POV MAX - QUINTA FEIRA

── Eu ainda não acredito que você fez isso. ── comentei enquanto estávamos no caminho da minha casa.

Diferente de Erick eu tinha vindo a pé já que a minha casa ficava alguns minutos do shopping. Eu bem que tentei dizer que não era preciso ele me levar em casa mas se tinha uma coisa que Erick era, era teimoso.

── Eu é que não ia deixar meu namorado sem o que ele queria. ── disse como se fosse algo natural e isso só me fez animado ainda mais.

Namorado! Não é só um sonho, e se for, por favor não me acordem.

Assim que saímos da loja eu tentei dizer que ia pagá-lo depois, mas tudo que ele me disse foi que vai gastar mais do que isso em presentes pra mim, e quando eu tentei protestar ele me calou com beijos no pescoço, e é claro que em segundos eu já estava todo molinho que nem sorvete derretido em seus braços.

── Você é doidinho sabia?

── Só se for por você. ── mordi o interior da minha bochecha para não pular em cima dele.

── Porra, eu queria muito te beijar agora.

── Então beija.

── Estamos na rua.

── Na verdade eu acabei de estacionar em frente a sua casa. ── desligou o carro.

Não demorei mais um segundo e me livrei do cinto, me acomodando em seu colo.

Nossos lábios se encontraram de uma maneira veloz, feroz e extraordinária, assim como nos meus sonhos Erick beijava bem pra caralho, só que era mil vezes melhor, pois era real.

O fato de sonhar com ele eu já tinha decidido que ia levar pro túmulo junto comigo.

Êxtase era tudo o que eu sentia, parecia que o beijo melhorava cada vez mais. Meus sentimentos por Erick fazia tudo ser mais mágico. Nossas línguas se entrelaçavam em uma dança sincronizada e sensual, o gosto do sorvete de morango que ele acabou pedindo antes de irmos embora ainda era presente, o que me fez querer jamais acabar aquele beijo.

Meus pulmões discordavam totalmente de mim, por isso tivemos que encerrar o beijo.

── O moletom ficou perfeito em você. ── ele elogiu me fazendo sorrir.

── O-bri-ga-do. ── cada sílaba era um lugar diferente que eu deixava um beijo em seu rosto.

── Olha que assim eu vou acabar te mordendo.

── Eu adoraria isso. ── mordi meu lábio inferior.

Erick enfiou o rosto em meu pescoço, me fazendo estremecer todinho.

── Te vejo hoje a noite? ── tirei uma franja de sua testa e beijei nossas mãos entrelaçadas.

É, eu acho que eu tinha algum tipo de vício em beijar sua mão.

── Sim, mas tem como você conseguir o carro? É que preciso deixar o meu na oficina.

── Algum problema grave? ── acariciei a pele de seu pescoço com meus braços em volta do mesmo.

── Desde semana passada ele está fazendo alguns barulho estranhos, o mecânico disse que pode ser a correia dentada tenha perdido a tensão, estou enrolando e pode acabar causando danos ao cabeçote do motor e outras peças cujo conserto pode sair muito mais caro. ── eu não entendi porra nenhuma do que ele tinha falado, mas ele ficava tão lindo concentrado que eu nem consegui questionar nada.

Eu adorava ouvir ele falar, principalmente de coisas aleatórias que só ele parecia conhecer, mostrava que ele era um garoto especial e único que adorava conhecer coisas novas. Caralho, ele era tão incrível! Eu poderia passar horas só ouvindo ele falar de cores que eu tenho certeza que jamais me cansaria.

── Acho que meu padrasto não vai ver problemas em emprestar o carro.

── Você sabe dirigir?

── Moro no centro então tudo é perto de tudo, talvez quando eu me formar eu queira um carro, por enquanto estou bem. ── respondi sua dúvida antes que ele perguntasse.

── Entendi. ── me deixou um selinho.

Tive que me conter antes que as coisas começassem a esquentar.

── Até mais. ── saltei de seu colo e dali parti para fora do carro antes que eu desistisse.

── Tchau.

Se eu sentia um calor no meu ventre eu ignorei até chegar em meu quarto. Aonde fiz algo não muito apropriado para menores de dezoito anos.

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── Jura de dedinho?

Joseph era uma pessoa fácil de lidar, mas eu já estava cansado de dizer que não ia bater a porcaria do carro. Estávamos parados que nem dois de paus no meio da sala a quase quinze minutos.

── Eu já disse que sim, Joseph.── resmunguei na força do ódio.

── Se você bater... ── o interrompi.

── Eu sei dirigir!

── Eu sei que sabe, garoto. ── sorriu bagunçando meu cabelo.

Afinal, tinha sido ele quem me ensinou a dirigir.

── Se sua mãe souber que eu te emprestei o carro ela me mata. ── disse finalmente me entregando as chaves.

── Não só você.

── E esse Erick aí em... ── o encarei, nunca comentei com ninguém além de Tayla e Mia sobre Erick.

Quer dizer, minha mãe e Joseph sabiam da minha "rixa" com Erick, ainda mais com todos os problemas que tínhamos, mas pra mim eles só sabiam disso, que brigávamos por "não nos gostarmos"

Será que era tão evidente assim?

── Como sabe disso?

── Eu, sua mãe, Tayla e Mia temos um grupo secreto aonde fofocamos sobre você. ── arregalei os olhos e abri a boca chocado.

── Vocês o que? ── o danado começou a andar para perto das escadas.

── É isso, volte antes das quatro e por favor não faça barulho. ── subiu correndo antes que eu pudesse arrancar mais coisas dele.

A campainha tocou e eu demorei até raciocinar que eu deveria ir até lá para abrir.

── Sabe dirigir? ── perguntei assim que abri a porta que nem um furacão.

── Eu tenho carro esqueceu? ── sim.

── Não. ── entreguei as chaves pra ele puxando o celular do bolso, deixando para que Erick fechasse a porta.

Dane-se que era quase meia noite, é óbvio que eu ia ligar para Mia.

── Não é uma boa hora, Max. ── ela me atendeu depois que liguei umas cinco vezes, era óbvio que ela ia me ignorar, mas a mesma sabia que se não me atendesse eu não ia parar.

── Foda-se, que história é essa de grupo com... ── um gemido alto e estridente me interrompeu.

Arregalei os olhos.

── Amanhã a gente se fala. ── desliguei.

Meu Deus, estou traumatizado para sempre.

── Você está bem? ── Erick perguntou se colocando ao meu lado.

── Não.

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── Ainda não acredito que você trouxe um puff. ── disse Erick.

── Ele é mais confortável do que o chão e a parte de trás do carro. ── dei de ombros, mexendo no Instagram.

Demorou uns vinte minutos até chegarmos. Era uma parte mais afastada que adentrava a floresta aonde tinha um penhasco que dava pra vista de toda a cidade.

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Apesar de reclamar sobre o puff Erick foi o primeiro a se deitar nele. Não era um puff comum, ele era gigante e cabia facilmente nós dois.

── São quantas horas? ── ele perguntou assim que me acomodei ao seu lado.

Já tínhamos comido então não vimos necessidade de trazer nada além de água. Tirando o lado de comida trouxemos travesseiros e cobertas, além de lanternas aonde deixamos ligadas na parte de trás do carro para não ficarmos perdidos no escuro.

── Onze e meia. ── disse conferindo a tela do meu celular.

Do lugar que estávamos tínhamos vista para a cidade, e tenho que dizer, nunca pensei que tantas pessoas ficassem acordadas até essas horas. As luzes de prédios, comércios, ruas e outros não eram muitas como naquelas imagens do Google, mas também não eram nada poucas.

── Sabia que esse ecplice se chama lua de sangue? ── virou o rosto para me olhar e eu fiz o mesmo.

── Lua de sangue? Que nem nas fanfics?

── Você lê fanfic? ── ergueu as sobrancelhas expressivamente.

── Leio, vai me dizer que você não.

── Me pegou. ── sorri.

── Por que se chama lua de sangue? ── algo em mim dizia que Erick tinha a resposta.

── É só um apelido impactante que deram quando a lua fica avermelhada. É bem raro e acontece em eclipses da Superlua. ── disse dando de ombros. ── Dizem que sonhar com a lua vermelha ou lua de sangue, é um alerta de perigo possivelmente envolvendo um acidente com você ou alguém muito próximo, ou também pode significar problemas de relacionamentos.

── Você acredita nisso?

── Não, pra mim é igual quando uma coruja pia perto de você, todos dizem que é porque algo de muito ruim está pra acontecer.

── Eu também não acredito, tudo teoria da conspiração.

── A coruja celestial você acredita? ── me olhou sorrindo travesso.

── Andou conversando com a Mia né? ── ele apenas continuou sorrindo. ── Meio termo na verdade.

── Eu pesquisei sobre ela no Google e só apareceu uma coruja chamada Zeus que tem cosmos estampado nos olhos.

── Eu nunca parei pra pesquisar na verdade, eu ouço tantas vezes que me dá raiva só de imaginar em escrever. ── ri. ── E você provavelmente não achou nada porque a Mia viu isso em uma fanfic.

── Todos vocês lêem fanfic?

── É óbvio, enfim continuando, ela viu isso em uma fanfic e começou a brincar com a coruja celestial, ela não acreditava, isso até um dia que o carro dela furou o pneu no meio da estrada enquanto estava indo pra casa da avó, diz ela que depois que ela saiu do carro uma coruja apareceu e ela tinha uma constelação nos olhos, e aí magicamente o pneu apareceu consertado.

── Porra.

── Então, Mia não é de mentir, pode ser sim que ela tivesse fumado alguma coisa? Com certeza, Mia é imprevisível.

── Estou começando a acreditar agora. ── disse parecendo sério.

── Jura?

── É claro, por que não?

── É né, tudo é possível. Eu me apaixonei justo pelo cara que eu mais odiava.

── Você me odiava? ── fez biquinho.

── Sim, eu odiava cada pedacinho de você, isso até eu perceber que tudo que eu pensava que odiava eu gostava, incluindo... Você. ── acariciei seu rostinho.

── Ohwwnn, você é tão fofo. ── amoleceu a voz de um jeito que eu queria muito ter gravado para usar contra ele depois.

── Não sou eu quem sempre fico vermelho. ── contornei sutilmente seu nariz com o dedo.

── Max! ── me repreendeu fazendo seu rosto adquirir uma coloração avermelhada.

── Você fica adorável quando fica vermelho desse jeito. ── provoquei.

── Para! ── dava pra ver que ele tentava esconder o sorriso.

Ficamos assim até a lua vermelha atingir o céu e nós admirarmos o quão belo era aquele fenômeno. Eu nunca tinha visto ao ar livre daquele jeito, eventos lunares nunca foi algo que me interessou, e o máximo de vezes que eu já vi algum eclipse foi dentro de casa.

── É lindo não é? ── perguntou Erick enquanto admirava o eclipse.

── É... É perfeito. ── o olhei de relance, observando seu rostinho abobado vendo o fenômeno.

── Vamos voltar? ── perguntou tirando uma franja da testa que estava caindo sobre seus olhos. Como ele podia ser tão adorável até fazendo um simples gesto? Era algum tipo de poder?

O eclipse já havia acabado a alguns minutos, mas nenhum de nós ousou se levantar do lugar.

── Claro, mas eu queria ficar só mais um pouquinho assim. ── demos um beijo de esquimó.

── Tudo bem. ── dito isso ele encostou a cabeça em meu peito.

Se eu estava pensando no quão clichê aquilo era?

É claro que não.

Quantidade de palavras: 1.905

Eles + falando sobre astronomia= Tudo pra mim😩🤤