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FELINA

Sombria não me descobriu, por muita sorte, pelo menos eu acho. Não disse nada sobre isso o dia inteiro, e tenho medo até de abrir a geladeira e ela suspeitar, como se estivesse na minha cara a prova de eu ter saído e voltado tarde da noite. Ou de ter chorado no banheiro por causa dela, da Adora, e tudo na minha vida.

Passo a tarde vendo vídeos no Youtube. Quero sair para caminhar, correr, jogar basquete, mas a área da minha garagem já é pequena demais para isso, e a da praça, bem... Não sei onde Adora está, e ela pode ter vindo pra cá. Conheço ela o suficiente para saber que ela pode querer treinar qualquer dia e qualquer hora. Prefiro evitá-la.

Depois que ela me viu chorar as coisas mudaram. Ela vai me procurar um dia? Vai fazer perguntas? Não queria ter parecido tão incapaz e fraca na frente de alguém, e pior, diante dela! Justo a pessoa que deveria me ver diferente. Há anos ninguém me vê desarmada.

Vou nas mensagens para conferir se ela está online, mas não está. Sua foto de perfil a mostra sorrindo sem mostrar os dentes, a jaqueta roxa de Bright Moon, cabelo amarrado... Alguém tirou essa foto e saiu espontânea. Ela parece tranquila, feliz o suficiente...

Sinto tanta falta dela.

Mesmo que eu a quero longe agora, mais do que tudo, ainda sinto falta dela, desde que nos distanciamos. Estou com vergonha e raiva por ontem, e ela deve me detestar mais depois daquilo, mas não ligo. Preciso ficar perto dela. Qualquer situação disponível, e ela não precisa olhar na minha cara se não quiser, e eu também não.

Preciso pensar mais. Fingir que nada aconteceu, senão vou chorar até não poder mais.

Inacreditável: em um minuto quero ficar em casa para não ser vista porque tenho vergonha; no outro quero estar próxima.
Adora e eu temos um elástico imaginário, que podemos puxar e ficar mais distantes e nunca mais voltar a ser o mesmo, ou deixar onde está, não fazer absolutamente nada.

Ontem eu puxei o elástico demais. E tenho medo de nunca mais voltar.

...

— Você ficou uma gracinha, Felina — Entrapta diz sarcástica olhando para o celular. Faço um bico com a boca e cruzo os braços. Scorpia também ri descontrolada. — Parece uma criancinha brava por não comer doce.

— Deixa disso — dispenso em tom bravo.

As pessoas ainda não aprenderam que eu não sou fotogênica e odeio tirar fotos. Entrapta e Scorpia estão sorridentes e eu, no meio, revirando os olhos.

— Deveríamos tirar outra — ela continua.

— Não, deixa assim. Ficou legal. Mostra a nossa essência — Scorpia diz piscando para mim, e até consigo sorrir.

— Vou querer essa — digo também, para colocar no meu armário, ou na parede do quarto, sei lá. Os olhos de Entrapta brilham.

— Vai logo senão a Sombria briga com você — Scorpia fala preocupada. Viro minha cabeça para a porta do ginásio. Nem percebi como caminhamos rápido até chegar aqui. — Se cuida. Até amanhã.

— Até — eu aceno para as duas e empurro a porta. Scorpia está desconfiada desde o Halloween, e já avisei que não vou dizer o que houve.

Pelo menos ela se importa. E Entrapta me dá espaço pessoal o suficiente, então tudo bem. Não tenho coragem de contar como me sinto.

Troco de roupa o mais rápido que posso. Quando volto à quadra ainda sou uma das primeiras, contando com Kyle. Ele acena para mim todo gentil e retribuo tentando ser o mais educada e vaga que posso. Aquele garoto sabe da vida de um monte de gente e não quero parecer triste ou brava demais (mas ele é um cara legal).

Então me aqueço. Olho para Sombria (ela está conferindo algo na prancheta) desconfiada.

Corro duas voltas na quadra só para passar por ela. Quando Adora estava aqui era tão engraçado. Eu não me sentia tão sozinha. Ela chamava o time, orientava, guiava os aquecimentos, e todo mundo se divertia mesmo assim.

Mordo meu lábio pensando nela (de novo, que ótimo) e em um treino...

Eu estava esticando os braços e girando o pescoço quando a vi me encarando.

Acabei sorrindo e ergui uma sobrancelha.

Tá olhando o que, Adora? — perguntei maliciosa. Ela ficou vermelha e desviou o rosto.

Nada! — ela se virou rápido e limpou a garganta. — Tá a fim de correr?

Então eu concordei. Demos tantas voltas que foram possíveis.

Agora estou sozinha de novo.

Pelo menos está tudo bem, por enquanto.

...

ADORA

Está tudo uma merda.

Estamos em novembro. Significa que o campeonato de inverno está quase chegando e temos só mais esse mês para treinar.

Acho que nunca me esforcei tanto na vida.

Bow passa a bola para mim, eu dou só dois passos que consigo sustentar e lanço-a para outra pessoa. São cinco contra cinco. Não tenho ideia de quanto tempo se passou, mas meu suor molhou meu cabelo quase todo, e as dores nos músculos que já acostumei aumentaram nos últimos dias, de jeito que nenhum remédio funcione por muito tempo. Já estou com cheiro de aerossol muscular.

Minha garganta também está inflamada, eu fiquei rouca de tanto gritar aqui, e minha cara não deve ser das melhores. Sou entediada ou raivosa 24 horas por dia.

Para piorar ouvi o pessoal falando de aumentar os treinos. Outros falando em diminuir e deixar uma hora ou só dois dias na semana.

— De jeito nenhum vamos ficar aqui mais tempo. A gente tem que descansar — Mermista disse no vestiário ontem.

Glimmer franziu o cenho.

— Isso não cabe a nós decidir. É a treinadora Huntara.

— Você é filha da diretora.

— Não interessa — respondeu grossa.
Nosso primeiro jogo é em duas semanas contra a escola pública que fica em outra cidade não muito distante.

Parei de pensar num instante. Ouvi o apito de Huntara e relaxei a coluna. Estou acabada.

— Adora — Bow me chama e corre até mim, não sei como. — Como você tá?

— Péssima.

— A gente podia assistir um filme mais tarde, o que acha? Eu faço uma trança no seu cabelo, aquela que você queria!

Ele está tentando me animar. Minha respiração está acelerada e limpo meu rosto molhado. Seria uma boa ideia se não tivesse tanta coisa para fazer (tarefas, estudar, etc).

— Eu tô bem, sério. Mas eu acho que...

Meus joelhos acabam falhando quando ando, então tropeço. Bow segura meu corpo e digo a mim mesma que é só uma dorzinha passageira (do tipo quando a gente se levanta de uma vez e a visão fica cheia de pontinhos pretos). Só pode ser isso.

Minha cabeça vai girando...

— Adora! — Bow me pega pelos braços com mais força.

— Desculpa.

— Vem, você precisa descansar.

— Eu tô bem.

— Não diga isso de novo! Você tá sempre "bem", mas não é verdade.

Vamos até o banco. O pessoal do time se aproxima, inclusive Huntara. Fecho meus olhos e isso só piora. Alguém diz que vai buscar água, e outros só reconheço pelos tênis. Escondo minha cabeça com as mãos, encaro o chão e tento respirar. Eu poderia desmaiar aqui.

— Toma — é Huntara. Ela me oferece um doce. — Vai ficar melhor por enquanto.

Como tudo de uma vez. O time todo está me olhando com preocupação. É tão estranho.

Bow manda eu colocar a cabeça entre os joelhos. Por enquanto funciona e a tontura passa. Santa Eteria, parece que meu corpo vai virar gelatina.

— Desculpe — é tudo o que consigo dizer e nem sei porquê.

Perfuma me dá a garrafa de água e também bebo de uma vez.

— A gente devia marcar um dia pra meditarmos juntas, Dorinha — ela diz com a voz mais calma possível. Tento assentir, mas não sei se é o tipo de atividade pra mim.

— Vão — diz a treinadora — eu cuido dela. Estão dispensados por hoje. — Cubro mais o rosto. Todo mundo obedece sem discussão e permanecemos juntas. Não tenho coragem de encará-la. — Adora, o que aconteceu?

— Não sei.

— Está sobrecarregada. Você anda comendo direito? Precisa comer muito do jeito que a nutricionista recomendou em setembro.

Assenti com a cabeça. Lembro quando uma médica veio checar tudo nosso: pressão, peso, altura, perguntou os hábitos alimentares... E eu estou seguindo direito.

Às vezes.

Quando não sinto fome não como. Simples assim.

Digo tudo para ela. Huntara balança a cabeça.

— Não funciona assim. Precisa se alimentar. E como anda sua cabeça, hein? É a mais esforçada daqui pelo que parece, e Glimmer me contou que dorme tarde.

— Preciso estudar e acompanhar os outros.

— De que adianta se vai perder tanto tempo de sono? Por isso está esgotada.

— Por algumas coisas vale a pena — digo rouca finalmente encarando-a. Huntara está séria como sempre, e eu também, apesar das lágrimas brotarem. — Eu quero ser boa.

— Já é boa!

Mas não o suficiente. Será?

As lágrimas caem de vez. Limpo meu rosto com vergonha. A treinadora apoia a mão nas minhas costas e esfrega rápido para me animar. Ela é tão forte que quase tombo para o lado, mas sei que é sincero.

— Escuta, o basquete vai perder significado para você se fizer as coisas no automático. Precisa ter certeza que ama aquilo e fazer por prazer, não para provar para alguém... O importante é se sentir bem naquilo.

— E por que todo mundo parece tão superior? — limpo o rosto, mas mais lágrimas surgem.

— Já são acostumados com a escola.

— Eu não vou desistir disso, Huntara. É minha grande chance.

— Nunca disse para desistir. Só quero que saiba a aprender seus limites. Aos poucos pode ultrapassá-los, ou vai se machucar. Quer se pesar de novo? Está claro que emagreceu demais, e olha isso aqui — ela aponta para os meus olhos. — São olheiras fundas e escuras. Não parece saudável.

Uau, obrigada por ressaltar isso.

Estou soluçando. Huntara me abraça dessa vez e me dedico a chorar ali.

— Amanhã sem treino pra você — ela diz e tento protestar, mas Huntara me interrompe. Ela é muito forte e tem a voz grave que me faz ter medo. — Vai da aula para o quarto e dormir a tarde e noite toda até o outro dia. Se eu souber da Glimmer que fez alguma coisa vou te colocar na reserva.

— Quê?! Não!

— Então vai dormir — ela até sorri. Meu Deus, não posso ficar na reserva. — Ok? E coma direito, beba água, descanse. É para a sua saúde. Todo mundo precisa dar um tempo de vez em quando.

Ela tem razão.

— Ok, obrigada.

— Sou sua treinadora, sua conselheira, amiga... Me preocupo com os jogadores também. Se precisar de qualquer coisa estarei aqui, Adora.

— Obrigada.

Ainda estou zonza, mas consigo ir para o vestiário tomar um banho. As meninas não dizem nada e só digo estar mais calma.

Eu sou boa. Quero ser melhor, e nem sei porquê.

Preciso voltar a ter paixão pelo esporte. Se não tiver, então quem eu sou?

Lavo o cabelo lentamente, pensando em tudo. Acho que Felina entenderia isso. Sombria sempre cobrou muito dela desde pequena. É a primeira vez que sinto isso na pele.

Ah é, não posso falar com ela por causa do que houve.

Não tem nem dois dias que a vi e do nada a memória volta (ao menos me distraio minha cabeça da ansiedade dos jogos (aimeudeus eu tô apaixonada de verdade ou é só um surto passageiro? não sei é melhor não pensar, não pensar, não pensar, minha nossa, isso é loucura demais)).

Não tenho ideia do que está acontecendo, e eu preciso saber mais. Ela não vai falar comigo agora, sei disso, mas outra pessoa vai.

Vou mandar uma mensagem para Kyle. Ele sim é observador.

...

oi, pessoal! Como vocês estão?

chegamos no ponto da história onde tudo tá dando errado, mas acreditem, dá pra piorar kkkkkk e MELHORAR MUITO também

da pra ver que essas meninas são muito boiolas pela outra, isso sim.

ah, e espero que vocês estejam bem! Enquanto eu escrevia esse capítulo sobre a Adora percebi que muita gente passa por essas coisas, e a gente tem que descansar o corpo e a mente de vez em quando, se cuidar, etc. Espero que todxs estejam bem ❤️

Muito obrigada pelos 6K!

Segunda-feira tem capítulo novo!

Beijos ❤️✨

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