Capítulo 05
Pelo que seria a manhã, uma banheira com água quente foi trazida ao quarto, nenhum dos servos disse nada, apenas seguiram as instruções de Mina.
– Aconteceu alguma coisa com sua perna? – Ela reparou na tala.
– Eu torci antes de cair perto do castelo.
– Melhor não entrar na banheira completamente, quer ajuda para tomar banho?
– Você é a senhora aqui, não precisa. Eu me viro.
– Certo. – Antes de sair ela se virou – Eu sei que é difícil, eu senti o mesmo, mas diferente daquela época você pode contar comigo. Não só de humano para humano.
Ela passou pela porta para dar privacidade a Hanna.
– Mina – chamou – Desculpe, por dizer que você iria querer ir embora da daqui. Se eu te ofendi por isso.
– Não me ofendeu, eu fico contente em poder ver outro humano depois de tanto tempo. Ainda mais alguém que parece se importar – Ela deu uma risada e saiu.
O lorde não tinha vindo na noite anterior, isso significava que teria que ir até eles. Fazer como Mina pediu, descer para o jantar com todos eles, como convidada.
Sentada na ponta da banheira, nua, ela se esfregou com o auxílio de um pano e sabão. Depois de limpar a maior parte da sujeira de seu corpo, vestiu um vestido que Mina lhe deu, sua explicação era que tinha usado enquanto estava grávida então talvez lhe cairia melhor.
– Ela deve ter ficado enorme para aqueles... Para eles saírem.
Ela tentou ser delicada, mesmo sozinha, não seria legal destratar da família de anfitriões. O vestido passou por seus ombros e braços, caiu pelo comprimento de seu corpo. Estava curto para um vestido longo, de novo o pensamento engraçado e bizarro de que ela tinha dormido e se casado com um... Nadiniano?
Naquele momento se lembrou do seu pescoço, tinha sido imobilizada por uma mão grande o suficiente para envolver e apertar ao ponto de fazer sua consciência cair. Será que tinha ficado marca? Seus pulsos estavam limpos, nenhum dos arranhões tinham deixado cicatrizes, apenas sua bochecha estava marcada para sempre. O que pensariam dela? Será que achariam inferior a Mina bonita, compreensiva, capaz de aceitar vir parar aqui. O que de tão bom em casar com um lorde monstro seria melhor do que voltar para casa finalmente depois de anos.
– Sinto falta de um chuveiro.
Então a sensação da noite anterior, o macho que entrou em seu quarto no meio da noite, o toque em sua perna, no escuro, a respiração.
– Descer, comer, agradecer, pedir ajuda e ir embora com o T-029.
Saindo do quarto, sem uma única arma, vestido só aquele vestido pequeno, seguiu o corredor até outro maior ainda, o principal como tinha sido instruída. A última porta a direita estava aberta, alguém tinha acabado de entrar, era ali o salão de jantar.
Ela respirou, estava vulnerável, se ao menos as calças e a farda não estivessem molhadas ainda.
Hanna parou na porta, uma grande mesa principal estava cheia, várias outras espalhadas estavam vazias, no assento principal estava um macho azul, mais velho, segurando Mina no colo.
– Hanna – Os dois foram os primeiros a olhar em sua direção.
Na mesa principal estava a Nefellim azul céu e loira, sentada a direita do lorde, já na esquerda estavam dois que ela não tinha visto antes, o macho de pele cinza permanecia sério muito perto da fêmea de pele azul com tons de roxo, mais velha também, ambos a encararam com um olhar frio cortante. Ao lado da Nefellim loira, estavam seguidos três machos, o primeiro a encarou com curiosidade, os outros dois eram idênticos, o mesmo que ela tinha visto na floresta, tinha um gêmeo, o dono da voz grave era sua perfeita cópia. Os dois tinham um olhar sério, intenso, pareciam querer avançar na sua direção, comendo cada centímetro de seu corpo com os olhos, ou pelo menos tentando evitar fazer isso.
– Desculpe o atraso!
A voz alta e animada da criança que quase lhe derrubou quebrou sua tensão.
– Me desculpe! – Ela segurou sua mão.
Foi um deslumbre ver aquela híbrida perfeita, seus olhos humanos verdes como de Mina, traços suaves, cabelo loiro escuro enfeitado com um par de chifres delicados, o olhar de Hanna foi checar se tinha um rabo.
– Eu sou Liliwen. – Ela disse com um sorriso largo humano o suficiente para mim.
Ali estava, um rabo violeta próximo do rosa como sua pele.
– É incrível conhecer outra humana como minha mãe, é um grande prazer!
– Me chamo Hanna, o prazer é meu.
– Meninas, venham se sentar. – Mina falou.
– Eu fui a última a chegar? – Liliwen perguntou sem soltar sua mão.
– Não, Delora ainda não chegou. – A Nefellim azul disse suavemente.
– Sente-se comigo. Okay, Hanna? – Ela disse já lhe arrastando até a mesa.
Hanna se sentou do lado esquerdo com a Híbrida, o lorde começou a falar.
– Espero que esteja melhor. Sou Vadric, minha companheira falou de mim para você.
– Sim, senhor. Ela falou, agradeço sua hospitalidade.
– Permita-me apresentar minha família. A minha direita é Illya minha irmã, e Knox seu companheiro e meu braço direito. Veera minha filha mais velha, e Minak ao seu lado é meu sobrinho, Derola que está atrasada é minha sobrinha. Os gêmeos são meus filhos, Zeros e Veles, e Liliwen a mais nova, você acabou de conhecer.
– É um prazer, me chamo Hanna Perova, eu estava trabalhando com o meu caça antes de ser atacada e sugada para esse mundo. – As palavras eram respeitosas e contidas.
– Você deu trabalho aos meus filhos. – Ele afirmou e a Nefellim azul Illya riu junto com o marido.
– Ouvi que quase esfaqueou o Veles, que incrível. – Liliwen disse maravilhada.
– Sinto muito por isso.
– Não precisa se desculpar, é um belo feito para um humano. – Illya disse.
– Estou com ciúmes, eu demorei mais para conquistar sua confiança – Mina disse descontraída relaxando mais ainda o ambiente.
– Tem razão, isso foi incrível. Você fugiu escapou por três dias e ainda invadiu o castelo. – Minak disse dando um empurrão de provocação no primo.
– Eu me escondi, apenas isso. – Ela respondeu olhando para os gêmeos que mantinham silêncio, agora eles evitavam seu olhar.
– Pelo que Mina me explicou, você era uma guerreira no seu mundo.
– Eu... Eu era. – Hanna não deixou de comer mesmo com o leve revirar de seu estômago.
– Ouvi rumores de um humano que explodiu a cabeça de um goblin no ar. – Knox disse.
– Apenas por defesa.
– Vinte e cinco anos atrás eu salvei Mina de um grupo deles.
– Você me comprou, me roubou, qualquer um desses menos me salvar – Ela retrucou.
Eles continuaram a conversar e rir entre si, uma família de verdade. Naquele momento ela sentiu uma pequena inveja, que incrível, então era isso. Nesse lugar bizarro e perigoso, Mina encontrou uma família de verdade.
– Por quanto tempo pretende ficar com nós, Hanna? Ainda não encontrou seu parceiro.
– Liliwen. – Illya chamou sua atenção.
– Companheiro? – Ela encarou Mina e os outros envolta.
– Eu ia esperar para te contar essa parte – Mina disse deixando a perna de seu marido.
– O que está escondendo? Achei que podia confiar em você. – Na defensiva, saiu da mesa encarando a mulher mais velha.
– Não é simples de aceitar, não quando tudo é recente. Isso é melhor que aconteça naturalmente, sabe...
– Não, eu não sei. Eu não estou entendendo.
– Existe um motivo específico, para que alguém seja trazido a esse mundo, algo mais forte que qualquer um e-
– Eu acho que não quero saber. – Hanna disse com medo do que poderia ouvir – Olha, eu sei que você, vocês dizem que é impossível voltar. Mas eu vou dar um jeito, só quero ajuda para consertar meu avião. Sou grata por não me prenderem ou me matarem, mas eu não vou ficar.
– Espere, Hanna, deixe-me explicar.
– Eu percebi o que estão fazendo, isso aqui, tentando me incluir para que eu não me sinta sozinha, abandonada nesse mundo. Suas intenções são boas, mas eu as rejeito. Lorde Vadric, muito obrigada pelo jantar, estava delicioso. Peço licença.
Muito mais rápido que chegou ali, ela deixou o salão buscando o corredor de seu quarto.
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