Madrugada
Vai-se.
Como o bandeirante que
desbrava a mata virgem,
adentra-se no meio da
noite não tão escura e
nem tão fria.
É entre a terceira e
a quarta vigília.
Esvai um pouco o peito,
como se a vontade de outrora diminuísse:
é tão mais fácil sorrir ao meio-dia.
Na madrugada, contenta-se
o semblante noturno. Apático.
A hora passa mais lenta pro ordinário,
acostumado com as noites claras.
Na verdade, a noite sempre é devagar.
É o relógio que de madrugada tem
o tic tac tão barulhento
na escura sala vazia da dona Germina.
É de propósito que marca
o tempo daquele jeito. Que propósito?
Só sei que na madrugada,
quando o silêncio predomina,
minha alma tagarela incansável
sobre os anseios das 4:15.
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21/07/2017
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