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Capítulo 22 - Aliança Instável ❀


  Talvez eu tenha sido um babaca. Um babaca filha da puta que usa a bebida como desculpa para falar as merdas que quer.

Na verdade, tudo isso me dói tanto. A inércia de Keller, ter me declarado para ele havia sido a coisa mais estúpida que já fiz. Beijá-lo, foi a mais corajosa.

Após ter dito tudo que eu quis, subi para o meu quarto, mas Keller veio logo atrás.

— Você não pode tratar as pessoas desse jeito, quem você acha que é? — Pela primeira vez na vida, o vejo com raiva. — Você acha que essa porra é fácil para a sua irmã? É fácil para mim? sendo egoísta pra caralho, Hoffman.

— Por que nunca perguntou como eu me sinto? Eu sou uma piada para todos. Uma piada! Não me culpe por sofrer pelo meu pai jamais aceitar a minha homossexualidade. Eu sou gay, caralho! O que seria pior para alguém como ele do que ter um filho gay? — As lágrimas tocam conta do meu rosto e embaçam a minha visão, sento na minha própria cama e Keller faz o mesmo.

— Você é a pessoa mais incrível e corajosa que eu conheço, Bryan. Eu amo você, mas não posso fazer isso. Não posso ir contra toda a minha família, arriscar perder tudo. — Ele suspira fundo. — Dante está apaixonado pela sua irmã, eles podem ficar juntos e nós ficamos em segredo.

— Eu mereço mais do que ser a sua foda secreta, enquanto você brinca de casinha Stelly. Ou por acaso você vai pedir para o Dante engravidar a sua esposa e assumir os filhos dele? — Levanto rapidamente e sinto uma tontura que disfarço. — Não me proponha uma porra dessas!

— Me desculpe, foi o calor do momento. Vamos pensar em algo futuramente, eu prometo. Mas, não trate sua mãe e sua irmã daquele jeito. Elas também sofrem em silêncio pela tirania de seu pai. Não percebe o quão babaca ele é? E ainda assim, você o venera. Esse seu ciúme doentio por Stelly não irá te aproximar dela, só vai afastar.

— Vai se foder! Não preciso de um coach no meu quarto. Se você não está aqui para beijar a minha boca e me foder, entrou no quarto errado! Ou esqueceu de quando chupou o meu pau? — Keller parece surpreso, mas, não demonstra nenhuma reação além dessa.

— Sim. Eu lembro muito bem de ter "chupado" o seu pau e de quando você me implorou para que eu te fodesse nesse sofá. — Ele aponta para o meu sofá, o mesmo que sempre jogamos. — Eu poderia te foder de novo, Bryan. A noite toda, se você não estivesse tão desprezível agora.

A frustração toma conta do meu semblante e meus olhos ardem novamente. Ele está me negando.

— Trate de se recompor, amanhã conversamos direito. Você não está bem. As pessoas gostam verdadeiramente de você por aqui, não estrague isso. — Keller sai do meu quarto e bate a porta com força.

   Me jogo na cama e entre os lençóis, chorando até dormir. A raiva e a impulsividade fazem coisas horríveis comigo. Não gosto de ser assim, não gosto de ser uma pessoa assim. Apenas durmo, torcendo para que haja algum luz um dia.

[...]

  Pela primeira vez na minha vida, tomo o café da manhã sozinho. Acordei no horário de sempre, a comida está servida para todos, mas ninguém está aqui. Enfim escuto os passos de meu pai pela casa, tento me recompor e ficar apresentável. Só que ele me ignora completamente. Pega o jornal, um pão e o café, saindo mais rápido do que entrou.

Mamãe e Stelly descem as escadas, conversam são tanta animação, mas não se dão ao trabalho de tomar café. Estão alheias a mim, suspiro fundo, sentindo pela primeira o gosto amargo do café sem açúcar.

Eu deveria conquistar algum respeito,  deveria consertar as merdas que fiz. Então, farei o que esperam de mim. Pego a chave do meu carro e saio com um destino em mente, ponho uma música que inspira coragem.

Toco a campainha da mansão, somente para criar algo mais teatral. Thulia Zaphyra me recebe. Todos estavam na sala, talvez, prontos para sair.

— Bom dia, senhor Zaphyra. Desculpe incomodar sua família e perdão por ontem. Eu não estava bem, mas tudo ficou claro agora. Sei que não é o momento, mas gostaria de perguntar: o senhor me concede a mão de sua filha?

Keller desce as escadas lentamente, enquanto a matriarca sorri alegremente. Jasmin desce as escadas sem entender. Mas, quando peço sua mão em noivado. Ela aceita sem pestanejar. Sempre desconfiei sobre a paizão platônica que ela nutria por mim. Agora, está confirmado.

Peço para um joalheiro levar jóias caras e já colocamos o anel ali mesmo. Não sei qual das famílias era a mais desesperada para casar seus filhos. A minha ou a deles.

Keller permanecer em silêncio, enquanto Jasmin posta fotos em seu storie. Forço um sorriso e deixo a alegre casa de Keller, mas não antes dele me confrontar.

— O que caralho você está fazendo? — Um sorriso malicioso cresce em meus lábios, ponho meu óculos de sol e sorrio.

— O mesmo que você, seguindo com os planos do papai. Estamos em família, Keller. Não era o que você queria? — O moreno trinca o maxilar e vejo uma expressão sombria em seu rosto.

— Se é isso que você quer, espero que esteja pronto. Não brinque com fogo, poderá se queimar. — Ele mantém uma postura séria.

— ... Ou posso incendiar a sua vidinha chata, como a vadia rancorosa e narcisista que sou. Agora se me der, licença. Tenho compromisso. — Mando beijinhos no ar e me despeço.

Agora, dirijo ao local que me causa mais arrepios, onde a homossexualidade fica apertada nos ternos caros e as gravatas apertadas.

Caminho até a sala principal, não me impressiono com a fachada HOFFMAN convidando-me para entrar. Sinto-me em casa agora, pois, farei de tudo que sempre esperaram de mim.

Vou direto para a sala do meu pai, mesmo que a secretária gostosa e que provavelmente tem um caso com ele tente me impedir.

Abro a porta e o vejo poderoso e influente em sua sala principal, um líder. Meu pai era um líder para uma turma de macho que se excitam com homens repletos da grana.

— Agora que estou noivo de Jasmin Zaphyra, acho que vou precisar de um emprego, papai. — Sua reação esboça uma surpresa que nunca vi antes.

Eu tenho um plano em mente...

Sem revisão: preguiça, pois, acabei agora. uhuuu

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