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Capítulo I

Vocês já sentiram como se estivessem afundando em um oceano vasto e vazio? Onde você não consegue ver mais nada além da luz do sol refletindo na superfície da água.

Bom, é como eu estou me sentindo nesse momento, me sinto submersa em meus pensamentos. Sinto que estou afundando e não tem ninguém para me salvar. Eu não sei como tudo isso começou, só sei que não consigo sair deste estado...

Me chamo Aurora, como a famosa Aurora Boreal, alguns se lembram da princesa assim que ouve o meu nome, porém, só consigo me lembrar daquele fenômeno incrível e fascinante. Meus pais são separados, escolhi morar com meu pai, já que minha mãe sempre andava ocupada demais com o seu trabalho e eu me sentia como um fardo em sua vida. Quase todo final de semana ela vem me ver e tenta me paparicar, finjo estar contente com aquela situação porém só queria que as coisas fossem diferentes. Será que é pedir demais para ter atenção e amor da parte dela? Será que ela não percebe que isso nunca foi o suficiente? Hoje com 19 anos não me importo muito se ela aparece ou não, se me dar um celular do ano ou não. Não quero presentes, quero apenas ser amada, mas já desisti de esperar isso dela, me contento apenas com o amor de meu pai, que é imenso e me faz não precisar da atenção de minha mãe.

Irei para o segundo ano da faculdade de psicologia, sempre achei fascinante a mente humana e como ela se comporta. Minha mãe, claro, queria que eu cursasse medicina, e que fosse uma cirurgiã de sucesso, já meu pai, sempre me motivou a fazer aquilo que eu gostava, mamãe nunca aprovou isso, mas o que ela poderia fazer? Ela não tem direito de opinar já que quem cuidou de mim não foi ela.

Vou logo tomando meu banho para ir para a minha aula, a água quente me relaxava e sempre passava alguns minutos embaixo da água deixando minha mente vagar. Assim que acabei meu banho, visto minha calça jeans preferida e um moletom básico, alguns meses atrás adoraria me vestir, colocar brincos, usar maquiagem e fazer penteados em meu cabelo. Não sei se é a faculdade que está me esgotando ou se estou me esgotando por si só, ando cansada de tudo, não suporto mais conversar demais, estou perdendo o controle da minha mente. Descendo para tomar meu café vejo meu pai fazendo meu prato preferido, bacon com ovos.

— Bom dia pai.

— Bom dia minha pequena! Está com fome? Espero que esteja, fiz seu prefeito— ele falou com um sorriso de orelha a orelha, por mais que eu estivesse mal, não conseguia ser rude com ele, e nunca seria.

Tento abrir o maior sorriso que eu puder para não o preocupar.

— Claro pai, sempre estou com fome— porém hoje não estava, mas não o desapontaria.

Sem apetite, comi empurrando com o suco e sorrindo para meu pai, sabe o que é você adorar comer algo e não sentir mais o gosto e o prazer daquilo? Bom, perdi isso na maioria das coisas que eu fazia, minha paixão é a pintura, era meu refúgio para tudo isso, mas hoje não consigo olhar para uma lata de tinta, não consigo sentir o prazer que aquilo me trazia, agora tudo virou lixo guardado no porão. Chegando na faculdade me sento ao fundo, tempos atrás sentaria na frente e responderia todas as perguntas que me fizesse, hoje, quero apenas ser invisível. O professor começou com a aula de Ciclo de vida humano III.

— A ideia dos ciclos de vida remete aos ciclos de formação, um modo de organização da escola alternativo ao sistema seriado- falou o professor iniciando a sua aula— No contexto da psicologia, essa idéia remete aos estágios de desenvolvimento humano, um modo de organização das etapas da vida humana— ele continuou.

À medida que continuava a aula vários alunos levantavam a mão fazendo várias perguntas ou respondendo. Eu apenas queria que ela terminasse o mais rápido possível.

— Apesar de a "morte" ser um fato e um acontecimento imprevisível, o ser humano tenta esquecer, ignorar, ou até mesmo "matar a morte". Para isso, utiliza os chamados mecanismos de defesas. Alguém poderia responder?— O professor pergunta olhando ao redor, alguns alunos levantam a mão mas os ignora— Aurora? Poderia responder minha pergunta?

A sala se revira para me olhar e ouvir minha resposta, alguns rostos demonstravam ansiedade e outros desdém.

— Claro professor, as etapas seriam negação, deslocamento, racionalização e morte em vida.

Todos se voltam para o professor, alguns revirando os olhos e outros sorrindo pela resposta.

— Está correto!— disse o professor

Terminando a aula começo a juntar os meus materiais, até que percebi um grupo de quatro meninas vindo em minha direção. Tento juntar o mais rápido para sair mas não adiantou muito.

— Oi, Aurora, não é?—  perguntou uma das meninas.

— Sim, sou eu.

— Então, é que a turma vai ao lago hoje e viemos te chamar, vejo que você é muito na sua e percebi que não estava com sua mente na aula e sim em outro lugar, está tudo bem?

— Sim, está tudo ótimo—falei esboçando um sorriso falso— E eu não gosto muito de sair de casa, então não vai dar para aceitar o seu convite.

— Por favor, vamos, vai ser divertido, é bom fazer amizades.

— Me desculpa, mas a resposta é a mesma, não querendo ser rude.

As meninas que estavam com ela aceitam a resposta dando meia volta e indo embora, quando ela também ia fazer o mesmo ela se vira.

— Eu sei que você não está bem, não acreditei nesse seu sorriso forçado, acredite, já estive assim, perdida. Se quiser ir ao lado é só ir— falou logo se virando e indo embora— Ah, eu me chamo Mary— gritou já na porta.

Quando ela disse seu nome eu sorri, e não era um sorriso forçado, preciso parar de tentar afastar as pessoas de mim se não irei afundar mais rápido. Chegando em casa subo direto para meu quarto me jogando na cama, penso um pouco pegando o celular para olhar o horário, acho que não seria tão ruim assim ir ao lago, tentar me realocar. Me levanto da cama e fico em frente ao guarda roupa, procuro um biquíni e um vestido leve para colocar por cima. Logo que os encontro, coloco em mim me olhando no espelho, vejo a minha eu do passado e isso não me deixa mal. Desço rápido as escadas e vou avisar papai que estou saindo.

— Pai, estou indo ao lago com umas amigas— digo já pegando a chave do carro.

— Claro minha princesa, só tome cuidado e nada de bebidas!.— disse apontando um dedo para mim, apenas concordo com a cabeça e ele logo se aproxima dando um beijo em minha testa— Se divirta, faz tempo que não a vejo fazendo isso, estava começando a ficar preocupado.

— Não se preocupe papai, estou bem.

A maior mentira que você diz e força seu cérebro a acreditar é o "estou bem" quando você já não se encontra mais dentro de si. Entro em meu carro e encosto a minha cabeça no volante pesando se isso é uma boa ideia ou não, mas não é hora para voltar atrás. Ligo o carro e saio da garagem, quando já estou na rua sintonizo a rádio e está tocando "Rosyln" minha música favorita, a sua melodia me acalma, quando tenho crises de ansiedade eu a ouço para me acalmar. Você pode estar se perguntando quando começou minhas crises, bom, meus mais discutiam muito e às vezes aquilo extrapolava e presenciar aquelas brigas acabou comigo, e quando os meus pais decidiram se separar e eu escolhi meu pai, ele percebeu que não estava bem, tinha muitos pesadelos e gritava durante o sono. Meu pai decidiu me levar a uma psicóloga para me ajudar com o meu problema e ela disse que eu tinha crise de ansiedade, me prescreveu terapia. Fiz terapia por quatro anos, e descobri que música me acalmava.

Há vários carros na beira da estrada de acesso ao lago, tento estacionar o meu mais próximo possível dos demais, o acesso ao lago é somente a pé e é uma pequena caminhada até ele, a paisagem do caminho é muito bonita, as árvores fazem um arco fazendo a estrada parecer um túnel, trouxe minha câmera polaroid para guardar cada momento, e essas árvores irá dar uma ótima recordação. Ganhei a câmera polaroid de presente de aniversário do meu pai, ele pediu para fotografar cada momento que fosse especial para mim, na parede do meu quarto tem várias fotos de momentos que eu vivi, minha primeira ida à praia, o dia que eu e papai fomos no parque de diversões, o cachorro quente no quintal de casa, minha entrada na faculdade, entre outros vários momentos que se tornaram especial para mim. Penso que se eu morrer terei deixado para trás algo para relembrar, para guardar, para dizer que vivi o bastante e que tive vários momentos de alegria e também de tristeza.

E ultimamente tenho pensando bastante nessa possibilidade, sinto uma dor tão grande dentro do meu ser que queria que ela acabasse e penso que essa seria uma boa possibilidade, não me enxergo mais em um futuro, não consigo me ver formada, sendo uma ótima profissional e encontrando o amor para viver até o fim de meus dias.

Mas às vezes penso que seria egoísta, penso em como meu pai ficaria sendo que ele só tem a mim, mas será que ele não entenderia que apenas não me sentia mais viva? Será que ele entenderia que não foi por culpa dele e sim porque nem sempre o amor é o bastante. Às vezes o amor  tem o poder de te salvar e te afundar ao mesmo tempo. Me sinto como uma casca, andando por aí sem algum propósito, uma casca querendo ser preenchida por algo.

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