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Capitulo 71

Devemos estar dispostos a nos livrar da vida que planejamos para ter a vida que nos espera..


O voo foi muito demorado, foram mais de 14 horas. Paramos em Orlando e ficamos lá por algumas horas até embarcar de vez pra LA.

Minhas pernas estavam dormentes e meu corpo pedia por um banho gelado. Pousamos lá por volta das dez da manhã do horário local, o sol estava escaldante.

Passamos por toda a imigração e aquela burocracia, e em seguida fomos pegar nossas malas na enorme esteira rotatória.

Ficamos por mais alguns minutos em frente ao aero esperando o carro que viria nos buscar. E nisso eu aproveitei e tirei uma foto pra postar nos stories. Já tínhamos comprado chips de internet antes mesmo de chegar, e havíamos colocamos nos celulares.

Só de sairmos pra fora, já dava pra ter uma pequena noção do quão linda e grande é a cidade. Entrei no Whats rapidamente e logo mandei um sinal de vida para todo mundo lá no Brasil.

Inclusive mandei uma mensagem pro Felipe, como aqui são 4 fucking horas a menos eu nem fazia ideia do que ele poderia estar fazendo.

Querendo ou não, isso atrapalharia muito a nossa comunicação, porém mesmo assim eu iria fazer o possível para manter contato.

— Vamos? O carro chegou.. — Hans anunciou me dando uma leve cutucada de lado.

A agência havia enviado um de seus carros para nos buscarem, que por sinal.. eram de brasileiros, assim ficava fácil de se comunicar. As outras meninas que também vieram no nosso voo, foram em outro carro.

Assenti guardando o celular na mochila. Peguei as malas com dificuldade e o motorista do carro preto desceu e nos ajudou a colocá-las no porta malas.

Seguimos pra o local que iríamos "morar", e não era tão perto como pensei. Enquanto isso, fui reparando melhor como era de fato LA. E sim, é certinho como nos filmes de tão linda e arrumada, e aquilo me deu uma sensação esquisita de que a minha vida tinha acabado de se tornar um seriado de Tv americano.

— Caramba, aqui é muito incrível — sussurrei quase que pra mim mesma.

— Eu quero tirar foto em tudo, pai amado! — Hans dizia abismado assim como eu.

— Querem dar uma passada rápida na Hollywood Boulevard? — o motorista intrometeu na conversa ao perceber nosso entusiasmo.

Eu e Hans nos entreolharmos meio sem saber o que responder. Mas porra, era bem óbvio que queríamos.

— Não seria muito fora de mão? — indaguei.

— Não, na verdade estamos só a alguns minutos. — ele olhou brevemente o gps da rota.

— Ah, por mim tudo bem! — Hans abriu um sorriso largo e eu apenas concordei.

Ao chegarmos, meus olhos se arregalaram mais ao ver cada coisa bonita por metro quadrado. Peguei meu celular e tirei milhares de fotos para mandar pros meus pais, parecia aquelas turistas malucas.

O cara estacionou o carro perto de uma calçada e logo descemos. Eu apenas peguei minha pequena mala branca pra que as fotos saíssem mais legais.

— Vão lá, eu espero vocês aqui.. — falou gentilmente e nós só assentimos rápido.

Parecíamos duas crianças soltas em um parque de diversões. Andando no meio das pessoas e olhando  tudo, inclusive me deu até calor de estar com aquela roupa toda quente.

O clima está incrivelmente bom e agradável, porém muito seco, eu senti que teria que beber água a cada cinco minutos.

— Aí juro, sorte a sua que vai poder vir aqui quando quiser.. — andava saltitante.

Soltei um riso.

— Vou fazer um book de fotos nesse lugar! Certeza.

Chegamos bem perto da calçada da fama, pedi pra ele tirar uma foto minha. Hans foi se distanciando com o celular na posição e eu fiz uma pose rápida.

Nem pensei muito e já postei no feed, e nesse meio tempo já tirei mais algumas fotos do Hans também.

Evitei ao máximo olhar as lojas, não queria pirar o cabeção já no primeiro dia. Juro que segurei muito o bolso.. era tudo tão legal que queria sair comprando qualquer coisa que via pela frente.

Nessas horas, eu até senti falta da minha mãe me policiando pra não gastar muito e nem comprar nada desnecessário.

@Stellamuniz

Mãe, cheguei! 🇺🇸 e já vim parar na Boulevard de mala e tudo. @Hansbosco melhor fotógrafo 📸

Gutomuniz e outras 2.387 pessoas curtiram isso.

@Gabibastoss: Aaaa que linda ♥️
@Vivianemuniz: Te amo filha, fica bem aí 😘
@Lalacardoso: Aproveita muitão, princesa.
@Vicentebrangel: Modelete mais chique!!
@Felipeferraz: é gata demais 🤤

Ao pararmos em frente à pequena vizinhança que iríamos morar, observei um movimento de pessoas que também estavam se mudando pra lá por conta da Sunset.

Descemos e aproximamos um pouco da Mariana, uma carioca que também trabalha comigo.

As outras conversavam entre si e eu não era muito familiarizada com elas ainda, só nos conhecíamos de vista.

— O que aconteceu que demoraram? — Mariana nos questionou. Essa era uma das únicas garotas que eu não tinha inimizade, ela era bem simpática e sempre nos esbarrávamos lá na agência do Rio.

Não que eu odiava as outras, mas é que elas sempre me olharam torto e com desprezo, nunca foram de falar comigo desde que eu cheguei lá. Também não fazia a mínima questão, dane-se.

— O motorista nos levou até a avenida Boulevard — Hans respondeu todo feliz.

Ela nos olhou com certa "inveja" e soltou um riso solto.

— Ah, que chato! Queria muito ter ido também.. — fez um biquinho engraçado.

— A gente vai ter tempo pra isso — respondi dando uma piscadela.

Um homem alto que trabalha na agência que está redirecionando as modelos. Veio até nós segurando uma prancheta nas mãos, com ar de superioridade e sem nenhum sorrisinho no rosto.

— Vocês são... Stella Muniz e Mariana Lopez de Sá ? — falou lendo algo. Assentimos rápido.

— Ok, vocês duas são do Rio né? Me sigam, fazendo favor.. e tragam as suas malas.

— Vai lá gata, vou ficar bem ali conversando com uns conhecidos.. — Hans sussurrou ao ver uns homens conversando em uma rodinha, deveriam ser amigos.

Fomos levadas até nossos alojamentos, eram bem confortáveis e espaçosos. Mariana ficou alojada na porta ao lado, menos mal porque qualquer coisa eu falava com ela.

Antes mesmo que eu pudesse entrar direito no mini apê o homem me seguiu por trás.

— Ah, esqueci de mencionar que irá ter que dividir a moradia.

— Sério? Com quem?

— Uma modelo que vem de Curitiba, o voo dela irá chegar hoje à noite. Tem algum problema pra você?

— Não, nenhum. — neguei rápido.

É óbvio que eu não iria dizer que tem problema, só tirando o fato de que estou um pouco traumatizada com essa coisa de "amizades novas", ainda mais uma companheira de quarto.

Mas eu sentia que dessa vez iria dar certo, chega de passar sufoco com amizades tóxicas.

— Ótimo. Aqui tem dois quartos e a lavanderia fica lá em baixo, é comunitária. — explicou brevemente.

— Ok.. — assenti timidamente. Me senti perdida pra caralho, ainda vou precisar me adaptar muito.

— E antes que eu me esqueça, toda a programação que irá ter na Sunset está em cima da bancada da cozinha. Mas fique tranquila que isso é apenas nos primeiros dias.

— Tá bom, obrigada. — sorri fraco e ele saiu batendo às portas.

Deixei minhas malas na porta e fui desbravar o local, que por sinal está bem arrumado e com cheirinho de limpeza.

Após uns minutos, pude escutar os passos de Hans adentrando lá também.

— E ai, gostou? — falou sorridente, analisando tudo a sua volta.

— Gostei, é bem espaçoso. Você sabia que vou morar com mais uma garota aqui?

— É, meio que sim.. normalmente todos terão que morar com alguém. São as regras de convivência.

— O bom é que todo mundo vai trabalhar no mesmo local..

— Sim, aposto que vai gostar. Eles sempre arrumam ótimas companheiras de quarto.

— É, tomara que sim.

— Ótimo. Hein, as meninas combinaram de dar uma voltinha lá no píer Santa Mônica, vamos? — aquele seu entusiasmo era totalmente compreensível.

Fiz um biquinho e dei uma leve suspirada.

— Jura? To bem cansada pela viagem.. eu já estava até pensando em tirar um cochilo — disse manhosa e ele riu alto da minha fala.

Darling, nunca te falaram que não se deve dormir em dólar? — disse em tom humorado — Relaxa, você vai ter muito tempo pra isso depois!

— Já ouvi essa expressão e nunca pensei em levar ao pé da letra, mas tem razão.. só de lembrar quanto tá custando o dólar, já até me animei. Vamos sim, só vou tomar um banho e trocar essa roupa. — suspirei dando por vencida. Iria ter muito tempo pra dormir e acho válido aproveitar os momentos com ele aqui, aliás.. Hans vai ficar apenas cinco dias.

Fui até o quarto que havia escolhido ficar e coloquei as malas em cima da cama, e as encarei pensando no que vestir. Tomei um banho bem demorado e fui me arrumar. Prendi os cabelos num rabo de cavalo, pus uma calça jeans rasgada e uma regata.

Apanhei meu casaquinho que também era jeans e peguei minha bolsa com todos os meus documentos.

Fomos todas andando, o local fica a menos de cinco minutos dali. Nisso nós fomos conversando e tirando inúmeras fotografias por todo caminho, eu senti que ficaria mais próxima da Mari, é eu sei que nós nunca fomos amigas e sim "colegas de trabalho".

Mas acho que a vida deve estar me dando a chance de conhecê-la melhor, quem sabe até formamos uma amizade, porquê além de tudo somos vizinhas agora.

— Nossa senhora.. é cada homem bonito por metro quadrado que até me perdi.. — Hans brincou e nós rimos.

— Dizem que as baladas daqui são as melhores. — Mariana acrescentou.

— Devo imaginar, aproveita e arrasta Stella pra ir com você. É capaz dela só querer ficar enfurnada naquele apartamento o dia todo.

— Não to animada pra festas, eu acho que já farreei demais lá no Brasil. Tá na hora de centrar nos jobs e nos afazeres. — falei como uma pessoa responsável e eles riram alto. Até eu me estranhei agora.

Dessa vez eu estava convencida que de que iria fazer as coisas direito. Não queria me afundar novamente e nem fazer besteiras.. mas aposto que se fosse antes eu já estaria maluca para ir nas baladas daqui.

Não é que eu não vou querer sair, só não quero passar dos limites e me arrepender depois.

— Amore, hello! Você está na Califórnia bebê, para de querer dar uma de certinha.. — Hans incentivou e eu apenas balancei fraco a cabeça.

Ao chegarmos, avistei algumas pessoas andando em patinetes e em bicicletas, aquele lugar era um dos mais maravilhosos que eu já vi. E é claro que o pôr do sol ajudava muito na vista.

Enquanto isso, parei pra comprar alguma coisinha naquelas lojinhas de doce. Minha barriga roncava por alguma coisa, e lá tinham tantas opções que eu não pude resistir.

Ia ser bem impossível não dar nenhuma engordada nesse local.

Vimos um cantor de rua que tocava violão e cantava músicas extremamente calmas e tranquilas. Paramos por alguns minutos para o admirar, e logo pensei em como eu queria que Felipe estivesse aqui, ele precisa ver o quão maneiro é isso tudo.

Escutei o barulho de foto, o que me fez sair dos meus pensamentos, notei que Hans havia tirado uma foto minha enquanto comia e postado nos stories.

— Ah não, pode apagar! — falei manhosa e tentando não rir de boca cheia.

Ele só gargalhava.

— Saiu bonitinha você toda concentrada nessa coisa extremamente calórica, e estava com esse sorrisinho bobo pensando em quem? — me mostrou a foto de longe.

— Vai de foder, me deixa comer em paz! — ri fraco.

Só conseguia pensar em como vou sentir uma puta saudade dela, ver o meu apê vazio traz uma solidão do caralho. Uma falta que precisava ser preenchida e somente uma pessoa poderia preencher.

Estiquei as pernas no sofá e olhava brevemente o Instagram, até ver uma foto que ela tinha repostado nos stories.

Caralho, como essa filha da mãe é gata.. às vezes me pego sorrindo sem perceber quando vejo suas fotos.

Tomei um banho e fui jantar, na verdade fui estudar e comer ao mesmo tempo. Essas últimas semanas de provas parece serem inacabáveis, fora o trampo que me consome todo santo dia.

Mas tá valendo a pena, fiquei ali por algumas horas até meus olhos pesarem e eu decidir ir deitar. Até pensei em mandar um boa noite pra Ste, mas achei melhor não.

Ela deve estar bem ocupada nesses primeiros dias, fora que se nós começássemos a conversar eu não iria dormir hoje.

E nessa reta final do curso, eu precisava estar com a cabeça focada e sem me distrair muito. Minha mãe surtava todas às horas que lembrava que eu já iria me formar. É realmente o tempo não passa, ele voa.

Encarava a tela do celular esperando algum sinal do Lipe.. deveria ser a décima vez que eu visualizo seu visto por último.

Estávamos numa pizzaria italiana, já era umas oito da noite e precisávamos comer algo antes de voltar para os nossos aposentos.

— Acabaram de me avisar que o pessoal de Curitiba e de São Paulo chegaram.. estão se instalando agora!— Hans falava olhando suas mensagens.

— Aí, já to curiosa pra saber com quem eu vou ficar, tomara que seja alguém da hora! — Mariana cruzou os dedos.

— É, eu também to torcendo pra ser alguém que eu goste. — mordi um pedaço da pizza.

— A gente bem que poderia ficar juntas, né? Af que saco.. — Mari murmurou e eu concordei com a boca cheia. Eu mais comia do que falava.

— Pois é, mas eles nunca colocam duas pessoas da mesma cidade juntas. Acho que é justamente para vocês fazerem outras amizades, a SunsetModels é cheia disso.

Eu e Mariana nos entreolhamos com certo receio do que nos esperava. Principalmente eu.

Enquanto comíamos ela contou rapidamente sobre sua história, e disse até que o seu curso dos sonhos era engenharia.

Acho que o limbo entre modelar e ser engenheiro é realmente gigantesco.

Porém, ela entrou nessa só pra ver o que iria dar e acabou adorando, assim como eu.. acredito que nós duas praticamente caímos de paraquedas aqui.

(...)

Ao retornarmos, pude perceber a movimentação do pessoal recém chegado ao instalar as malas. Subi os três lances de escadas e vi que a porta do apê estava entreaberta.

Entrei devagar e notei que havia malas coloridas em cima do sofá. Eram lindas e bem estilosas, após isso, escutei uma conversa em um dos quartos e andei até lá.

— Ah então, como eu ia dizendo eu acho que nunca vou me acostumar.. — a garota falava ao celular mas ao notar a minha presença me olhou sorrindo.

— Oi, desculpa entrar sem bater na porta.. — falei rápido sem querer interrompê-lá.

— Amor.. vou ter que desligar, uma loira super gata entrou aqui. — ela disse brincalhona e eu soltei um riso. — Então é você a minha nova colega de quarto?

— É, sou sim. Prazer, Stella!— estendi minhas mãos em forma de cumprimento.

— Prazer, Rebeca.. mas pode me chamar só de Beca. — guardou o celular no bolso da calça.

— Mas e aí, como foi de viagem? — tentei puxar um assunto.

—Foi bem cansativo e preciso tomar um banho. Não tá sentindo um leve cheiro de bicho morto? Se caso estiver, saiba que sou eu..— brincou e fez um coque no cabelo.

— Aquelas malas são suas? São lindas.. juro, fiquei apaixonada quando vi!

— São sim. — sorriu — Minha mãe insistiu para que eu viesse com elas, dizem que malas coloridas dão sorte. — negou fraco com a cabeça e eu ri.

Conversamos por alguns minutos e eu pude notar que Beca era bem extrovertida e simples. Porém, a sua beleza é algo de matar, era algo bem diferente e nada comum.

A ajudei com as malas e nisso ela não parava de falar um segundo, o que me deixou confortável, pois amo pessoas falantes.

— Os chuveiros daqui são elétricos? — me perguntou enrolada na toalha. — Eu preciso de água gelada.

— São sim, mas aconselho a usar o outro banheiro — disse à ela enquanto ligava a televisão.

— Você por acaso leu aquela coisa de boas vindas? — falou ao sair do banho.

O mais legal, é que o nosso alojamento é bastante pequeno, ou seja, dava para conversar de todos os cômodos da casa.

— Não li não.. você leu?

— Li uma parte, até meu namorado me ligar. — foi para o quarto se trocar.

— E o que diz lá?

— Pelo que entendi, vamos ter algumas aulas de inglês nas primeiras semanas. E também faremos algumas aulas de adaptação com as câmeras e tudo mais..

— Adaptação com as câmeras?

— É mais pra quem tem medo de se soltar e precisa perder a timidez perante os ensaios fotográficos. — explicou rápido.

— Só eu que estou nervosa com isso tudo? — mordi os lábios inferiores.

— Não! Abri a geladeira e vi que só tem coisas light e comidas veganas.. surtei. Quando fico ansiosa, amo comer porcarias!

— Jura? Af, eles querem mesmo nos manter em forma.. — corri para a cozinha pra poder verificar.

— Mas, me conta mais sobre você.. soube que é do Rio, né? — enrolou os cabelos numa toalha e sentou no sofá, passando uns cremes nas pernas.

— Sim, sou carioca. Na real, nem sei como vim parar aqui, até agora não acredito.

— Sei bem, na verdade esse sempre foi o meu sonho e o da minha família. Desde pequena eu queria me envolver nesse mundo, cursava design, inclusive.

— Que demais, imagino que pra você não deve estar sendo tão difícil assim.

— É, nem tanto como pensei, tirando o fato que já estou com saudades do Tiago. — fez uma cara triste.

— Seu namorado, né? — me sentei no outro sofá enquanto beliscava uma salada de frutas.

— Sim, a gente namora a quatro anos. E nunca nem pensamos na possibilidade de ficarmos tão longe.

Abri um sorrisinho bobo ao vê-la falar.

— E você ? Me conta mais.. namora também?

— Ah.. — suspirei — Eu sou uma longa história.

— Eu gosto de histórias longas.

— A minha parece até coisa de filme de tão maluca que é. Não sei se vai querer saber.. — sorri tímida.

— Vai me contar ou acha que tá cedo? — brincou.

Acabei contando. Tudo mesmo, e ela ficou igual uma criança quando a mãe contava histórias para dormir.

Ficou tão interessada e cativada que suas expressões só melhoravam a cada coisa que eu falava.

É óbvio que fiquei envergonhada em contar sobre o lance do clube. Mas já que era para me conhecer de uma vez.. ela teria que me conhecer por completo.

Ás vezes parece bem difícil ter que encarar o passado de forma tão madura, às vezes nossas memórias nos assombram por longos e longos anos.

E só cabe a nós decidir encarar isso.

— Você sabia que a sua vida daria um filme?

— Sei, e seria um filme de duas partes. A primeira parte se encerrou lá no Rio.. essa aqui acredito que está sendo a segunda parte!  — brinquei e ela riu.

— Nunca se esqueça que a segunda parte sempre é a melhor de todas.. — deu uma piscadinha humorada.

— É doideira ver sua vida virar de ponta a cabeça assim, né? Até semana passada eu estava bebendo com meus amigos numa chácara qualquer..

— Até semana passada eu estava transando no apê do meu namorado..

— Aí, vou sentir saudades disso também.

— Somos duas. — riu e se aconchegou no sofá.

Parei por um breve segundo e pensei em como a vida poderia estar me devolvendo tudo aquilo que perdi.

Aquela amizade tóxica que a Carmel tinha deixado e todas aquelas cicatrizes, podem estar sendo curadas pela amizade da Rebeca.

Sem eu menos perceber.

Continua..

Rebeca Pires (Beca) 20 anos.

Mariana Lopez de Sá (Mari) 21 anos.

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