James Anderson III.
- Eu... Eu não acredito que eles... Eles realmente mataram ele - disse Fran, sentada há alguns metros do corpo de Matthew.
- Não achava que eles fossem psicopatas a esse ponto - murmurou Dave.
- Tudo isso por causa de alguma coisa que ele pegou... O que será? Quis saber James.
Fran engatinhou até o corpo e, depois de respirar fundo, enfiou a mão nos bolsos dele à procura de alguma coisa que eles não sabiam o que era. Encontrou. Começou a ler em voz alta:
- "Kate J. Clark, uma das Selecionadas, sobreviveu, assim como Woody Fleischer, Bill Yung, Chloe Taylor e Aaron Wadlow, ao Submundo. Após passar por testes e desafios, foi constado que nenhum deles era os Sete mencionados na profecia. Kate se recupera com a família e disse que não tem autorização para falar sobre ocorreu lá e, muito menos, sobre os três falecidos."
- Clark... O sobrenome do Matthew não era esse? - disse Dave
- Então a vó dele veio para cá há setenta anos... - observou James assim que Fran dobrou o papel velho. - o que você acha disso, Alan - ele virou a cabeça em direção ao amigo, que permanecia sentado no chão com os braços envolta dos joelhos. Alan ainda não havia superado o fato de que também era um dos Sete, já que conseguira salvar Lily de ser morta pela Sombra. O garoto de cabelos cacheados levantou a cabeça ao ouvir seu nome, os olhos brilhando num forte tom de violeta. - calma, cara... - disse James, tentando tranquiliza-lo. - Vamos ficar bem, ok?
- Ver o corpo do Matthew não colabora pra que eu acredite nisso - Alan falou.
Lily soltou um gemido e abriu os olhos verdes.
- O que aconteceu?... Quem... quem me salvou?
James apontou para Alan.
- Parece que ele também é um dos Sete.
- Obrigada - Lily agradeceu, sentando. - Ai! Meus braços doem demais. Fui arremessada por aquela coisa duas vezes tentando salvar o Matthew.
- Você fez o melhor que pôde - falou Fran.
- Eu sei. Diferente de vocês, que preferiram se separar e nos deixar para morrer - Lily falou, num tom bastante amargurado.
- Não, Lily... A gente não deixou vocês pra morrer. Voltamos para buscar vocês.
- Sei - ela respondeu, ainda bastante desconfiada.
Max desencostou do parede de pedra e se aproximou de Lily.
- Quer uma ajudinha? - perguntou a menina.
Lily assentiu e deitou no chão.
- Mas... Alan - James se afastou das garotas e se aproximou do amigo ainda assustado. - Eu lembro que um dos papéis que a Max meu pra gente na biblioteca dizia que os olhos mudariam de cor só na segunda vez que a pessoa utilizasse o poder. Quando foi o primeira vez que você usou?
Alan baixou a cabeça.
- Mais cedo, quando a gente estava
subindo as escadas, ainda de nos separarmos, eu atrasei a Sombra.
- Como você fez isso, cara?
- Eu não sei direito, mas eu me concentrei muito para que ela não conseguisse nos alcançar por algum tempo, entende. E eu não faço ideia de como eu tive capacidade pra simplesmente pensar isso, mas... Foi como se alguém invisível tivesse dito no meu ouvido exatamente o que eu devia pensar.
- Então foi por isso que você quis voltar? Por isso você desistiu da ideia de nos separar?
Alan assentiu.
- Eu sabia que poderia ajudá-la, mas... Foi tarde demais - e tornou a baixar a cabeça.
James achou melhor não insistir numa conversa, por ora. Levantou-se e chegou mais perto de Max, que movia as mãos em círculos em cima dos braços de Lily.
- Pronto - disse Max, assim que terminou de curar a garota.
Lily abriu os olhos e pela primeira vez James a viu sorrir de verdade.
Era um sorriso realmente bonito.
- Obrigada.
- O que vamos fazer agora? - perguntou Fran.
Dave e Max trocaram olhares e se permitiram sorrir,
apesar da situação em que todos estavam.
- Sei exatamente o que vamos fazer agora - falou Max.
...
E lá estavam eles, na fila para o primeiro banho desde que chegaram ali. Lily estava dentro do banheiro há quase dez minutos e James tinha se preparado para bater na porta, quando ouviu o som inconfundível de chave girando dentro da fechadura. A porta abriu e Lily saiu, os cabelos molhados e as mesmas roupas sujas de antes.
- Qual foi a sensação? - perguntou James, antes de entrar.
- Como se um espírito ruim tivesse finalmente deixado meu corpo.
Ele riu e entrou.
Pela primeira vez em dias, aqueles Sete... Ou melhor, seis garotos esqueceram -se completamente do mal que os cercava e se permitiram aproveitar o maravilhoso banho que tinham a chance de tomar.
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