Dave Schmidt III.
Aquela maldita coisa tinha mais de quatro metros e era largo feito um guarda-roupa; seus olhos eram brancos, assim como toda a sua pelagem, e assustadoramente esbugalhados.
Eles haviam sido descobertos e não tinham a mínima ideia do que fazer.
Dave ainda estava congelado quando sentiu uma mão envolta do seu pulso puxa-lo em direção à porta.
- O que vamos fazer? Isso é suicídio! - gritou, quando Fran abriu a porta e deixou os outros passarem na frente, antes de arrasta-lo para fora da casa.
- Não parem de correr! - gritou Alan sem olhar para trás.
O monstro, apesar de gigantesco, era um tanto lento, o que os permitiu ganhar uma boa vantagem na corrida.
- Gente! - gritou Lily, parando bruscamente.
- Se for reclamar, melhor nem...
- GENTE!!! - ela berrou outra vez, apontando para algum lugar. Eles pararam.
- QUE DIABOS VOCÊ PENSA QUE... AÍ... MEU... BUDA - Alan deixou o queixo cair. - olhem só - e apontou pro mesmo lugar para onde Lily apontava.
Era uma casa exatamente como as outras, mas na porta havia um letreiro dizendo: ARSENAL.
Dave não esperou pelo que seria dito a seguir, até porque não tinham tempo para bater papo sobre o que fariam.
Se desvencilhou de Fran e correu em direção à pequena casa. Os outros fizeram o mesmo. Abriram a porta, mas não existia nada de diferente ali. Os mesmos sofá, mesa e bancada de antes.
- Onde será que tá? - Matthew perguntou quase gritando por conta de outro rugido. Os passos estrondosos tornavam a se aproximar.
- Vamos procurar...
Dave olhava em cima da bancada à procura de alguma chave ou botão quando segurou uma estátua e percebeu que ela estava presa à bancada. Com esforço, segurando com as duas mãos, a puxou e ela se inclinou para o lado. No mesmo instante, uma escada surgiu ao lado da janela.
- UAU! - exclamou James, surpreso.
- Tão clichê - disse Alan sarcasticamente.
Desceram os degraus com bastante pressa e se viram num arsenal que parecia armazenar todas as armas de batalha do mundo. Desde adagas prateadas, até lanças douradas de dois metros.
Dave correu para uma espada, lembrando-se de uma das únicas lembranças boas que tivera com o pai, quando eles passavam horas e horas disputando com espadas de madeira. Procurou afastar o pensamento, se concentrando na lâmina à sua frente.
Fran apanhou uma adaga - Dave se perguntou que utilidade aquilo teria - enquanto Matthew e Alan se armaram de arco e flecha. Lily segurou uma das lanças com firmeza, como se soubesse exatamente o que estava fazendo - e James, meio indeciso escolheu um enorme machado.
- Se nossas vidas não estivessem em risco, eu diria que sou o Power Ranger vermelho, mas é melhor deixar pra outra hora - disse Alan.
Correram de volta ao andar de cima e se depararam com a mesma cena de antes. O telhado da casa removido à força e o monstro olhando para dentro, enquanto rugia a plenos pulmões.
- Melhor a gente ir lá pra fora! - gritou James para eles.
Saíram da casa e procuraram ganhar distância do bicho horrendo. Matthew e Alan pararam um pouco à frente dos demais, tiraram uma flecha de suas aljavas e dispararam. Dave não tinha ideia de como eles sabiam, mas os dois garotos acertaram a cabeça do monstro, que rugiu de dor.
Porém, contudo, entretanto, ele não parou de andar.
- Uma ajuda até que não seria recusada, sabia? - gritou o garoto de cabelos cacheados, enquanto encaixava outra flecha no arco.
- Fran, distrai ele, enquanto eu e James vamos por trás - Dave havia tido uma ideia.
- Ei seu gigante bunda mole! - ela gritou, atraindo a atenção do mostro, que começou a avançar em sua direção.
Matthew e Alan acharam melhor sair do caminho, enquanto Dave e James corriam em direção aos calcanhares do gigante peludo.
- Um... - começaram a contar. Levantaram suas armas à cima da cabeça. - Dois... - se concentraram e miraram - Três - assentiram e baixaram os braços ao mesmo tempo com toda a força que puderam.
Um líquido marrom e viscoso escorreu pelos tendões de Aquiles do gigante, que berrava como se parisse outro gigante.
Ele caiu de joelhos com um estrondo, fazendo o chão tremer.
Dave e James iam correndo de volta para perto dos colegas quando a mão peluda e gigantesca do monstro acertou James, arremessando-o contra a parede de uma das casas. O garoto caiu imóvel no chão.
Fran correu para ele e se ajoelhou ao seu lado. Alan largou a aljava no chão e fez o mesmo. O gigante ainda urrava de dor e Dave olhava para ele, quando uma lança o acertou bem no meio dos olhos, fazendo-o cair para a frente, cravando ainda mais a lança em sua cabeça monstruosa.
Dave olhou para trás, e Lily encarava o bicho morto com os olhos frios.
- Não sabia que você era tão forte assim - ele falou.
- Você não sabe nada sobre mim.
- Sei que seus pais te amam, diferentemente dos nossos.
Ela riu e balançou a cabeça.
- Você continua sem saber nada - passou por Dave e foi em direção ao gigante.
- O que você vai fazer?
- Vocês não viram o pescoço dele? - ficando na ponta dos pés, ela desamarrou uma corda do pescoço do bicho. Havia uma chave pendurada nela.
- Agora que encontraram a chave, encontrem a casa número nove e procure pelo porão - a voz robótica, dessa vez, desaparecera tão bruscamente quanto surgira.
- Como ele está? - Dave perguntou, aproximando -se.
- Respirando. Mas não está bem - respondeu Fran.
- Querem ficar aqui enquanto eu vou lá ver o que tem no porão?
- Melhor irmos juntos - sugeriu Alan. - me ajuda a levá-lo, Fran.
E lá estavam eles, respirando ansiosamente, à busca da casa número 9.
Encontraram a casa mais rápido do que esperavam; a porta estava destrancada como todas as outras e eles entraram.
- Acho que eu vou ficar aqui com ele - contou Fran, respousando o corpo desacordado de James no sofá.
- Eu fico aqui com você - disse Alan, checando o pulso de James.
- Tudo bem, já que ninguém parece animado pra fazer isso, eu vou - resmungou Lily.
Dave a observou subir na bancada e puxar a porta do alçapão no teto, fazendo uma escada de madeira surgir.
Sem hesitar, a garota subiu.
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