Brunna Gonçalves POV

Já tinham se passado mais de uma semana que eu não ia para a escola. O mais preocupado era meu pai, que tentava me fazer comer e eu sempre recusava. Sofia tentava me animar, mas na maior parte do tempo eu estava chorando.

Eu não conseguia falar com ninguém já que quando minha mãe jogou o celular na parede ele quebrou, então minhas amigas não sabiam de nada o que estava acontecendo.

Cada dia mais eu me pegava pensando na Ludmilla, e no que ela andava fazendo. Será que ela já arrumou alguém? Será que ela já me esqueceu? Haviam muitas perguntas para serem respondidas.

Me olhei no espelho vendo o quão acabada eu estava, então resolvi ir tomar um banho quente e demorado, lembrando mais uma vez de Ludmilla, o que me fez chorar com a água escorrendo por meu rosto.

Penteei meus cabelos e fui para meu quarto enrolada na toalha, franzindo o cenho ao encontrar minha mãe arrumando meu uniforme de líder de torcida.

-Vá dormir cedo que amanhã você vai para a escola. - Falou e saiu do quarto, fazendo uma ponta de esperança me atingir.

Vesti um moletom cinza largo e confortável e me joguei na cama, agarrando o travesseiro e pensando em tudo que poderia acontecer amanhã.

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Acordei com o barulho incessante do despertador e fui me arrumar, querendo sair cedo de casa para chegar o mais rápido o possível na escola.

Quando eu ia sair pela porta, minha mãe apareceu na sala.

-Se eu souber que você foi para outro lugar além da escola você vai ser transferida, Brunna . - Avisou simplesmente me fazendo gelar, e eu assenti nervosa.

Corri pelas ruas até chegar no prédio que eu não entrava a algum tempo.

Andei com passos rápidos pelos corredores repletos de alunos da escola e abri a porta da sala de aula fazendo todos olharem para mim.

Dayane, Júlia e Patty vieram correndo em minha direção, me enchendo de perguntas. Mas eu só conseguia pensar em onde Ludmilla estava. Em nenhum lugar eu encontrava seus olhos verdes e brilhantes me encarando.

-Chancho, o que aconteceu esse tempo todo? - Dayane perguntou preocupada.

-Tentamos falar com você mas ninguém conseguiu. - Patty disse.

-Eu fui na sua casa tentar falar com você mas sua mãe não me deixou entrar. - Júlia falou.

-Cadê a Ludmilla? - Perguntei ignorando tudo o que elas tinhas falado.

-Você deve ser a Brunna, certo? - Uma mulher perfuntou. - Prazer, eu sou a Srta. Lovato, sua nova professoa de álgebra. - Disse e eu arregalei meus olhos que marejaram automaticamente.

-N-nova? - Perguntei com a voz falha e ela assentiu. - N-não p-pode se-er. - Gaguejei. - Eu quero a Ludmilla e volta! - Exclamei já aos soluços.