Fran Parker.
O Submundo era um lugar frio, apesar do calor emanado pelo fogo nas paredes. Se tornou ainda mais frio quando aquela voz robotizada começou a falar.
- Como já devem ter notado, estão sem alimento e suprimento. Peço que vocês se afastem da escada, por favor.
Eles fizeram o que a voz misteriosa pediu e três segundos depois foram surpreendido por um barulho de algo desmoronando e uma poeira grossa subiu.
Fran tirou um archote da parede para ver o que estava acontecendo; a escada havia desaparecido. De repente, tudo começou a tremer e eles começaram a girar sem sair do lugar.
Lily e Matthew se apoiaram na parede, enquanto os outros desabaram no chão úmido.
Tudo parou de girar e tremer, e a voz tornou a falar, como se nada tivesse acontecido:
- Bom, agora que vocês não sabem de onde vieram, começarei com os avisos: primeiro, como vocês já devem saber, precisam encontrar uma forma de sair daqui. Segundo, achem comida, ou morrerão de fome. Terceiro, o Submundo está cheio de surpresas para vocês. Tenham um bom passeio e até mais.
E tudo tornou a ficar naquele assombroso silêncio.
Fran levantou do chão e estendeu a mão ao Alan, que se levantou.
Os outros fizeram o mesmo logo em seguida.
Fran se perguntou onde estavam, mas tentar imaginar uma resposta lhe deixou mais nervosa do que já estava.
- Vamos andando - falou aos outros e passou à frente deles, com o braço estendido para iluminar o caminho.
Aquele lugar lembrava uma catacumba sombria e pensar naquilo a deu arrepios.
Caminharam por um longo corredor estreito em silêncio, até chegarem a uma bifurcação.
- Direita ou esquerda? - ela perguntou aos outros.
- Direita - a maioria respondeu, sem hesitar. - Direita sempre - complementou Alan.
Seguiram por outro corredor estreito e dessa vez se viram encurralados por uma parede que os fizeram parar.
- Há quanto tempo estamos nessa droga de lugar? - perguntou uma voz mau humorada que Fran logo reconheceu a dona: Lily. - será que tem alguém sentindo nossa falta?
- Já devem estar sabendo de nós, relaxa.
- Relaxa? Como assim, "relaxa"?
- O fato de você se importar com isso não vai nos tirar daqui - respondeu Alan. - Vamos dar meia volta e ir pela direita invertida.
- Hã? - eles perguntaram, em uníssono.
- Esquerda, gente, direita invertida é esquerda.
- Aaaah tá.
Seguiram pelo caminho que ele havia dito e encontraram uma escada que descia em direção a uma luz muito distante.
- Onde será que isso vai dar? - Max se arriscou em perguntar. Fran deu de ombros e empurrou Alan, que estava logo à sua frente, para que tornassem a andar.
Desceram os degraus e a luz foi se tornando ainda mais próxima e clara e Fran tentou ficar na ponta dos pés para poder ver melhor, mas não conseguiu ver nada.
- Olha só isso! - disse Matthew, meio boquiaberto, combrindo o rosto com a mão.
Os degraus chegaram ao fim e os olhos deles precisam de ajustar à claridade para, só então, poderem ver onde haviam chegado.
Era como se eles estivessem se perdido e encontrado algum tipo maluco de floresta subterrânea. Como se aquilo fosse possível. Na verdade, era possível; pois Fran e todos os outros podiam ver muito bem.
- Uau! - disse uma Dave bastante impressionado.
- Esse lugar é tão lindo! - falou a pequena Max, abraçada ao braço direito de Dave. Fran percebeu como eles haviam ficado proximos rapidamente, e deduziu que aquele era o efeito do medo nas pessoas. Ele costumava aproxima-las. Costumava; não sempre.
Fran assentiu, concordando silenciosamente com a garota.
Aquele lugar era, apesar de estranho, lindo. Possuía vários e vários tipos de árvores de todos os tamanhos que davam frutos bastante suculentos. No canto direito, havia uma pequena cascata que jorrava água cristalina num lago.
Eles logo se espalharam. Matthew e Lily correram para o lago e deitaram na margem para beber o máximo de água que podiam. Dave e Max se aproximaram de uma árvore qualquer e se penduraram num dos galhos para tentar apanhar uma fruta. Alan analisava o lugar com seus olhos atentos. Fran tirou um cigarro do bolso e o acendeu. James parou ao seu lado, as mãos no bolso.
- Não sabia que você fumava.
- Acho que você não sabe muita coisa sobre mim.
Ele assentiu.
- Tem razão... - Fran deu uma longa tragada no cigarro e segurou. Levantou a cabeça e liberou toda a fumaça de seus pulmões. - Olha só aquilo - virou o rosto para onde James apontava: no meio do Lago havia uma pedra e, em cima dessa pedra, uma caixa de madeira.
Ao mesmo tempo em que eles chamaram os outros para mostrar, a mesma voz robótica de antes começou a falar outra vez:
- Esse é o seu primeiro desafio. Peguem a caixa. Darei-lhes três dicas; a primeira: não tentem ir pela água; segunda: essa caixa é muito importante; terceira: quem conseguir alcança-la primeiro, será levado.
- Como assim "será levado"? - James quis saber, mas a voz já havia terminado, deixando-os ainda mais confusos. Eles trocaram olhares nervosos. O que fariam a seguir?
E aí? Será que eles irão tentar pegar a caixa, ou vão ignora-la? E, se tentarem, será que um deles realmente será levado? Bom, isso vocês só saberão no próximo capítulo.
Beijos 💙
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