Capítulo 3 - bridge
O domingo passou mais rápido do que o esperado. Kenny, Dem e Tory passaram praticamente o dia fora com Mia, fazendo todos os seus gostos. A garotinha comeu desde balas até hambúrguer e sorvete. Claro que seu pai a deixava comer besteiras de vez em quando, mas nunca em excesso. Os adultos estavam cientes de que a bronca viria; porém, não se importavam, Mia era como uma filha coletiva de todos eles, então sempre a mimariam.
Além de todas as porcarias que se poderia ingerir, os tios lhe compraram material escolar e uma mochila para escola, além de um uniforme novinho em folha.
Tiveram sorte, pois a escola estava aberta para um evento de professores,
Mia não poderia estar mais feliz, afinal, tinha a melhor família do mundo.
[...]
O Keene e seu irmão passaram boa parte do tempo conversando, Anthony tentou a todo custo convencê-lo a deixar a cidade e levar ele e Mia por uns tempos; porém, sem sucesso
- Você deveria pensar nisso, Robby. Eu estou indo bem com o restaurante, e você poderia pensar em seguir seu sonho.
Anthony tentava, pela última vez, tocar no assunto.
-Deixa eu ver como as coisas ficarão por aqui e te aviso, pode ser?
Concordou, apenas para que ele parasse de falar naquilo. Robby amava seu irmão, mas odiava o fato dele ser tão insistente a ponto de se tornar irritante.
A porta do apartamento foi aberta e o de olhos claros agradeceu por finalmente ter um motivo para mudar o foco da conversa. Observou Mia sorridente tentando carregar uma sacola duas vezes maior que seu próprio tamanho, riu da dificuldade da garotinha e correu para ajudá-la.
- Desiste, Keene. Ela quer carregar sozinha.
Tory ditou, enquanto colocava as outras sacolas no sofá.
- Pensei que vocês não iriam mais voltar
Robby dramatizou.
-Aliás, vocês assaltaram alguma loja? Que tanto de coisas são essas? E cadê o Kenny?
- Tô aqui!
Disse, entrando com dificuldade pela porta devido a sacola que carregava. suspirou. - Essa é sua sacola Robbyto. - Uh! - Depositou-a nos braços de Robby, que parecia envergonhado. Ah, qual é, Keene? Parece que somos estranhos, cacete resmungou.
- Obrigado, murmurou aceitando o presente.
- Você não vai olhar o que tem dentro? Anthony perguntou, cruzando os braços e Robby se manteve imóvel.
Eu vou olhar depois, maninho, obrigado. Tentou forçar o melhor sorriso que podia, mas todos ali sabiam que a vergonha que Robby sentia sempre que era ajudado era imensa e involuntária.
- Eu odeio quando você faz isso Robert! Puta que pariu!
Anthony esbravejou sério, e até se esqueceu que Mia estava ali.
Todos os olhos se voltaram para ele, que pegava sua carteira e celular - de alguma forma ele sentia que seu irmão estava sendo egoísta e ingrato, conhecia os medos dele e sabia que Robby sempre iria agir daquela forma, como se fizesse descaso do esforço alheio, e isso lhe machucava. Mesmo que involuntariamente, machucava.
- Anthony, eu agradeço a ajuda, eu só...
Para, Robert! Eu sei como se sente e eu me sentiria da mesma forma se passasse pelo mesmo. Eu sei que é difícil e sei que você se sente frustrado. Mas você não está sozinho. Eu deixei tudo para vir até aqui te ajudar e não fiz isso para me engrandecer não, fiz porque eu amo você e a Mia. Passei o dia tentando te convencer a vir morar comigo, a casa é enorme e lá tem tudo e você ao menos deu importância. Isso me machuca, porque eu daria o mundo por vocês e você age como se eu estivesse te dando uma esmola. - Suspirou profundamente por ter falado tudo de uma vez.
- Eu sinto que não cumpro meu papel de irmão. Passou as mãos pelos cabelos e todos continuavam o olhando.
- Você precisa engolir seu orgulho as vezes, Keene.
Se aproximou de Mia e lhe deu um beijo demorado na testa.
- Eu te amo princesa. Te vejo em breve.
Mia fez menção de chorar, sabia que os tios iriam embora e sabia que haviam brigado.
- Dem, faz um favor a nós todos e tira essa tinta maluca da cabeça, e olha, eu deixei o jantar pronto, ao menos uma noite vocês não vão ter que comer a comida radioativa da Tory.
Provocou a loira dando um abraço no mais alto da sala, recebendo um soquinho no ombro de Tory.
-Vamos, Kenny. Caminhou até a porta e encarou seu irmão antes de sair.
- Mesmo você sendo ingrato, eu estarei sempre aqui por você. ditou, por fim, deixando Robby estático para trás.
Kenny se despediu dos amigos e da garotinha e pediu que o mais baixo entendesse o lado do irmão, que estava passando por um momento delicado do qual ele não fazia ideia.
Os dois foram embora e Tory fechou a porta.
- Princesa!
Se dirigiu a garotinha que guardava as coisas que havia ganhado de volta na sacola, ela queria mostrar para seu pai, mas entendeu que aquele não era o momento.
- Leve para seu quarto hum?
Ela assentiu
- Depois você mostra para o papai o que compramos.
A alta bagunçou os cabelos alheios e ela seguiu com dificuldade, carregando suas sacolas. Ainda recusava ajuda e Robby percebeu que a garotinha havia herdado isso de si.
- Robby, precisamos conversar.
Ditou séria olhando de Robby para Demetri, indo até a onde cozinha se serviu com uma taça de vinho.
- Servidos?
Robby recusou, preferindo tomar um café e Dem deu uma golada na taça da loira, e ela fez ele tomar mais outro gole pois sabia que ele ia precisar. Os três se sentaram no sofá e a Nichols iniciou a conversa.
- Keene, eu sei que tudo isso é muito frustrante, mas eu espero que você possa compreender seu irmão. Se ajeitando no sofá. Sorveu um gole do vinho, Nós iríamos te contar tudo semana passada, mas como ocorreu essa tragédia, ele preferiu adiar. Robby franziu o cenho, não entendendo aonde aquela conversa chegaria.
- Anthony, há mais ou menos dois meses atrás, se sentiu mal, teve algumas tonturas e um sangramento excessivo nasal. Passou a ficar fraco e acabou de cama por uma semana.
Completou Demetri querendo tirar o peso desse segredo dos ombros enquanto Tory já havia tomado coragem e introduzido o assunto. O Keene arregalou os olhos verdes em total surpresa.
- Ele iria te contar, mas no momento certo. Acontece que os médicos disseram que ele pode estar com...
Tory parou um momento respirando fundo. O mais novo estava tremendo.
- Leucemia.
Dem preferiu dizer logo.
Nesse momento, o Keene sentiu como se tivesse levado um soco na boca do estômago e achou estranho o fato de não estar sabendo sobre tal coisa.
- Por que ele não me contou? questionou, já que seu irmão nunca escondia nada dele.
Você sabe como é Anthony Larusso. Prefere guardar tudo para ele quando se trata de problemas de saúde e se te consola, nem o Kenny sabia.
Tory sorveu mais um gole do vinho.
-Eu descobri sem querer quando fui pra lá mês passado. Anthony deixou um envelope na sala e eu sabia que abrir seria falta de educação então fiz isso.
Admitiu a moça enchendo a taça novamente.
- Pensei que era algo do Daniel ou da Amanda, mas quando vi o nome dele, percebi que não era. Ele apareceu e ficou azul me encarando com os papéis em mãos. Me xingou, claro, por eu ter mexido, mas como ele sabia que não tinha como fugir, ele me contou e, claro que eu sabia que o ideal era esperar ele estar pronto para contar ao marido então eu fui e contei eu mesma ao Kenny, porque ele não ia contar. - Riu.
- Mas ele está com leucemia mesmo? Robby perguntou, querendo chorar e se socar ao mesmo tempo por ter agido como um babaca.
- Vamos descobrir amanhã.
- Ah e tem mais uma coisa, Keene. Dem o olhou com pesar e o mais baixo entendeu o que era.
- Não deu certo a adoção?
Demetri negou com a cabeça e o Keene sentiu vontade de chorar, eles sabiam o quão grande era o sonho de Anthony de ser pai. Ele já havia até pegado afeição a criança do orfanato que ele e o marido iam com frequência.
Aparentemente eles iriam conseguir adotar, mas obviamente algo deu errado.
- O que houve gente? perguntou, já sentindo os olhos arderem.
- Por causa da provável doença dele, o orfanato, não sei porquê, pediu exames recentes, e Anthony não teve como esconder o seu atual estado. Se a leucemia for comprovada, eles não irão poder adotar a criança.
Suspirou pesado o alto.
- Droga!
Robby esfregou as mãos no rosto avidamente e subiu os dedos para os cabelos , se sentindo o pior irmão do mundo. Mesmo com inúmeros problemas, Anthony foi visitá-lo, e talvez esse devesse ser o motivo do mais velho insistir tanto para que ele fosse morar consigo. E agora entendia a frase que Kenny soltou antes de sair e o modo como Anthony agiu, se descontrolando.
- Calma, Robby. O Kenny conversou bastante com a gente e ele me disse que o seu irmão passou a parte dele do restaurante pro seu nome e de Mia. - Sorveu o restante de vinho em sua taça.
-Mas ele...Ele nem... Eu... Robby gaguejou, apertou os olhos com força.
Dem estava vermelho e com a cabeça jogada no encosto do sofá que ele dividia com Tory, quanto a ela, estava determinada a passar a segurança que sabia que os homens alí não teriam, apesar de estar igualmente devastada.
- Só nós sabemos?
- O Kenny contou ao Shawn, segundo ele o "nosso amigo" volta em definitivo para o país no fim do ano. Eu ia te contar antes mas ele não deixou, sinto muito.
Tory levantou e levou a taça e a xícara na pia, não havia nada mais a ser dito por ela.
- Pode sair, a gente toma conta da Mia.
Dem o conhecia muito bem, e sabia que
Robby iria querer vagar pelas ruas escuras e frias para se acalmar e digerir todas as informações.
O mais baixo se levantou e caminhou até seu quarto emprestado, Mia havia pegado no sono agarrada a sacola de presentes.
O pai a ajeitou na cama, tirando as sacolas dali, cobriu o corpo da filha e lhe deu um selar na cabeça.
Me desculpe, Mia sussurrou, se sentindo pior ainda por não ter dado atenção a garotinha que queria lhe mostrar os presentes. Dem apareceu na porta do quarto, apenas observando a cena calado. Robby se dirigiu a saída com ele em seu encalço.
- Sabe Robby...
Chamou o amigo antes dele sair do apartamento, e estendeu a ele um casaco.
- Acho que é a hora de voltarmos.
Keene o olhou confuso.
- Eu não quero mais trabalhar no banco, quero viver do que eu gosto de fazer. Queria que você viesse comigo, sei que lá não é como a cidade grande, mas talvez dê certo.
Apertou o ombro alheio.
- Pensa nisso, se nada der certo aqui, poderíamos tentar.
Sorriu mínimo, fazendo o mais baixo retribuir, logo saindo do apartamento.
Felizmente, todos se conheciam o suficiente para saberem seus limites. Dem fechou a porta e se afundou no sofá fazendo companhia a Tory, ambos sabiam que precisavam ter contado aquilo, mesmo que Anthony os matassem quando descobrisse.
Ligou a tv, tentando não pensar mais no assunto enquanto a loira mexia no celular, e passou a prestar atenção em um série de karatê na Netflix.
[...]
Robby andava pelas ruas frias da cidade. Haviam poucas pessoas circulando, já que era domingo e todo mundo preferiu ficar em casa descansando, ainda mais quando o frio te obriga a ficar entre as cobertas e bebidas quentes. Caminhou o mais devagar possível, derramando diversas lágrimas. Se sentia egoísta e ingrato. Havia perdido tudo mas pelo menos estava vivo junto de Mia e ambos estavam saúde, podendo sim recomeçar novamente; já Anthony, estava possivelmente doente e o pior de tudo é que talvez não pudesse adotar a criança pela qual nutriu sentimentos.
Respirou fundo diversas vezes, se sentindo o mais patético de todos. Mesmo com mil problemas seu irmão não reclamava de nada e escondia muito bem suas dores e descontentamentos. Não que a situação de Robby estivesse ao nível do seu irmão; afinal, o Keene perdeu seu lar em um incêndio que nem sabia de onde tinha surgido, mas felizmente tinha seus amigos, seu irmão e pais adotivos para lhe apoiarem, mesmo que ele se sentisse um fardo. Já Anthony, além de perder a adoção, poderia estar com câncer.
Robby não estava preparado para ver seu irmão perder os cabelos, realizar quimioterapia ou até mesmo perder a própria vida. Iria pedir com todas as forças para o universo para que não permitissem que ele tivesse essa doença, Anthony era bom demais para sofrer assim.
Respirou fundo mais uma vez e continuou a caminhar.
[...]
Parado na ponte do rio que corta a metrópole, Robby pegou seu celular e discou o número de Anthony,precisava pedir desculpas e dizer que estaria ao seu lado. Isso seria uma forma de se sentir menos culpado.
- Robby! - o irmão falou do outro lado da linha e tudo que ouviu foi um soluço alto do rapaz que estava se sentindo péssimo com as atitudes que tomou por causa do orgulho.
-Robby, o que foi? Está tudo bem? - soou preocupado.
- An-Anthony, me desculpe por ter sido patético hoje - ditou, com a voz embargada e ouviu o irmão suspirar do outro lado da linha.
- Eu fui ingrato e idiota, eu agradeço por tudo o que você e o Kenny fizeram hoje por mim e pela Mia e... teve sua fala interrompida.
- Demetri ou Tory?
perguntou, e Robby soluçou mais alto.
- Eu pedi para ela não contar para o cabeça de alface, aposto que ele abriu o bico.
Sua voz era suave, Anthony não estava com raiva dos amigos, só não queria que o irmão soubesse sem ter a certeza da doença.
- Robby, não chora, por favor. Eu também tenho que te pedir desculpas pela maneira que eu falei com você hoje. Por favor, me desculpe. Eu te amo e amo a Mia e juro que eu só quero ajudar vocês.
- Doidinho, você não tem que pedir desculpas, eu fui muito idiota e mesmo precisando de ajuda faço cu doce.
Anthony riu.
. - Por que passou a sua parte do restaurante para mim e a Mia? - perguntou e pôde ouvi-lo engolir seco.
-Vocês são tudo o que tenho, se não fosse vocês seriam Dem, Tory e Shawn, Rickenberger ou o Serpiente. Sam não não quer nada com a hora da América e vocês são minhas prioridades, é claro.
E, Robby, eu passei porque não sei o que irá acontecer e eu quero me prevenir.
Robby ponderou um instante ao ouvir os nomes, conhecia apenas os dos amigos. Quem diabos eram Rickenberger e Serpiente? Se perguntou mentalmente.
- Doidinho, mas tem a adoção e... - Robby se perdeu nas palavras ao tocar no assunto.
- Não existe mais adoção, meu amor.
Falou com a voz embargada.
- Ontem adotaram a Christie.
A coordenadora disse que a família tem uma ótima condição financeira e dará a ela uma boa vida.
Anthony tentou disfarçar mas Robby sabia que ele estava chorando e Robby sentia a dor em sua voz.
- Eu sinto muito, maninho.
Não sinta. Agora volte pra casa. O irmão sabia que ele ficaria na rua. - Está frio e amanhã Mia tem aula. Ah! Kenny e os dois cabeças ocas entupiram ela de doces.
provocou, mas Robby acabou rindo.
- Eu te amo
O Keene ditou por fim.
-Eu também
E a ligação foi encerrada.
O rapaz guardou o telefone no bolso e voltou a caminhar de volta para a casa com a cabeça fervendo, pelo menos sentia-se um pouco aliviado por ter se desculpado com Anthony; porém, se sentiu ferido com a dor do irmão.
Totalmente envolto em seus pensamentos, não percebeu que alguém passava ao seu lado e acabou esbarrando com a pessoa.
- Me desculpe.
pediu por conta de estar desatento pelo seu estado emocional.
- Eu quem preços desculpas.
A voz encorpada e familiar lhe invadiu os tímpanos. Os olhos se encontraram e Robby por um segundo esqueceu de respirar.
- Não precisa se desculpar - murmurou.
- Claro que preciso, eu estava distraído também. Aliás... ponderou alguns segundos. Acho que já te vi em algum lugar.
O rapaz de cabelos castanhos e sorriso envolvente comentou e Robby assentiu.
Era ele!
O bombeiro que salvou a sua vida e o urso de sua filha.
- Você é bombeiro não é?
perguntou envergonhado.
- Claro! exclamou.
- Você foi uma das pessoas que perdeu tudo no incêndio de ontem.
Robby mudou sua expressão para melancolia.
- Eu sinto muito, não sei se eu já disse, mas se não disse 'tô dizendo agora e se eu disse antes 'tô dizendo de novo ditou sem pausas e Robby riu, se perdendo nos lindos olhos castanhos. Um silêncio pairou no ar.
- Obrigado por ter salvo o ursinho da minha filha, Robby agradeceu com as bochechas coradas.
Não tem de que. A propósito, ela é linda, tenho certeza de que puxou a beleza da mãe comentou.
- Você está enganado. A mãe não é bonita e sim o pai- ditou convencido o bastante para fazer outro rir.
- Robert não é? perguntou e o menor arregalou os olhos claros.
Ele se lembra! Pensou consigo mesmo e acabou sorrindo involuntariamente.
- Ahn... sim mas pode me chamar de Robby- hesitou. O seu é, hm... Diaz?
Estava incerto sobre o nome do homem tão bonito a sua frente.
Miguel vestia calça preta, botas beges de couro sintético e um casaco creme e o cabelo estava envolto em cachos úmidos indicando que havia lavado a pouco tempo. Lindo, completamente lindo.
- Estou surpreso que você lembrou.
Sorriu contente.
- Você foi o herói da minha filha, impossível esquecer.
O silêncio se instalou novamente .Ao passo que foi quebrado pelo celular do Diaz tocando.
-Me desculpe, preciso atender.
Pegou o telefone em mãos e Robby assentiu completamente perdido no rosto atraente do mais velho.
- Alô! Sim... De novo cara? Mas ontem eu já te cobri! Não faz nem uma hora que saí daí!
Suspirou frustrado.
- Uma não, você me deve várias.
Riu e desligou o telefone. Eu preciso ir, o trabalho me chama. Foi bom te reencontrar, falou olhando para os olhos verdes.
Sorriu gentilmente fazendo com que Robby sentisse suas pernas bambearem.
- Foi sim, quer dizer, igualmente.
sorriu amplamente o mais baixo
- Ah, o relatório com as causas do incêndio deve ficar pronto amanhã e a garagem do prédio não foi afetada. A defesa civil interditou tudo porque corre risco de desabamento do restante da estrutura, se você tiver carro vá o mais rápido possível tirá-lo de lá - alertou e se virou para a direção contrária.
-Obrigado Diaz.
- Não por isso.
Acenou para um táxi. Entrando dentro do veículo.
- Aliás, Diaz é meu sobrenome, meu primeiro nome é Miguel, tenho que ir, tchau Robby.
Sorriu fechando a porta do táxi deixando o pobre garoto acenando um tchau com a mão e um sorriso bobo no rosto.
Robby esperou o carro desaparecer para se dar conta de que precisava se mover. De uma maneira estranha se sentiu atraído pelo latino, sentiu-se estupido por não ter pedido o telefone do outro.
Notou que os poucos minutos ao lado do bombeiro o colocaram em uma bolha que o fez esquecer dos próprios problemas.
O homem moreno e bonito chamou sua atenção a ponto de fazer sua respiração sumir e seu ventre formigar. Sentia-se aquecido como a muito tempo não acontecia.
Sorriu com tais pensamentos, se perguntando como seria tocar aquela pele beijada pelo sol, e como seria o gosto dos lábios cor de cereja e convidativos; no entanto, o sorriso morreu quando se deu conta de que o Diaz era areia demais para seu caminhãozinho.
Não sabia nem se o mesmo gostava de homens e se estava em algum relacionamento. Se deu conta também, que o bombeiro deveria pensar que ele era casado e vivia uma vida feliz o que não era totalmente verdade, com exceção da parte de ser feliz e ter uma família que não incluía uma mulher, apenas pai e Mia.
[…..]
Miguel sentia-se frustrado por mais uma vez estar voltando a corporação, havia saído há pouco tempo de lá e já estava a caminho para cobrir mais um plantão.
Durante o percurso dentro do táxi ficou pensando em Robby, e do quanto o mais novo era bonito e educado. Lembrou-se também da coragem do rapaz ao retornar ao prédio em chamas para salvar o urso de sua filha. Antes de se aproximar, no dia da tragédia, o Diaz observou o de olhos verdes por um bom tempo antes de se aproximar e entregar o ursinho. Se impressionou com o cuidado do jovem pai com a criança e, por um segundo, sentiu inveja, já que sempre quis formar uma família.
O latino não sabia dizer ao certo se aquele branquinho fofo sentia atração por homens ou não, mas se sentiu estranhamente feliz por ter esbarrado com ele hoje.
Sorriu por saber que o de olhos verdes lembrava seu nome e se sentiu importante quando foi mencionado como herói pelo mesmo.
Seu celular vibrou indicando uma mensagem do seu "irmão".
Doug
Miggy você vem para casa hoje? Fiz Tigrillo. :)
Desculpe Douguinho mas estou voltando a corporação. :(
Você tem trabalhado demais Miggy eu quase não te vejo.
Juro que vou pedir férias.
Promete?
Prometo, agora tenho que ir.
Te amo três pernas, bom trabalho.
Também te amo, pé de valsa.
Fechou o aplicativo de mensagens e o taxista avisou que havia chegado ao destino. O cacheado o agradeceu, pagou e desceu do veículo, rumando a corporação. Amava seu trabalho, mas ultimamente se sentia exausto.
- Você acabou de sair daqui - Hawk comentou confuso assim que avistou o latino.
Eu sei, mas o Arraia me pediu para vir. - Suspirou frustrado. Estou podre de cansaço - ditou, enquanto ambos caminhavam para o vestiário.
- Você aqui de novo Diaz? - Bert terminava de calçar suas botas.
- Arraia - respondeu, enquanto pegava seu uniforme em seu armário.
O chefe disse que os relatórios do último incêndio estão prontos. A causa foi uma vela.
Qual o problemas dessas pessoas? Hawk adentrou o vestiário, deitando-se no banco. - Deixar uma vela acesa sem supervisão.
- Eu definitivamente não sei. - Bert suspirou
- Cara eu preciso foder
Hawk choramingou. fazendo os demais rirem.
- Você ainda namora! Pare de reclamar de barriga cheia. O Diaz dramatizou, vestindo seu macacão.
- Mas é como se eu estivesse sozinho, vivo mais aqui do que em casa. O Arraia tinha dito que a esposa está falando de divórcio por causa do mesmo motivo.
Infelizmente muitos casais não davam certo por conta desse trabalho.
- Aliás, vocês estão sabendo sobre a transferência? - Bert mudou o assunto.
- O que? os outros gritaram em uníssono.
Alguém será transferido para uma cidade mais afastada, tem uma corporação que está desfalcada, pelo menos foi isso que ouvi de uma conversa dos superiores.
- Vai sobrar pra o meu rabo, eu sinto isso.
O Diaz grunhiu.
- Não fala de rabo que me afeta, Serpiente - Hawk ditou manhoso e todos riram.
- Vai se foder, Hawk, o cacheado rebateu rindo.
- Só se você me foder.
O moreno engasgou com a resposta do amigo e a sirene soou alta.
- Vamos trabalhar e parem com essa papagaiada, o chefe ditou divertido e ambos deixaram o vestiário, correndo para mais uma ocorrência.
[...]
Robby retornou ao apartamento e encontrou Tory dormindo no sofá. Desligou a tv e pegou a amiga em seus braços para levá-la ao seu quarto.
- Você me mataria se soubesse que fiz isso balbuciou e riu baixinho, abrindo a porta do quarto.
Colocou delicadamente o corpo da loira na cama e a cobriu desejando-lhe uma boa noite.
Caminhou até seu quarto e notou que Mia vestia roupas diferentes, provavelmente Tory havia lhe dado um banho. Sorriu e agradeceu mentalmente. Revirou as sacolas de roupas, separando uma confortável para usar e pôs-se a tomar um banho relaxante.
Durante o banho sentiu uma vontade imensa de se masturbar e não conseguiu evitar, ao pegar seu membro de início só pensava em tirar um pouco da ansiedade da mente, mas logo veio a mente a imagem do corpo com músculos bem torneados do moreno que reencontrou a pouco.
Imaginou outra vez como seria ver ele todo suado e sujo de fuligem após o serviço, pensou neles dois juntos no banho e sua mente vagueou em uma fantasia que envolvia o latino sentado confortavelmente em uma poltrona e ele ajoelhado entre suas pernas fazendo um oral molhado e caprichado, enquanto ouvia ele chamar por seu nome repetidas "Robby isso vai Robby" e com tesão Robby imaginava que estava caprichando ainda mais, engolindo e se engasgando com o membro do latino na garganta no processo, enquanto o cacheado virava a cabeça para trás com tesão, e envolvia as suas madeixas quase loiras com os dedos, aprovando o entusiasmo dele em o satisfazer.
Sabia que não deveria realizar um ato daquele pensando em alguém que mal conhecia, mas era inevitável não se sentir atraído pelo Diaz.
Acelerou o movimento de suas mãos sobre o próprio falo, gemendo baixinho e
Pensando em como seria sentir o sabor dele em sua boca, chamou pelo bombeiro baixinho,não demorando muito para expelir todo o seu prazer. Sentiu o corpo relaxar e finalizou o banho de uma maneira feliz. Saíu do banheiro temendo que alguém no apartamento pudesse ter ouvido algo, mas felizmente tudo permanecia quieto.
Organizou a mochila da garotinha e sorriu vendo que os tios compraram tudo que ela precisava.
Retirou o uniforme do plástico e deixou esticado sobre a cadeira, separou uma roupa para o trabalho e não hesitou em sacar o celular e digitar uma mensagem rápida ao seu irmão.
Robby
Obrigado pelas coisas doidinho, boa noite.
[...]
Longe dali, Anthony estava debaixo das cobertas quando percebeu seu celular apitar. Sorriu vendo a mensagem e se sentiu orgulhoso, não demorando para respondê-la.
Por nada Robby, aliás, você é lindo e está passando por muito estresse, devia tentar arrumar alguém, você deve estar batendo punheta pelos cantos!
É,Anthony conhece o irmão muito bem,
Muito obrigado a quem chegou até aqui e caso tenham gostado não esqueçam de clicar na estrelinha, isso me incentiva a continuar, e muito obrigado a minha amiga Gabi por ter me cedido a base dessa história, beijos e até o próximo capítulo.
;)
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