Alan White
Como sempre, nem todo mundo gosta de seguir regras. E, como consequência disso, as pessoas que não seguem regras se ferram. Não foi diferente ali.
Matthew foi o único a correr em direção à água para tentar ir nadando mas, antes que pudesse dar a primeira braçada, começou a urrar de dor e saiu correndo da água. Seus braços e pernas agora tinham uma coloração meio esverdeada e pareciam um tanto podres. De tanta dor, ele se jogou no chão e começou a rolar pela terra, berrando a plenos pulmões.
Alan se aproximou de Fran e James que estavam próximos à água e falou.
- Qual o plano?
Os dois lhe lançaram um olhar intrigado e deram de ombros.
- Não quero ficar que nem ele - disse James, apontando com o dedão para um Matthew meio desacordado. Ninguém ligava para ele.
- Nem eu e é exatamente por isso que estou perguntando qual o plano.
- Não tem um plano - disse Fran, meio indignada. Alan reparou, agora que a observava mais de perto, que seus lábios eram um tanto escurecidos, provavelmente por conta do cigarro. Ele se perguntou o que ela faria quando os cigarros que tinha acabassem. Seus pensamentos da vida alheia foram interrompidos quando ela continuou, após uma longa tragada: - isso é só baboseira dessa mulher robô. Não tem nada ali dentro e ninguém será levado. Só iremos ficar aqui até que alguém se canse de tudo isso e resolva nos levar pra casa.
- Então você não acredita que esse lugar anormal. Você realmente acha que estamos aqui apenas para sermos concertados.
- Sim - ela respondeu, cheia de segurança.
Alan riu.
- Olha, acho que esse cigarro tá afetando seus miolos - e se afastou, pensando.
Mas ele não precisou pensar por muito tempo, pois viu algo que o deixou mais impressionado que assustado. Algo que ele nunca teria visto se estivesse no mundo normal. Mas, por não estar, ele podia ver.
Max flutuava.
Isso mesmo.
Ela flutuava, como se estivesse dentro de uma bolha invisível.
- Dave! Dave me ajuda - ela começou a gritar, com a voz trêmula.
- Max! - Alan gritou, após ter uma brilhante ideia. - Max, preciso que me escute, ok? - a garotinha começava a gritar. - Max, por favor, você pode tentar... Hum... Flutuar até aquela pedra - apontou para a pedra com a caixa - e pegar aquela caixa de madeira? Ela vai nos ajudar a sair daqui, querida.
- Dave! - Max, desesperada, continuava a choramingar.
- Max... - Dave tentou esticar o braço para puxa-la, mas ela estava longe do seu alcance.
- Max, você pode fazer o quê eu pedi? Respire fundo, ok? Você consegue fazer isso. Você é mais forte que todos nós juntos - Alan disse, na tentativa de encoraja-la. Funcionou. A garotinha enxugou as lágrimas que lhe desciam desordenadas pelo rosto e começou a mover os braços como se voasse. Ela nem saiu do lugar.
- Eu não estou conseguindo...
- Respire fundo...
Ela balançou a cabeça e fechou os olhos. Mesmo há metros de distância, Alan pode observar que seu peito estava estufado, como se a garotinha prendesse bastante ar.
Três segundos depois, ela começou a flutuar em direção à pedra.
Alan se permitiu sorrir, apesar do nível elevado de esquisitice que aquilo possuía.
Já bem em cima da pedra, Max esticou o braço para pegar a caixa e a segurou firmemente quando o fez.
Pouco depois ela estava de volta à terra firme, o efeito de levitação havia acabado bem a tempo.
Todos, exceto Matthew, que permanecia desacordado no chão, se aproximaram para observar a caixa.
- E agora? - quis saber Dave.
- Acho que Max que deve abrir - sugeriu Alan. Todos concordaram.
Como se fosse uma maleta, ela abriu os fechos metálicos da caixa de madeira. Havia um envelope ali dentro. Ela o segurou com as duas mãos e, antes de ler o conteúdo, deu uma boa olhada nos colegas à sua volta.
- "Há uma profecia - ela começou a ler, com sua vozinha trêmula. - uma profecia que diz que há cada 70 anos, nascerão 7 jovens com potenciais desconhecidos poderá nos derrubar. Ainda não descobrimos quem são os tais "Sete". Há uma grande possibilidade que sejam vocês. Se não forem, e caso sobrevivam, poderão retornar às suas respetivas casas. Mas, se vocês se mostrarem ser os tão temíveis e esperados "Sete", serão massacrados; vocês não retornarão" - ao ler a última frase, uma lágrima escorreu o rosto de Max e Dave a abraçou. - e se eles pensarem que eu sou anormal por causa disso que acabou de acontecer comigo?
- Não, Max, fique tranquila. Não foi você. Foi a fruta. Shh, foi a fruta, não foi você, ok? - Dave a abraçou ainda mais apertado, consolando-a e, relutante, ela assentiu.
Todos ficaram em silêncio, digerindo o momento quando tudo mergulhou numa profunda escuridão e eles não conseguiram enxergar um palmo à sua frente.
Alan sentiu uma força invisível empurra-lo para o lado e ele caiu no chão e bateu a cabeça com força.
- DAVE! - ouviram-se gritos. - DAVE, POR FAVOR ME AJUDA!
- MAX? MAX CADÊ VOCÊ? - Dave berrou - MAX? - silêncio.
Tudo tornou a ficar claro.
Além de Alan, Lily e James também estavam no chão. Dave havia corrido para perto das árvores e Fran tinha os olhos arregalados.
Max havia sido levada.
- Puta merda - Fran murmurou, levando a mão à frente dos lábios.
Alan levantou-se, ainda bastante tonto.
- Então, ainda acha tudo isso uma baboseira? - perguntou à ela, que lançou-lhe um olhar de desespero.
Bom gente, então é isso... Espero que tenham gostado do capitulo. Sintam-se à vontade para comentar e me contar o que acharam da história <3
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