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Cap. 11: À direita de nós

A euforia tomava conta do seu peito, ele se apresentaria finalmente. Um ano de treinamento valeria a pena, todas as surras que levou até conseguir a fazer as sequências de golpes com maestria, valeriam a pena.

Tirou do guarda roupa o melhor quimono que possuía, não viu seu pai entrar no quarto silenciosamente.

ㅡ E aí meu garoto?

ㅡ E aí pai... ㅡ Disse ele, meio sem jeito. Estar ali, realizando seu sonho e o sonho da família era, no mínimo,
inacreditável.

ㅡ O que está fazendo?

ㅡ Escolhendo o Quimono que vou usar, olha. ㅡ o quimono branco um tanto surrado é mostrado e o mais velho arqueia uma sobrancelha.

ㅡ Você não vai usar isso, por Deus! ㅡ Hideki encara o pai sair do recinto com o cenho franzido. Pouco tempo depois ele entra novamente com uma caixa quadrangular e a coloca na cama diante filho. ㅡ Vai, abre.

Os olhos de Hideki brilharam ao ver a roupa dentro da caixa.

ㅡ Pai... ㅡ O Quimono era alvo como a neve, com detalhes em preto na cola e nas mangas ㅡ É perfeito! Eu amei!

ㅡ Infelizmente não vamos nos apresentar juntos desta vez. ㅡ O pai encarou o filho triste mas com um sorriso fechado, muito feliz apesar dos pesares.

ㅡ Você vai se orgulhar pai, eu serei o melhor, vou compensar o que... ㅡ O garoto percebeu como seu pai entristeceu por prever o que ele falaria em seguida. Então deixou a frase morrer subentendida.

Vou compensar todo desgosto que Adrian trouxe.

ㅡ Bem, termine de se arrumar garotão. ㅡ Disse ele saindo do quarto, e deixando o rapaz sozinho.

Momentos mais tarde, lá estavam eles, correndo atrasados, o carro resolveu quebrar bem na hora da saída.

Hideki corria receoso, vento que batia em sua face lhe trazia um mau presságio.

ㅡ Vamos filho, se não nos apressarmos, não vai dar tempo.

ㅡ Não quero ir por aí pai, estou com um aperto no peito.

ㅡ Esse é o caminho mais rápido, quero assistir sua apresentação. Venha logo! ㅡ e então, o jovem seguiu correndo, a contragosto, sumindo junto com seu pai na escuridão do beco vazio e sem iluminação.

No meio do beco, encontraram um quarteto de garotos de comportamento suspeito.

ㅡ Olha o que temos aqui! Vejam rapazes... aquele quimono deve ser bem caro não acham? ㅡ Disse um rapaz branco de cabelos compridos, Hideki encarou o grupo com veemência. Eles, por sua vez, se aproximaram da dupla.

ㅡ Podem tirar o cavalo da chuva! ㅡ Disse o pai firmemente.

ㅡ É? ㅡ Um dos caras, provavelmente o líder, gargalhou. ㅡ infelizmente vocês não têm para onde fugir. Senhores... vamos nos divertir.

Lá se foram os quatro, pai e filho se entreolharam, o pai gargalhou e foi ao encontro deles. Uma voadora certeira no pescoço. O nocaute de um. Hideki, por sua vez, sequenciou vários golpes em pontos específicos do corpo do segundo e este caiu no chão. Sobraram somente dois. O líder e mais outro.

ㅡ Vamos? ㅡ Pergunta o pai confiante.

ㅡ Vamos. ㅡ Com a resposta de Hide a dupla seguiu para derrotar os oponentes, o mais velho mirou no líder; o mais novo, no outro a seu lado. Vencer foi fácil... facil demais. Eles se deixaram derrotar? Não, alguma coisa estava errada, os dois nem tinham começado e eles já estavam nocauteados?

ㅡ Acabou? ㅡ Disse o pai com as sobrancelhas arqueadas.

ㅡ É, acabou, mas acho que... ㅡ Hide parou. Não havia com o que se preocupar, não é?

Sentiu o calor vindo de seu pai que o envolveu com o braço esquerdo e o encarou com um sorriso caloroso. A dupla se pôs a andar rápido pelo beco, encontrar mais imprevistos estava fora de cogitação. Perto da saída, o som de um tiro reverberou pelo local. Hide assistiu pasmo, seu pai cair de joelhos e em seguida beijar, sem carinho, o chão molhado pela lama.

Virou aos poucos, graças aos espasmos musculares, causados pela desolação, seu corpo agora era uma marionete com defeito, seu rosto tremia enquanto virava para ver o assassino de seu pai. E as lágrimas desceram como uma hemorragia inestancável.

Hideki foi tirado de seus devaneios quando a voz de sua mãe ecoou desesperada.

ㅡ Socorro! ㅡ Ele estava no chão da sala, estava em cima de sua mãe. Ah! Lembrou-se, ele se jogou por sobre ela para tirá-la da mira da arma. Levantou-se.

ㅡ Lamento mãe, mas você não vai encontrar com o papai ainda. ㅡ Ele disse dirigindo-se, não à mãe, mas ao irmão. ㅡ Você é patético.

ㅡ Eu vou te matar! ㅡ Bradou Adrian.

ㅡ Com essa arma descarregada? ㅡ o mais velho travou, Hideki continuou a falar ㅡ Você sempre se achou o melhor em tiro ao alvo, se não estou enganado. Posso até sugerir, sem nenhum resquício de dúvida, que você só tinha uma bala.

ㅡ A arma está carregada até a tampa, vocês morrem aqui! ㅡ Adrian berra, enquanto Hideki gargalha.

ㅡ Se eu não te conhecesse, eu até acreditaria. Mas, infelizmente, para você, eu conheço cada célula desse resto de aborto como a palma da minha mão. ㅡ Adrian se descontrolou e saltou em direção ao irmão, encarando-o com uma expressão de ódio desnecessário, em um rosto de exigia um bom chute. Insensato, como sempre, foi recepcionado carinhosamente com uma voadora no rosto e caiu no chão. Em seguida, uma sequência de golpes o deixou inconsciente.

Hideki poderia matá-lo? Sim, mas ele não sujaria as mãos com um pedaço de merda como aquele. Embora ele soubesse que o furacão Adrian só cessaria com a morte, ele não o mataria. Definitivamente não! Jogou seu irmão umas quadras longe da casa, ele sabia que aquela peste não voltaria lá, a cota já havia se esgotado, por agora.

Voltou correndo para casa e encontrou a mãe deitada, na mesma posição que ele a deixara. Ela estava chorando.

ㅡ Mãe? O que houve?

ㅡ Eu... estou... com saudade... do Marlon ㅡ Disse, por fim, entre soluços. O jovem não aguentou e caiu em lamúrias abraçando a mãe.

Por que você tinha que ir por aquele beco... pai?!

Cansaço, tudo se resume em cansaço. De repente uma mensagem dizendo que a viagem foi adiada para depois de amanhã, eu gritei de euforia. Eu estaria mentindo se dissesse que quero arrumar a mala. Agora tudo que eu quero é descansar, e o faço jogando minhas costas na cama. A colcha macia em tom azul, combinando com todo o quarto em preto e azul marinho, me faz um convite irrecusável. Dormir.

ㅡ Filho? ㅡ Minha mãe bate a porta - posso?

ㅡ Entre mãe.

ㅡ Hideki quer falar com você. ㅡ Ela me entrega o telefone. Isso é estranho, por que ele não ligou para mim? Pego meu celular rapidamente. Descarregado. Respiro fundo e veemente.

ㅡ Alô?

ㅡ Preciso desabafar. ㅡ Sua voz estava trêmula, ele estivera chorando?

ㅡ Diga, estou todo ouvidos. ㅡ Falo me sentando na cama, preocupado.

ㅡ Eu não aguento mais... ㅡ Disse ele soluçando, a voz grossa soava como um sussuro. Aquilo me dava uma certeza.

Adrian!

ㅡ Cara, eu... eu não sei o que eu faço, não aguento mais, eu não sei mais como lidar com tudo isso.

ㅡ Eu sei que sua vida é difícil. ㅡ Começo sem pensar, espero que fale as palavras certas. ㅡ Te conheço desde a infância, sei de tudo que você passou, você sabe tudo que eu passei. Nós passamos por muita coisa juntos. E vencemos. Sei que apesar de parecer idiota, não posso deixar de dizer que vamos vencer mais essa.

ㅡ Eu duvido muito cara, vou acabar sucumbindo. Estou chegando ao meu limite Adray, não sei se eu vou suportar.

ㅡ E o que você vai fazer? Vai jogar a toalha? Vai deixar a vida te levar como folha seca ao vento?

ㅡ O que você quer que eu faça?

ㅡ Insista. Você sempre foi forte, enfrentou tudo de cabeça erguida. E mais... quando eu não estou bem, você sempre diz que eu devo continuar mesmo que eu não tenha forças. Se não puder correr, ande; se não puder andar, pule; se não puder pular, arraste-se. Mas nunca desista. Esqueceu disso?

ㅡ Você sabe que eu sou péssimo em seguir meus conselhos.

ㅡ É essa sua desculpa? Eu te pergunto: era isso que seu pai faria? ㅡ Silêncio.

Merda, por que eu fui dizer isso?!

ㅡ Hide... eu...

ㅡ Obrigado.

ㅡ Ei! Hi... ㅡ De repente, estou falando sozinho.

ㅡ Como ele está filho?

ㅡ Acho que você já pode imaginar. ㅡ Entrego o celular para ela e me jogo na cama. Minha mãe me encara preocupada e sai do quarto.

Fiquei deitado tentando descobrir como eu me tornei um péssimo amigo. Gargalho, gargalho e gargalho, que bela ironia. Como posso pedir para ele não desistir, se já desisti de mim mesmo? A verdade é que... o que pode nos destruir sempre está á direita de nós.
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Autor on

Olá meus nobres e amados normais. Perdão pela demora nas postagens, vida de pré-universitário não é fácil. Mas em fim, hoje vim fazer uma homenagem à esses anjos:

Jsolliver
allyhmarques
AccelSan
RobCabral
EmanuelNSantos
MaiaraRSilva

Quero dizer que vocês são incríveis, escritores e pessoas de excelência, competência e caráter invejáveis. Obrigado pela troca de experiências e todo o aprendizado.

HORA DA PROPAGANDA

OBRA DA allyhmarques
https://www.wattpad.com/story/187292009-seal-team-fortis-fortuna-adiuvat

Você que gosta de um livro que mescla drama, ação e risco de vida este livro é perfeito para você.

OBRA DO AccelSan
https://my.w.tt/3ZgfbctScZ

Você procura fantasia, animes e ação?
Então este livro é o livro perfeito para você, tem tudo isso e ainda possui referências de vários animes, entre eles, shingeki no Kyojin (Attack on titan). Esse livro é um ícone.

OBRA DO EmanuelNSantos
https://www.wattpad.com/story/151399526-isdrani-a-salva%C3%A7%C3%A3o

Esse livro gente, é um livro magnífico, você que procura cenas de ação descritas com maestria, além de muita ação e lutas de fazer jorrar sangue pela tela. Esse é o livro perfeito. Além de ser cheio de intrigas.

OBRA DA MaiaraRSilva
https://my.w.tt/sF8E6wxcPU

Se você curte Harry Potter, magia e coisas nessa vibe, você vai se viciar nesse livro. Porque tem tudo isso, além de ação, drama e mistério... muito mistério.

OBRA DA Jsolliver
https://my.w.tt/RBvU7oHyrZ

Vampiros, ação, sangue, e uma VAMPIRA que quebra todos os protocolos? É isso que você quer? Então toma. Para os privilegiados que lerem essa obra, a Violet vai dar uma aula de graça sobre como fazer musculação corretamente. Kkkkk

OBRA DA RobCabral
https://www.wattpad.com/story/151399526-isdrani-a-salva%C3%A7%C3%A3o

VOCÊ QUE PROCURA UMA OBRA MEIGA E DELICADA, APRESENTO A VOCÊ ESTA HISTÓRIA.

A anjinha/fada Rob vai te mostrar a personificação da delicadeza e da meiguisse, ou seja, um pouco dela mesma. Kkkkk

Por fim, peço que vocês continuem assim, magníficos e mestres, não só em escrever, mas em passar uma mensagem para o mundo. Uma mensagem boa, afinal, muitas pessoas veem suas obras como refúgio, como antidoto para o psicológico, como a salvação de um dia ruim. Acho que todos que escrevem deveriam ser assim: compromissados em tornar a vida de quem lê mais doce, mais alegre e menos entediante. Faço uma paráfrase com Ferreira Gullar: A escrita existe porque a vida não basta. Façamos da vida daqueles que leem nossas obras mais completa, façamos com que os leitores de nossas obras sintam-se realizados no fim de cada dia, em fim, façamos o que sempre fazemos: escrever para completar o que nos falta e o que falta no resto do mundo.

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