2.9 - Reino da Serpente: A Imperatriz do Imaginarium
Em Margo'on
Algumas horas antes da invasão de Charlotte, Striker e Viper são acorrentadas ao chão e às paredes daquele lugar escuro. As duas têm um capacete de ferro colocado em suas cabeças e assim são deixadas por Ares.
— Avisem Steq que elas estão aqui. Onde está o General Marco? — ele pergunta a um tenente.
— Ainda na reunião, senhor.
— De quem foi a ordem para lançar aquele míssil? — pergunta Leona.
— Estamos averiguando. O General Steq está na sala de controle revendo toda a segurança.
— Depois que a merda acontece, é muito fácil rever os erros. Leona, vá atrás dele. Eu vou ver como nosso superior está lidando com aquela diplomacia toda.
As prisioneiras ficam uma de frente para a outra, sentindo seus corpos enfraquecerem, enquanto os generais se retiram do recinto.
— O que foi? — pergunta Striker.
Viper não a responde.
— Fala logo, cacete!
— Meu olho consegue ver uma mancha dentro de você, uma memória nebulosa... É como se eu já tivesse visto isso antes..
— Não sei do que você tá falando. Mas já que estamos nesse assunto, como conseguiu esse olho?
A serpente fica em silêncio mais uma vez e sorri.
— Tá, não precisa falar...
Striker fica surpresa com as correntes em seu corpo. Isso a faz lembrar de anotações em um livro muito antigo, com imagens de uma pedra rubra pequena.
A sirene de invasão é acionada, o que coloca vários militares de prontidão no cais da ilha, onde Charlotte Drummond havia derrubado uma centena de soldados. As moradias começam a ser evacuadas e a marinha escolta os civis para dentro de seus navios. Mas uma serpente aquática os ataca e leva para o fundo do mar com algumas pessoas dentro.
Com isso, os generais Ares, Leona e Marco observam de uma das janelas do prédio a invasão de Verbelding na ilha.
— Não há como recuar agora. Tragam todos para a resistência. Mas, mas eu quero a Charlotte viva, preciso daquele livro — diz Marco.
Ares e Leona desconfiam das intenções de seu superior, mas obedecem e correm para ir até o combate.
A Imperatriz de Verbelding caminha tranquilamente na ponte de mármore, até que recebe uma informação útil de seu conselheiro, Tundra.
— Consegui ler a mente de um deles, minha senhora. A bruxa está presa ali!
Ele aponta para a penitenciária, que está com uma forte movimentação para defendê-la.
— Não estou interessada em...— Charlotte fica alguns segundos sem reagir, ao parecer que algo à sua frente a impressiona.
— Mãe? — pergunta sua filha.
— A bruxa não me interessa, mas tem alguém ali que sim. Tundra, lidere nossa ofensiva, e Infinity, junte tropas para minha defesa. Vou entrar naquele lugar!
Charlotte sobe as escadas para um nível mais elevado da ponte e assim todos têm uma visão mais nítida dela. A Imperatriz abre seu livro e transcreve com o pensamento as palavras: "Devastação Planetária"; fechando o livro com tudo e encarando Marco de longe.
A ação dela é observada por todos os militares, que não reagem, preferindo fazer uma barricada para impedi-la de entrar no prédio da reunião. Mas em questão de segundos, a luz do dia dá lugar à escuridão causada por um eclipse repentino, que dura muito pouco. O responsável por bloquear o Sol se autodestrói e atrapalha a visão de muitos, que não esperavam receber toda aquela luminosidade de repente. Isso faz com que os militares se sacudam.
— Lá em cima! - Aponta um deles.
Todos vêem pontos pretos no céu se aproximando e aumentando de tamanho. Logo, eles notam que se trata de meteoros.
— Não se enganem, Charlotte é extremamente perigosa. Enquanto ela possuir aquele livro, tem poder suficiente para destruir o mundo — diz Marco em seu rádio comunicador para todos os subordinados, que engolem em seco a informação.
Imediatamente, a General Leona arremessa uma corrente de mini esferas que se expandem, detonando os meteoritos ainda no céu, o que faz muitos correrem para se proteger dos dejetos.
— Uma cachorrinha de Margo'on? — pergunta-se a Imperatriz.
— Tsar! — grita Leona, ao disparar um raio de sua mão contra Charlotte, que, sem muito esforço, devolve o ataque misteriosamente.
Ela absorve o ataque, mas o impacto é tão forte que Leona é empurrada por alguns metros.
Após ação da militar, as criaturas correm pela ponte em direção ao prédio da reunião, enquanto Charlotte caminha com seus subordinados de confiança para a penitenciária, se esquivando das balas disparadas contra eles.
Do alto da prisão, a Major Vicky observa nervosa a vinda de Charlotte, tentando pará-la com suas mãos prateadas, criando barreiras de ferro e cobre. Mas elas são sugadas pelas habilidades de Infinity e presas em uma folha de papel.
— Claro que não seria tão simples. Preparar artilharia! — grita a Major para seu pessoal, que traz mais atiradores para os terraços de pedra, enquanto preparam os lança-mísseis do lado de dentro.
Leona e os soldados lutam em conjunto, mas por serem menos ágeis que aqueles seres, alguns passam por debaixo da ponte e usam os punhos para quebrar as barricadas dos militares.
— Precisamos de apoio. Já! — grita a General no comunicador, enquanto dispara uma esfera explosiva contra as criaturas à sua frente e corre para ajudar os soldados da barricada, mas depois ela vê que não é necessário.
Um tentáculo afiado, porém maleável, invade o corpo das criaturas e empala três de uma só vez.
— Então... as lendas são verdadeiras: o exército de Charlotte é realmente monstruoso — diz a Almirante Marina, que se coloca ao lado dos monstros empalados e observa sua colega lutando e a Imperatriz caminhando na direção da prisão. — Para acabar com isso sem muita demora, só temos de cortar o mal pela raiz.
Ao final da frase, seu corpo se torna gosmento e enrijece alguns pontos para perfurar a cabeça de alguns monstros e repete isso até chegar na divisão da ponte. Charlotte para seu andar e vira a cabeça para olhar sobre os ombros a Almirante, que forma seu corpo atrás dela.
— Devemos direcionar as tropas para detê-la? — pergunta Tundra.
— Espinhos de Dorsata.
Marina manipula uma substância que estava no ar e a transforma em vários espetos afiados que avançam rapidamente contra o grupo da Imperatriz, que não sai do lugar.
Seu ataque é capturado por Infinity, que suga os espetos para uma folha de papel.
— Suas habilidades não são dignas de tocar na realeza — diz a filha de Charlotte.
— Hm... Interessante.
Marina analisa a jovem e se surpreende quando um clone dela surge debaixo da militar e a joga contra um monstro de seu exército para ser empalada, mas a Almirante modifica seu corpo para uma gosma e desaparece momentaneamente.
— Impeça que mais deles venham encher meu saco — diz Charlotte, ao deixar seus dois companheiros para trás.
Tundra olha para Marco no alto do prédio e usa telecinese para levitar algumas casas de debaixo da ponte e arremessá-las contra o General.
— Você disse que não temos poder para enfrentá-la, senhor?
— O que está pensando? — pergunta Marco, mantendo a atenção nas residências lançadas contra eles.
— Em defender este posto.
Ares ergue a mão contra as casas e as desconstrói ainda no ar. Depois, ele transforma os materiais em armas medievais e lança contra Tundra, que desaparece, deixando o General destruir parte da ponte e isolar Charlotte.
Dentro da Cúpula
Alguns militares fazem a segurança do lugar. Ouvindo as explosões e os gritos pelo comunicador do Tenente, o Primeiro Ministro entra em pânico e quase agride Lauro, mas Aine o coloca para dormir com um toque em sua cabeça.
— Fiquem calmos. Não iremos conseguir protegê-los se continuarem a fazer esta balbúrdia — diz o Tenente.
— Isso é medo, querido — diz Chanel.
— Proteção? Vocês vão precisar de um milagre se quiserem sair vivos — Aine fala, enquanto coloca o Primeiro Ministro em sua cadeira e depois anda até o militar.
— Fique em seu lugar. Temos ordens do General Marco para garantir a segurança de vocês.
— Ele quer consertar seus erros por conta própria? Cavaram suas covas desafiando o desconhecido — diz Byll, tendo seu traje ajeitado pela esposa.
— Senhor — diz o soldado Marcos —, temos excelentes soldados fazendo guarda neste salão. Não acha que seremos mais úteis do lado de fora?
— Isto é muito além de sua jurisdição, soldado. Descansar!
Ele não obedece, continua a encarar seu superior, que caminha em sua direção, mas repentinamente, para.
— Meu Deus...
O tenente sente uma forte dor nos músculos da perna e desaba no chão.
Passando por ele, Aine caminha até a porta e afasta os soldados com um simples gesto que os faz marchar para o fundo da sala.
— O que irá fazer? — pergunta Lauro.
Ela encara uma parede vazia à sua frente, enquanto ouve a gritaria dos militares correndo para conter Charlotte.
— Aine? — pergunta Chanel, estranhando a ação da fada.
Ignorando-os, ela pega um frasco com um líquido e o derrama para dar forma a Clira.
"Nossa. O que está acontecendo?"
— Você verá. Não posso agir sem quebrar o Tratado, mas você pode, sem nenhum problema — diz Aine.
"O que preciso fazer?"
A fada olha para o soldado Marcos e o traz até elas.
— Você não parece ser um completo idiota. Se ajudem... — Eles sentem o tremor de uma explosão. — Eu volto logo!
— E aonde você vai? — pergunta Marcos.
Aine o deixa falando sozinho e voa rapidamente para o lado de fora, procurando por Charlotte.
— Espero que esteja certo.
Enquanto ela vai até a Imperatriz, Leona se vê em uma situação complicada na ponte e decide usar seu poder em grande escala para explodir a maioria do exército de Verbelding e a ponte.
— Soldados, afastem!
Ela estende suas mãos e libera uma poderosa rajada de luz que consome uma grande área naquela direção. Isso chama a atenção de Marco, que avalia a atitude de sua subordinada como arriscada e olha para Ares, enquanto esfrega as mãos.
— Estamos usando o desespero no lugar da razão. Chegada a hora, não podemos deixar que saibam o que houve aqui — diz o General do Exército.
— Vamos fazer com que este momento não chegue — responde o colega, pulsando um brilho vermelho de seus olhos.
— Voksdukker! — grita Marina para as criaturas que subiam a ponte, empalando-as com figuras a sua imagem, feitas de cera.
Quando Aine finalmente alcança Charlotte e fica entre ela e a prisão, a fada sente uma vibração estranha.
— Saia da minha frente ou serei obrigada a derramar seu sangue nestes ornamentos — diz a Imperatriz, bastante calma.
— Você está voltando seus esforços para o inimigo errado. Não percebe o que está acontecendo? — pergunta Aine, ofegante.
— Percebo sua estupidez em continuar no meu caminho.
Charlotte avança contra a fada, que desvia de todos os ataques, até ambas se afastarem e verem a realidade sendo distorcida à frente de seus olhos.
— O que... é isso? — pergunta Aine.
Uma esfera escura se forma e desaparece em questão de segundos, mas é tempo suficiente para trazer de outro lugar os aliados da Striker.
— Vocês?! — Aine fica bastante surpresa ao vê-los ali.
— Que bom. A festa ainda tá com tudo — diz Kim.
— Aine... Que interessante te ver aqui depois de toda a merda que aconteceu — diz Jaison. — Você nos deve umas explicações.
— Ah, queridão... melhor deixar isso pra depois. — diz Donatella, cutucando seu parceiro e acena a cabeça para Charlotte.
— Onde elas estão? — pergunta Afonsa.
— Segundo Hardy, ali dentro! — Christina para a penitenciária.
— E não estamos lá por quê?
Kim começa a correr na direção da prisão junto de Loop.
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