• 🌧 || 46. garota esquisita
COLE SPROUSE
Eu e Lili fizemos de tudo para não falarmos um com o outro durante uma semana que se passou. Foi difícil, inclusive depois de todas aquelas palavras e sentimentos sendo expostos em uma única conversa. Mas, como nem tudo é flores, Camila percebeu minha postura sempre que o nome Lili vinha.
— Que caralhos está acontecendo com você? — Camila para de comer e me encara. Duas vezes na semana combinávamos de almoçar só nos dois juntos. — Juro por Deus que estou falando com as paredes a 15 minutos.
Encaro o gramado ao meu lado e suspiro. Eu queria muito poder contar a Camila sobre conversar porque, além de saber que não contaria a ninguém, ela me ajudaria.
— Eu e Lili conversamos. — Solto sem realmente pensar muito e ela faz um barulho de surpresa com a boca. — Foi uma conversa, assim, bem profunda sabe...
— Sei... — Ela concorda mordendo a maça.
— Acho que tudo o que estava entalado no nosso peito finalmente saiu.
— Isso é ótimo, não é? — Cami pergunta animada.
— Claro! Mas, tirando o fato de que essa conversa aconteceu a uma semana atrás e que já estamos no meio de janeiro, o nosso trabalho é para, pelo menos maio, e que não temos nada! Absolutamente nada pronto. Tirando o fato de que eu só queria poder manter Lili perto de mim e não afasta-la, o que foi exatamente o que fiz. Então, não. Não é ótimo.
— Ah, Deus, Cole! Quer que eu desenhe? — Camila revira os olhos e me encara. — Está na cara o que você tem que fazer!
— Agora uma explicação mais clara, por favor. — Pisco os meus olhos rapidamente, o que faz ela rir.
— Lili quer que você tente de novo. Tipo... merda. — Camila coça a cabeça, pensando. — Ela me contou detalhe por detalhe da conversa, tá bom? Então vou te dizer bem a real.
— O que? Ela falou pra você? — Pergunto em choque.
— Sim. — Camila dá de ombros como se não fosse nada. — Quinta-feira é o dia da pizza na casa dos Reinhart e eu nunca perco uma oportunidade.
— Desde quando tem isso?
— Desde quando você largou ela e Lili simplesmente começou a recusar a comer. — Camila sorri para mim e eu me encolho. — Tudo bem...
— Conselhos. Quero conselhos, não lição de moral.
— Você veio com aquele papinho de recomeçar e tudo mais. — Reviro os olhos vendo que Lili realmente não tinha poupado nenhum detalhe. — Por que não faz isso? Parte do início de vocês, afinal foi esse tal trabalho de artes que fez vocês se apaixonarem. Recomece, literalmente.
O sinal bate no mesmo minuto que Camila termina de falar. A mesma se levanta da mesa, beija a minha bochecha e sai andando, sem antes falar:
— Leve a sério o que eu falei, Cole. Vai por mim que dá tudo certo.
Levanto da mesa e vou em direção as salas, pensando sobre.
***
Passei o resto da manhã apenas pensando sobre o fato de que Camila tinha dito para eu "recomeçar literalmente". Não sabia muito bem o que fazer, para falar a verdade.
Fui para o treino com a cabeça nas nuvens, pensando. O treinador me deu uns bons xingos e Charles e Kj, apesar de não estar falando direito comigo, também chegaram me perguntando se estava tudo bem.
Respondi em todas que sim.
Sai do treino cansado mas minha cabeça continuava a mil pensando.
Passei pelas portas da escola e desci as escadas e, quando me dei conta de que o murrinho onde ela normal ficava ainda existia e ali onde recomeçaria tudo.
Desço as escadas correndo e por coincidência do destino Lili realmente estava ali. Sorrio, memórias voltando e me escorro, tentando ver o que desenhava.
— Ei. — Ela esconde o caderno no peito e eu sorrio, tentando fazer com que aquele Cole meio sem papas na língua, voltasse.
— Queria ver o que estava desenhando. — Tomo impulso e me sento ao seu lado. Ela sorri e nega com a cabeça, voltando a desenhar.
— Pois vai ficar querendo. — Dá de ombros. — Não mostro meus desenhos a qualquer um.
— Não sou qualquer um! — Finjo sentir-me ofendido apenas para escutar sua risadinha.
— É só Cole Sprouse. — Fala inclinada na minha direção. Por um momento esqueço que tenho de ter paciência e não poderia simplesmente agarrar ela e beija-lá.
Vejo Lili guardar seu caderno na mochila e se escorrar na árvore atrás de si, e depois começa a me encarar, como se tentasse descobrir o que eu estava fazendo.
— O que você quer, Cole?
Franzo as sobrancelhas e respiro fundo.
— Quero saber quando vamos dar início ao trabalho. — Falo e vejo Lili erguer as sobrancelhas surpresa. Percebo que começa a se arrumar para ir embora e me entristeço, mas pelo menos era um começo.
— Para alguém como você, não achei que ligasse para trabalhos. — Vejo ela sorrir de leve. Deus, eu odeio essa sensação de nostalgia, essa sensação de que perdi algo. — Você liga para esse tipo de coisa?
Pula e sai do morrinho. Imito seu gesto e ficamos um de frente para o outro.
— Vale nota, lembra?
— Então se não valesse você não ia se importar mesmo?! — Ela ergue a sobrancelha me desafiando. A conversar poderia ser uma volta no tempo, mas a Lili não era a mesma.
— Se eu não tivesse você como dupla talvez não iria ligar... Mas com você sendo a minha dupla? Assalto um banco se for necessário.
Lili bufa enquanto ri e coloca a mochila no ombro, começando a andar de frente para mim e de costas para a rua.
— Exagerado.
— Exagerado nada. Onde está indo? — Pergunto e ela aponta para trás de si, se virando para o caminho de sua casa e me fazendo ter a visão apenas de seus cabelos loiros presos em um rabo de cavalo.
— Casa.
— Eu te levo, Lili.
—Não, obrigada. Tenho pernas.
— Lili, está frio. — Grito e ela dá de ombros.
— Então vou ter que ir rápido, hã? — Grita e sai correndo. — Tchau!
— Garota esquisita... — Sussurro para mim mesmo e vou até o estacionamento.
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e essa conversa??? lembra umas coisas hein
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