| Fifteen |
— Ele disse o que?! -Louise fala engasgando.
Já faz cinco dias desde que Harry e eu tivemos nosso encontro, um encontro que foi maravilhoso. Após ter dito que eu quero especial, o inglês me beijos e me levou para casa de praia apenas para ficamos sentados olhando as estrelas, a lua e o mar. Foi um momento de silêncio o melhor momento de silêncio que eu poderia ter com alguém. Ele segurava minha mãos e nossos dedos brincavam como as ondas do mar naquela praia vazia e calma. Infelizmente, aquela noite não durou para sempre apesar da sensação ainda ser essa, ela acabou e eu passei boa parte do domingo tomando coragem para enviar minhas redações para os jornalistas e editores que haviam me pedido. Acabei enviando sem tanto êxito no fim da tarde, porque tudo o que aconteceu no sábado me fez ter mais coragem para que eu enviasse minhas matérias para as pessoas que conheci na festa do editor chefe do New York Times e eu ainda estava esperando a resposta da irmã do Harry.
Ter enviado tudo isso está me deixando bastante ansiosa, porque talvez e eu realmente penso no talvez, isso acabe dando certo e eu finalmente irei me tornar uma jornalista, colunista ou os dois porque são coisas que eu de fato estou aspirando para ser. E quem sabe depois eu me torne editora chefe.
— Que eu sou especial. -Repto baixo e Louise apenas continua com seus olhos surpreso e sua boca um pouco aberta. Isso não pode ser tão inacreditável assim. — Ah Louise isso não pode ser tão surpreendente assim. -Murmuro, sento-me no sofá cor de pérola e bastante confortável.
Nós estávamos esperando Carolina, hoje é o dia que ela vai escolher seu vestido de noiva e a mãe dela também está aqui, mas como ela estava morrendo de fome foi comprar algo enquanto Carolina na sua indecisão pegou cinco vestidos potenciais e até agora não apareceu com nenhum.
— Carolina irá amar saber disso, eu fiquei sabendo que a prima dela ficou com o Harry por um tempo. -Louise fala, mordo meus lábios me sentindo incomodada. Isso porque Harry já deve ter ficado com todas as garotas possíveis aqui em Los Angeles ao contrário de mim. — Mas se ela estiver viva ainda. -Louise resmunga impaciente e passa a mão no rosto.
— Espero que esteja viva. -Murmuro, fico olhando por onde ela para o corredor que leva ao provador.
É um lugar cheio de vestidos e nós havíamos ajudado ela a escolher dentre daqueles milhares no cabide e no fim ela acabou com vários deles nas mãos e eu sinceramente não sei como Carolina consegue escolher vários. No entanto, sempre foi assim e não teria como ser diferente no seu casamento. Já eu, normalmente passo muito tempo rodando e olhando tudo para acabar escolhendo uma peça ou duas, mas a questão é que nunca escolhi um vestido de casamento e a pressão é totalmente outra, é um vestido que culturalmente está marcado na nossa vida como mulher e ele é algo importante. Respiro fundo, olho para o relógio, eu tenho mais algum tempo até voltar para o trabalho. Eu vejo um e-mail na minha barra de notificações e vejo quem foi que o enviou, meus olhos se arregalam quando vejo que é da The Rolling Stones.
— Não acredito. -Louise fala. Sim, eu não acredito é a The Rolling Stones... Espera Louise não está falando de mim. Olho para frente e lá está Carolina com um vestido de noiva. O vestido é lindo e tem vários bordados pequenos de flores, que me fazem lembrar aquelas que a Rapunzel desenhava em enrolados, além que o brilho do vestido ficava todo da cintura para cima e por baixo o tom perolado clarinho da anágua deixava o vestido e Carolina mais radiante ainda. O vestido em si ainda tem alguns cristais brilhantes na parte de cima e bordados de pequenas flor em baixo, o decote era ligeiro mas ainda sim fazia com seu corpo ficasse perfeito, estava impossível não olhar para ela naquele vestido e pensar que talvez ela seja mesmo uma princesa da Disney. Minha amiga mais nova morde os lábios e é bem visível que ela está bastante nervosa. Eu apenas sorrio e ela deixa de morder seus lábios.
— Você está perfeita, Carolina. -Falo.
— Pela Glória de Deus! -Escuto a mãe dela gritar. — Você está perfeita. -Diz, viro-me viro olhando para mulher baixinha com vários traços semelhantes aos da filha que sorri imensamente encarando a filha. Então Carolina que sempre soa como alguém insensível e pouco emotiva acaba deixando algumas lágrimas derramarem por seus olhos.
— Vocês acham mesmo isso? -Ela pergunta em um sussurro e eu me levanto indo até minha amiga.
— Com toda a certeza. -Falo e a abraço. — Está mesmo perfeita. -Afirmo, logo Louise e a mãe de Carolina, na qual sempre me esqueço o nome ficam ao lado da garota. Me sinto horrível por isso, porque desde pequena vou na casa de Carolina e sempre fazemos tudo juntas, o nome da mãe dela é sempre algo na qual não consigo me lembrar, apenas sei que se começa com Z. Acho que é Zaila, mas não tenho certeza e me odeio por isso.
— É verdade o que Angie está falando. -Louise fala e sorrio. A mãe de Carolina começa a chorar também, então eu acabo me afastando para que mãe e filha tenham o momento na qual precisam ter, não é como se esse fosse o momento mais importante da vida de Carolina como o dia da formatura da filha na faculdade, a segunda da família e a primeira mulher, elas choraram muito mais do que estão chorando agora, mas choram, porque apesar deste ser um ritual tradicionalista, ele não é algo sem importância e que merece várias críticas feministas construtivas, porque Carolina quer isso e minha amiga está para começar uma família e a alegria nos olhos dela é tudo que importa.
— Isso tudo está tão emocionante. -Carolina fala, abana seu rosto depois de enxugar parte das lágrimas e fico olhando minha amiga com atenção. — Mas esse foi o primeiro vestido que eu estou experimentando. -Diz, Louise bufa resmungando algo que acho que ninguém foi capaz de entender.
— Não deveria experimentar mais nenhum outro. -Louise fala por fim. Pela expressão séria da mais velha eu diria que Louise adorou esse vestido por demais ou simplesmente não tem mais paciência em esperar Carolina vestir outro vestido. Pode ser também, que seja um pouco dos dois. Carolina solta uma risada e acaba chorando mais um pouco e eu só consigo imaginar que este nem é seu casamento e fico imaginando se ela irá chorar tanto assim daqui quatro meses, quando entrar na igreja e depois quando tiver o casamento muçulmano com Zayn na Inglaterra, mas olhando para esse momento agora é difícil acreditar que ela não irá chorar.
— Eu amei esse vestido. -Carolina fala e vira-se olhando para o espelho. Ela sorri e olha para a vendedora sorrindo. Todas nós finalmente tínhamos uma resposta. Minha amiga vira-se olha para mim e depois para Louise. — E vocês duas lembrem-se que vou mandar o vestido de madrinha de vocês, ele deve chegar hoje a noite ou sexta feira.
— É horrível você ter escolhido nosso vestido a partir de uma cor que discutimos que gostaríamos. -Louise resmunga e Carolina apenas sorri.
— Por isso somos grandes amigas. -A mais nova fala em deboche.
— Espero que seja um vestido bonito ou que ao menos caiba em mim. -Falo e Carolina me olha.
— Nada como Versace mas será um vestido a altura. -Carolina fala e sorrio um pouco sem graça.
A questão é que desde que Carolina, especificamente descobriu que eu ganhei um vestido da Versace ela não para de me encher falando como isso é maravilhoso e disse que eu poderia usar este vestido na sua festa de casamento para que todos saibam que ela tem uma amiga que usa um vestido da Versace, mas antes ela apenas me chamou de vadia — não em um sentido ruim —, várias vezes e Louise apenas concordou porque Louise é muito mais adentra no mundo da moda do que eu e Carolina. Entretanto, Louise não ficou me chamando de vadia toda hora ela apenas ficou babando no meu vestido e me fez usá-lo apenas para ela ver um vestido da Versace de verdade em alguém de verdade, não em um manequim ou em alguém famoso e bastante rico. Mas no fundo eu não posso negar que odiei tudo isso porque ter minhas amigas me paparicando dessa forma foi algo que de fato amei e eu deveria arranjar mais roupas de grife e roupas de grife para elas também, talvez um dia desses que eu consiga a senha do cartão do Harry para fazer isso.
— Angelina? -Louise me chama e a olho. — Está no mundo da lua? Vem vamos comer.
Concordo com a cabeça e sorrio para ela.
Nós comemos comida mexicana, a preferida de Carolina, a mãe dela estava lá e eu fiquei imensamente feliz ao saber que realmente havia acertado o nome da mulher, é de fato Zaila. Um nome um tanto quanto incomum comparado ao da filha mas não menos bonito, é diferente e eu gosto disso. Durante o nosso lanche conversávamos sobre várias coisas mas Louise era quem falava mais pois era a primeira vez que ela se encontrava com a mãe de Carolina e mulher sábia sacou de primeira que a minha amiga é lésbica mas Louise teve que fazer e falar de tudo para desmentir isso porque se Carolina soubesse dessa forma seria o fim ou um impacto bem negativo para a amizade delas. Entretanto, acredito que isso já começou a acontecer porque Carolina ficou olhando atenta e desconfiada para Louise durante todo o tempo que estávamos no restaurante mexicano mas não sei qual foi o final de tudo isso porque eu fui embora e segui em um caminho diferente dos delas.
Agora eu estou andando pela calçada, voltando para meu trabalho. Eu abri o e-mail que recebi da The Rolling Stones e comecei a lê-lo.
Senhorita Robins, foi mais que um prazer ler sua matéria sobre a Versace. Sua escrita é esplêndida e é o que o momento precisa com isso gostaríamos de marcar uma entrevista com você para ser nossa colunista de moda. Entre em contato o mais rápido possível para marcarmos uma entrevista, mande também seu currículo e cartas de recomendações.
Grata, Andressa Lopes.
Meu coração começa a acelerar de uma forma surreal e a sensação de euforia começou a se espalhar em meu corpo junto com a adrenalina. Eu tenho um entrevista de emprego na Rolling Stones! Um sorriso imenso cresce em meu rosto e eu sinto meu celular vibrar novamente. Olho para o aparelho e é finalmente uma resposta de Gemma, eu mordo meus lábios e sorrio como estúpida. Assim que abro o seu e-mail não o leio pois um corpo se tromba contra o meu e eu perco meu equilíbrio mas não caio, porém meu celular sim.
— Merda. -Resmungo e pego meu celular imediatamente e felizmente sem nenhuma rachadura.
— Desculpe mas você deveria olhar por onde anda ao invés de mexer no celular. -O homem fala sério e eu conheço essa voz. Olho para cima e vejo Douglas, ele arregala os olhos surpreso ao meu ver. — Angelina!
— Oi Douglas.
Continua...
Notas: Oi oi bebes como estão? Eu particularmente devo dizer que estou com saudades mas as obrigações acadêmicas vem me impedindo de ser mais ativa neste site como gostaria.
Mas me digam, estão gostando da história? O que podem esperar desse encontro com o Douglas? Será que vocês, ou melhor, o Harry deve ficar muito preocupado com isso?
Me digam o que estão achando. Espero que estejam gostando. Love All. Xx
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