Brunna Gonçalves POV

Saindo da minha última aula do dia, eu comecei a andar rápido procurando aquele par de olhos verdes em algum lugar da escola. Talvez ela já tivesse ido embora.

Suspirei tentanto recuperar o ar. - Ugh, onde essa mulher está? - Coloquei a mão nos joelhos e puxei o ar.

-Procurando alguém, Srta. Gonçalves? - Uma voz rouca me questionou.

-Oi, professora. - Sorri. - Eu estava te procurando.

-Bom, aqui estou. - Sorriu. - Você está precisando de algo?

-Pra falar a verdade, sim. - Falei. - Teria como... Você me dar algumas aulas particulares? - Perguntei sem graça.

-Eu não sou professora de apoio mas... - Pensou. - Eu tenho algum tempo livre.

-E então? - Aguardei esperançosa.

-Podemos marcar. - Disse. - Bom... Me adiciona no seu celular.

-Hum, ok. - Tirei meu celular do bolso e a entreguei.

-Aqui está. - Disse e me entregou. - Você está livre, deixa eu ver... Amanhã pela tarde?

-Sim, eu não faço nada as terças. - Falei. - Obrigada, Srta. Oliveira.

-Por nada. - Disse. - Preciso ir. Até amanhã, Gonçalves.

-Até... - Suspirei pesado. Me virei para procurar minhas amigas, e acabei levando um susto.

-Oi bebê. - Caio disse me dando um selinho.

-Oi, Caio. - Falei.

-O que você acha de ir na minha casa hoje? - Disse em um tom malicioso.

-E-eu, não dá. Tenho que ajudar meus pais em casa, e Dayane me obrigou a ir na casa dela, sabe como é... - Tentei arrumar uma desculpa.

-Obriguei, é? - Dayane apareceu me olhando com os braços cruzados e sobrancelhas arqueadas.

-Sim, ou você esqueceu? - Mudei o tom de voz para que ela percebesse.

-Ah, sim, claro. - Disse por fim. - Que pena, né Mendes, você que lute. - Ela riu e Caio revirou os olhos. Ele não gostava da Dayane.

-E amanhã? - Caio insistiu.

-Não tem como. - Falei. Dayane prefiriu sair de perto sabendo que uma briga poderia sair dali.

-Ah, qual é, Brunna? - Falou. - Por que você está me evitando?

-Eu não estou... A Ludmilla vai me dar umas aulas extras...

-Você só pode estar brincando. - Disse em desgosto. - Você também está dando mais atenção a aquela professorinha de merda do que para mim!

-Algum problema, Mendes? - A voz poderosa de Ludmilla soou atrás de mim.

-Não, imagina. - Disse irônico. - Aproveite sua aulinha, Brunna. - Cuspiu.

Se é isso que ele quer... Eu também quero aproveitar...

Sorri maliciosa inconscientemente.

-Gonçalves, está tudo bem? - Ludmilla sacudiu a mão na minha frente.

-Sim, ele só está um pouco estressado. Não se preocupe. - Sorri. - Até amanhã, prof. - Acenei.