014 | thanks for helping me
PAYTON MOORMEIER
Entramos em uma loja de roupas enorme e vejo May abrir um sorriso ao se deparar com a quantidade de roupas coloridas que a loja tinha.
—Como eu não sabia da existência dessa loja?—ela pergunta chocada
—É que abriu semana passada—digo rindo da sua reação
—Eu amei! Você que lute Payton porque eu vou provar tudo—ela fala dando uma voltinha. Tô vendo que vai demorar
[...]
Meus braços já estavam ocupados por uma pilha de roupas que May iria provar depois e a garota estava mexendo em uma arara com moletons claramente bem maiores do que ela enquanto dançava "Mood" do 24kGoldn feat. Iann Dior.
—Eu amo a vibe dessa música—ela diz dançando e eu solto uma risada fraca
A música acaba e então "Breaking the Habit" do Linkin Park começa a tocar. Ah não! Aqui não. Agora não. Já sinto meu corpo paralisar e meus olhos se encherem de lágrimas.
—Nossa, essa playlist é muito aleatória. Parece a minha: vai do feliz pro triste em questão de segundos—ela fala rindo ainda com o olhar nas roupas—A sua também é assim Payton?
Não consigo me mexer, minha respiração está desregulada e minhas mãos estão tremendo.
—Não vai me responder Payton?
Não consigo respondê-la.
—Payton?—ela me chama dessa vez se virando pra mim—Meu Deus, o que aconteceu? Por que tá chorando?
—Es-Essa mú-música...—tento falar
—O que tem essa música?—ela pega em minhas mãos
—Cri-crise de an-ansi-ansiedade
—Puta merda, respira fundo e senta naquele banco ali—ela aponta para um banco que estava um pouco perto
—De-desculpa por...—começo a falar mas não consigo terminar
—Não precisa se desculpar. Tá tudo bem. Vamos embora, tá?—May fala e eu assinto
Maisy deixa as roupas em um canto, segura na minha mão e agradece a vendedora que nos olhava confusa enquanto saímos da loja.
MAY BIRLEM
Saímos do shopping e Payton ainda estava tremendo.
—Me dá a chave do carro—peço para o garoto
—Por que?—ele pergunta confuso
—Preciso mesmo responder?—ele continua me olhando confuso—Porra Payton, pensei que fosse mais inteligente. Eu vou dirigir porque você não tá em condições
—Eu consigo—ele diz
—Não consegue não, me dá logo. Prometo cuidar bem do seu bebê e não matar a gente—digo e o garoto me entrega as chaves
Entramos no carro e eu dou partida.
—Preciso do seu endereço—falo
—Não—tiro minha atenção da estrada e o olho confusa—Não quero que minha mãe me veja assim de novo. Ela acha que eu tô melhor. Podemos ir pra sua casa?
—Tudo bem. Como você achar melhor
—Não vai ter problema por causa do Joey?
—Não, tenho certeza que ele tá com alguma menina naquele quarto—digo e Moormeier ri fraco
O caminho foi um silêncio, mas não um silêncio constrangedor, era um silêncio bom. Eu olhava pra Payton de vez em quando e confesso que meu coração apertava ao ver o menino encolhido chorando baixinho.
[...]
—Chegamos—desligo o carro e nós dois saímos do carro
Abro a porta de casa e dou espaço pra Payton entrar. Subimos as escadas e percebo que Joey não estava em seu quarto. Deve estar na casa de alguma garota.
Entramos em meu quarto e tiramos os sapatos. Payton deita em minha cama e eu faço o mesmo. O garoto ainda chora baixinho e eu não faço a mínima ideia do que fazer.
—Desculpa—Payton finalmente fala e eu o olho
—Desculpa pelo o que?
—Eu estraguei o nosso passeio com essa crise de merda
—Ei—pego em suas mãos—Tá tudo bem, você não estragou—ele dá um sorrisinho triste—Quer me contar o que aconteceu?—pergunto com um pouco de receio
—Meu pai. Meu pai abandonou minha família quando eu tinha 12 anos, ele simplesmente foi embora sem dar explicações—seus olhos se enchem de lágrimas novamente—Minha mãe ficou devastada e o pior é que eu não podia fazer ou falar nada porque eu também não sabia o motivo—ele respira fundo—E aquela música que começou a tocar é a música que dá gatilho para as minhas crises justamente por ser a música preferida do meu pai
—Eu não sabia, eu sinto muito—ele me olha triste—Você só tem essas crises quando essa música toca?
—Sim, eu não sei o porquê, eu sei que parece idiota mas eu ju...
—Ei, não é idiota. Cada um tem o seu motivo e o seu gatilho—ele sorri—Mas eu tô aqui pra tudo, ok?—ele assente—Não se machuque ou se culpe por um erro de outra pessoa, como você disse, ele não deu explicações. Tudo vai melhorar—fui surpreendida quando o garoto me abraçou forte, no começo me assustei mas depois retribuí
Ficamos abraçados por uns 10 minutos. Ele chorava baixinho e eu fazia carinho em suas costas na intenção de acalmá-lo.
—Já tá tarde Payton, vou dormir no quarto de hóspedes. Boa noite—digo dando um beijo na testa do garoto
—Fica—ele segura minha mão—O quarto é seu e eu não quero dormir sozinho—o olho duvidosa—Por favor
—Tá bem, eu fico. Eu só vou tomar um banho
—Posso tomar um banho também?
—Pode. Usa o banheiro do Joey—digo e fecho a porta do banheiro antes de ele fazer qualquer piadinha
[...]
Saio do banheiro e me deparo com Payton deitado na minha cama sem camisa assistindo TV.
—Você demora muito no banho—ele diz assim que nota a minha presença
—Ah pronto, quer ficar julgando até o tempo que eu fico no banho, era só o que me faltava—digo enquanto deito na cama e o garoto solta um risadinha
Começo a mexer no celular e Payton desliga a TV logo se virando pra mim.
—O que foi?—pergunto percebendo que o garoto não parava de me encarar
—Obrigado—o olho confusa—Por cuidar de mim e por me apoiar
—Não precisa agradecer—dou um leve sorrisinho fazendo com que o garoto faça o mesmo
—Boa noite May—ele diz se cobrindo com a coberta
—Boa noite Payton—digo desligando meu celular e virando pro outro lado
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