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Capítulo 3

Perspectivas

A sala de reuniões do Grupo Benini ocupava um espaço considerável do andar, tinha uma mesa oval no centro, que acomodava os dez executivos de alto escalão, um pequeno aparador para o café e um projetor no teto apontado para um telão. Em linhas gerais, era um ambiente minimalista e impessoal.

Por muitas vezes, Diego detestou ficar naquela sala, rodeado por pessoas que sequer consideravam descobrir qual era o seu nome, muito menos lhe agradeciam pelo café que era servido ou pela ata da reunião que ele enviaria em seus e-mails mais tarde.

Ali, o assistente de marketing era igual a qualquer outra peça do mobiliário. E para Diego, até mesmo a cachorrinha Chanel, em seu futon lilás, era mais bem vista naquela sala do que ele.

— Vamos fazer um acordo, monstrinha. — o rapaz disse para o cão que babava em cima de uma pelúcia no formato de um pato. — Você pula no colo do Geraldo e o distrai durante a reunião, e eu te dou uma coxa de frango bem suculenta.

Por um instante, Diego pensou que o animal tinha entendido suas palavras, pois ela mexeu as orelhinhas delicadas e soltou um leve bufo antes de voltar a atacar o pobre brinquedo — provavelmente imaginando que era a cabeça dele que ela estava mastigando.

A família do jovem costumava chamá-lo de rainha do drama desde que ele era um bebê, mas ultimamente até a Chanel parecia vê-lo como um reclamão de carteirinha. E sendo desprezado até mesmo pelo pet de do chefe, o rapaz preferiu se acomodar na cadeira ao lado da mesa de café, seu único e exclusivo lugar na sala, pois como uma criança no jantar de adultos, Diego não tinha um lugar à mesa para participar da reunião.

Ele só poderia aguardar a chegada dos diretores de departamento e ficar perdido em seus pensamentos.

Depois de ter retornado do seu passeio, Diego entrou no andar executivo com uma apreensão diferente daquela com a qual tinha saído do prédio. Agora ele não se importava em ser visto carregando o cachorrinho de madame pelos corredores, mas sim, em ser perseguido e apontado como um ladrão furtivo. Então, logo depois de sair do elevador, ele correu até a sua mesa, recolheu as pastas que tinha preparado mais cedo e se refugiou com a Chanel na sala de reunião.

Para qualquer outro funcionário, o assistente do chefe estava simplesmente preparando as coisas para o encontro do conselho, ou simplesmente cuidando do cãozinho sob sua tutela, já que a sala de reunião poderia muito bem ser o reino de Chanel no edifício. Ninguém imaginaria o que estava por trás da agitação do rapaz.

Levou alguns bons e longos minutos para que Diego percebesse o quanto estava sendo ridículo em seu comportamento. Eram apenas desenhos e provavelmente ninguém sentiria falta deles. E como um adulto, ele deveria estar focado nos temas da reunião e principalmente, na situação da empresa.

Sentindo-se mais seguro de seu bom senso, ele assistiu, segundos mais tarde, os primeiros membros do conselho chegarem e nenhum deles lhe dispensar mais do que um olhar em sua direção. O mesmo se repetiu com o restante do pessoal que entrou na sala, exceto Lorenzo, que fez uma piada incluindo o jovem e seu trabalho de babá de cachorro. Mas, o senso de humor do homem foi interrompido pela presença do chefe geral.

A chegada do Geraldo na sala mudou o clima, deixando o ar tenso e todos que estavam ali apreensivos. Todos menos a pequena Chanel, que logo depois de ver seu dono se sentar na cabeceira da mesa, pulou em seu colo.

A cena poderia ter tirado alguns risinhos dos expectadores, porque foi fofo e inesperado, mas todos se sentiam intimidados pelo homem grisalho.

— Vamos começar com as previsões de lançamentos do bimestre. Tenho cinco títulos em vista. — o diretor da empresa disse em tom sério e grave, não dando abertura para outro tópico.

Enquanto o Geraldo discorria sobre os autores os temas técnicos que ele queria lançar no mercado, dava para observar as carícias que ele fazia nos pelos recém-escovados da Chanel, e Diego imaginou que no final ele tinha contraído uma dívida com o pequeno demônio da tasmânia.

Normalmente, o rapaz já teria o celular na mão para gravar o que seria dito na reunião, mas com a sua distração de momentos antes, ele só se deu conta da sua falha quando o chefe já estava na metade da explicação do último livro em sua lista de metas. Então, o rapaz gritou mentalmente vários palavrões e começou uma caçada em busca de seu telefone dentro da bolsa, que estava aos pés de sua cadeira.

Diego não queria chamar a atenção para sua figura afobada e desesperada, por isso, apenas enfiou a mão na abertura da bolsa, tateando por entre embalagens vazias de guloseimas, folhetos e outras coisas inúteis que ele acumulava, procurando sentir a forma retangular do aparelho. Mas, o único objeto que seus dedos tocaram foi o caderno de capa mole que ele havia acabado de roubar.

— São autores e temas consideráveis Geraldo, mas acredito que antes que o jurídico se envolva nos contratos, devemos dar uma olhada nos números das vendas trimestrais primeiro. — Nunes, o diretor financeiro, lançou um olhar para seu pupilo, lhe dando a chance de continuar sua abordagem.

— Isso, se olharem a página cinco do relatório financeiro em suas mãos, poderão observar o fluxo de caixa...

Lorenzo estava prestes a explicar os números quando foi interrompido bruscamente pelo homem no lugar principal da mesa.

— Pode pular a enrolação, garoto. O que você está querendo me dizer? — o tom de voz do Geraldo estava bem longe de ser amável e um clima pesado se instalou na sala ao redor dos homens, que se encaravam mutuamente com hostilidade.

— Veja bem Geraldo... — o atual diretor do departamento ajeitou os óculos nervosamente, tentando diminuir a tensão entre seu chefe e encarregado.

— Pois bem, estamos entrando em recessão. — Lorenzo cortou a tentativa educada de seu chefe de entregar as más notícias.

Perplexidade estampou as feições de todos na reunião, pois assim como Diego, a maioria ali não entendia como uma empresa que parecia ter as engrenagens todas em funcionamento pudesse estar nesse tipo de situação.

— Explique isso melhor Lorenzo. — Juliana, a responsável pelo departamento jurídico perguntou completamente confusa. — Nós temos contratos a serem cumpridos com autores e fornecedores.

— É matemática simples. As vendas não estão suprindo os nossos custos. — Lorenzo manteve o rosto impassível diante da avaliação silenciosa do diretor da empresa.

— Hugo, isso verdade? Como estão as vendas? — a pergunta do Geraldo para o responsável em negociar as vendas dos produtos para diferentes plataformas foi mais do que uma alfinetada no ego do vice-diretor financeiro.

— Infelizmente sim, chefe. Há alguns meses as livrarias vêm recusando o nosso catálogo e diminuindo as compras. A única coisa que se mantém constante é o jornal no formato digital.

— E como isso não chegou antes no meu ouvido?! — o tapa que atingiu a mesa fez todos saltarem de suas cadeiras, e até mesmo a Chanel pulou para longe de seu dono após a sua explosão de fúria.

— Não parecia nada alarmante até cruzarmos os dados com outros departamentos. — o Hugo tentou se defender.

— Nós paramos de vender! Pelo amor de Deus! Isso é inaceitável! — o homem gritou novamente, fazendo os vidros da sala trepidarem um pouco.

— Ainda não estamos completamente no vermelho. — Lorenzo apontou. — Se não fizermos nenhum investimento alto podemos conter...

— Se não investirmos aí é que vamos parar de vez! Um carro sem gasolina não anda! — novamente o Geraldo impediu que Lorenzo continuasse a falar. — Precisamos investir em algo que nos faça vender mais. Botem a cabeça para pensar!

Enquanto toda a conversação empresarial se desenrolava, Diego se manteve paralisado apenas observando a pulsante veia na têmpora de seu chefe, imaginado uma ou duas vezes se ele deveria chamar uma ambulância, pois ele nunca tinha visto o homem tão irado antes. Porém, diante das últimas palavras que o Geraldo cuspiu em cima da equipe, o jovem conseguiu apenas se lembrar da figura colorida e cheia de superpoderes que ele tinha nas mãos.

— Podemos criar um selo novo. — o rapaz sussurrou num rompante, chamando a atenção do seu chefe durante o silêncio do seu discurso irritado.

— O que você disse Diogo? — o diretor perguntou com o cenho franzido.

Ter todos os olhos voltados para ele deveria tê-lo feito abaixar a cabeça e fugir da sala, ou no mínimo, desejar que um buraco no chão o engolisse, mas a reação que o jovem teve foi o completo oposto.

— É Diego. — ele corrigiu o chefe antes de explicar sua ideia com a voz alta e clara— Eu disse que poderíamos criar um selo novo de publicação. Uma novidade para atrair um público diferente.

A maioria dos executivos ao redor da mesa mal conseguia se lembrar do rosto do jovem que falava com a propriedade de alguém que trabalho anos a fio no ramo. E isso de certa forma, irritou metade deles, já que a maioria ali tinha de fato anos de trabalho na empresa e um ou dois pés perto da aposentadoria.

— Você está falando de youtubers e influencers? — Luís, o responsável pelo departamento criativo perguntou com desdém na voz.

— Já posso prever o trabalho jurídico que eles vão trazer. — a voz da Juliana já deixava bem clara a sua opinião sobre isso.

— Isso pode até fazer sucesso, mas outras editoras já apostaram nisso e parece um tema saturado para mim. — Hugo comentou ao se lembrar das prateiras de uma loja de departamentos repleta de celebridades teen na capa.

— Não discordo de nenhum de vocês. — Diego disse de forma educada e recebeu uma careta do chefe, por isso logo emendou. — E só para deixar claro, não é isso o que eu estava propondo.

— Então esclareça Diego. — o chefe deu ênfase em seu nome não disfarçando a sua impaciência.

— A ideia é trazer algo que seja sim da cultura pop, tenha seu público definido, mas que também venha de um lugar próximo e seja descomplicado. — ele enumerou nos dedos os pontos que foram levantados pelos executivos e fez isso olhando para cada um deles. — Eu estou falando de histórias em quadrinhos.

Outro momento de completo silêncio caiu sobre a sala, com uma troca de olhares silenciosa que deixou o assistente do chefe dividido entre sentir uma vergonha enorme por falar besteira, e ficar na expectativa por uma salva de palmas por ser um gênio.

— Você quer que gastemos dinheiro com revistinha de criança? — o Geraldo perguntou seco e um tanto quanto irritado.

Depois de um minuto sem saber como responder ao chefe, Diego estava prestes a pegar o seu banquinho e sair de mansinho, quando uma alma caridosa intercedeu por ele.

— Não, não. É uma boa ideia. — Lorenzo disse com firmeza. — Existem até feiras internacionais só para esse tema. E não temos muitas editoras voltadas para esse segmento.

Lorenzo enxerga o potencial da sugestão de Diego, e foi sincero em sua análise inicial do cenário, mas ele sabia que vencer o jogo seria um pouco mais complicado. E no momento, o rapaz tinha o placar zerado, por isso, o executivo discretamente chutou seu superior sob a mesa, numa forma de pedir apoio.

— Sim, concordo com o Lorenzo. — Nunes concordou de sobressalto, interpretando o olhar que seu sucessor lançava. — Parece promissor, além disso, super-heróis estão em alta. Meus netos são loucos por eles.

É engraçado como às vezes, só é preciso um voluntário para que o coro de palmas comece.

— Acho que pode ser algo a se pensar mesmo.

— Variar o nosso catálogo seria mais fácil do que procuramos novos investidores.

— Essa onda de super-heróis é mesmo uma coisa atemporal, quando mais jovem eu lia as revistas do Batman.

No entanto, os comentários positivos que vieram dos outros executivos não causaram nenhum efeito no CEO do grupo editorial, que permaneceu irredutível ao pensamento de que isso seria apenas um desperdício de dinheiro.

— Vamos concordar que temos um problema e que precisamos de uma mudança na casa. — ele disse ignorando a conversa de minutos antes. — Então, vou aguardar ideias e novas abordagens com números reais de vendas e custos. Na próxima reunião espero que alguém nos tire da recessão.

Depois que deixar essa ordem direta reverberar pela sala, Geraldo se levantou e olhou fixamente para o rapaz que parecia não saber o seu lugar na empresa.

— Eu quero esse relatório financeiro muito bem detalhado na minha mesa em dez minutos Lorenzo. Quero saber até quantos clipes de papel estamos gastando. — o homem se dirigiu para a porta da sala, mas antes se lembrou de outro funcionário que estava começando a lhe dar urticarias. — Ahñ, Diogo, não se esqueça de levar a Chanel para passear e levar o saquinho do cocô.

Após a saída do chefe, foi mais do que perceptível o alívio que os funcionários sentiram, mesmo que alguns tenham deixado a sala de reunião com o grande medo de serem demitidos no próximo acesso de raiva do Geraldo, ainda mais porque alguns deles já tinham visto isso acontecer antes. E sabiam com certeza que não era uma coisa bonita de se ver.

— Mandou bem garoto. — Lorenzo cumprimentou o rapaz quando todos já haviam saído.

— Tão bem que ele ignorou completamente o que eu disse. — Diego respondeu com raiva.

A vontade do rapaz era de correr atrás do chefe com um taco de baseball ou colocar laxante na sua água era enorme. O desgraçado tinha conseguido reduzi-lo a um fantasma desprezando a sua ideia e ainda por cima, o humilhou com o papo de catador de cocô na frente do conselho.

— Mas ele também não disse que não. — Lorenzo apontou. — Sua ideia é muito boa e eu acho que você deveria insistir nela.

— E você acha que aquele pé no saco vai me deixar apresentar alguma coisa? Eu sou o cara do cachorro!

— Qual é Diego?! Você parece uma velha rabugenta e muito, muito pessimista. — o homem fez graça da situação jovem. — Mas a decisão é sua cara, minha opinião eu já dei.

Lorenzo deixou o rapaz com a esperança de que ter apostado no talento dele não fosso algo do que ele viria a se arrepender. E por sua vez, as palavras encorajadoras do bonitão do trabalho deixaram Diego com o pressentimento de que talvez essa fosse a sua chance de ouro.

Apresentar uma HQ com previsões de venda positivas e um baixo custo de produção não poderia ser algo muito difícil, certo? Ainda mais quando ele já tinha meio caminho andado com uma certa heroína cheia de poderes vulcânicos.

O rapaz só precisaria convencer o criador desse personagem a trabalhar com ele.

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 Chegamos a + de 600 leituras até aqui! Obrigada por estarem embarcando nessa história comigo!

E me contem, estão gostando da escrita em 3ª pessoa? Dos personagens mais xxxxovens? Quais são as expectativas? 

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