strawberries and cigarettes
Capítulo Um.
"Remember when we first met?"
A manhã de Jeon não começou muito bem, afinal, quem diria que passar uma noite com um desconhecido que conheceu na boate o traria uma dor de cabeça, servida com um Hoseok preocupado brigando consigo, e um Jimin rindo das broncas que ele tomava.
── Sinceramente, Jeon! Onde foi parar a porcaria da sua responsabilidade? ── Jungkook escutava o melhor amigo brigar enquanto sugava o líquido rosa pelo canudo.
── Hoseok hyung, por favor, minha cabeça já está doendo demais. ── Jeon não se lembrava nem de metade dos acontecimentos da noite passada, mas já se arrependia totalmente desde de o primeiro drink tomado naquela noite.
── Você tem noção de que poderia ter sido um assassino? Ou um maluco qualquer que tivesse te sequestrado e te matado? ── Assim que Jimin apareceu no campo de visão do mais novo, ele se viu salvo.
Ou não.
── Pelo menos teria sido esquartejado por um gostosão, não é Hoseok? ── Jimin sabia como piorar as coisas quando queria, Jungkook olhou no pulso e viu no pouco tempo para começar suas aulas, uma chance de escapar das broncas e das piadinhas dos melhores amigos.
── Tenho que ir, a professora me quer lá cedo para vermos quais quadros irão para a exposição. ── Ele terminou o milkshake e se levantou, deixando a pequena quantia de dinheiro que pagaria pela sua bebida.
A noite passada havia sido um tanto quanto conturbada, entre os goles em drinks que Jeon nem sabia de onde havia saído, tragadas em "cigarros" desconhecidos e talvez, só talvez, um completo estranho dentro do quarto de um dos hotéis mais caros da região.
Ele não lembrava de como chegou naquele quarto e muito menos como chegou naquele estado, mas se tinha algo que Jungkook lembrava, era do cheiro forte de cigarros com morangos e o compromisso para qual estava atrasado.
that taste
Desde muito pequeno, Jungkook amava fazer suas artes, desde as artimanhas que o fazia uma criança um tanto quanto atentada, até os quadros que o garoto pintava e os deixava pela casa dos Jeon, quadros esses que a avó do garotinho amava apreciar e o incentivar. Entretanto, todo o incentivo que era fornecido a Jungkook, morreu junto a sua avó, quando tinha seus 17 anos.
Seu pai nunca gostou da ideia de que seu herdeiro cursaria artes e não direito, assim como si próprio, e desde então, a casa dos Jeon's teria se tornado uma verdadeira zona de guerra quando o assunto era sua carreira, mesmo que sua mãe ainda tentasse o incentivar e encorajar, seu pai não o deixava em paz para seguir seus sonhos.
Todavia, o mais novo não se deixou levar pela "opinião" do seu progenitor, e com muito esforço, entrou na faculdade de artes plásticas, e logo no seu primeiro mês de curso, conheceu a Sra. Kang, a professora de idade mais avançada que dava aulas e vinha sendo como sua avó era para si.
── Jeon Jungkook, eu não lhe pedi para chegar mais cedo, mocinho? ── Ela estava encostada no batente da porta enquanto Jeon chegava lentamente perto da sala.
── Mil perdões, "halmeoni". Acabei tendo um imprevisto.
── Tudo bem querido, o importante é que agora está aqui. ── Ela lhe oferecia um sorriso gentil no rosto. ── Venha, o senhor Kim já chegou e está louco para lhe conhecer, ele adorou os seus quadros!
O sorriso de Jeonguk se desfez assim que o tal senhor Kim apareceu em sua visita, com um aroma semelhante ao que não parava de pensar.
── Merda.
[...]
Frustrado e com sua mente pregando peças, Jungkook contou a Jimin o decorrer dessa sua manhã desastrosa.
── Isso tá ficando muito bom. ── Jimin se debatia em sua cama enquanto ria, aparentemente, a desgraça da minha vida é um tanto quanto divertida pra ele.
── Eu vou enlouquecer se continuar com isso. ── Disse se jogando na cama da outra ponta do quarto que dividia com o menor.
O Jeon e o Park dividiam o mesmo dormitório desde que entraram na faculdade no mesmo ano. De início, os dois não trocaram muitas palavras, durante o dia não passava de um “boa aula”, "você comeu todo o kimchi?” Porém, aos poucos, com a ajuda de Hoseok, se tornaram amigos muito especiais um para o outro.
Hoseok e Jungkook se conheciam a muito tempo, eram amigos de infância, fizeram o infantil ao ensino médio juntos, e agora, cursam a mesma faculdade.
o Jung cursava dança assim como Jimin, e vendo a dificuldade de socialização entre os amigos, Hoseok decidiu dar uma ajudinha e, aos poucos, viu ambos se aproximando; o Jeon sempre foi meio introvertido e
fechado para outras pessoas, já Jimin, era uma pessoa muito extrovertida com quem o dava abertura.
── Qual é a probabilidade disso tudo estar acontecendo? Digo, de serem a mesma pessoa?
── Você acha que ele seria tão canalha ao ponto de te comer e não dizer que te conhece?
── Sinceramente? Eu acho. Poxa, ele tem cara de ser cafajeste pra caralho e ter um por noite, com certeza nem deve lembrar meu nome. ── Disse ligeiramente desapontado, ele não conhecia o cara mas não podia mentir ao dizer que não era um puto de um gostoso e que queria repetir o que fizeram, mas de um jeito que Jungkook lembrasse.
── Hoseok Hyung vai surtar quando descobrir ── Jimin riu e se levantou indo a cozinha preparar o café para tomarem assim que o outro amigo chegasse.
── Nós nem sabemos se é mesmo ele. ── Jungkook foi atrás de Jimin e se escorou no balcão da cozinha. ── Eles só têm o mesmo cheiro.
── Cigarro com morango, será que ele usa cigarro eletrônico? Se ele for mesmo o dono desse museu, não acho que use vape ou pod, pessoas ricas fumam cigarro normal ou charuto. ── Com o café já coado, Jimin o colocou na garrafa e logo depois se sentou em um dos banquinhos que ficavam no balcão que Jungkook estava apoiado.
── Aquele cheiro com certeza não é de charuto, ao menos, não os que meu pai usa. Amanhã os alunos selecionados terão que ir até a galeria para programar as exposições dos quadros, devo perguntar o que ele fuma?
── Não? Quem é que pergunta esse tipo de coisa? Ele é um desconhecido e pode achar isso ofensivo. ── Jimin se levantou e foi até a porta assim que ouviu a campainha tocar.
── Um desconhecido que me fudeu, não vejo problema em perguntar.
Hoseok estava na porta quando ouviu sobre o mesmo assunto que tratavam na parte da manhã. ── Vocês ainda estão mesmo falando desse cara?
── Jungkook o reencontrou. ── Jimin soltou ao se sentar novamente no banco, fofoqueiro, pensou o mais novo.
── O quê? Esse era o seu compromisso da manhã?
── Não, o Jimin que conta as coisas pela metade. ── Jungkook mostrou a língua para o garoto que revidou o ato. ── Fofoqueiro.
(...)
─ Esse é um bom quadro, garoto.
Taehyung conseguia que cada detalhe seu fosse atraente, seus cabelos eram pretos como um completo breu, mas ainda sim, aparentavam ser mega macios. Os lábios entreabertos mostravam a pequena joia que atravessava sua língua e a fazia refletir conforme entrava em contato com a luz; os olhos felinos que ficavam atentos em cada movimento que o menor fazia e é claro, o seu aroma.
Sem dúvidas, o deixava extasiado.
── Eu não o vi em seu portfólio, mas quando cheguei estava lá e sinceramente, tenho que dizer que se tornou um de meus favoritos.
Jungkook continuou sem falar uma palavra, ele estava calado, ou melhor, hipnotizado. Taehyung, no entanto, prosseguiu.
── O que acha de me vender ele? Posso pagar uma boa quantia por ele, apenas me dê seu preço. ── Taehyung proferiu enquanto retirava a carteira de um bolso do terno bem passado.
── O quadro não está à venda, ele não estava no portfólio porque foi feito de última hora. Na verdade, eu nem planejava o expor, mas acho que a senhora Kang o achou e se confundiu na hora de levá-los para a sala. ── Na verdade aquele quadro havia sido feito na noite anterior, antes de deixar a faculdade e partir em direção a boate que se encontrava anteriormente. - O senhor usa vape?
De primeira, o mais velho não entendeu a pergunta do estudante a sua frente e de segunda, parecia de primeira, afinal, que tipo de pergunta era aquela? Os jovens de hoje em dia flertam assim, talvez? Ele estava tentando o chamar para fumar juntos?
── Desculpe, eu acho que não entendi a sua pergunta, você está me chamando para fumar, ou…?
── Não é nada disso, senhor Kim, mas o senhor usa vape?
A essa altura do campeonato, Jungkook não queria saber sobre o quadro, mas sim se aquele homem cheirava assim por conta do cigarro eletrônico.
Taehyung não podia estar mais confuso, mas mesmo assim o respondeu. ── Não, eu não uso, e você?
── Não.
Como diabos ele poderia ter um aroma tão doce, se não por conta de um cigarro eletrônico? O Jeon não conseguia pensar em outro causador para aquele cheiro tão impregnante, talvez um perfume, mas faria menos sentido ainda um homem daquela estatura, daquele nível e ainda mais vestindo aquelas roupas, usasse um perfume de morango. Não que o estudante tivesse algum preconceito, mas aquilo simplesmente não fazia sentido na cabeça do mais jovem.
── Olha, eu realmente não entendi onde você quer chegar, garoto. Mas, esse quadro realmente foi o melhor que pude ver hoje, tem certeza que não pode vendê-lo para mim? Prometo cuidar com carinho e escolher um bom lugar para deixá-lo exposto.
── Bom, posso pensar então, acho que o senhor é o primeiro a gostar tanto, quer dizer, eu também gosto muito dele, mas acho que posso vir vê-lo aqui quando sentir saudade.
── Mas não vou deixá-lo aqui, garoto.
garoto.
Como não percebeu antes? Da mesma forma que o homem da noite anterior o chamava, é claro que era ele.
── Ele ficará em minha casa, mas se realmente quiser ver ele novamente, pode passar lá. ── Taehyung antes de se virar para ir em direção a sua sala, lhe lançou uma piscadela e um grande sorriso cafajeste.
Jeon resolveu que naquele dia, nada seria mais importante do que chegar no dormitório e contar tudo a Jimin, então logo que o campus se fez visível da janela daquele ônibus, Jungkook tratou de ligar para o Park e pedir para que ele inventasse alguma desculpa para sair da aula e ir de encontro com si no dormitório.
── Você realmente perguntou se ele usava vape?
── Isso foi a única coisa que você escutou de tudo que eu falei? É ele Jimin, o cara da boate é ele!
O computador em cima da cama continha a aba do Google aberta e um nome prestes a ser pesquisado. ── Puta que pariu, um Kim? Jungkook eu espero que você esteja no mínimo grávido! Esse homem além de podre de rico é a beldade da família Kim, você tem alguma noção disso Jungkook? Chame-o para sair, não, na verdade, isso soa meio desesperado, não é?
── Park Jimin você enlouqueceu? Acha mesmo que um homem daquele me daria alguma moral? — A porta do quarto foi destravada e os dois garotos quase foram à falência com o susto.
── Olha, moral eu não sei, mas tem outra coisa que eu sei que ele com certeza te deu. ── Hoseok apareceu que nem um fantasma no quarto, assustando os dois amigos; como e quando, foi a única coisa que se passou na cabeça dos donos do dormitório. ── Eu tenho uma cópia da chave, esqueceram? ── Ambos balançaram a cabeça negativamente. ── Oh, acho que esqueci de comentar então.
Jung caminhou até a cama desocupada e se jogou sobre ela. ── Podem me contar o resto da fofoca, estou esgotado, não tenho energia para dar broncas. ── O relato da manhã de Jungkook e o que ele deveria fazer se prolongou até o horário de almoço, onde o trio se permitiu pedir uma pizza.
Durante o almoço nada saudável do grupo, Jungkook chegou a conclusão de que fingiria que nada aconteceu quando estivesse perto de Taehyung, é óbvio que agora o mais novo lembrava dos atos inconsequentes que tomou naquela noite, mas o outro provavelmente nem lembrava de si, deveria ter um por noite ou algo assim.
Boa parte das suas aulas nesta semana seriam direcionadas para a organização do museu e para a exposição, o dono do museu decidiu dar uma oportunidade aos artistas que ainda estão na faculdade, selecionou um dia para escolher quadros que lhe agradassem e os colocaria na exposição. O museu em questão era o Leeum Museum of Art, um dos mais famosos da Coréia. Ter um quadro seu naquele recinto era digno de orgulho, pensar que outros artistas muito mais famosos já exporam suas obras, provavelmente, no mesmo lugar que a sua ficará, ou, que ali foi o começo de tudo para alguém, igual poderia ser para si, era incrível.
Ter sucesso fazendo o que gosta não seria uma realização simples para o caçula da família jeon, além de um sonho realizado e dar orgulho para sua mãe e sua avó, na qual ele acreditava que estaria cuidando de si lá do céu, ele provaria para seu pai que estava certo, que o sucesso não teria que vir de uma faculdade forçada ou de um sonho interrompido.
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