Capítulo 21 - Falsas Amarras ❀
Keller e Dante se entendem com um olhar e juntos eles tentam conter o meu irmão. Há um silêncio absurdo na sala, ainda permaneço no último degrau, observando os acontecimentos.
— Você não está bem, vamos sair daqui. — Keller sussurra, passando toda a calma e tranquilidade do mundo.
— Por que você está fazendo isso comigo, Keller? — Livrando-se dos dois, Bryan foi até o centro da sala. — Vocês todos são hipócritas escrotos! Vivem essa fantasia de perfeição, repleto de adereços para enfeitar a falta de conteúdo. Fingem estar felizes, fingem que gostam da minha família. Mas suas mulheres têm inveja da minha mãe, e seus maridos, cobiçam a fortuna de meu pai. São repugnantes, asquerosos! Tenho nojo de fazer parte de um ciclo social como este! — A raiva fez Bryan pronunciar cada frase com cuidado, fazendo com que sua mensagem fosse clara.
— Calma, vamos te ajudar. Você não está bem. — Dante se aproxima juntamente a Keller, eles seguram Bryan e o levam até a cozinha. Permanecemos em silêncio.
— Peço desculpas pelo comportamento de meu filho. — Papai pronuncia, ajustando seu terno caro. — Estamos passando por um momento difícil em nossa família, desde que ele perdeu o tio, está usando a bebida para afogar as mágoas. Lamento por isso, gostaria de dizer que sinto muito por terem presenciado algo tão lamentável. Marcaremos o jantar para uma nova data, prezo pela saúde mental dos meus filhos. Somos uma família unida, nos ajudamos, não posso continuar um jantar com meu filho nessas condições.
Papai se despede e observo seus amigos se compadeecerem pela perda familiar inexistente. Ele era bom em encenação; praticar o levava à perfeição. Mamãe se despediu dos convidados, papai desata o nó de sua gravata e caminha até a cozinha, onde os três estão.
— Mamãe, o papai está indo atrás do Bryan, isso não vai acabar bem... — Corro até ela, que se despede o mais rápido que pode, nós duas corremos até a cozinha.
Porém, quando chegamos notamos que o pior já havia acontecido. Bryan estava no chão, usando sua mão como proteção no rosto marcado por uma vermelhidão e lágrimas. Keller e Dante tentam segurar o meu pai, que está completamente transtornado.
— Você é uma vergonha! — Ele se desvencilha dos dois e tenta avançar em Bryan.
— Gerald, o que está fazendo? — mamãe tenta contê-lo, mas é em vão. — A culpa é minha, a culpa disso tudo é minha! Criei vocês como um príncipe e uma princesa, mas desprezam isso! Vocês me envergonham! Eu sou um Hoffman, porra!
Ver Bryan daquela forma parte o meu coração em tantos pedaços que não consigo fazer nada além de chorar. Corro até ele e o abraço com força, mas Bryan evita meu toque.
— Isso também é culpa sua, a filhinha perfeita do papai, só você é importante para ele. Só você pode errar, somente você. E ainda assim, age como se fôssemos iguais.... — Ele se levanta, secando as lágrimas de seu rosto, olhando para todos na cozinha e se retirando.
Meu pai sobe as escadas e pega uma garrafa de uísque, mamãe está gritando com ele, os ignoro e ainda permaneço na cozinha. Sentindo-me devastada com as acusações de Bryan. Keller sobe as escadas atrás dele e suspiro fundo, deixando com que lágrimas densas escorram pelo meu rosto.
Sinto uma mão tocar o meu ombro e virar o meu corpo em sua direção, Dante ainda estava lá, eu havia esquecido disso. Dou um abraço apertado nele, chorando em seu peito, aspirando o cheiro de seu perfume.
— Ele só está chateado e bêbado, não foi verdade o que disse. — Ele tenta me confortar, passando a mão em meu cabelo.
— Não acredito que seja mentira, há verdades escondidas quando explodimos assim com alguém. O Bryan me odeia, Dante.
— Ninguém no mundo teria a capacidade de odiar você, Stelly. Ninguém. — Sua mão toca delicadamente em meu queixo, voltando meu olhar para o dele. — Isso vai passar, todos estavam alterados hoje. Foi um surto coletivo.
— Por falar nisso, o que você está fazendo aqui? — Limpo as lágrimas, ainda incapaz de me afastar dele.
— Eu não iria perder o jantar de possível noivado do meu melhor amigo, certo? Mesmo que seja com a garota que eu... — Nossos narizes se tocam suavemente, devo estar horrível com essa cara de chorona.
— Minha família é uma farsa, somos uma farsa. — Suspiro fundo, sentindo que se falasse mais sobre isso, iria chorar novamente.
— Tenho más notícias, Stellynha. A minha também é. — O sorriso dele traz um pouco de paz nesse momento. Nossa troca de olhares fala muito mais do que se estivéssemos nos beijando.
— Stelly, acho melhor você... — Minha mãe aparece rapidamente, isso faz com que Dante se afaste. Ela interrompe a fala, nos observa mas não diz nada. Seu rosto está marcado por lágrimas que se misturam com a maquiagem.
— Ele fez alguma coisa com você? — Dante pergunta antes mesmo que eu diga algo, aproximando-se de minha mãe, fico sem entender a reação dele. Parece uma pessoa diferente, capaz de fazer qualquer coisa...
— Não, eu estou bem. — Mamãe fica cabisbaixa, depois nos observa com cautela. — Bryan me disse coisas horríveis. Eu só queria ter... — Ela suspira fundo, tentando não chorar novamente. — Você poderia acompanhá-la até o quarto?
Dante confirma, segurando na minha mão e subindo as escadas comigo. Vejo que mamãe caminha até a adega. Dante tinha razão, estávamos em um surto coletivo.
Chegamos até o meu quarto e suspiro fundo, abro a porta e permito que ele entre.
— Esse jantar foi um fiasco. Pelo menos, consigo ver o seu quarto sem pressa, ele é bonito. — Dante sorri e senta na minha cama, vou até o closet e pelo espelho observo minha cara horrível.
Ponho uma camisola rosa de seda e prendo o cabelo, limpo o rosto, tirando qualquer resquício de maquiagem. Suspiro fundo e depois volto para a minha cama. Dante ainda estava lá. Acho que por segundos, havia esquecido dele.
— Você ainda está aqui? Mamãe pediu para me acompanhar até o quarto, não dormir nele, Dante. — Sorriu ao observar ele revirar os olhos e sorrir também.
— Poxa, acho que entendi errado. Está na minha hora de ir. — Antes que ele pudesse sair da cama, pulo e fico ao seu lado.
— Depois de hoje, não sei mais o que fazer. Acho que vai ser difícil lidar com toda essa merda que jogaram no ventilador. — Suspiro fundo, observando que Dante está calado.
— Incrível como você consegue ficar bonita de qualquer forma. Com qualquer roupa. — Ele sorri, pegando-me de surpresa. — Inclusive, eu tenho uma coisa para te dar. Quanto aos seus pais, não se preocupe. Amanhã será um novo dia.
Antes que pudesse questionar, Dante inicia um beijo que não demoro a corresponder. A forma íntima que estamos no meu quarto, desperta algo a mais em mim. Sou tomada por uma vontade estranha e não hesito em sentar no colo dele.
Continuamos nos beijando e sinto o mesmo calor daquele dia, algo que arde intensamente e não dá para controlar. Dante leva suas mãos ao meu quadril e seus olhos castanhos me encara por um longo período. Ele estava sendo a melhor parte do meu dia.
Não consigo acreditar que estou completamente apaixonada por ele.
— Stelly... — Dante chama minha atenção quando sem querer rebolo no colo dele, sentindo seu membro ereto sob a calça jeans.
— Dante... — gemo em resposta, quando ele beija meu pescoço e lentamente desce a alça da minha camisola. Meu coração bate frenético no peito. Tudo é tão intenso e diferente.
Estou sem sutiã, então, os beijos dele são o bastante para deixar meus mamilos eriçados sob o tecido fino da seda. O desejo está tão estampado no rosto de Dante, que não consigo desviar quando nossos olharem se encontram.
— Por que você está fazendo isso comigo? É maldade. — Ele sorri malicioso e geme baixinho quando chupo seu dedo indicador. — Caralho, Stelly, eu quero muito foder você.
Quando estamos juntos, Dante desperta meu lado mais safado. E, não tenho certeza se gosto disso.
— Eu sou virgem, Dante. — Sorrio maliciosa, ao observar que a tentação de ser o meu primeiro, brilha nos olhos dele.
— Você faria isso comigo? Eu não sou virgem, sou um fodido da cabeça e... — o interrompo, chocando meu corpo com o dele.
Dante usa sua mão livre para me tocar por cima da calcinha e mordo o lábio para não fazer qualquer barulho que entregue o quão delicioso foi ser tocada por ele.
— Você está tão... — Dante volta a me beijar e faz movimentos circulares numa parte sensível e específica. Tenho que beijá-lo com força para disfarçar a vontade de me entregar por completo. — Deixa eu te provar, Stelly, deixa eu te satisfazer.
Dante toca meus seios com suas mãos firmes e beija o meu pescoço. Aquele incômodo e excitação mexem com a minha sanidade. Se me pedisse desse jeito, eu faria qualquer coisa.
Por isso, concordo. Tiro a minha camisola e a calcinha, ficando completamente exposta e vulnerável. Qualquer vergonha fugia quando eu estava com ele, foda-se a merda toda que virá depois.
— Porra, Stelly. Ter você assim, me deixa louco, Stellynha. Louco. — Dante se posiciona entre as minhas pernas, beijando minha barriga e vibro em ansiedade.
Seus beijos sobem para os meus seios e reviro os olhos com a saliva quente dele contra a minha pele. Seu indicador desliza para cima e para baixo, mordo o ombro dele para evitar ruídos.
Quando ele enfim chega onde eu queria, acabo soltando um gemido que chama toda a sua atenção. A língua de Dante é ritmada, ele sabe o que fazer. Por isso, fecho os olhos e aperto os lençóis. Dante permanece de roupa, isso significa que não iremos cruzar nenhum limite além desse.
Quando aumenta a velocidade de seus movimentos, fecho os olhos com força, mas quando abro, observo a forma intensa que ele está encarando-me. Ele quer ver isso, quer sentir o poder de me satisfazer.
E isso acontece antes que eu pudesse pensar em mais alguma coisa. É tão delicioso que parece tomar conta aos poucos do meu corpo, como uma energia pura percorrendo minhas veias. Fecho os olhos e chamo o nome dele baixinho, Dante não para até ver que estou satisfeita.
— Preciso ir. — Evitando meu olhar, Dante passa a mão no cabelo e me observa colocar o camisola novamente. — Nos vemos depois.
Não digo nada, apenas fico pensando se fiz algo errado. Sempre tenho a sensação de que ele está fugindo quando se entrega demais.
Isso é perigoso? Por que ele não se entrega totalmente ao que deseja?
Não pensarei nisso, já tive emoções demais para um dia. Suspiro fundo e deito em minha confortável cama, passo a mão no tecido macio, revivendo sensações de segundos atrás.
Eu o desejava com muita intensidade, não consigo mais esconder isso.
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