Capitulo 95
O sagrado instinto de não ter teorias..
2 meses depois
Sim, estou noiva e isso ainda soa estranho pra mim.
Não sei até hoje explicar todo o misto de emoções e sentimentos que foi aquele dia. Eu nunca senti tanto nervoso, fiquei horas olhando para minha mão e vez ou outra dava um sorriso bobo.
Meus pais acordaram no dia e todo mundo chorou e se emocionou junto. E depois fomos ao hospital ver o Noah, que aliás nasceu cheio de vida e saúde.
Lalá foi uma guerreira e fiquei muito feliz em vê-los, pude pegar ele nos braços, mesmo sendo desastrada e não levando muito jeito com bebês..
Deixo com vocês a postagem mais linda que Lavínia publicou no seu feed ontem, meu coração quase que transbordou de felicidade.
@lalacardoso
Hoje faz dois meses que as nossas vidas tem mais sentido. Te amo meu ursinho🍼💙 @gui.martins
Curtido por Gabibastoss e outras milhares de pessoas.
stellamuniz: Aii que coisa mais gostosa💕
gabibastoss: Mdss, quero um tb @gutomuniz 😩
gutomuniz: hahaha não me apressa não porra..
gui.martins: Nossa maior alegria, amo vocês💙
vicentebrangel: Acho q só falta Gabi e Ste 😂❤️
Esses dois meses passaram voando, continuo indo lá na agência e fazendo trabalhos avulsos.
Aproveitei também e peguei um carro, aos poucos to perdendo o medo do trânsito maluco do Rio. Já não aguentava mais pedir uber toda hora.
Felipe e eu estamos numa das nossas melhores fases, nós transamos quase todos os dias e acho que hoje a minha sexual nunca esteve tão ativa.
Fico revezando entre dormir lá em casa e na sua, por falar nisso.. andei dando uma olhada no meu antigo apê, talvez a família que está lá vai se mudar e estou pronta para poder pegar de volta.
— E então, como ele tá doutor? — Cecília questiona com um ar de preocupação.
— Tá tudo bem.. só que você está ficando cada vez mais fraca. Acho que precisa começar o tratamento..
— Mas e se eu..
— Se você ainda quer ter chances de poder ver o seu filho nascer, acho melhor iniciar! — a interrompeu.
Estávamos numa das várias consultas, e como nunca a deixei sozinha nessa..sempre que dá a acompanho.
Cecília vai entrar pro sexto mês de gravidez, o foda é que se eu parar pra pensar.. as contas não batem e já me sinto péssimo e muito escroto por achar que esse filho pode não ser meu.
É óbvio que é, nós estávamos noivos e só tinha de ser unicamente meu.
Mas sei lá, às vezes eu sinto um puta aperto no peito.
Ela não iria ser capaz de mentir apenas pra poder se reaproximar de mim, com todos esses meses já criei um certo afeto pelo bebê.
Ver o coração bater e saber que ele tá bem, me deixa feliz.. e só em pensar numa mísera possibilidade de não ser meu, eu me condeno rapidamente.
Saímos de lá e pude notar o seu semblante triste. Ela soube que eu e Stella ficamos noivos e ultimamente tem me tratado com certa frieza e indiferença.
— Vou iniciar o tratamento. Seja o que Deus quiser..
— Vai dizer ao seus pais?
— Sim. Eles vão ter que me apoiar.
Entramos no meu carro e ela suspirou soltando um riso.
— Acho que ele está se movimentando.. sente aqui.— pegou nas minhas mãos e colocou na sua barriga.
— É, parece que sim! — murmurei.
— Acha que ele vai ser a sua cara? — questionou com um olhar fixo nos meus.
— Não sei, o que cê acha?
— Acho que sim.. tomara que sim.
Iniciei a partida e continuamos em silêncio.
E sem querer, comecei a pensar novamente naqueles pensamentos nada agradáveis, e tentei afastá-los da minha mente o mais rápido possível.
—Eu estava pensando, acho que quando o bebê for nascer.. gostaria que ficasse lá em casa ou então se puder, dormir alguns dias conosco. Por questões de adaptação e também pra poder nos ajudar.
— Olha, não sei se seria uma boa. Não me dou bem com seus pais e acho que seria um pouco incômodo.
— Claro que não Lipe, você é o pai. Isso é direito seu e eu não vou deixá-lo de fora.
— Eu sei Cecília.. mas eu não..
— Por que tá tão relutante? Não quer ir por causa da Stella né? Tá com medo do que ela possa pensar.
— Ela não iria interferir nisso. Só não acho que seria algo cômodo pra mim.
Ela soltou um riso sarcástico e baixo.
— Nós vamos ter bastante tempo pra discutir sobre isso. Relaxa aí papai.. — ela riu deu uns tapinhas fracos no meu ombro.
Apenas neguei fraco com a cabeça e continuei com o olhar concentrado no volante.
(...)
Depois de deixá-la em casa. Passei na minha mãe, e como hoje é sábado, estou mais tranquilo do trampo e de toda correria estressante da semana.
Contei brevemente pra ela de todas as paranóias que eu estava criando na minha mente. Aquilo me deixou assustado e nem havia comentado com a Stella nem com mais ninguém.
Mas talvez minha mãe pudesse ajudar a amenizar essa agonia fodida.
— E então, o que me diz? — a encarei seriamente.
—Filho, isso tudo é muito complicado. E não pode acusá-la sem saber, até porque vocês dois estavam de fato juntos e as chances de ser seu são enormes. Quase que 100% de certeza, mas mesmo assim não sei se deveria encurralar ela.
—Eu sei mãe. Mas você disse quase 100%, ou seja a pequena parcela de 2 ou 3% ainda é uma incógnita.
Eu juro que não queria pensar nisso, já me xinguei várias vezes por tudo que passa na minha cabeça.. mas é que faz as contas, porra, ela tá de seis meses.
— Ai meu pai.. — colocou a mão no coração. — Olha, eu acho que deveria esperar, ela tá doente e sabe-se lá o que pode fazer se descobrir que tá desconfiando da índole e do caráter dela.. ela vai se ofender muito.
— Claro que vai se ofender. Nem passou pela minha mente falar tudo que eu ando pensando para ela, até porque seus pais vão querer me sacrificar por uma parada dessas.
— Meu filho, eu sei que é difícil aceitar isso. Sei que não tá sendo fácil pra vocês, mas talvez você tenha que encarar e aceitar de uma vez. O Arthur não terá culpa de nada, ele não tem culpa pela mãe que tem.
— Sei disso, eu até to começando a gostar de ver ele pela ultrassom. O moleque é ligeiro, ainda é pequeno mas o coração bate muito rápido quando ele ouve as nossas vozes.. loucura né?
— Que bom, viu como tudo isso é bom? Não tem que ficar pensando em coisas ruins por enquanto, no fim tudo vai se ajeitar.. acalme-se.
— Acha que devo falar com a Stella sobre isso?
— Creio que sim. Talvez ela te aconselhe melhor do que eu.. mas por falar nisso, to muito feliz por vocês.
— É a gente também tá bem feliz.. — sorri fraco ao lembrar que vamos nos casar. Parece até mentira.
— E a data? Eu trabalho com datas meu filho.. não tem nada planejado não? — me olhou sorridente.
— Ainda nem paramos pra pensar nisso tudo.. sei lá, ela nem tá tão preocupada com festas por enquanto. A gente só quer esperar a poeira da Cecília baixar ou então esperar o bebê nascer..
— Por mim vocês já casavam amanhã mesmo! Aí às vezes eu nem acredito que ela vai casar com aquela carinha de dezessete anos..— brincou e nós rimos.
— A mãe dela fala a mesma coisa..
— Eu gosto desse..— dizia pra Gabi, que analisava e escolhia algumas roupas comigo lá em casa.
— Também curti esse da Adidas, amiga lá é mato.. não tem porque ir com roupas chiques! — soltou um riso.
Hoje nós íamos num festival de música eletrônica lá em Búzios, costumava ter só uma vez no ano e lotava de gente. Lalá e Guilherme seriam os únicos que não poderiam ir conosco dessa vez por conta do baby.
— Será que vai fazer frio à noite? — abri meu guarda roupa e encarei algumas peças.
— Creio que sim.. não esquece de levar um casaco! — ela falou e eu assenti rápido.
— Aliás, cê viu que gracinha que o Noah tá? Aquela foto no insta me salvou, juro! — mudei de assunto.
— Sim! Quero fazer um logo, o seu irmão que tá com medo de ter neném..— cruzou os braços em protesto.
— Aí eu to bem longe de querer neném.. já não basta o filho do Lipe que vai nascer daqui uns meses..
— Por falar nisso, como Cecília tá? Tá tendo notícia?
— Não muito, só soube que o bebê tá bem. Mas ela ainda tá meio fraca e tá vivendo a base de remédios. A gente tem falado pouco sobre ela.
—Aí sério.. eu nem acredito que você e o Felipe vão casar, lembro como se fosse ontem a gente chocada que vocês tinham transado no carro. — gargalhou se lembrando daquele dia memorável.
— Sim, e nem parece que já se passaram três anos e pouco. — balancei fraco a cabeça.
No mesmo minuto meu celular vibrou em cima da cama, me aproximei rápido pra ver quem era.
— É o Lipe.. eu vou atender aqui. — indaguei e ela assentiu.
— Oi amor..
— E aí princesa, tá em casa?
— Tô, Gabi tá aqui comigo.
— Daqui a pouco estamos passando aí, já fiquem prontas.
— Guto já tá com você?
— Uhum.
— Beleza, beijos.
— Beijo.
(...)
Não demorou quase nada pra eles chegarem, Caio e Lucca foram em outro carro, mas seguiam atrás da gente.
O caminho foi todo feito por GPS, de noite é horrível de enxergar e tínhamos medo de perder na estrada deserta.
— Tá muito frio amor, desliga isso! — exclamei me encolhendo no banco da frente por causa daquele ar gelado.
— Abaixa não Lipe, aqui atrás tá mó calor! — Guto exclamou.
— É posso imaginar por quê tá calor aí.. — os encarei maliciosa e Gabi riu alto.
— Me erra! — retrucou rindo.
— Acalmem-se crianças.. já tamo chegando porra.. — Felipe soltou um riso.
— Ste se prepara, lá fora tá bem mais frio..
— Sim, to fodida amiga.. — abracei meus braços.
— Vamo encher o cu de bebida, daí esquenta!
— Sim, óbvio. Faz mó tempo que não fico bêbada.
— Já to até vendo que vai sobrar pra gente.. a vida é injusta irmão! — disse pro Felipe e nós rimos.
(...)
Após alguns minutos chegamos no local.
Tem muita gente aglomerada e o som é estrondoso. De fato, o clima tá um pouco fresco, mas ainda não é tanto.
Ao sairmos do carro, entrelacei minhas mãos com as do Lipe e fomos todos andando em direção a entrada principal.
— Cê tá gata hein? Puta merda.. — me olhou de cima a baixo e eu ri.
— To sempre né bebê? — brinquei e ele aproximou me dando um selinho rápido.
— Antes que me esqueça, depois quero te falar umas paradas bizarras que andei pensando aí.. to com isso na cabeça o dia todo.
— Aí Deus.. lá vem! — murmurei receosa.
— Juro amor, dessa vez é realmente sério. E não tem nada a vê com a gente.. — me encarou.
Antes mesmo que eu pudesse responder, nós fomos interrompidos por Caio animadíssimo e visivelmente já embriagado.
Cê tem alguém mais pé de cana que esse aí.. eu juro que desconheço.
— Não vão entrar não porra? Lucca tá com as nossas pulseirinhas!
— Vamo sim maluco, a gente já vai! — falou e fomos mais pra perto deles.
— Depois cê me fala com calma. É algo muito sério?
— Pior que é.. pra cacete. — me encarou assentindo.
Já fiquei meio ansiosa, mas não ia me estressar hoje. E acredito que ele não vai querer tocar nesse assusto agora, nós estamos em êxtase demais pra pensar em coisas lá de fora.
A sensação de ver que a gente realmente estava de casal pela primeira vez em alguma festa, é incrível.
Nunca vou cansar de ficar olhando para as nossas mãos juntas, sim.. me declaro oficialmente brega e muito, mas muito rendida.
Como o local é aberto, todo mundo fica espalhado e dá até pra ficar sentado na grama só vendo os shows e o jogo de luzes de longe.
Vez ou outra bebericava a minha bebida, Gabi virava tudo de uma vez e não dou nem meia hora pra ela já ficar doidinha. Fe e os meninos já tinham tinham até tirado a camisa, realmente a cerveja tá dando efeito.
Os DJs começaram a apresentar e a galera começou a se animar mais. O frio até diminuiu, e no momento em que estávamos numa maior adrenalina, uma das minhas músicas preferidas da vida (mídia) começou a ser tocada.
— Te amo demais.. tá escutando? — Lipe abraçou o meu corpo por trás e falava ao pé do meu ouvido.
Assenti sorrindo enquanto cantarolava.
— É contigo que quero ter várias crias e viver pique família de filme.. — dizia com a voz embargada e eu arrepiava por inteiro.
— Eu amo quando você se declara do nada, sabia?— me virei e selei nossos lábios devagar.
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Registros de uma noite insana ao lado do amor da minha vida 🤟🏼💜 @felipeferraz
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Continua..
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