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Capitulo 32

Fui o mais rápido que eu pude até aquele maldito hospital, ela tinha acordado e isso era tudo que eu precisava ouvir naquele instante.

— Graças a Deus ela despertou, nós estamos tão aliviados..— a sua mãe dizia empolgada falando ao celular.

Corri até o pessoal e todos eles me olharam meio assustados assim que me viram.

— Ela tá bem ?

— Tá sim, já conversamos com ela e parece que está bem. — Guto respondeu.

— Posso ir lá ? — eles assentiram e eu me dirigi até o quarto.

— Você quase nos matou do coração Ste! — meu irmão me olhava solidário enquanto pegava na minha mão carinhosamente.

— Não faça isso nunca mais conosco, só Deus sabe o quanto eu rezei para você ficar bem. — disse minha mãe e eu sorri fraco.

Me sentia bem melhor e mais tranquila, mesmo com algumas dores chatinhas no corpo.

Após os meus pais e meu irmão saírem do quarto, fiquei vendo alguns programas na TV pra passar o tempo, as enfermeiras disseram que já vou ter alta hoje à noite.

Odeio ficar deitada sem poder fazer porra nenhuma.

Entrei sem nem fazer barulho enquanto ela assistia concentrada algo na televisão, os seus olhos logo me viram e um sorriso tímido surgiu no seu rosto ainda pálido e cansado.

— Lipe.. que bom te ver..— aquela voz manhosa e rouca me deixava bobo.

Me aproximei devagar até sua cama.

— Você não sabe o sufoco que fez a gente passar! — coloquei a mão na sua testa massageando devagar seus cabelos.

Ela sorriu do gesto.

— Desculpa, eu não tive culpa.. tudo aconteceu tão rápido que nem tive tempo pra pensar direito.

— Era o Ravi que estava com você né?

Ela assentiu.

— Esse filha da puta..

— Meus pais e meu irmão não sabem ao certo o que aconteceu, somente você e a Carmel que sabem de todo o rolo, ainda to criando coragem pra poder contar toda a verdade.

— Não tenha pressa, primeiro se recupere. Você vai criando coragem, eu to aqui sempre que precisar tá ? — segurei as suas mãos tentando corforta-lá e ela só assentiu.

Nossos olhares se encontraram novamente e eu juro que era coisa de outro mundo tudo que eu sinto por aquela loirinha.

Um misto de coisas que nem mesmo eu entendia.

Ela fodia comigo.

— Tive uma visão e eu acho que você estava nela.. — sorriu ao contar — A gente estava numa praia e te vi de longe andando pela areia, foi irado e pareceu tão real.

Sorri.

— Maluquinha.. até nos seus sonhos eu to né ? — brinquei e ela revirou os olhos.

O silêncio reinou e ficamos encarando nossas mãos entrelaçadas, enquanto eu massageava sua mão com meu polegar.

Hesitei várias vezes tentando falar algo.

— Fe você vai me achar muito esquisita se eu disser que sinto algo estranho quando estamos juntos ? — quebrou o silêncio.

Franzi o cenho e neguei com a cabeça.

— Sei lá, parece coisa de adolescente, um frio na barriga e o coração acelerado.

— Você vai me achar mais estranho ainda se eu te disser que sinto mesmo? — falei e ela negou sorrindo de lado.

Puta merda.

O que a gente estava fazendo? A porra de uma declaração?

— Acha que sou um idiota por sentir isso também?

— Talvez seja um idiota apaixonado.. — riu fraco.

— Stella eu sei que a gente parece dois adolescentes falando essas coisas, mas porra! Duas linhas não se cruzam atoa. O que nós sentimos é algo que nunca senti antes por alguém, você me tem de uma forma assombrosa que até assusto as vezes. — me declarei mesmo, foda-se, não poderia perder aquela menina.

Ela não sabia o que responder, é óbvio.

Caralho, ele deve gostar de verdade de mim. Mesmo com essa cara pálida e cheia de olheiras ainda sim se declarou.

Esse garoto acaba com meu psicológico.

— Acha que foi um bom momento pra se declarar ? Eu to horrorosa! — disse de imediato.

Ele sorriu aliviado.

— Que susto otaria, achei que iria me xingar e me mandar calar a boca.

— Eu não sei ser fofa, foi mal, mas vamos dizer que eu também esteja gostando de você — eu odeio me declarar, droga — Me sinto muito bobona falando isso.

Ele se aproximou mais e segurou minha nunca com as duas mãos e beijou minha testa devagar, fechei os olhos com o gesto.

Que momento meloso, meu pai eu to apaixonadinha nesse mané. Não é possível.

Meu coração palpitava, e eu ainda vou matar Stella por me deixar assim.

— Queria muito te dar um beijo agora, porém minha boca tá puro remédio. — brincou.

— Não ligo. — dei um selinho rápido em seus lábios pálidos.

— Fe.. a gente tá ficando então? — me olhou receosa.

— Acho que sim né — cocei a nuca. — Na real, só se você quiser, claro.

— Vou pensar no seu caso..— sorriu.

— Pega aqui — coloquei sua mão no meu peito para ver o quanto meu coração estava acelerado.

— Vai ter um treco agorinha! Aliás, não comenta nada com ninguém, preciso resolver muitas coisas e ainda é difícil de assimilar.

— Como quiser, só de saber que vou poder te beijar muito daqui uns dias eu já to feliz.

— Imbecil.. — ela riu.

(...)

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