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━ ♡ : 20 Chᥲρtᥱr.

﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏.
Sᥙᥒ&Mooᥒ hᥲs tᥕo dᥲddιᥱs¡!

Cᥲρίtᥙᥣo 20↶

¡! o ρᥲρᥲι ᥲmᥲmᥲmᥲ̃ᥱ,
ᥒᥲ̃o, ᥱᥣᥱ ᥒᥲ̃o ᥲmᥲ.  !¡

ฅ^•ﻌ•^ฅ
🧊
·◞◟·

O dia estava horrível e nem ao menos Han jisung havia saído de sua cama. Já estava amanhecendo do lado de fora e mesmo com uma dor quase insuportável em sua cabeça, ele ousou não se mexer e apenas observou Lee, que estava sentado na ponta da cama quieto, enquanto mexia em seu celular e tragava mais um cigarro, ele percebia, já fazia alguns dias que Minho estava mostrando mais de seu vício, antes o mais velho tentava o esconder de diversas formas, mas agora, ele nem ao menos fazia questão.

Han apenas era possibilitado de observar as costas de seu marido e sem coragem e forças pela dor que ele sentia por todo o seu corpo, junto a sensação terrível de pressão que sentia em suas têmporas, ele não ousou falar, nem ao menos chamá-lo. Ele estava com medo, pelo modo quieto e calmo de Minho, mesmo que Jisung não conseguisse observar o rosto de seu marido, ele soube do seu mau humor, aquilo realmente o deixava com um enorme medo, apreensão e insegurança em seu coração.

Sim, muito medo. O medo que surgia após se lembrar de todas as suas falas terríveis de horas atrás e o pedido não oficial de divórcio de Minho, que naquele momento estava sendo o mais verdadeiro possivel e sim, Jisung quis se desculpar, mas ele não soube por onde começar, não soube se Lee havia se irritado pela bebida, pela sua confissão sobre o passado, por ter o tocado maliciosamente ou por ter falado que toda a relação que eles tinham era apenas uma mentira má encenada, porra, ele não deveria ter bebido, sempre que o Han desfrutava do álcool ele perdia o sentido de suas palavras e acabava falando coisas terríveis que afetava a todos há sua volta, mas ele estava disposto a mudar isso, ele estava disposto a se desculpar por tudo o que ele havia feito de ruim.

Primeiro, ele ousou mexer um pouco de sua cabeça, de um lado para o outro, apenas para tirar a rigidez que permanecia em tal área, depois, lentamente arrumou as suas costas sobre os travesseiros e se sentou de forma confortável em sua cama, Jisung sentia um pouco de dor em sua garganta, mas mesmo com tal desconforto, ele o chamou em um bom tom, para, sem muito esforço, Minho conseguir o ouvir com clareza.

Minho, tá ouvindo? - Sua voz falhava, a sua garganta estava dolorida, era desconfortável, ele acabou tossindo seco, mas após se recompor continuou calmamente, tentando o explicar. ━ Eu falei coisas ruins ontem e eu sei que aquilo deve ter te machucado muito, então por favor, me perdoe, pode ficar chateado comigo, eu sei que esse sentimento demoram um pouco para passar mas sobre o…- Han não conseguiu terminar, antes mesmo de tentar o seu marido se levantou da cama e se virou lentamente, sem interesse algum em suas palavras.

Minho estava sem camisa, assim como nas costas, seu abdômen tinha algumas marcas já cicatrizadas de cortes passados e agora, sendo recente, uma grande marca vermelha estava por toda a extensão de seu pescoço parando em seu ombro direito, Minho estava todo arranhado e droga, Jisung se lembrava que havia sido ele. Na noite passada, não querendo sair do banho, ele havia se agarrado em Lee, o que resultou em tais marcas superficiais, provavelmente elas não haviam o machucado, mas ainda sim o Han havia usado de sua força com o seu marido.

A culpa novamente o consumiu e com razão, ele não tinha o direito de tratá-lo daquela forma, Minho nunca havia o feito mal, mas novamente Han havia o machucado de uma forma diferente. ━ Se levante e tome um banho por conta própria, o conselho tutelar estará aqui dentro de algumas horas e eu não quero que você estrague tudo. - Mas mesmo usando de tais palavras duras, Minho o serviu um copo de água e voltou a falar desviando o seu olhar para o seu celular.  ━ As crianças estão bem, já as acordei e pedi para elas se arrumarem enquanto eu fazia o café da manhã delas, mas elas ainda não comeram nada, então se quiser se juntar a eles, se apresse. - Terminou desinteressado enquanto, calmamente, tentava se dirigir até o banheiro para terminar de arrumar o seu cabelo.

Lee não estava sendo grosso, ele apenas não queria mais conversar, não por enquanto, ele precisava do silêncio, de um pouco de calma, algo que em semanas, a sua vida já não lhe proporcionava mais. Sua cabeça já estava cheia, mas que porra, ele apenas precisava de um pouco de paz e nada mais, porém Jisung ainda sim pareceu motivado em não o deixar adquirir um pouquinho da paz que Lee tanto buscava

Jisung se levantou meio zonzo e com dificuldades ele conseguiu alcançá-lo e se agarrou em seu braço, o parando antes mesmo de entrar no outro cômodo. ━ Minho, olha eu…

Mas, observando com irritabilidade as mãos alheias apertando o seu pulso, Lee cortou as falas do marido e o respondeu baixo, mas ainda em tom superior. ━ Eu não estou com fome, então não precisa me esperar, pode curtir com os seus filhos. - Pela primeira vez o Lee havia usado ‘’seus’’ ao invés de "nossos", aquilo havia o machucado, mas ele não perdeu a sua compostura, já Jisung não o entendeu, era apenas um erro, Minho nunca falaria assim de sua família, de seus amados filhos, era um erro, só pode ser um erro.

Ou não, Jisung questionava de sua pequena porcentagem de positividade, ele ainda acreditava que tudo ia ficar bem, mas Minho estava frio, apático, era amedrontador o ver daquele modo, era como se o seu fogo fosse apagado por Han, sim, ele era o culpado, ele reconhecia tal erro. Han soltou imediatamente o pulso de Lee, surpreso com a resposta distante do marido. Ele não conseguia entender o que estava acontecendo, era a primeira vez que Minho agia de tal forma.

Seus olhos piscaram lento, sua coragem era pouca, mas ele continuou. ━ Minho, eu sei que foi errado, mas eu estava bêbado e…-Jisung não conseguia terminar as suas desculpas. Minho o olhava sem postura, como se o que saia de sua confissão fosse uma grande piada, mas apenas quando os seus olhos se reviraram o esnobando, é que Han se irritou de fato. Jisung, ele estava desesperado pelo perdão alheio, mas Minho parecia nem ao menos se importar mais, ele debochava de toda aquela situação como se fosse algo sem importância. ━ Caramba Lee Minho, dá pra me escutar? - Aumentou a sua voz irritado, mas a abaixou tentando manter a calma. ━ Pelo menos um pouco, você me entendeu errado.-Sentindo-se magoado e confuso, Han tentou manter a calma enquanto se explicava..

━ Te escutar? Bem,eu não acho mais necessário. - Minho com um pouquinho de força desfez o único contato físico que ambos tinham e o observou de cima a baixo com um ar ainda desinteressado, ele se sentia errado por agir daquele modo após uma bela frustração amorosa, mas era cansativo sofrer tanto por nada. Minho estava disposto a queimar o mundo pelo bem estar de suas crianças e de seu marido, mas não estava mais disposto a perder de seu tempo por algo que não o traria nada mais do que rejeição.  ━ Na verdade, eu acho que eu já escutei muita coisa, muita coisa desde que eu me casei com você e isso já me cansou. - Lee se virou no intuito de sair do cômodo. Ele não estava querendo arrumar mais uma discussão, ainda mais em um dia importante e estressante como aqueles, mas Jisung pareceu querer e muito.

O seu marido não queria terminar com a discussão no ponto principal do problema, novamente o Han se agarrou no braço de Lee e o puxou usando de sua força. Impedindo o seu marido de sair do local, ele o perguntou mais alto querendo entender.

━ E por que você acha isso? - Bagunçou os seus cabelos rindo pelo nervosismo e debochou do marido. ━ A nossa relação é tão vazia assim para você desistir logo no primeiro desentendimento? ou você já conseguiu coisa melhor? Deve ser uma pessoa muito boa ou com muito dinheiro para você nos abandonar assim, tão rápido. - O Han estava claramente irritado e nervoso com o modo que Minho o tratava, mas o que mais o incomodava era como Minho o olhava, ele nem ao menos conseguiu explicar, era desconfortável ser observado tão friamente. ━  Por favor, me explique. Eu acho mesmo é que você encontrou algo melhor pra fazer do que dar uma de pai de família, só pode ser isso, né. - Ele pausou por um momento, tentando controlar a vontade de gritar, respirou fundo e continuou com uma voz mais calma. ━ Me fala, batia no peito falando que amava a nossa família e agora quer desistir de tudo, por quê?

Os olhos de Han estavam cheios de emoção, mas o sentimento não era puro e lindo como amor e felicidade, mas sim raiva, o mais puro sentimento de ódio e não, aquilo não partiu apenas de um lado, mas sim de ambos. Por um breve momento Lee odiou Han, a forma que ele falava e se portava era ridícula aos olhos do mais velho e Han odiou Lee por conta daquele maldito olhar frio e esnobe, aquilo o frustrava.

Minho agarrou a mão alheia desfazendo o contato que ambos tinham e apontou rude para o rosto de Han, que deu alguns passos para trás.

━ Muleque, eu já perdi a minha paciência com você, olhe bem como você fala comigo, porque eu não sou a vadia da sua ex mulher não, sempre te tratei com respeito, então o mínimo que você tem que fazer é me tratar igualmente, entendeu, porra? - Lee o encurralou, seus olhos estavam bem abertos, cheios de ódio e a sua voz se manteve baixa, apenas por ele saber que as crianças estavam em casa, mas sim, a sua vontade era de gritar, ser grosso, tratar Jisung á altura, mas ele não fez, tentou se controlar ao máximo para não ser ruim. ━ Eu sou burro pra caralho a ponto de ainda demonstrar um pingo de respeito por você, não te pego a força, nunca te destratei, pois no mínimo eu esperava que você tivesse o mesmo respeito por mim, mas eu sei, é pedir demais. - Suas mãos foram colocadas para trás, mas a sua cabeça ficou inclinada para frente para o facilitar de falar com Jisung de uma forma não tão alta.

Jisung sentiu que as suas pernas estavam bambas, Minho nunca havia o tratado daquela forma, era assustador pensar que mesmo sem gritaria ou ameaças, o Lee conseguiu o fazer tremer.

━ Não fala isso, por favor. - O pediu baixo tentando acalmá-lo. Jisung precisava de um tempo para engolir tudo que ele infelizmente havia ouvido de seu marido, a forma selvagem que o seu esposo jogava as verdades em sua cara o deixava mais frustrado ainda. ━ Foi sem querer, eu só estou… - Sua voz falhou, ele engoliu o seco e tocou no rosto do Lee de forma cuidadosa e delicada. ━ Me desculpe por te machucar, é sério, não foi a minha intenção.

━ O que você está fazendo? - Riu baixinho, ele não soube ao certo se Jisung realmente não sabia o que havia feito de errado ou se era apenas uma desculpa para ele sair ileso de tal discussão. ━ Você só está fazendo o que sempre faz, mas eu tô cansado disso, estou farto disso tudo. - Minho respondeu baixo desviando o seu olhar desinteressado e recuou para trás, para que o contato que Jisung forçava entre os dois, acabasse logo. ━ Meu tempo é muito valioso para perdê-lo com algo que no final, não me trará benefícios, é meio errado falar de tal forma, mas relacionamentos e responsabilidades precisam de tempo e muita dedicação, não é justo eu dar muito disso e não receber nada em troca.

Mas ao vê-lo estressado, Han tentou acalmá-lo mais uma vez, ele já havia passado dos limites, Minho tinha o direito de agir daquela forma. ━ Você está cansado eu entendo, mas não é hora de… - Minho nem ao menos o deixou terminar, apenas o deixou falando sozinho enquanto negava risonho com um olhar irritado.

Ele deu os ombros, respirou fundo e continuou.

━ …quer saber, então vai pro caralho. - Saiu de perto de seu marido e caminhou até o closet do quarto, onde pegou uma camisa social branca. ━ Não é hora, não é hora, nunca vai ser a minha hora, é sobre isso, essa é a merda do problema, mas que porra. - Comentou rude enquanto voltava para o quarto e colocava a camisa em seu corpo.

Jisung ficou em silêncio, tentou relevar tal comentário mas ele não conseguiu, Minho conseguia se tornar infantil quando queria e ele não o suportava de tal maneira. ━ Ah, eu esqueci que você é assim né, engraçado que na hora de meter a mão no peito e falar que não abandonaria a nossa família… - Aumentou mais uma vez a sua voz se aproximando mais de Lee, que nem ao menos tentou olhá-lo nos olhos.

Mas o mais velho não se calou, Minho fechou os olhos e mais uma vez comentou sereno. ━ Jisung, eu já falei, vai pro caralho. - Se virou o observando mais uma vez e terminou de abotoar a sua camisa. ━ Tô cansado até de ouvir essa sua voz de dodói, você só reclama também, mas que porra. - Mas, ainda usando de seu rude tom, ele parou, fez um gesto para o outro se acalmar e o advertiu apontando para o seu rosto. ━ E fala baixo que se as crianças te ouvirem berrando igual uma cadela com raiva, elas vão se preocupar com o papaizinho coitado deles.

Mas a única reação de Jisung foi rir, chocado com a situação, ele concordou irritado com a cabeça e mesmo tendo os seus toques e aproximações rejeitados, ele se aproximou mais uma vez o olhando sério. ━ Você deve ter ficado bem cansado mesmo, pra jogar um casamento fora, uma família inteira. - Riu cínico ainda o olhando irritado. ━ Satisfeito?

Mas, pela primeira vez Minho não soube o que responder.

Jisung não conseguia o entender, ele podia muito bem gritar, escrever e até desenhar, mas mesmo assim o seu marido não o entenderia, ele não entendia a sua dor, a sua frustração, era irritante não ser bem interpretado e apenas por esse motivo ele se manteve calmo, não por saber o que falar ou não, mas sim para ele ter um cuidado maior com as suas próprias palavras.

Lee quis sim falar de sua frustração, mas ele teve que o fazer sem tanto sentimento, assim o seu marido o entenderia melhor.

Um longo suspiro arrependido surgiu em seus lábios e a sua cabeça se abaixou, uma exaustão mental o atingiu em cheio, mas mesmo sem vontade alguma, Lee o respondeu decepcionado.

━ Você não entende mesmo, por vocês eu sou capaz de tudo, nunca me importei com coisas supérfluas, mas Jisung, até quando eu serei um estranho? - Sua voz se acalmou, ele o perguntava sereno enquanto o observava com atenção esperando uma resposta que nunca veio, aquilo irritava Minho, Han tinham respostas e comentários para muitas coisas, mas na hora de discutir a sua própria relação ele se mantinha calado. ━ Você não me ama, eu entendi e eu estava de acordo com isso, mas a todo momento você me aponta como um estranho e de noite você veio me falar que eu era um idiota por esperar isso de você, mas é sério, vai pra porra, eu tô é cansado de perder meu tempo nesse teatro todo, se você não queria amor, era só deixar claro, eu não gastava meu tempo tentando te agradar na cama, tentando te conquistar, tentando te amar.  - A sinceridade o atingiu, mas a frustração não o deixava se acalmar.

E Han percebeu o seu erro, mas Jisung não soube como se desculpar. Basicamente, ele não teve tempo para pensar no amor, para pensar se amava ou não Minho e se ele realmente queria ou não ficar com ele, de fato, o Han sentia algo pelo seu querido marido, mas os seus sentimentos eram confusos demais para ele mesmo os compreender, ainda mais em um momento como aquele, em que a sua mente estava cheia de problemas.

━ Eu vejo que você está cansado, mas…- Antes mesmo do Han terminar, Minho o cortou novamente, mas a sua grosseria transpareceu em voz.

━ Cale a boca. -Concordava lento com a sua cabeça enquanto observava o rosto avermelhado do marido. ━ Eu tô cansado, cansado de ser tratado como a porra de um animal, faço uma correria da porra pra você, tento ser cuidadoso e calmo a todo momento, pois eu sei e entendo que você é dono de alguns traumas, mas porra e eu? Eu não tenho direito algum? - O perguntou enquanto tocava em seu próprio peito. ━ Às vezes não é só sobre você e a porra dos seus problemas, eu não quero ser egoísta, mas eu tenho algum espaço nisso tudo ou os seus problemas sempre vão ser maiores que nós? - Minho se aproximou o perguntando, ele quis uma resposta, ele quis saber se de fato ele havia perdido meses de sua vida com algo vazio, passageiro. Pelos deuses, ele desejava que não, mas a sua realidade te mostrava o amargor da verdade. ━ Se bem que nunca existiu nós e isso que me fode, se eu não gostasse de você eu ia consegui passar por tudo isso, mas Jisung, eu comecei a te amar e não. - Minho parou, fechou seus olhos e respirou fundo.  ━ Não é culpa minha, você falou que queria tentar se apaixonar, foi você que concordou em misturar sentimentos no meio disso tudo, no meio do nosso casamento. - A frustração lhe deixou um belo nó na garganta, Minho estava magoado, decepcionado por ser tão burro em acreditar que seria feliz com tanta facilidade.

━ Você está entendendo errado, não é bem assim. - Jisung tentou mudar o pensamento do seu marido, mas no fundo ele soube, era a verdade. ━ Eu... eu gosto de você. Minho, eu acho que te amo, mas eu não estou pronto para me envolver de uma forma amorosa agora e mesmo assim não quero te perder. - Ele tentou se justificar, mas sabia que as suas desculpas eram fracas demais.

No fundo, Jisung sabia de seu medo pessoal de se entregar a alguém, de confiar completamente em alguém e porra, ele confiava em Minho. Ele teve a confiança de o deixar perto das duas coisas que ele mais amou em sua vida, os seus filhos, mas mesmo assim, com um coração machucado e cheio de marcas deixadas pelas pessoas que deveriam ter o amado, Jisung ainda era malicioso ao pensar no simples e puro amor.

Minho o observou silencioso. Indignado, o de cabelos castanhos respirou fundo, mais uma vez, ainda tentando manter a calma. Ele não conseguia entender como alguém podia ser tão cruel, Han o confessava amor, mas as suas ações não mostravam isso, ele achava que era amor, mas não queria se dedicar a isso mesmo que ambos já estivessem casados.

O que caralhos Jisung estava pensando?

Não era como se Minho quisesse ser o centro de tudo, mas ele pelo menos quis saber o que diabos estava fazendo em um lugar cujo nem ao menos era amado.

Sua voz saiu baixa, ele tentou não aumentar mais de seu tom, as crianças podiam o ouvir. ━ É assim, sim. - Lee negou com a cabeça e explicou calmamente para Han não o interpretar mal. ━ É sobre você me usar quando bem entende, me tratar como bem entender e falar de mim como bem entende a todo momento, nunca ligando para o que eu quero, para o que eu sinto, para como eu sou de verdade. - Ele se explicou tentando usar da sua racionalidade, algo raro em brigas de casal. ━ Porra Jisung, é a merda de uma relação, eu me sacrifício por você e tú não levanta um dedo por mim.- Minho se aproximou mais, ainda com receio das paredes finas ecoarem as suas frustrações pela casa, ele realmente não quis que os seus filhos soubessem daquele pequena discussão. ━ Cansa muito e eu já tô farto, farto de largar o meu trabalho, as pessoas que eu amo, apenas para me dedicar a algo que já não faz sentido, me comprometer e ser bom a alguém que quer me descartar na primeira oportunidade. - Minho conseguiu deixar Han sem respostas, mas não, ainda sim ele não perdia a sua calma, o seu coração processava a sua mágoa e cansaço, mas seus pensamentos estavam bem centrados, limpos. Minho não perdia a cabeça tão facilmente, não com problemas daquele nível.

Jisung tentou chamar sua atenção e o explicou se esforçando para deixar de seu tom no mesmo nível. ━ Eu estava bêbado, você sabe como é, eu apenas acabei agindo de uma forma irracional…

Minho o observou fixo, mesmo com o seu olhar frio, desanimador, o mais velho não deixou de mostrar ao seu marido que tais palavras eram verdadeiras, um desabafo seu. ━ Não, não porque desde que eu entrei aqui você me fala a mesma coisa, eu sou uma pessoa má, eu sou da ralé, sou um delinquente, um assassino e um bandido. Eu sou tudo de ruim para você e parabéns, você conseguiu me mostrar que eu não presto. - Minho franziu sua testa ao sentir um leve choque por todo o seu corpo, a irritabilidade do ambiente estava o afetando. ━ Mas desculpe, eu não quero mais ouvir isso do cara que eu amo, porque sim, eu sou besta o suficiente pra começar a te amar, doí ouvir que eu sou uma pessoa ruim e nunca boa o suficiente para estar com as crianças, para estar ao seu lado e caralho, não é uma dor boa, eu posso passar por muita coisa, mas, isso me machuca de verdade.

Han engoliu em seco, sua voz saiu quase como um sussurro, ele se sentia pressionado.━ Isso não é verdade.

Os olhos do mais alto rolaram de um canto da sala para o outro, ele apenas quis, por um breve momento, se poupar de olhar para o rosto entristecido de seu marido. ━ É sim, eu te amo, já falei isso e eu acho que você deve estar ciente disso, mas eu não tenho tempo pra perder, eu amo aquelas duas crianças e me parte o coração me separar delas, mas eu estou cortando o mal pela raiz, eu sei que daqui há uns anos a nossa relação, se continuar como está, vai ficar pior, então vamos acabar enquanto eles têm lembranças boas de mim e de você juntos. - Era melhor assim.

Jisung já havia confessado que não estava pronto para um romance e Minho não estava disposto a ser maltratado em qualquer oportunidade como vinha acontecendo, eles tinham uma responsabilidade em comum, um compromisso juntos além do casamento e sim, mesmo que cuidar daquelas duas crianças sejam apenas flores para os dois, ainda sim era um peso e uma responsabilidade enorme para ambos lidarem, Jisung pensava em primeiro lugar nos seus filhos, nos problemas, na segurança, ele não queria confiar cegamente em alguém a ponto de lhe dar amor.

O amor cega as pessoas e Jisung não podia se dar ao luxo de viver olhando apenas para o que ele almejava, ele era um adulto e mesmo que muitos não entendessem de sua motivação, ele estava certo, em partes.

Ninguém nunca o amou na mesma intensidade e cego de amor, ele não se permitia enxergar a maldade das pessoas em sua volta, foi assim com a sua mãe, com a sua ex mulher e por Deus, Minho tinha o perfil completo de uma pessoa ruim e Jisung não se via o amando de forma saudável e não, não era algo como auto cuidado, se ele pudesse escolher, Minho seria apenas seu, para sempre e assim ele teria total autorização para lhe usar e abusar de todas as formas.

Mas Jisung tinha filhos, pequenos seres indefesos em fase de crescimento que infelizmente já haviam passado por decepções, perdas e traumas demais. Jisung apenas o privavam de mais uma ida ao psicólogo.

Já Minho, também como um adulto, tinha responsabilidades, porém elas eram simples, para ele: se manter vivo, honrar a sua família, ser feliz e ganhar seu próprio dinheiro.

Ele sempre seguiu tais "responsabilidades" muito bem muito bem, mas como qualquer outra pessoa que experimentou de tudo um pouco e hoje é desanimado por sentir o gosto das festas, bebidas e idéias erradas, ele apenas almejou algo que para ele, era impossível.

Minho queria ter uma família como o seu pai e a sua mãe tinham, ele queria cuidar, criar, amar e ser amado, ser feliz apenas sendo algo de alguém.

Mas infelizmente não era tão fácil.

A voz trêmula de Jisung saiu mais alta do que o planejado.━ Não começa, eu não vou aceitar, você não vai me abandonar… - Han o segurou pelo braço, mas a porta de seu quarto se abriu ecoando um barulho alto pelo cômodo, se assustando com o som, o mais novo se afastou e se calou.

Era Youngsun, com os seus cabelinhos já penteados e cheios de presilhas coloridas e seu mais novo conjuntinho verde musgo, ela amava verde e estava tão ansiosa para usar o seu mais novo look, que nem ao menos fez birra para entrar no banho como fazia todos os dias, ela estava orgulhosa de si mesma.

━ Papai, o Moonmoo tá te chamando no quarto, ele falou que a janela que você arrumou tá quebrada de novo. - A garotinha olhava fixamente Minho que demorou alguns segundos para perceber que o "papai" era ele. ━ Vamos, vamos, ele tá bravo porque tá ventando muitão e tá frio o quarto. - A garotinha pulou animada o apressando e sem dizer nada, Lee concordou com a cabeça, deu um simples sorriso e um leve carinho na cabeça de sua filha e saiu do quarto sem nem ao menos olhar para trás.

Jisung, depois de perceber a ausência de Minho no ambiente, sentiu uma onda de tristeza invadir seu coração. Ele queria desesperadamente chorar, apenas para aliviar o peso que sentiu em seu coração, mas ele não pôde. Sua filha estava o observando atentamente. Era estranho para a jovem ver seu amado papai sem um sorriso lindo em seu rosto, mas tudo bem, ele havia acabado de acordar e a pequena sabia bem que era difícil acordar de bom humor logo cedo. Jisung fez um esforço para se recompor, sabendo que precisava ser forte por sua filha. Ele se aproximou dela e a abraçou, tentando transmitir o máximo de amor e calmaria possível.

Mas Jisung pareceu estar estranho, Youngsun conhecia seu pai desde que ela nasceu, era muito tempo, ele não parecia estar bem e sim, ela tinha certeza que não era soninho, seus olhos estavam vermelhos e sua cara não estava emburrada, o seu papai pareceu estar dodói, dodói do coração. 

━ Que foi Papai, tá dodói? - Seus pequenos olhos piscaram de forma inocente, mas ainda observadora, enquanto acompanhava o seu querido pai até a cama.

Jisung não conseguiu se manter de pé, suas pernas fraquejaram, ele teve que se sentar por um minuto, assim ele recobrava a sua consciência aos poucos, ele nem ao menos conseguia filtrar a conversa que havia tido com o seu marido.

━ Ei, o senhor parece tá dodói. - A garota se preocupou um pouco e como uma ação investida apenas para consolar o seu querido papai, a pequena Han deu tapinhas fracos no local onde ficava o coraçãozinho do mais velho. ━ Vai ficar tudo bem, o dodói vai passar.

E tentando ignorar todos os problemas que o rodeavam, Han sorriu dócil para agradar a sua filha e negou com a cabeça observando todos aqueles enfeites coloridos nos cabelos de Youngsun.

━ Papai não tá dodói não amor, papai só tá com sono. - A acalmou um pouco passando as suas mãos pelos fios rebeldes da garotinha, Jisung tinha orgulho dos seus filhos serem tão bons, inteligentes e amorosos, ele pelo menos havia feito algo de certo em toda a sua vida, havia criado Sun e Moon com tanto amor, carinho, responsabilidade e respeito que seus filhos estavam crescendo com um caráter invejável, isso o deixava orgulhoso, mas, de alguma forma, esse fato também o deixava com um sentimento de melancólia, ambos eram ótimas crianças e mesmo assim eles seriam forçados a passar mais uma vez por um sofrimento, que para Jisung era desnecessário. ━ Logo, logo isso vai passar.

No entanto, Jisung não conseguia deixar de ser um pouco egoísta ao pensar apenas em como aquela situação o afetava. Ele sentiu medo, sim, um enorme medo, acima de tudo, de perder aquele que ele nunca ousou dar valor.

Em partes, o medo de mais uma vez estar sozinho o atingiu, e logo em seguida o questionamento terrível de não saber como aproveitar os seus dias sem o seu marido, mas, ainda sim, sendo um pouco mais egoísta ele pensou em como ia ser terrível não ter um enorme poço de positividade, sarcasmo e alegria perto de si, seu coração doeu, seu medo voltou, ele não queria ficar sozinho. Jisung precisava da companhia de Lee.

Mas, acima de tudo Jisung sentiu medo pelos seus filhos, eles haviam perdido uma mãe, aquela que os gerou e os criou até os últimos dias de sua vida e agora, eles estavam prestes a perder outra mamãe, ou melhor, outro papai e o que mais o perturbava foi saber que tudo isso era apenas culpa sua.

Primeira parte.

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