
━ ♡ : 14 Chᥲρtᥱr.
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Sᥙᥒ&Mooᥒ hᥲs tᥕo dᥲddιᥱs¡!
↷Cᥲρίtᥙᥣo 14 ↶
¡! A Mᥲmᥲ̃ᥱ tomoᥙ ᥴhᥲ́ ᥱ
o ρᥲρᥲι tᥲ́ sᥙmιdo !¡
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E mais uma hora se passou. Han Moonbin havia pegado no sono em questão de segundos, o que apenas provou o quanto o garoto se dedicava aos estudos, assim, Minho o cobriu, saiu de seu quarto e foi olhar Youngsun, que estava em outro quarto dormindo profundamente agarrada com uma enorme pelúcia feita a mão do alienígena preferido dela, um xenomorfo, era quase que duas vezes maior que ela e porra, como Lee estava a achando fofinha de uns tempinhos pra cá, mesmo cheia de manias assustadoras e dona de algumas falas preocupantes, a pequena Sunnie era como qualquer outra criança de cinco anos que morria de amores por princesas da Disney, mas como já visto, coisas assustadoras, fantasmas e filmes de serial killers eram as suas princesas da disney.
Com cuidado para não fazer barulho, Minho entrou no quarto de paredes verdes, caminhou até a cama da garota e cobriu os seus pés descobertos. ━ Boa noite oitavo passageiro. - A apelidou mais uma vez, agora com referências ao filme que a doce garotinha estava viciada no momento, Alien. Lee lhe deu um simples beijinho no topo de sua cabeça e com cuidado saiu do quarto fechando a porta e indo até o escritório da casa, cujo Jisung apenas usava para organizar as suas finanças, já Minho usava para ter mais privacidade em algumas ligações como aquela que agora estava.
Era difícil resolver as coisas longe de seu trabalho, mas tudo, com muito cuidado e paciência estava dando certo, mesmo que sentisse um pouco de falta das suas noites não dormidas cheias de ação, porradaria e puta pra caralho, Lee curtia viver na calmaria, dando beijinho na testa de seus filhos, tomando chá, esperando o seu maridinho chegar do trabalho, era uma boa vida.
E assim que a sua ligação terminou, Minho ouviu três batidinhas na porta do escritório e assim que ela foi aberta, Jisung sorriu. ━ Oi meu doce, vamos pro quarto, tá tarde. - Pediu carinhosamente em um tom baixo pelo horário.
Era algo raro Jisung ficar até tão tarde na rua, já havia virado rotina ele retornar a sua casa às quatro da tarde e assim tinha sido feito mais uma vez naquele dia, mas após algumas horas com a sua família, ele de repente avisou Lee que tão tarde da noite ele teria que resolver algo em seu trabalho.
Sinceramente, era suspeito, o restaurante não ficava aberto tão tarde na semana, mas Minho não desconfiou de Jisung por falta de interesse, afinal: Jisung não seria capaz de o trair, além de careta e dono de um discurso bem extenso sobre traição, o coitado não tinha tempo e nem muita maldade no coração para sair em uma noitada com uma pessoa e voltar para a sua casa como se nada tivesse acontecido.
Fez um pequeno biquinho enquanto observava a tela de seu celular e respondia algumas mensagens, Lee, mesmo prestando atenção na tela, estava seguindo Jisung até o quarto principal. ━ Eu já estava indo, sabe, eu fiquei o dia praticamente sozinho, as crianças foram para a escola, depois para aquele curso besta de línguas que eles fazem e você ficou o dia inteiro no trabalho. - Começou a reclamar enquanto bagunçava os seus cabelos, aquilo o relaxava um pouco. ━ Eu tô meio solitário, hoje eu arrumei por ordem de cor as suas camisas sociais, sabia? - Arregalou os olhos chocado consigo mesmo e assim que entrou em seu quarto, largou o seu celular em uma poltrona e se encostou em um dos móveis de canto. ━ Eu estou me tornando uma dona de casa tradicional, eu acho que daqui a uns meses eu vou ficar loira, vou usar pantufas da daiso e reclamar sobre o preço da maionese no mercado. - Tocou em seu próprio coração. ━ Pensa que pesadelo!
Jisung tirou a sua blusa de frio preta rindo baixinho com os horrores de uma vida de casado, segundo Minho, claro. ━ E eu fico agradecido por isso, não pela esposa tradicional, mas pela organização das camisas, na verdade eu já te falei que não é necessário você se preocupar tanto com a arrumação, nos finais de semana a gente pode arrumar junto. - O avisou calmamente enquanto colocava a blusa no cesto de roupa suja, Minho estranhou, Jisung havia usado a blusa de frio apenas naquela noite, em poucas horas, não tinha o do porque colocá-la para a lavagem, mas ele não o questionou. ━ Sobre você ficar loiro, eu acho que você ia ficar um gatinho, não que você não seja agora. - Ele riu baixinho apontando para os pés de seu maridinho. ━ Pantufas você já usa e Minho, você não sabe onde fica o mercado, então eu não me preocupo muito com isso.
Era verdade, ou meia verdade. Minho sabia sim onde era o mercado da cidade, mas só de pensar em empurrar um carrinho cheio de compras e passar minutos de tortura em uma fila para pagar as suas compras ele já tinha um ataque de ansiedade misturada com tédio, ele achava bem melhor Jisung ir sozinho no mercado. Sem contar que existia aplicativos para você comprar online, não tinha necessidade alguma de entrar em uma rede de supermercados, não tinha necessidade!
Mas ele levantou o seu nariz o empinando e não deixou de esnobar o seu marido com o olhar de superioridade. ━Eu sei, eu te mataria se você não sentisse um puta agradecimento. - Concordou lentinho com a cabeça e observou Jisung rir baixo, estranhamente ele pareceu estar enérgico e animado. Provavelmente ele havia bebido ou batido a sua cabeça em algum lugar. ━ Mas ainda tô tão sozinho, ainda não me acostumei tanto em ser um dono de casa, sinto falta de fazer alguma coisa depois das onze além de dormir. - Reclamou mais uma vez caminhando até a sua cama e se sentando ali na ponta. ━ E não, dormir do seu lado é bom, o foda pra mim é que eu nem me acostumei a dormir de noite. - Ele se lembrou do seu passado, do cheiro de fumaça no ar misturado com perfume barato, das pessoas gritando ao falar, dos xingamentos em forma de apelidos e da energia positiva após uma noite cheia de trabalho e dinheiro pago.
Mas, sendo como sempre prático, Jisung o respondeu como se o problema de Minho tivesse uma solução bem mais fácil do que pareceu. ━ Não precisa dormir de noite.
E Minho quase o parabenizou pelo conselho original, mas voltou a comentar sobre a sua frustração diária enquanto mantinha os seus olhos fixos em Jisung que dobrava as mangas de sua camisa social com cuidado. ━ Esse não é o problema, eu queria me entreter com algo. - Confessou aéreo, mas após uma idéia genial surgir em sua cabeça, ele bateu uma palma e falou alto. ━ Acho que vou aprender tricô. Caralho, essa vai ser foda. - Animado ele percebeu que Jisung ainda sorria enquanto o observava.
Lento, Han se aproximou e como um elogio comentou sarcástico enquanto passava as suas mãos no rostinho de Lee. ━ Wow, já está se tornando uma dona de casa, que lindinho.
━ O que houve? - Perguntou confuso, Han não era muito chegado em contato físico e mesmo se tornando um bom marido com os beijinhos e os abraços, aquele carinho em específico, Minho nunca havia sentido, além do mais, eles estavam sendo cuidadosos com os toques por conta do pouco que estavam tempo juntos.
Mas, em silêncio, Jisung levantou lento o queixo do marido e ali deixou um carinho leve enquanto o observava ainda com aquele sorrisinho doce e fantasioso. ━ Minho, eu posso te beijar?- Sua pergunta não foi dita como uma brincadeira, Jisung realmente queria beijá-lo, ele estava motivado a ter um pouco de Lee, mas nunca faria isso sem ter o seu par confortável com as suas investidas. ━ Cara, eu quero muito beijar essa sua boquinha linda, mas não quero ser invasivo. - Um biquinho entristecido foi deixado em seus lábios.
Era novo, provavelmente uma piada ou câmera escondida? Lee não soube, mas tudo estava muito fora do normal. ━ O que aconteceu com você hoje? - Minho piscou algumas vezes o olhando meio confuso, era claro que ele nunca recusaria um beijo de Jisung, já que desde o seu repentino casamento, ele vem tentando receber beijinhos e carinhos a mais. ━ Tudo bem, eu deixo você beijar essa minha boquinha linda. - Minho se levantou sorridente, mas teve o seu corpo empurrado com cuidado, o que o fez se sentar novamente. ━ Tudo bem? Que agressividade toda é essa queridinho? Você está estranho. - Riu baixinho, Jisung não era assim.━ O que houve?
Minho conhecia o seu marido o suficiente para saber que ele nunca o empurraria ou falaria coisas como "boquinha linda" em seu normal. Ele tinha a teoria que Han havia enchido o rabo de cachaça e agora estava bêbado, ou sofria de algum problema delicado e mental como uma troca de personalidades, como no filme fragmentado.
Mas, adocicando a sua voz, sussurrou o mais dócil que conseguiu. ━ Não é agressividade, só quero olhar melhor para o seu rostinho. - Suas mãos cuidadosamente afastaram os fios rebeldes que teimam em cobrir o rosto de Lee, não que Jisung se sentisse impedido de desfrutar do belo rosto de seu marido por tal mecha, em segredo, Jisung o achava mais bonito daquele jeitinho, de cabelos bagunçados, de pijama e rosto bem hidratado pelo creme facial que ele usava apenas de noite. Minho tinha o seu próprio charme. ━ Ele é lindo, eu gosto de seus olhos, me lembram jabuticabas e eu amo o gostinho doce e azedinho delas. - Viajou um pouco ao pensar no comparativo, mas era a verdade que Han acreditava, Lee pareceu ter duas grandes e brilhosas jabuticabas em seus olhos. ━ Eu me senti bem fazendo uma coisa hoje e eu só queria voltar logo para os seus braços e te falar isso.
━ Jisung, você está estranho. - Disse Minho enquanto ria da situação, ele realmente pensou que o seu marido estava bêbado, então, para saber se realmente Han havia ingerido álcool demais, ele puxou uma de suas mãos beijando as costas dela, mas aproveitando do momento para a cheirar. Sim, era um método que Minho sempre usava com o seu pai, bêbados costumam a ficar com um cheiro ligeiro de álcool em suas mãos ou boca, era fácil de distinguir.
Mas não, o cheiro específico de álcool, ou melhor dizendo, o cheiro de soju, não existiu. Jisung estava sóbrio e ciente do que tanto falava, mas algo intrigava Lee. Porque diabos um cheiro de gasolina e fumaça estava na roupa do querido Han? Sinceramente, ele quis perguntar e não estava confuso, pois sabia muito bem distinguir tais cheiros, mas não quis ser invasivo já que quando resolvia alguns assuntos fora de casa, Jisung nunca perguntava sobre as camisas manchadas de sangue ou as armas quase mortais que eram deixadas em seu carro.
Mas o que importava? Jisung estava feliz, deu para ver em seu olhar a sua felicidade e sinceramente, Minho só se importou com aquele fato, às vezes era melhor nem ao menos saber do seu segredinho.
━ Hoje foi um dia bem foda pra mim, não foi bom. - Animado começou a contar, mas logo negou com a cabeça, colocou as suas mãos sobre as bochechas de Lee e as apertou desferindo um demorado selar em seus lábios. ━ Foi bom pra caralho. - Se vangloriou de seu dia, mas no intuito de alegrar o seu marido, Han afagou os seus cabelos. ━ Eu tenho certeza que você falaria assim. - Comentou observando o lindo sorriso de curiosidade e confusão que Minho o mostrava. Era a primeira vez que Jisung ousava prestar atenção nos traços naturais de Minho, seus olhos eram muito bem desenhados, a sua boca era delicada e mesmo com uma pequena cicatriz embaixo de seu olho esquerdo e outra um pouco maior em sua testa, ele ainda sim tinha uma pele impecável. ━ Nossa, sorri mais pra mim. Eu amei. - Murmurou se perguntando do porque diabos Lee havia se casado com ele. Não fazia sentido algum, ele era lindo demais.
Sua boca se abriu no automático, ele suspirou, olhou para os lábios rosados de Han e assim que entendeu que mesmo sóbrio, o seu marido conseguia falar coisas bem constrangedoras, Minho se aproximou um pouco e sussurrou curioso. ━ O que você fez com o meu Jisung? - Puxou os braços do "desconhecido" e o olhou fixo tentando parecer sério, mas não funcionou muito, seu sorrisinho, desde a chegada de Jisung estava fixado em seu rosto, claro, sua alegria era perceptível. Minho gostava da presença de Han.
Mas Jisung riu abafado se soltando dos braços do outro e revirou os olhos pensando alto. ━ O seu Jisung? - Piscou silencioso concordando com a cabeça e o cutucou fingindo se irritar um pouco com a situação. ━ Não gostei, como assim o seu Jisung? - Bufou. ━ Ele é muito diferente disso aqui? - Apontou para si mesmo. Sim, Jisung estava diferente, mas era algo positivo, ele estava de bom humor. ━ Gatinho, eu tô achando que você não tem dedo bom para homem, eu sou um partidão, já esse Jisung aí não sei não hein, eu fiquei sabendo que ele é casado e tem até filhos, não se envolva com pai solteiro, é um conselho meu.
━ Eu adoro um homem casado e ele ter filhos é bom, tenho empregados domésticos sem ter que pagar por eles. - Levou um tapa fraco no braço, mas em vez de se irritar, riu mais uma vez e tentou entrar no personagem novamente. ━ Ele é bem diferente de você, meio careta, mas é só ele colocar aquele óculos de descanso dele que eu fico louquinho de amores. - Mas ao suspirar alto, Minho concluiu. ━ E o melhor, ele não chegaria tão tarde em casa. - Cruzou seus braços e desviou o seu rostinho tentando fingir estar emburrado. ━ Gosto de homens pontuais. A pontualidade me dá um tesão da porra.
Foi possível ouvir várias desculpas baixinhas. Han pensou no início que Lee realmente havia se chateado, mas ao vê-lo soltar aquele sorrisinho malicioso ele soube. O seu marido apenas estava fazendo um charminho.━ Ei, eu falei que ia ser só hoje, eu tinha algo para resolver. - Mesmo assim o explicou. ━ Eu sou o mesmo, o seu Jisung, poxa meu môzinho.
Porra, como Lee amava apelidos fofos, carinhos e coisas de casal, mas ao ser chamado de "môzinho" seu estômago se revirou e o seu olho esquerdo piscou descontrolado como um tique nervoso. Era muita vergonha alheia para um casal só.
━ Ele não tenta me beijar e nem me olha assim também. - Parou com a brincadeira, após ser chamado de Mozinho percebeu que Han não tinha limites. ━ Tú bebeu? - O observou de cima abaixo procurando provas que Jisung estava fazendo algo de errado e bem, ele não achou. Sinceramente, ele sabia bem que o seu marido não era capaz nem ao menos de jogar um papel amassado na rua, imagine sair de casa para aprontar as custas de sua família? ━ Não… tu usou droga? É metanfetamina, né? Porra Jisung, usa isso não, dá um problema danado para te tirar do vício depois. - O repreendeu lhe dando tapas em sua bunda como castigo pelo o que ele mesmo soube ser mentira, mas cá entre nós, Lee não perderia a oportunidade de bater na bundinha de seu querido maridinho conservador.
Jisung o observou quieto, ele tentou, mas não conseguiu segurar a risada. ━ Desculpe. - Suas mãos cobriram o seu próprio rosto, mordiscou os lábios se sentando no colo do mais alto e o abraçando forte ainda controlando os risos divertidos que escapavam sem querer de seus lábios. ━ Você não existe.
━ O que…? - O perguntou baixo fechando os seus olhos pela força do abraço e o retribuiu fraco. ━ Aí, cuidado que eu existo sim, você não pode me apertar tanto assim, que força toda é essa queridinho? - Fez uma careta de dor, mas se indignou ao perceber que Han era dono de uma força física perceptível, o que o impressionou um pouco, já que sempre pensou ser casado com um fracote. ━ Não precisa de tanto.
Mas Han o afastou e desfez o abraço acariciando lento a sua nuca, Lee secretamente tinha uma sensibilidade tremenda em tal região, o que o fez abrir os seus olhos repentinos. Jisung sentiu os olhos do outro colarem nos seus e mesmo com um pouco de vergonha pela sinceridade, não quebrou a troca verdadeira de olhares e confessou. ━ Eu só estou feliz, não usei nada de diferente e não fiz muita coisa de extraordinário hoje, só estou com uma vontade louca de ter o meu maridinho nas minhas mãos.- Seu olhar caiu, mas a sua mão não abandonou o ponto sensível de Minho. ━ O que foi? Eu não posso te ter? - Mas, sem querer desceu um pouco a sua mão gélida, o que o fez se arrepiar por inteiro. ━ Nunca irei te forçar a nada, mas me deixa ficar bem colado em você hoje, eu preciso da sua companhia.
Lee engoliu seco e se irritou por um momento com o quase grito que soltou, a mão de defunto do seu querido marido estava em sua nuca, ele estava arrepiado e tentou retomar o conforto, mas não tinha como, os arrepios contínuos permaneciam, Jisung estava o tocando, mesmo que de forma inocente, ainda era um contato e Minho lutava um pouquinho a cada dia para conquistar aquilo, ele precisou desfrutar daquele mérito.
━ Me ter? - O perguntou desacreditado. ━ Eu sou seu desde o dia que nos casamos, mesmo que você não ache, somos uma família, ou quase isso. - Empinou o seu nariz desviando o seu olhar e terminou de falar. ━ Tá legal. Depois que aquela visita do serviço público passar, depois do casamento do meu irmão, depois que toda essa porra passar, vamos tentar né. - O lembrou dos obstáculos, que não eram poucos. ━ Tentar ser uma família…
Minho não quis, mas só de pensar em tudo o que os dois tinham que enfrentar, uma grande angústia e raiva o consumia, já que parecia que só ele e Jisung não podiam ser felizes. Era desgraça atrás de desgraça, obstáculo atrás de obstáculo, isso porque sim, ainda era difícil resolver o grande problema que lhe rondava constante, ser aceito pelos seus enteados, porra, conhecer e tentar ganhar o coração de dois seres humanos era difícil para um cacete, mas ele tentava e caralho, como ele tentava.
Minho se esforçava, ele percebia que Jisung também se esforçava, mas aquilo o deixava confuso. Como Jisung lidava tão bem com o caos?
Enfim, ainda tendo problemas lhe rondando constantemente Han conseguia seguir a sua vida normalmente, mesmo que com muita insegurança e alguns ataques de negatividade. Já Minho sim, lidava com os problemas de um jeito diferente e só de saber que do seu jeitinho, nada lhe seria resolvido, ele constantemente deixava a sua cabeça trabalhar para lhe dar respostas.
Como o serviço social mesmo, eles tinham intimado Jisung, mas até agora, cadê o caralho do serviço social? Eles nem ao menos compareceram na visita que ELES MESMOS haviam marcado. Sinceramente, Lee e Han estavam desacreditados no descaso dos funcionários públicos que cuidavam do caso isolado das suas duas crianças.
Tinha a porcaria da família Han que ainda assombrava Jisung e mesmo que todas as histórias estejam apenas no passado, o filho, agora papai estava cheio de traumas, idéias e obsessões por conta de anos e mais anos de maus tratos, tudo podia muito bem ser resolvido com uns aninhos de terapia, mas Jisung se recusava a buscar ajuda psicológica por "falta de tempo e necessidade".
O casamento do seu querido irmão estava próximo, quatro meses passam voando e só de pensar em apresentar a sua nova família para Donghyuck, seu caçula que havia se mudado para o exterior a anos, Minho já se emputeceu mais uma vez. O que ele faria se o seu irmão não gostasse dos seus garotos? E se Minho não conseguisse mudar a ideia do seu irmão sobre os seus pais? Assuntos de família sempre eram complicados. Donghyuck ainda estava magoado.
O preconceito que tantas pessoas jogavam em cima do casal, da sua família. O que de fato podia sim ser resolvido com um pedaço de pau, uma faca e uma pá, mas claro, violência não é a solução e não se deve agredir pessoas, é antiético, mesmo que antiético para você seja bater em um bando de cuzões que mereciam sim apanhar até implorar pela morte.
Sem contar do …
Jisung percebeu. Minho estava longe, provavelmente o chá de camomila não estava agindo muito bem em seu estômago. ━ Ei, já somos uma família. - O avisou como se a resposta fosse óbvia e sinceramente, foi óbvia para os dois, eles eram casados, criavam filhos juntos e estavam começando a se amar, aquilo sim era família.
━ Somos uma família? - Minho roubou mais alguns selares de seus lábios e logo se rendeu ao marido. ━ Isso daí é manipulação, você sabe que assim eu vou me render a você fácil, fácil. - Reclamou entres alguns murmúrios enquanto sentiu Han descer de seus beijos até o seu pescoço.
Ele soltou um suspiro baixinho de satisfação pelo toque. Era estranho, Lee não costumava a ser tão paciente e carinhoso, mas mesmo sem todo aquele costume, ele precisou, por mérito mútuo, aproveitar cada segundo, cada selar que era distribuída pela região de seu pescoço, cada mordida, das mais fracas, até aquelas que lhe forçaram a mordiscar seus próprios lábios para controle próprio.
Mas ele não foi o único a aproveitar tal momento. Pela primeira vez, cheio de coragem, Han tentou aproveitar um pouco de seu marido, sua pele era macia, mas ele apenas foi perceber tal fato naquele momento, enquanto direcionava cuidadosamente uma de suas mãos gélidas até o abdômen coberto de Lee. ━ Agora me deixe aproveitar o serviço do esposo de ouro premium plus com adicional de piercing na língua. - Comentou entre sussurros levados, o que fez o seu parceiro soltar um riso leve e contido. ━ Você está quentinho, vai ser tão bom tocá-lo, sem contar que…sua boca…porra, como seus lábios são deliciosos. - Confessou hipnotizado.
Era uma declaração, talvez, nem ele mesmo soube, seu comentário sobre tal parte que havia o hipnotizado tinha sido espontânea. Mas entre os seus olhares, ele se rendeu, juntou-se aos lábios de Lee mais uma vez, mas agora lhe arrancando doces e lentos selares que lhe foram aproveitados a cada segundo. Han tinha o direito de sentir cada sensação, de suas mãos passando sobre o abdômen semi definido do seu querido marido, dos lábios úmidos e macios que cuidadosamente tocavam em si, da sua pele quente e perfumada, dos arrepios que o seu corpo soltava pelos apertos repentinos em sua cintura. Era novo, Han tinha aproveitado tão pouco, mas mesmo assim se sentia diferente, não se lembrava que era tão bom apenas beijar, tocar alguém, tudo por opção própria.
Não foi possível se conter, aquele beijo, aquele toque, Jisung precisava de tudo, mas infelizmente minho recusou outro selar, seu dedo indicador tocou a boca de Jisung, que se abriu minimamente soltando um ar entristecido, Han se desesperou, suas mãos bateram ansiosas na pele de Lee, que maldoso observou com calmaria o seu marido. ━ Isso vai te custar… - Soltou as suas exigências enquanto suas mãos caminhavam até as coxas de Han, que ainda ousou se entristecer com o término dos selares. ━ Uma massagem forte, com direito a óleos essenciais, coitadinho, hoje você vai usar tanto essas suas mãos, ou você acha melhor que eu use as minhas primeiro? - Seu olhar caiu até as suas próprias mãos que massageavam as coxas grossinhas de seu querido marido.
Jisung entendeu soltando um suspiro aliviado, mas não se aquietou. ━ Eu entendo, mas hoje eu já estava pensando em te fazer uma massagem, um pouco diferente, mas em vez de óleos essenciais eu estava pensando em usar… - O seu sorriso maléfico apareceu, tão qual convidativo e sugestivo, Minho se impressionou, mas a resposta não veio. ━ Ah, eu não quero parecer promíscuo, mil perdões marido, mas… - Sua respiração quente foi ouvida pelo outro. Han se aproximou mais do ouvido esquerdo de Lee e ali sussurrou algo em segredo, sendo seguido por uma mordida fraquinha que ele deixou no pescoço de seu parceiro. ━ O que acha? - Ergueu o seu olhar convencido.
O que foi sussurrado foi um grande mistério, era algo que nem mesmo Lee Minho pensava ouvir do doce e gentil Han Jisung, porém, a promiscuidade de suas palavras iriam permanecer apenas no relacionamento dos dois agora amantes.
Boquiaberto com o que lhe foi sussurrado, Lee apertou os seus dedos entre as coxas cobertas de seu marido e confessou. ━ Você…eu não vou dizer mais nada, querido… - Se aproximou mais dos lábios de Han, mas não chegou a tocá-los antes de continuar. ━ Eu ficarei feliz se hoje você fizer isso comigo. - Deixou um rápido selar e completou. ━ Agora, desfrute do que é seu.
Jisung se aproveitou da ordem de seu marido e mesmo antes de conseguir trocar mais carícias com aquele que pedia de seu corpo, ele tirou a parte de cima do pijama de Lee e o observou estranhando em como era diferente o ver desnudo de um ângulo tão pessoal, seu corpo era, me desculpem pela palavra, uma delícia e Han queria aproveitar cada pedacinho de pele exposta e assim o fez, beijando um pouco de seu peitoral. Mas Minho estava com ciúmes de si próprio, ele quis, como um garoto mimado que Han prestasse atenção em só um lugar agora e puxando de seus cabelos, voltou a o olhar.
Aquele maldito sorrisinho repleto de maldade não saia de seus lábios, Jisung já estava se irritando em como Lee conseguia o controlar, era uma bela novidade. ━ Querido. Eu não vou fugir, não precisa de tanta pressa, que desespero todo é esse? - Esfregou os seus lábios entreabertos nos do parceiro manhoso que já estava com as suas duas mãos nas calças do marido, Minho após perceber tal ação, começou a conhecer um lado de seu marido que até aquele momento estava bem escondido: Jisung era impaciente.
Mas maldoso, ele não o deixou o tocar com tanta pressa assim, era especial, tinha que ser especial, excitante. ━ Mil perdões, eu…- Seu corpo se arrepiou de apenas uma vez, como se um choque estivesse passando por todo o seu corpo.
Lee não o quis ouvir. ━ Shhh. - Impaciente ele cortou qualquer desculpinha esfarrapada. Minho também queria sentir Jisung, os seus toques, beijos, ele desejava desfrutar da sensação de tê-lo dentro de si, mas não era porque ele finalmente estava disposto a "consumar o seu casamento" que Minho o deixaria fazer tão rápido, desajeitado. ━ Mesmo que você saiba que eu serei seu quando você bem desejar, ainda sim você deve atender aos meus caprichos, eu não gosto de rapidez, preste atenção em mim, em meus desejos. - Umedeceu seus lábios ao perceber que Han o entendeu, as mãos do outro pararam de buscar a cordinha da calça de Lee, agora prestavam atenção no peitoral de seu parceiro, o mais baixo selou de seus lábios os mordiscando lentamente enquanto tentava se arrumar em cima do colo do mais alto.
E assim, como Lee desejava e como Han desfrutava, o beijo aconteceu de forma lenta e foi se aprofundando aos poucos, sem pressa alguma. Aproveitando das sensações, dos toques, da pequena bolinha gélida do piercing que Lee tinha em sua língua, Han nunca havia experimentado algo como aquilo, aquela estranha sensação era novidade para si, para o seu corpo que não estava acostumado a suportar tanta pressão, prazer, desejo e mesmo que achando errado comparar o querido marido com a sua falecida ex esposa, era quase que impossível deixar de pensar em como ele nunca havia se sentido tão entregue a alguém como em tal momento. Minho tinha um tipo de feitiço, que hipnotizava, que viciava o pobre homem, que o fez querer mais.
o brilho de seus olhos apareceu, sentiu uma leve dorzinha no cantinho de sua boca por conta de algumas mordidas que havia levado, mas nada o impedia de continuar a desfrutar de seu homem. ━ Min, você é…- Jisung nem ao menos conseguiu terminar. Lee, ouvindo a maçaneta do quarto ser forçada para baixo, desviou o seu olhar para a porta que logo foi aberta em questão de segundos, a ação o assustou e como mecanismo de defesa, pois já sabia bem que seria um de seus filhos, deu um forte "chega para lá" em Jisung. Han foi empurrado para o lado, movido como se fosse uma folha de papel amassada obsoleta, mas pelo mal cálculo de seu marido, ele se desequilibrou pela violência repentina e se encontrou brevemente com o chão frio e solitário de seu quarto.
A porta se bateu fortemente contra a parede e ali a visita "indesejada" entrou no quarto batendo os seus pézinhos descalços, mas cobertos por meias laranjas, descabelada, com os olhos inchadinhos e com uma face sonolenta, Youngsun arrastava um de seus bonecos horrorosos pelas pernas, como em uma cena aterrorizante de toy story e reclamou com uma voz de choro. ━ Papai. - Suas bochechas se inflaram, a pequena Han fungou olhando para a cama onde só se encontrava Lee, a pequena garotinha coçou a sua cabeça confusa e rolou os seus pequenos e inchados olhinhos até o chão onde Jisung estava deitado com os braços e pernas abertos tentando entender o do porque diabos ele não tinha trancado a porta. ━ Papai…? - Um grande, enorme ponto de interrogação apareceu sobre a cabeça da menina.
O querido Pai levantou a sua cabeça atordoado. ━ Ai meu deus, oi minha filha. - Sorriu fingindo não estar perplexo e amedrontado pela quase cena de constrangimento familiar, não era algo ruim passar por aquilo tudo, Jisung percebeu ali que no futuro, ele é o seu querido Lee tinham que tomar mais cuidado com as fechaduras.
Largou o delicado bonequinho do capeta ali, no chão e apontou cerrando os seus olhos em direção a ele. ━ Tá fazendo o que? - Gesticulou com as mãos bocejando alto pelo seu sono interrompido, Youngsun era uma boa garota a noite, quando dava a sua hora de dormir ela mesmo escolhia um pijama, o vestia, escolhia um ursinho para lhe fazer companhia e se deitava em sua cama, não chorava por medo de monstros ou escuro pois não tinha medos e ela preferia agir assim, tão independente. Então sim, era estranho ver a garotinha naquele horário conversando com Minho e Han.
Jisung demorou um tempo para pensar, mas ao se esticar para a direita, se esticar para a esquerda e mexer o seu pescoço de um lado para o outro ele confessou com um tom, a sua mentira não lhe pareceu ser tão ruim. ━ O Papai tá se exercitando, dei mal jeito na coluna, é a idade, minhas costas doem. - Reclamou colocando as suas duas mãos nas costas fingindo uma dor, que cá entre nós, só começou pelo seu encontro repentino com o seu chão. Mas era bom ter se machucado mesmo, assim Lee passaria horas o massageando como um pedido de desculpas.
Youngsun aceitou a resposta, afinal, seu Papai era muito velho e pessoas velhas sentiam muita dor nas costas, nos pés e reclamavam de coisas como dores nas juntas, mesmo que ela nunca tenha descoberto o que eram juntas.
━ E você Papai Min? - Sua pergunta foi agora direcionada ao seu padastro Lee, que estava com os olhos arregalados enquanto pressionava um travesseiro em seu colo.
Lee não entendeu, acabou por um segundo ignorando a pergunta da garota, mas assim que seu cérebro terminou de processar a forma que a garota havia se referido a ele, seus olhos piscaram como em um tique e logo perguntou se embolando em suas próprias palavras. ━ Papai Min? - Observou a garota que esperava por uma resposta e desviou o olhar para Jisung que apenas sorriu pelo mérito do marido, mesmo que não esperando, Lee amou se sentir aceito pela garotinha, aquela frase havia mudado o seu humor de muito bom para algo melhor, bom para caralho. Se o mundo acabasse, ele morreria feliz. Mas seu tempo de glória foi interrompido pelo pequeno chute que Han lhe deu nas pernas. ━ Ah… eu… vestindo o meu pijama. - Comentou puxando a parte de cima de seu pijama que estava jogada pela cama e a vestiu novamente com rapidez. ━ Mas… filha, já está na hora de ir pra cama, você teve um sonho ruim? - A perguntou gentil.
Filha, sim, Minho havia a chamado de filha com um sorriso quase que de orelha a orelha, mas ele tentou se conter, por deus como ele tentou se conter, mas a sua alegria só aumentava ao decorrer daquela noite, primeiro ele havia compartilhado de uma boa conversa com Moonbin, o seu enteado mais velho, depois ele teve a oportunidade de ter se deliciado com os lábios do seu esposo Han e ainda, para fechar a sua noite com chave de ouro, ele foi chamado de Papai Min pela sua caçula. Era diferente.
A pequena Han negou com a cabeça e apontou para a saída de seu quarto choramingando pelo sono que ainda estava a derrubando. ━ Ah… a campainha tocou e eu acordei, tem um tio lá fora. - Fungou enquanto se abaixava para pegar o seu monstro, bem, monstro não, boneco de pelúcia, ou melhor dizendo um xenomorfo de crochê enorme, a garoto o abraçou forte e quando percebeu que os dois, juntos se levantaram, ela logo pediu sem graça. ━ Me coloca na cama, pufavô', tô com medo do jacaré pegar o Senhor Morphus. - Confessou observando o corredor totalmente escuro e abraçou a sua pelúcia com mais força.
Jisung concordou gentilmente, Youngsun não tinha medo do escuro e dos jacarés que rondavam a sua casa no meio da madrugada, ela sempre foi uma garota muito corajosa, mas ela estava sonolenta e sensível por ter acordado com o alto barulho da campainha, aquilo sim a assustou.
━ Querido …atende a porta que eu vou colocá-la na cama, tudo bem? - Perguntou a Minho que ainda pareceu preso ao passado, ele estava com a frase "Papai Min" se repetindo várias vezes, como em um looping em sua cabeça. Cara, aquela noite estava muito estranha para ser realidade, provavelmente ele estava sonhando.
Mas saindo de seu transe, ele olhou para os lados procurando outro "querido" e ao entender que era ele o querido, Lee se chocou. ━ Assim? - Minho se referiu ao seu "problema" que marcava a calça de seu pijama, mas ao ver o rosto pálido de Han, que ainda estava nervoso ao quase ser pego pela própria filha, Minho sorriu gentil e concordou. ━ Claro meu doce. - Abaixou mais a parte de cima do pijama e saiu rapidamente do quarto deixando os dois para trás. Lee, sem ligar as luzes do corredor, caminhou sobre ele, desceu as escadas e só assim ligou as luzes de sua sala e do hall de entrada abrindo a porta irritado por ser interrompido em um momento como aquele.
Mas aquele que havia o incomodado não pareceu se preocupar com a hora, já que assim que foi atendido, lhe soltou um belo sorriso.
Mas Minho, incomodado por ter um estranho em sua porta, o comprimentou. ━ Olá, boa noite. - Respondeu como um robô e se impressionou ao ver um policial, segurando um caderno pequeno e uma caneta preta. ━ O que deseja? - Perguntou usando de seu tom doce e falso. Lee nunca teve nada contra policiais, inclusive era amigo de alguns e participava de negócios com outros, mas sinceramente, ele estava um pouco desconfortável com a tal chegada repentina.
Mas diferente do outro, o Policial pareceu estar feliz ao ser atendido. ━ Olá, eu sou o policial Lee Jinki. - O moreno de covinhas profundas e sorriso doce mostrou o seu crachá como uma segurança e logo avisou Minho que fez questão de ler a sua identificação. ━ Eu apenas estou verificando a segurança do bairro, já que a quatro quadras daqui teve um incêndio na casa da Senhora Kim Sunha e … - O avisou um tanto quanto intrigado com a repentina violência do bairro.
Bem, eles viviam em um lugar onde crimes, violências e atos delinquentes eram quase de raros, então o departamento de polícia se pôs a prestar atenção na vizinhança que provavelmente estaria perplexa pela tão recente bandidagem.
Mas Minho não, ele pouco se importava com uma Senhora qualquer e com a sua maldita casa, não se chocou, porra, tinha gente morrendo, tráfico humano, adolecentes e crianças usando álcool, drogas e praticando bullying pesado por ai, então ele não entendeu por que diabos um policial, que podia muito bem estar nas ruas acabando com tais violências estava espalhando fofoca por ai. ━ Kim Sunha? - Perguntou, mas ao pensar um pouco piscou descontrolado. ━ Esse nome não me é estranho. - Confessou normalmente.
Jinki concordou e logo refrescou a cabeça de Lee. ━ Ela tem uma rede de joalherias por toda a cidade, também tem uma casa de alianças no shopping da cidade, ela é bem conhecida por aqui.
Minho se lembrou, infelizmente, era aquela velha filha da puta do shopping, já havia se passado uma semana desde aquele circo desnecessário, mas ele ainda queria matá-la e se alguns valores de paz não entrassem em sua cabeça, ele provavelmente já teria feito. ━ Ah, ela é meio louca, colocou fogo na própria casa? - Perguntou sem expressar qualquer tipo de choque ao se lembrar da mulher.
━ Desculpe? - O policial Jinki não o entendeu.
Mas, sabendo que ele não havia botado fogo na casa de ninguém, ele não se pôs a se preocupar com o policial, ergueu o seu rosto o virando minimamente para observar a sua rua, que naquele horário estava vazia e sem barulho algum. ━ Ela é louca, é só ir perguntando para qualquer um, ela vive tratando as pessoas mal, inclusive eu e o meu marido fomos ameaçados por essa dai, ela apontava na nossa cara e ficava falando sobre algo de sodomía, queimar no inferno, fico chocado até hoje. - Tocou em seu próprio peito fingindo estar ofendido e suspirou baixo negando com a cabeça. ━ O preconceito está enraizado na cabeça de algumas pessoas… você sabe como funciona. - Piscou submisso ao policial que se entristeceu ao observá-lo.
Jinki se curvou lento. ━ Mil perdões, eu não fazia ideia que a Senhora Kim tinha esse tipo de fama. - Ele apenas era um policial tentando trabalhar, manter o seu bairro seguro, infelizmente ele não podia escolher quem protegia. Então ele se justificou. ━ Mas não, ela não colocou fogo na casa, na realidade alguém incendiou todo o jardim dela, o fogo se espalhou e pegou no carro dela e enfim, por conta da idade ela está bem abalada com isso. - Terminou de informá-lo. Inclusive, era muita informação, já estava virando uma fofoca entre vizinhos.
━ Ah, entendo. Realmente, mesmo ela sendo uma pessoa horrível, como que pode né? Nossa, uma pessoa com o coração tão mal atacar uma senhora assim? A essa hora da noite? - Cruzou seus braços negando incrédulo com a sua cabeça. Minho estava feliz, deveriam ter colocado fogo naquela velha, logo de uma vez. O mundo seria melhor sem ela. ━ Eu sinto medo pelas minhas crianças, sabe? Eu já não sei se estamos seguros. - Claramente ele não sentiu medo, Minho estava feliz por saber que alguém filho da puta tinha se fodido bastante, mas ele tentou não demonstrar alegria.
Jinki concordou. ━ Sim, foi a mais ou menos uma hora atrás, por esse motivo estou aqui, para claro, alertá-lo, é uma cidade pacata e essa parte residencial é livre de delitos, então é normal termos essa disponibilidade e tempo, como não é comum, temos medo dos vizinhos também se tornarem vítimas. - Ele se preocupou, de alguma forma o oficial estava certo, afinal, colocar fogo em uma residência era no mínimo um crime sério, alguém poderia ter se machucado, alguém podia ter morrido, o fogo poderia ter se espalhado. Era realmente perigoso. ━ Hoje em dia ninguém está seguro.
Minho entrou no personagem, suspirou entristecido pelo horror da violência urbana e ditou. ━ Hoje em dia ninguém está seguro, pelos deuses. - Minho não acreditava nos deuses, mas resolveu adicioná-los, pois tinha quase certeza que o adorável policial era cristão. Ele tinha carinha de crente, que ia à missa católica e batizava seus filhos, um por um.
E ele acertou. Jinki fez uma cruz com a mão e suspirou. ━ Sim, Cristo Jesus.
E se considerando o melhor amigo do policial, Minho descruzou os seus braços e deu duas batidinhas no ombro do oficial da lei que lhe retribuiu o sorriso. ━ Mas pode ficar tranquilo Senhor policial, temos câmeras apontadas pro quintal e entradas, o nosso dispositivo de segurança é muito bom também e eu sei um pouquinho de Taekwondo e muay thai, sabe, bem básico, mas eu acho que consigo me virar. - Brincou com as mãos ficando em posição de ataque, mas logo riu descontraído.
O policial riu alto e se divertiu com a brincadeira de Minho. ━ Bom, mas eu fico preocupado e acho bom avisar, pelo menos as casas com crianças devem ser avisadas, mesmo ainda não conhecendo o senhor, eu tenho muito respeito pelo Han, minha esposa ama o restaurante dele e a minha filha é amiguinha do seu enteado, o Moonbin. - Concordou orgulhoso. ━ Fico feliz por ele ter encontrado alguém tão educado e receptivo como o senhor. - O agradeceu.
━ Eu não estava preparado para tantos elogios. - Disse sem graça. ━ Eu que deveria agradecer, os seus serviços nos mantêm seguros.
━ Eu estou agradecido. - Realmente, ele se sentiu tocado com o elogio e por ser tão repentino sorriu gentil passando uma de suas mãos em sua nuca. ━ Bem, tome cuidado. Tenha uma boa noite Senhor…? - O sorriso permaneceu em seus lábios.
━ Senhor Lee. - Minho se apresentou, mas tentando ser o mais gentil possível, continuou. ━ Mas na próxima vez que nos encontrarmos, pode me chamar de Minho mesmo.
━ Oh, gostei do senhor. - Comentou apontando para o outro. ━ Tenha uma boa noite.
Era como uma troca de elogios sem fim, Minho gostava de pessoas gentis que puxavam um pouco de seu ego para cima, então após se despedir, fechar a sua porta e desligar a luz da entrada de sua casa, mordiscou os seus lábios e se virou percebendo que Jisung o observava sentado no último degrau da escada. ━ Que lindo. - Se referiu ao marido que nem ao menos tentou disfarçar o seu interesse na conversa passada.
━ Quem era? - Suave perguntou desviando o seu olhar para as suas mãos. Jisung passou a observar o rodapé com muita atenção.
━ A polícia federal. - Minho o respondeu sem rodeios, enquanto passava as suas mãos em seus cabelos pouco bagunçados. ━ Um policial muito gentil Inclusive. - Fez questão de lhe dar o detalhe mais importante.
Han engoliu o seco, mas tentou relaxar os seus ombros no intuito de confundir Lee, ele tentava agir com desinteresse em algo que sim, ele tinha total interesse. ━ Uhm, por que? - Piscou longe passando a observar o piso de madeira claro que estava abaixo de seus pés. Era um belo piso.
Minho percebeu uma peculiaridade nas sobrancelhas de Han, que havia as arqueado junto com um bico que surgiu em seus lábios. Jisung estava escondendo algo e Minho logo soube o que era, foi fácil, era apenas juntar algumas peças. ━ Botaram fogo na casa daquela mulher filha da puta que foi homofóbica com a gente, mas sabe o que é engraçado? - Cruzou os braços observando o seu marido que nem ao menos conseguiu manter o seu olhar fixo em algo. Minho estava orgulhoso da maldade que Han guardava dentro de si e não, não achava errado que o seu companheiro aprontasse pelas ruas como o Lee se agradava a fazer as vezes.
Mas Jisung sabia bem o que tinha feito e mesmo que antes se sentisse alegre por ter o feito com tanta facilidade e rapidez, agora que havia parado para pensar um pouco ele se arrependia profundamente. ━ Cruzes, o mundo tá louco… - Comentou se virando no intuito de ir direto para o quarto, Han não daria o gostinho da vitória para Lee, que sempre foi um diabinho em seu ombro que lhe sussurrava atrocidades.
Mas ele não desistiu fácil, Minho o seguiu lentamente terminando de montar o pequeno quebra cabeça que estava bem ali, na frente de seus olhos. ━ O engraçado é que você cheira a fumaça e a manga da sua camisa social tem cheiro de gasolina. - Riu como se fosse uma grande piada a se contar. Jisung ainda o ignorava, terminando de subir as escadas, Lee pegou em seu pulso e o impediu de fugir da conversa. ━ Você é um péssimo infrator. - Minho comentou apontando o seu dedo em seu rosto.
━ Eu não entendi… - Piscou inocente.
Mas surgindo um sorriso de vitória em seus lábios, Minho perguntou mais uma vez. ━ Foi você, né? Não precisa mentir para mim, somos amigos, casados, amantes, você pode ser sincero comigo. Foi você, né?
Jisung negou com a cabeça. ━ Eu não sei do que você está falando. - Arrumou a sua voz se desfez do toque de Minho, mas assim que entrou no corredor do segundo andar, acompanhado de seu querido marido alegre, Han estava começando a se irritar.
Minho desferiu um fraco tapa em suas costas e com toda a animação de seu coração, bagunçou os cabelos do rabugento. ━ Não sabe?- Lee se negou a acreditar, Jisung não sabia mentir, era até feio de se ver. ━ Han Jisung, não minta pra mim, já falamos sobre isso e eu não suporto mentiras. Aonde já se viu? Mentiroso e delinquente, você já passou da idade.
━ Eu… - Ele pensou em se explicar, mas nada surgiu em sua mente. Então fez o melhor, bocejou alto e fingiu cansaço. ━ Amor, vamos pra cama, eu tive um dia tão cansativo hoje, eu tive que lidar com tanta coisa e agora eu só queria dormir ao seu lado. - Reclamou manhoso, observando Lee que parecia não acreditar muito em si.
Ele se envergonhou com a falta de prática nas mentiras, bem, se Jisung queria tanto meter o louco para cima de Minho, no mínimo ele tinha que fazer o negócio direitinho, mas não aconteceu, jisung não conseguia mentir para Lee, seus olhos nunca o encaravam, a sua voz estava inconsistente, as suas bochechas ficavam rosadinhas e as suas mãos não paravam um segundo só. Era fácil saber se Han estava ou não mentindo. ━ Você não sabe mentir direito, eita garoto. - Cruzou os braços decepcionado com a falta de prática, mas terminou. ━ Não, atitude de moleque, onde já se viu incendiar a casa de uma idosa? - Minho colocou as suas mãos na cintura, franziu o cenho fingindo estar irritado e bateu um de seus pés no chão.
Minho pareceu estar bravo e aquilo mexeu um pouco com a coragem quase inexistente de Jisung que ao olhar para baixo pronto para começar com as desculpas, percebeu e se lembrou, suas mentiras nunca afetaram Lee, Han nunca soube mentir muito bem, ele não tinha outra saída além de entregar a sua própria cabeça e se desculpar, mas ele não o fez facilmente, antes de se entregar, tentou amenizar a situação o explicando que não era nada demais. ━ Não foi a casa, só foi o jardim! - Jisung o corrigiu claro. ━ Não foi um incêndio grande, eu só não sabia que a gasolina se espalhava tão rápido... - Ele se arrependeu. ━ Eu sei, mas era só para assustar ela, eu joguei um pouco de gasolina nas suas flores e quando eu vi o fogo se espalhou e...
Mais uma vez o sorriso maléfico surgiu em seus lábios. Minho tirou suas mãos da cintura e não se conteve ao rir alto, sem se preocupar com o sono das crianças.━ Te peguei no pulo. Seu delinquente.
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