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Lily Martinez


A Max havia desaparecido. "Ah, Droga!". Não que Lily se importasse com aquilo, mas aquela garotinha melequenta conseguia ser mais inofensiva que uma mosca morta. E ela ter desaparecido, significava que ninguém ali estava à salvo.

Quando tudo tornou a ficar claro, ela olhou ao redor e sentiu o corpo todo tremer com o sumiço repentino da garota.

- Isso é culpa sua! - ela virou a cabeça rapidamente para ver um Dave enraivecido correndo em direção a Alan.

- Hã? Culpa minha? - ele franziu o cenho, sem entender bem o que estava acontecendo.

- É! - berrou Dave, apontando o dedo indicador para o rosto dele. Lily e os outros se aproximaram. Matthew permanecia desacordado. Ninguém parecia ligar. - se você não tivesse forçado ela a ir pegar aquela maldita caixa - ele apontou para o lugar onde a caixa já não estava mais. - ela não teria sido levada. Isso é tudo culpa sua! - berrou e empurrou Alan, que se desequilibrou e caiu no chão. Fran se apressou e ficou entre os dois, os braços estendidos.

- Dave, fica calmo, tá legal?... A culpa não é do Alan. Ele só quis ajudar. Nos ajudar. Fica calmo.

A respiração dele era ofegante e Lily o observou apertar as mãos fechadas antes de balançar a cabeça, concordando com Fran, a garota de cabelos curtos que Lily não gostava nem um pouco.

- E o que faremos agora?

- Acho melhor passarmos a noite aqui - disse James, se aproximando. Apontou para um Matthew desacordado com a cara enfiada na terra. - ou vocês vão querer arrastar o pateta ali?

- De jeito nenhum - falou Lily.

- É, acho que não corremos riscos em passar a noite aqui - disse Fran.
Apesar de estarem embaixo da terra, a "floresta subterrânea" começava a escurecer. Como aquilo era possível, ninguém procurou entender.

- Alguém aqui sabe fazer uma fogueira? - quis saber Alan.

Dave lhe lançou um olhar desgostoso e se virou, aproximando-se do Lago.

- Eu sei - Lily estendeu a mão. E, quando viu que eles a fitavam como se perguntassem: "COMO DIABOS VOCÊ SABE FAZER ISSO?!", ela deu de ombros e murmurou: - uma garota não pode ser escoteira?

- Eu posso ir buscar a madeira com você - Fran se ofereceu. Relutante, Lily assentiu. Apesar de não gostar dela, não estava nem um pouco afim de entrar naquela "Floresta Proibida" sozinha.

- Eu vou com vocês - disse James, o garoto musculoso que Lily, apesar de um pouco mais nova, sentia um tantinho de atração.

- Eu vou procurar alguma coisa pra gente comer - Dave avisou aos outros, se afastando cabisbaixo.

- E eu vou arrastar o babaca pra algum canto onde a gente possa passar a noite - Alan apontou para Matthew.

E lá estavam eles, se aproximando da floresta misteriosa, onde tudo era estranhamente silencioso e deserto, sem nenhum animal à vista. As árvores, altas e próximas umas às outras, deixavam o ar mais escuro do que já estava, e Lily sentiu um arrepio na espinha.

Os três caminhavam à procura de madeira, imersos em seus próprios pensamentos. Lily se perguntava como seus amigos ficariam sem ela, e se pegou sentindo uma leve saudade, que fez questão de enxotar para longe no mesmo instante.

- Então, o que você fez de tão terrivelmente terrível para vir parar aqui? - ele perguntou à Fran. Lily se mantinha um passo atrás deles

- Eu não sei. O que você fez? - ela respondeu, se agachando para apanhar um pedaço grande de galho.

- Eu tenho meus próprios problemas. E, por causa deles, eu sou um pouquinho... - ele não terminou a frase. Lily, que encarava os próprios pés, levantou a cabeça.

- Um poquinho o que? - Fran quis saber, interessada.

Lily ouviu o som de uma risada. James coçou a cabeça e olhou para trás, parecendo finalmente perceber a presença dela ali.

- Deixa pra lá.

Lily revirou os olhos.

De repente, eles ouviram um rugido que fez seus corações acelerarem. Parecia vir de todos os lugares e eles não conseguiram identificar a que animal pertencia. Se é que pertencia a algum animal.

- Melhor a gente voltar - falou um James ofegante, recolhendo mais alguns galhos, antes voltar pelo mesmo caminho por onde haviam acabado de passar.

- Vocês ouviram isso? - Alan correu para eles assim que irromperam da floresta.

- Acho que até quem não tá aqui ouviu - falou Lily, recolhendo os outros galhos e se aproximando do corpo imóvel de Matthew.

Apanhou duas pedras grandes e começou a choca-las para que pudesse produzir faíscas e, em seguida, fogo.

- Olha o que eu achei - diz alguém acima de Lily. Era Dave. Ele carregava uma dezena de vários tipos de frutos desconhecidos enrolados em sua blusa.

Pouco tempo depois, Lily já havia conseguido fazer fogo e eles se reuniram para se manter aquecidos, enquanto comiam, com certo receio.

A fruta que Lily pegou, tinha um gosto que lembrava uma junção maluca de ameixa e melancia.

O sono os pegou de surpresa, mas sentiam medo de fechar os olhos ali.

James levantou, os braços cruzados.

- Podem dormir, eu vou ficar acordado, pra avisar no caso de algum mostro vier nos matar.

Fran levantou logo em seguida, as mãos enfiadas no bolso do casaco preto.

- Como se isso fosse ajudar em alguma coisa... Eu também tô sem sono. Fico com você.

Lily comprimiu os lábios, sentindo raiva e saudades dos amigos. Tudo ao mesmo tempo.

Mas, no final, antes de mergulhar por completo no sono, ela sentiu que a saudade era maior que o fato de não gostar de uma garota que conhecia há não mais que um dia.
Espero que estejam gostando. Beijo pra vocês e até o próximo capítulo 💙

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