Tomamos um caminho pela floresta, Collin andava na minha frente enquanto eu seguia parecia haver uma trilha já que uma parte dos ganhos estavam cortados ajudando a transitar melhor.

-Vocês passam muito por aqui? Parece que é uma trilha – comentei.

Ele olhou para trás – Sim, usávamos esse caminho para chegar até o rio mas depois que os ataques começaram as pessoas tem medo de passar por aqui. Tivemos que criar uma outra rota.

-Entendi, e sobre os guardas... Eles não me parecem estar muito interessados em resolver a situação dos moradores. – comentei ainda o seguindo.

-Duke é o mais forte da vila, mas não é como se alguém gostasse dele. É apenas uma necessidade, no fundo ele é um grande idiota. – Collin desviou o assunto – Estamos chegando.

Estávamos no pé de uma montanha dentre as árvores verdes podia ouvir o rio correndo e a nossa frente do outro lado da margem tinha algumas construções.

-A um mês atrás, nada disso estava aqui – o rapaz disse.

Empurrei ele pro lado e me apoiei numa árvore um pouco mais a frente – Se você quer saber o meu palpite Collin, Duke está sequestrando os moradores e os revendendo como escravos. - Bati em seu ombro e sai da sombra - Vamos dar uma olhada.

-Espere e se a fera aparecer!

-Não tem fera nenhuma – respondi – Vamos Collin.

Não parecia ter ninguém por ali, como estava de dia eles deveriam estar fazendo hora na cidade, no momento em que um animal selvagem ataca ele deixa mais do que apenas garras marcadas numa porta. Tendo os observado e caçado com Mereo nos últimos meses pude observar alguns comportamentos bem específicos.

Congelei a superfície do rio criando uma passagem e logo chegamos as cabanas, eram duas uma parecia uma casa enquanto o outro olhando de perto se assemelhava mais com um barracão.

Não me importei com a casa fui direto para o local mais suspeito e como esperado a porta estava trancada - Collin me ajude a subir.

-Que? – ele perguntou.

-Me ajude a subir – falei – Você quis vir não foi? Então me ajude.

-Certo, certo – ele se aproximou e juntou as mãos me ajudando a tomar um impulso, subi no telhado da estrutura. Assim que encontrei uma parte que eu pudesse levantar espiei para ver o que tinha dentro.

E o que eu vi era exatamente o que eu esperava, uma série de pessoas estavam amarradas provavelmente as quinze que haviam sumido nas semanas anteriores. O fecho de luz que eu abri chamou a atenção e imediatamente. Eles começando a fazer uma comoção.

-Se vocês querem sair daqui precisam ficar quietos – falei, olhei para Collin que ainda estava em terra – Entre na casa e veja se consegue achar a chave para abrir a porta, não sabemos se ele podem voltar então fique atento e qualquer coisa fuja para a floresta.

Tirei uma pequena faca da minha bota e pulei pra dentro liberando o primeiro morador – Obrigado, muito obrigado.

-Fico feliz de vocês não terem sido vendidos ainda – falei – Mas não posso os tirar daqui por enquanto. Preciso esperar que Duke e o restante voltam, caso contrário eles podem apenas destruir a vila.

-Você espera que nós apenas fiquemos esperando aqui? – um deles disse.

-Pare com isso ela tem razão, o momento certo de acabar com tudo é quando eles estiverem todos aqui.

Ouvi que a porta estava sendo destrancada, Collin havia encontrado a chave – Keith! Você está vivo! Sari ela...

-Collin!

-Então Duke ele realmente...

-Aquele imbecil pretende nos vender para as tropas de Spade – Keith respondeu – Em troca de dinheiro e mais algumas armas.

Eu simplesmente não podia deixar aquelas pessoas ali, mas também precisa dar um jeito nos caras maus.

-Certo, vamos precisar de um estratégia. Então prestem atenção no que eu vou dizer.

***

Ficamos à tarde combinando com os sequestrados como agiríamos. Enquanto isso o sol se escondia trazendo a escuridão da noite, Collin e eu estávamos escondidos dentre as arvores aguardando para que os sequestradores retornassem.

-Você não apenas uma pessoa comum que vive por perto não é? – ele perguntou enquanto esculpia algo com uma faca num pedaço de madeira.

-Não, eu sou de uma família relativamente nobre da capital estou na área de zona forte para treinar – respondi como se fosse uma coisa normal.

Collin deu risada – Sério porque você está aqui? – ele virou o rosto para poder me encarar.

Claro que ele não acreditaria em mim, afinal o que uma nobre estaria fazendo numa região como aquela. Sorri – Uma amiga gosta de caçar, estou apenas acompanhando.

-Isso sim parece mais plausível – ele disse – Alguém da capital não ligaria para esse tipo de lugar.

Apesar dele não parecer bravo de alguma forma eu senti um pouco de tristeza na sua voz. – Porque diz isso Collin?

-Porque é verdade.

-Somos apenas uma pequena vila que mal tem dinheiro para se sustentar, além disso estamos próximos da zona de mana forte. Não somos o tipo de pessoas com que as pessoas da capital se importam. - ele virou para me olhar - Se nós existirmos ou não, não faz diferença.

Barulho de folhas soaram, e algumas vozes começaram a chegar aos nossos ouvidos, Collin fez um sinal indicando que era realmente era Duke e o restante. Peguei o meu grimório e sai do meu esconderijo.

Depois de resolver essa situação com os moradores, precisaria resolver sobre esse ressentimento com o reino. Como uma futura cavaleira, me vi no dever de fazer isso.

Mas antes, Duke seria um ótimo treino.

N/A: Obrigada por ler até aqui.

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