos atrás, cujo Lee estava sendo beijado e abraçado por uma linda mulher não era lá coisa da sua cabecinha perturbada, não, não era e ele tinha que ter uma boa explicação para justificar tal pouca vergonha. Han Jisung estava bravo consigo mesmo por pensar que o seu marido seria diferente, mas porra, ele nem ao menos tinha assinado os papeis ainda e Minho já havia conseguido outra pessoa? Era surreal.
Mas, mesmo tentando manter a calma, ele sentiu que a sua cabeça estava dormente, ele se sentiu desnorteado por tentar pensar em o do porque diabos dele precisar passar por tudo aquilo e ele já soube, logo de cara, a vida estava lhe fazendo pagar por todos os seus erros do passado.
Jisung respirou fundo observando a tela de seu celular cujo estava uma foto de Youngsun e Moonbin juntos, mas ele ousou desviar o seu olhar até o marido que como sempre estava parado o olhando como se ele precisasse de explicações.━ Eu não estou a fim de conversar com um safado, me dê os papéis, não vamos mais perder tempo. - Ergueu a mão esperando que o seu quase ex marido lhe entregasse a pasta, mas apenas recebeu um belo xingamento vindo dos belos lábios de Lee, que se aproximou mais de sua mesa e jogou a pasta em seu colo da forma mais rude que ele conseguiu. Mas Jisung não demonstrou estar ofendido com a irritabilidade do sem vergonha do seu marido, ele apenas respirou fundo, o observou calmo e comentou. ━ Tá defasado, viu.
Realmente, a tal teoria que você apenas conhece com que você verdadeiramente se casou após o divorcio pareceu ser real, Minho nunca pensou que o dócil Han Jisung podia ser um completo idiota, um tremendo pau no cú, mas, deixando a sua decepção de lado, ele ainda tentou correr atrás de uma possível reconciliação, ele desejou arrumar o que ele mesmo havia arruinado.
━ Não me venha com palavras difíceis. - Murmurou baixinho cruzando os seus braços enquanto o observava. ━ Eu sou safado porque? - O perguntou enquanto descansava as suas costas atrás da porta, isso o deixava exausto, ele nem ao menos conseguia resolver um problema, mas logo jogavam mais um para Minho o resolver, ele não era uma pessoa tão boa psicologicamente para lidar com os seus problemas, os problemas do seu trabalho e os problemas de outras pessoas, ele só queria um pouco de paz, era pedir muito? Bem, para ele pareceu ser muito. ━ Pelo o que eu saiba, você não quer que a nossa relação seja real, safadagem é mentir para todo mundo e fingir viver uma vida perfeita contando que não, nada está perfeito. -Minho tentou explicar o seu ponto de vista. ━ Safadagem para mim é você dizer na frente dos outros, inclusive dos nossos filhos que me ama e depois me falar que eu não sou bom, dizer que não me ama e que eu nunca vou ser tão importante quanto a... - Mas ele percebeu que o seu marido não prestava atenção no que ele tentava dizer. ━ Mas sabe o que é pior, você fazer comigo o que antigamente faziam com você, você me usou, me machucou e me fez sair como errado enquanto eu apenas queria viver feliz com você. Sim, não nos amávamos, mas eu sei que come...- Minho foi interrompido por um certo incômodo que sentiu do olhar de seu marido.
Mas Jisung não aguentou, bagunçou os seus cabelos, antes, arrumados e se levantou andando desnorteado pelo seu escritório, ele não estava interessado no que Minho achava, esse era o seu erro, agora, ele se preocupava com as suas próprias frustrações. ━ Ah, mas pra mim safadagem é você sair de casa no meio da noite sem nem me avisar, pegar metade das suas coisas, me mandar uma mensagem xoxa, toda capenga e sem vergonha falando que era para a gente ter uma conversa séria, tudo isso para você me aparecer aqui, cheirando a mulher, pegando carona com uma piranha siliconada que dirige um carrinho de pobre. Eu não acredito, você trocou tudo isso aqui por uma qualquer? - Jisung se tocou indicando o que Minho havia perdido, era irracional agir daquela maneira em uma situação que era facilmente resolvida em conversas, mas ambos estavam sendo movidos pelo orgulho, Jisung não admitia confessar o seu amor por Minho, mas também pareceu não admitir ser trocado. ━ Nunca, mas você nem escondeu que já tá comendo uma piranha por aí, ela já saiu do carro beijando e abraçando você, na frente do meu local de trabalho. A sorte foi que eu não joguei água gelada em vocês dois, safados! - O apontou rude.
O seu silêncio foi pelo choque de ter ouvido tanta besteira junta em tão pouco tempo e boquiaberto ele confessou em alto e bom som. ━ Puta que pariu. - Minho o observou desacreditado, mas ergueu o olhar para cima, buscando uma luz para os seus problemas e com calma, quebrando o silêncio que ele mesmo havia acabado de impor, desabafou alto.━ O homem é mais doido que eu, caralho. - E assustado se afastou um pouco de Jisung que ainda o observava buscando uma resposta. ━ Ela é uma amiga, ela namora uma amiga, que merda cê tá falando, o carro é meu, não é só você que tem dinheiro aqui e o meu perfume... - Minho precisou pausar de sua fala e pensar em o do porque diabos ele estava se justificando. ━ È feminino mesmo, pau no cú de quem não gosta, eu gosto de andar cheiroso, mas que porra.
Mas ele não acreditou, o seu ciúmes, misturado com frustração pessoal não o deixava pensar direito. ━ Me poupe Minho, amiguinha o caralho. - Gritou o mais alto que conseguiu, mas recuou respirando fundo para voltar a calma. ━ Nunca vi amiga beijar e abraçar o homem dos outros assim, sem contar daquele micro vestido que ela estava usando, deve ter facilitado muito as coisas para vocês.
No entanto, apesar de suas justificativas, Minho não estava convencido. Seu ciúmes, combinado com a sua frustração pessoal afetava seu raciocínio. Ele estava tão envolvido emocionalmente que não conseguia ver além de suas próprias inseguranças.
A tensão no quarto era palpável, e o clima entre Minho e Jisung estava totalmente abalado.
━ Sabe de uma coisa? - Jisung disse irritado, se levantando. ━ Eu vou buscar os meus filhos na escola. - Jisung pegou a caneta, assinou os documentos que estavam sobre a mesa e os jogou na cara de Lee. ━ Faça o que quiser com a mulher que você bem entender, eu realmente não me importo. E olha só, você nunca usou perfume feminino e nunca apareceu com uma mulher bonita te beijando pelos cantos. Minho, eu não sou idiota.- Na verdade Jisung era idiota sim, idiota a ponto de não perceber que Minho estava chocado com tais acusações, mas era totalmente suspeito um homem beijando e abraçando uma mulher daquele modo tão íntimo e pessoal. ━ E você nem perguntou como as crianças estão, como elas estão se sentindo com essa história toda. Está difícil mentir para elas, eu não aguento mais dizer que você está em uma viagem, meus filhos estão com saudades de você enquanto, o que dá pra ver, você já ocupou a sua cabeça com outra coisa, nossa Minho, que ódio. - Jisung confessou rindo baixo pela sua própria frustração e pegou as chaves de seu carro. ━ Enfim, faça o que quiser, eu vou seguir a minha vida sozinho, já que você não quer fazer parte dela.
Mas, antes mesmo de conseguir sair da sala, Minho o agarrou pelo braço. ━ Olha, que fique claro. - Tentou o olhar nos olhos, mas não conseguiu. ━ Eu vim aqui para resolver os nossos problemas, você que não quis, podíamos resolver tudo.
━ Resolver o que? -Jisung o perguntou baixo tentando olhar nos olhos, mas Minho apenas não conseguia fixar os seus olhos no outro. ━ Mesmo que eu e você fossemos apaixonados um pelo outro, o que dá pra ver que não é verdade, agora eu vejo que nunca seremos felizes.- Han não quis, mas ele teve que dizer a sua verdade, o que ele realmente pensava sobre tudo o que se passava em sua cabeça. ━ Você mesmo disse, eu te trato mal, sou um monstro com você que despeja todas as frustrações em cima do coitado do meu marido perfeito, eu não posso ficar mal, não posso falar coisas erradas e não posso demonstrar nenhum ciúmes quando eu vejo meu marido, que quer terminar comigo beijando uma mulher na porta do meu trabalho. - Mais uma vez o orgulho falou mais alto, Jisung e Minho apenas não estavam dispostos a dar o braço a torcer por algo que para eles, era erro de um lado só.━ Certo, claro, mil perdões por tudo, tenha uma boa vida. - E com o sarcasmo em seus lábios, Han sorriu lhe dando as costas, abrindo a porta e saindo de seu próprio escritório.
Minho ficou para trás, em silêncio tentando absorver o que diabos estava acontecendo, eles estavam bem e por um gatilho apenas um problema desencadeou o outro, o que os resultou em mais e mais brigas, era confuso, muito confuso. Mas em meio de tanta confusão, a única certeza era que Lee estava fodidamente irritado. ━ Que filho da puta. -Foi a única coisa que o, agora, solteiro Lee, conseguiu concluir.
Ele havia ficado sozinho na sala de seu ex marido e ali teve um mini surto de raiva onde o xingou, chutou o sofá e até cogitou em o alcançar e lhe dar um tapão na nuca, aqueles fortes, de mão aberta, que chegavam a arder por vários minutos. Mas Minho nunca foi capaz de machucar Han, mesmo que ele fosse, agora, um filho da puta para o Lee, ele ainda sim nunca o machucaria, era frustrante, frustrante pois Minho soube que com uma boa conversa franca, cujo os dois sentassem e deixassem as suas diferenças e orgulhos de lado, tudo seria facilmente resolvido.
Mas eles eram humanos e respeitando a natureza de sua espécie, eles tinham que agir de forma ignorante e completamente egoísta.
Lee Minho conseguiu se controlar e, com calma, saiu do escritório do maldito dono do restaurante, vulgo seu, agora, ex marido. Observando o restaurante com atenção, Minho percebeu que o local era realmente chique e as quatro estrelas eram muito bem merecidas, o que não era lá um choque, já que ele sempre observou a dedicação diária de Jisung para erguer e manter a reputação do restaurante que ele construiu com o seu próprio dinheiro e esforço.
Mesmo em um horário de pouco movimento, todos os funcionários trabalhavam em harmonia, como robôs de última geração, educados, sorridentes, rápidos e prestativos, enquanto apenas o café do restaurante estava em funcionamento, os demais estavam parados ao lado da porta para as futuras recepções. Sel au goût era excelente em tudo, Minho conseguia perceber o porquê de Han ter tanto cuidado com todos os assuntos de seu trabalho.
Mas, mesmo com a tal admiração pelo ambiente, Lee havia se revoltado novamente. Han era um filho da puta avarento, nem ao menos havia lhe oferecido um café, mesmo antes do divórcio Jisung nunca havia oferecido um café para o ex-marido, e a porra daquele café de gente rica parecia ser muito bom, ele deveria ter o oferecido pelo menos uma vez e sentindo uma mistura de ressentimento e curiosidade, Minho decidiu que era hora de experimentar aquele café. Ele atravessou o salão elegante e se dirigiu ao balcão, onde uma barista jovem e sorridente estava atrás do balcão polindo um copo de cristal.
━ Olha aqui, eu ainda sou casado com o seu chefe, o Jisung, então eu quero preparar um café pra mim, sabe, com direito a tudo que tiver de caro nesse lugar. - Minho gesticulou para a garota que ainda mantinha um belo sorriso contagiante no rosto, era animador para a jovem Hanni Pham, o esposo do seu patrão era tão bonito, cheiroso e se vestia de uma forma tão maneira, ele era digno de ser a grande paixão de seu querido chefinho, já que Jisung sempre foi admirado pela sua beleza, estilo e sorriso encantador.
E ele concordou com a cabeça vendo que Minho dava a volta no balcão para a ajudar a preparar o seu cafézinho, era tão admirador, ele a ajudou a fazer o seu próprio café, Minho era digno de admiração. ━ Sim Senhor. - E com a sua animação a mostra, ela pegou um avental que estava em uma das gavetas e colocou no mais velho sem antes o perguntar se ele queria ou não se vestir como um funcionário, mas ele, no final, não se importou. Hanni o observou por um tempo e logo o apontou carinhosa. ━ Eu vou pegar o café mais caro que a gente tem no estoque. Se o senhor quiser ajuda com alguma coisa é só me falar, tudo bem? - O apontou mais uma vez esperando a sua resposta.
Minho pensou e logo a avisou enquanto ia até a pequena pia e lavava as suas mãos. ━ Eu quero whisky, ou conhaque. - Minho olhou para a jovem que sorria animada com o marido bonitão de seu patrão, ele ousou se aproximar da garota, tocá-la nos ombros e com um pouquinho de desespero, que foi notado pelas poucas funcionárias no salão, ele comentou calmamente para a garota o entender de uma vez por todas. ━ Eu preciso de qualquer álcool que dê para misturar no café, estou com uma dor enorme de cabeça que apenas a porra de um café com álcool vai resolver, você me entendeu?
━ Iremos providenciar um moretta fanese para o Senhor, o que acha de se sentar no salão junto aos nossos funcionários, iriamos amar da sua presença, sabe, eu sempre quis conhecer o marido do nosso chefe Han. - Ainda com um bobo sorriso no rosto a garota se confessou, mas discordou com a cabeça achando abuso demais pedir para um homem elegante como o esposo do seu chefe se sentar com meros funcionários, era abuso demais, mas sinceramente Hanni estava animada demais. ━ Mil perdões pela histeria, eu só amo conhecer pessoas novas e o Senhor me parece ser uma pessoa maravilhosa, deve ser muito bom ter da sua companhia. - Concordou carinhosamente enquanto percebia o rosto de Minho congelado, ele apenas não disse nada, apenas a observava de forma inexpressiva.
Mas sinceramente, Lee não conseguia entender o que diabos havia acontecido para aquela garota ficar tão animada daquele jeito. Era como se ela estivesse em um nível de enérgico sobrehumano. Era louca, elétrica e definitivamente não era uma atitude comum, ainda mais para se ter em um trabalho. Lee começou a se questionar se era algo relacionado a algum estimulante ou uma droga super pesada. Era difícil acreditar que alguém pudesse ser tão animado e tão bom daquele jeito, bem, podia ser apenas o seu mau humor, mas ele não estava gostando de ser tratado tão intensamente e sim, claro que era contagiante tal energia e positividade, mas estava sendo assustador.
━ Eu só quero a cachaça. - Murmurou pedindo mais uma vez para a enérgica garota, que apenas se animou por o ajudar e se virou indo a procura do conhaque. ━ Isso, isso, vai, vai. - Murmurava enquanto observava a menina entrar no depósito. ━ Mais doida que eu, puta que... - Lee foi interrompido quando o som repentino de um tiro de advertência foi ouvido junto aos gritos dos clientes e funcionários que haviam se aterrorizado pelo barulho mortal.
Sim, sons de tiros às quatro da tarde de uma plena quinta feira em um bairro chique, ali era Changwon, um lugar muito seguro e rico para balas perdidas transitarem de um lado para o outro, era curioso. Lee havia ficado surpreso e com rapidez ele se virou procurando de onde havia vindo o tiro e percebeu vir da porta da frente, onde dois homens entravam com rapidez no local enquanto apontavam as suas armas para os clientes que estavam abaixados e aterrorizados com a ação criminosa. ━ É um assalto porra!
E com essas simples palavras a cabeça de Minho começou a doer por perceber em que situação estava, pois bem, um assalto iria sim dar uma baita dor de cabeça para o seu querido Han Jisung e ele estava animado para isso, porém Lee nunca entregaria o seu telefone celular e bem o seu relógio da cartier para um assaltante.━ Mas essa agora, mas que caralho também.
O seu orgulho estava em jogo.
Enquanto isso, os assaltantes pareciam controlar a situação de forma nada profissional, ambos estavam nervosos e ordenavam de forma atrapalhada que os clientes entregassem os seus pertences. Mas, mesmo com a falta de profissionalismo, o clima de pânico se instaurou no restaurante, e as pessoas começaram a entregar as suas carteiras e celulares por medo.
Lee sabia que não poderia simplesmente ficar ali parado e esperar para ser roubado, mas ele estava com preguiça demais para correr pra fora do local e já tinha funcionários demais se escondendo atrás do balcão, então ele permaneceu ali, com os braços encostados no balcão, observando dois iniciantes sendo idiotas o suficiente ao ponto de roubar carteiras. ━ Passa tudo o que vocês tem no caixa, também queremos tudo de valor que vocês... - O criminoso apontou a arma para o Lee e ameaçou atirar.
━ São quatro da tarde. - Minho os lembrou indignado desviando o seu olhar até a xicara que ele desejava colocar um bom café, sinceramente, se alguém lhe desse um tiro naquele momento ele o agradeceria com abraços e beijos, bem, era brincadeira, mas que se foda, ele estava bravo, não teve interesse algum em se render e ele nunca entregaria os seus pertences.
Ele ouviu o assaltante mais alto destravar a sua arma. Mas assim que Lee levantou a sua cabeça, ele percebeu que a arma ainda permaneceu em sua mira. ━ E o que tem porra?
Minho revirou os olhos e se arrependendo do seu anterior desejo de levar um tiro, mas tentou os explicar. ━ Bem, hoje as pessoas raramente usam notas, dinheiro físico, e mesmo que algum ser use das notas, o caixa está praticamente vazio, apenas a parte do café está aberta e é uma quinta feira, as pessoas não costumam frequentar um lugar que o café custa rios de dinheiro em uma porra de uma quinta feira normativa, tentem vir de noite, o restaurante abre e o movimento é bem grande, eles vivem lotados. - Minho o explicou calmamente enquanto pegava o seu celular que estava vibrando pelas mensagens que chegavam uma atrás da outra. Era Jisung.
Mas Hyoseop, o assaltante mais alto e irritado, não pareceu querer seguir as dicas. ━ Quem você pensa que é? - E a sua arma mais uma vez foi apontada para a cabeça do homem que estava atrás do balcão. Ele o deixava nervoso, aquele homem estava calmo demais para uma vítima de assalto.
E ainda demonstrando calmaria em sua voz, o Lee murmurou algo inaudível, mas logo voltou a sua atenção ao assaltante.━ Marido do dono. - Minho o respondeu sem muitos rodeios, ele ainda era casado com Jisung, ele não havia assinado os papéis do divórcio e enquanto ele não assinasse, ainda usaria tais "títulos". ━ Agora abaixa essa merda, eu estou estressado e não quero ninguém fodendo mais com o meu dia. - Respondeu entre resmungos enquanto respondia as mensagens cheias de ofensas vindas de Han Jisung, que mais uma vez havia o lembrado onde ambos tinham errado em seus relacionamentos.
Mas, ele não hesitou em se aproximar mais do balcão para o ameaçar mais firmemente. O seu parceiro, que era muito mais experiente, estava mais ocupado recolhendo os pertences de valor de todos os clientes. ━ Eu falei pra você passar tudo que você tem de valor caralho, você não me ouve? - Ele gritou mais alto tentando o ameaçar, mas o efeito apenas funcionou nos outros que estavam em sua volta.
Mas, enquanto Minho terminava de visualizar as mensagens rudes de seu não tão querido marido, ele respirou entristecido e negou. ━ Olha aqui seu cuzão, puxa o gatilho, eu não tenho nada a perder mes...- Minho não conseguiu continuar, pois o barulho do disparo foi maior.
Ecoaram uma sessão repentina de tiros pelo local, causando pânico e desespero entre as vítimas que choravam e gritavam atordoadas e aterrorizadas ao assistir a terrível cena diante de seus olhos, os seus corações se apertavam de dor e medo ao observarem Lee Minho caindo no chão, vendo seu sangue escorrer pelas canecas e xícaras que estavam atrás dele.
O ambiente se tornou silencioso, todos ali pensavam, que novamente Jisung seria mais uma vez, um viúvo. Era decepcionante pensar em o quão rápido e fácil a vida podia lhe ser tirada.
Mas o silêncio pelo luto e choque foi quebrado pelo grito enfurecido do outro assaltante, que antes estava ocupado demais fazendo o seu 'trabalho'. ━ Porra, você matou o cara!? - Minsik, o assaltante mais experiente gritou puto com o seu novo parceiro. Ele sabia bem que um assalto seria facilmente esquecido, mas o assassinato de um riquinho de changwon provavelmente lhe traria problemas. ━ Você tá louco caralho? - Mas, cego pela raiva, ele se aproximou de seu parceiro e lhe deu um forte soco no ombro. ━ Quer ser preso porra?
Mas, já irritado pela situação, o empurrou e se afastou. ━ O filho da puta tava me enchendo o saco. - Hyoseop gritou o apontando, ele não sabia muito bem como trabalhar sob pressão e acabou apenas fazendo o que lhe pareceu mais fácil, matar o cara que não estava cooperando, simples assim.
Mas houve um porém, seus tiros não haviam sido bem calculados, então as suas balas, que perfuraram garrafas e arruinaram o papel de parede da sala principal do salão de sua casa
Mas Minho se levantou desnorteado, ele não estava morto, a adrenalina do seu corpo havia o mantido acordado, mas ainda sim a sua coloração desaparecia de sua pele pelo susto de quase morte proposital, a palidez e a tremedeira de seu corpo estavam expostos. Lee havia odiado ser tirado de fraco. Mas, ainda conseguiu se apoiar no balcão e observou a mancha vermelha que cada vez se tornava maior em sua camisa social, embaixo se sua vestimenta, o buraco cujo a bala já havia passado estava queimando intensamente enquanto a dor se espalhava por todo o seu braço delicado.
━ Você me deu um tiro? - Ele perguntou, sem esperar por uma resposta. Num impulso, ele pegou uma garrafa de café e jogou-a violentamente na cabeça do homem, vendo-o cair no chão.
Minho, movido pela raiva, se esqueceu do ferimento que havia feito em seu braço, da dor fodidamente forte e até da sua perda de sangue preocupante e pulou o balcão, pegou um bule em pedra de sabão, que era usado para a decoração do local, e tomado pela raiva começou a bater com a peça caríssima na cabeça de Hyeoseop e logo desabafou. ━ Eu odeio esse lugar! . - Minho entre golpes violentos, gritou. Porém, a dor intensa em seu braço ferido se fez presente, o bule em pedra caiu no chão e a sua mão foi de encontro com o seu ferimento. Lee segurava firmemente abaixo da ferida aberta, fechando os olhos para tentar controlar sua aflição, era um fato, Lee era muito bom em lidar com a dor física, mas pela primeira vez ele percebeu.
Levar um tiro doía pra caralho.
Hyoseop desmaiou pelas pancadas em seu rosto, já Minho ainda permanecia em cima dele, o observando enquanto percebia que era apenas um assaltante fuleira que provavelmente queria ganhar um dinheiro extra às custas dos mais afortunados. O que não tinha problema algum, ele mesmo apoiava tais ações. Lee se sentiu terrível após o ato, ele quis se desculpar mas o homem já estava desacordado e porra, o seu braço pareceu estar em combustão, ardia, queimava, formigava. Era terrível, em anos de trabalho sujo Minho nunca havia se machucado tanto por tão pouco.
Mas, antes mesmo de desabafar, o parceiro do jovem assaltante agiu no intuito de defender o seu amigo agredido, Minsik pegou a sua arma, mas sem antes a destravar ele a acertou com uma violenta coronhada na cabeça de Minho, que dessa vez caiu no chão desnorteado, era isso, a sua sorte não estava tão boa, sua visão estava turva, seus dedos estavam formigando e por um minuto ele sentiu algo escorrer pela sua cabeça, o jovem Padrasto não disse nada, mas tocou cuidadosamente no líquido que escorria do topo de sua cabeça e o olhou percebendo ser sangue.
Ali Minho quase perdeu a sua consciência, mas ele tentou se manter consciente. ━ As crianças vão chorar. - Sussurrou com dificuldades se lembrando do que ele verdadeiramente se preocupou, ele sentiu por um momento medo, sim, medo por moonbin e Youngsun, eles não mereciam se despedir de outra "mãe".
Seus olhos rolavam de um lado para o outro e por um momento ele achou melhor ficar ali no chão, sentindo a dor insuportável em sua cabeça e braço. Lee mereceu e ele soube bem. Até seria engraçado, já que Jisung seria viúvo mais uma vez, mas pensando bem, não parecia ser algo para se divertir, Minho se arrependeu de sua fúria e tentou se virar para pressionar o seu novo "machucado". Minho pensou em seus filhos, agora ele estava arrependido, pois sempre teve consciência que a sua vida lhe seria tirada prematuramente e mesmo assim ele não havia se despedido das crianças.
Mas, enquanto o assaltante Minsik abaixava a sua arma verificando se o homem estava realmente morto, a barista Hanni agiu, antes escondida atrás do balcão, quando observou o homem se aproximar mais do marido do seu chefe, ela pegou a garrafa de vidro cujo estava o caramelo usado nos drinks matinais e a bateu na cabeça do homem que, sem nem ao menos ter a oportunidade de se proteger, caiu duro, só de uma vez no chão. A garrafa ficou intacta e mesmo que as suas mãos estivessem meladas de caramelo, a garota tentou acalmar a todos e logo gritou para os seus colegas de trabalho.
━ Alguém chama uma ambulância, o Senhor Lee está sangrando muito.- A garota correu trêmula dando a volta no balcão e pegando um pano, que assim que ela se encontrou com o corpo de Minho, foi usado para estancar o sangue, vindo o grande ferimento em sua cabeça, ela apenas não soube mais o que fazer. ━ Por favor, vão logo! - Gritou pedindo ajuda aos seus colegas de trabalho, de novo, mas, apenas com os gritos que eles finalmente entenderam a gravidade do problema, o esposo de Han Jisung, dono de uns dos restaurantes mais bem sucedidos de changwon havia sido baleado e nocauteado na cabeça, agora, desacordado, ele se encontrava jogado no chão do salão daquele luxuoso restaurante, lutando para sobreviver.
Era engraçado mesmo, a vida era passageira, até demais.
Han novamente passaria pela dor de perder alguém, bem, os funcionários do restaurante de alto porte não estavam cientes em como a situação terminaria, mas por todos os coquetéis de limão já feitos na terra, eles torciam e pediam aos deuses para Minho não seguir pelo caminho da morte.
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