**GIRLS JUST WANNA HAVE FUN**

Carmel me olhava de cima a baixo depois de me maquiar, coloquei um vestido tubinho vermelho e ela um azul, calcei um salto bem alto e deixei meus cabelos soltos. Por fim passei um batom vermelho.

Fomos até o clube umas horas antes de abrir, hoje pela manhã ela tinha me explicado algumas coisas que eu precisava saber sobre lá, mas disse que Ravi iria me explicar melhor.

O ambiente era grande e com varias luzes neon, os garçons estavam ajeitando algumas bebidas no bar e umas pessoas limpavam o chão.

Era extremamente sensual e exótico, e confesso que amei.

( fotos no fim do cap )

— Carmel, Carmel... sabe que é minha favorita né ? — o coroa disse a abraçando de lado animadamente.

É claro que Ravi iria me amar por isso, ele adorou Stella, achou ela linda e com muito potencial.

— Então você precisa da grana? — ele olhou pra Stella.

— S-sim, quer dizer não exatamente, eu só quero uma diversão extra mesmo..— sorri sem graça.

Ele analisou sua resposta e retribuiu com um sorriso intimidador. E se aproximou calmamente de mim e sussurrou baixo no meu ouvido.

— Já explicou pra ela a política do clube?

— Algumas coisas só..— respondi baixo.

— Trate de explicar tudo.

Stella olhava encantada o local, parecia uma criança em um parque de diversões, estava hipnotizada com cada detalhe.

— Ste! — chamei sua atenção — Vem aqui.

Falei pra ela sobre tudo que Ravi mandou, não pode recusar nenhum presente que ele der, os jantares e encontros com ele são indispensáveis, porém não temos relações sexuais com o chefe.

Expliquei também que o dinheiro dos caras que ela iria sair era passado primeiramente pra ele e depois ele repassava pra ela. (era uma quantia generosa a maioria das vezes )

— Nossos dormitórios ficam no último corredor, só ficamos lá quando não queremos voltar pra casa. — apontei para umas portas entreabertas. — Aliás tem umas meninas que moram aqui, elas vão adorar te conhecer! — falei e ela assentiu.

— Mel, vocês fazem sexo todas as vezes que saem? Eu acho que não entendi..— me perguntou confusa.

— Não boba, tem muitos caras que só querem a nossa companhia para um jantar ou pra alguma festa. Relaxa.

(...)

Apresentei as meninas para Stella, todas adoraram uma nova integrante, porém percebi que Dani não gostou muito da concorrência.

— Você é muito bonita, da até uma agonia..— Ingrid disse abismada.

Stella riu do comentário.

— Obrigada, vocês também são maravilhosas.

— Ravi vai te encher de presentes, e por falar nisso temos um guarda roupa para cada uma, guardamos presentes e algumas roupas aqui.— Carina explicou.

— Se não quiser contar pros seus pais da onde vai ganhar tanta jóia é melhor deixar aqui..— Alana riu.

Dani me puxou pelo braço e fomos para o corredor.

— Esse furacão loiro vai conseguir clientes mais que todas nós juntas! — disse indignada.

— E qual o problema? Larga de ser ciumenta, aqui sempre lota..— respondi cruzando os braços.

— Não acho que foi uma uma boa ideia, ela é filhinha de papai, logo vai desistir! — revirou os olhos e bufei, ignorei sua fala e voltei para o quarto.

Já iam ser nove da noite, Ravi me chamou para o escritório dele e eu segui suas ordens.

— Bom, como é seu primeiro dia.. — me estendeu uma caixa azul marinho — Presente da casa.

Eu peguei boquiaberta e murmurei um "Obrigada", abri com cautela e deparei com um colar de cristais Swarovski, e todo cravejado com um pequeno S no meio.

— Como sabia que..

— Tenho o alfabeto todo da Swarovski, e isso não é problema algum, vai ficar lindo em você..— sorriu.

— Sim.. vai sim.. — analisei a joia com cuidado.

(...)

O som começou a tocar e as meninas foram pra pista e pegaram as suas bebidas, a casa iria ser aberta.. me sentei em alguns dos sofás espalhados pelo local e observei alguns homens entrarem.

Ao som de Girls just wanna have fun, eu me senti em um filme dos anos 90, gostava daquela vibe.

Chegou um cara no local de aparentemente uns 40 anos, era charmoso até, ele bebia seu uísque sentado no bar, me encarou algumas vezes de longe e soltou um sorriso.

— Acha que devo ir? — me aproximo de Carmel

— Vai que é tua. — disse animada

Me aproximei do cara e sorri de volta, encostei no balcão e apoiei o cotovelo. Tentando ser sensual.

— Me vê um shot de tequila! — pedi pro garçom.

— É nova aqui? — ele me perguntou.

— Sim, Stella.. Prazer..— estendi a mão e ele pegou com cuidado e depositou um beijo.

— Nunca fiquei tão encantando, prazer Lorenzo!— sorriu.

Peguei e virei com tudo meu shot, ele me pegou pela cintura e começou a cheirar o meu pescoço, arrepiei um pouco.

— Vamos ali..— se levantou e me guiou pela cintura.

Chegamos em uma área mais afastada com vários sofás individuais separados por algumas cortinas. Entramos em um e nos sentamos.

Assim que sentei ele simplesmente me agarrou, me beijou desesperadamente, retribui o beijo na mesma intensidade, passou as mãos pela minha cintura com força e me trouxe pra mais perto dele.

Sua língua sabe o que fazer, é bom e bem excitante, a sua mão passeava pela minha bunda e dava uns leve apertões, eu queria muito transar com aquele cara.

Fomos para um dos inúmeros quartos que havia lá, parecia uma suíte master, o Lorenzo é experiente e tem domínio sobre o meu corpo.

Me senti uma completa Sugar Baby em seus braços, fodemos com força naquele lençol de seda, e aquele seu membro é grosso e eu sentei até pedir arrego.

Ele bateu no rosto algumas vezes e mordiscava com vontade meus seios, disse que eu era boa com isso, e que sempre queria minha companhia.

Acho que foi um elogio, voltamos a nos sentar em um dos sofás e continuar nossos beijos quentes.

Minha mãe ficou enchendo a porra meu saco pra eu falar com Stella sobre o chá de bebê da Chiara, pois ela queria muito a sua ajuda.

Passei mensagens e tentei ligar mais nada dela atender ou me retornar, seu visto por último no WhatsApp foi hoje cedo.

Passei mensagem pro Guto e ele disse que também não sabia onde estava, só sabia que estava com sua amiga Carmel.

— Que foi que tá estressado? — Lucca me olhou enquanto eu bebia minha cerveja Heineken.

— Minha mãe mandou eu falar com Stella, porém ela sumiu.

— Ih, o que pensa em fazer ?

— Nada porra, ela é livre..e às vezes até demais..— abaixei a cabeça.

— Deve estar em alguma festa maluca por aí, ela vivia dando trabalho pro Guto antes, lembra disso? Ela se metia em cada roubada! — Lucca falou rindo.

— Parei de falar com ela, na verdade nem eu sei porquê.

— Irmão, aquela guria é problema, ela é bicho solto, tu sabe disso.

— Foda-se, eu sei que ela é doida, mas é que.. nada esquece..— hesitei.

— É que tu tá se amarrando nela né? — ele sorriu — Pô cara, sabia que isso ia acontecer.

— Que cacete..— terminei de beber a bebida.

Assim que Lucca vazou lá de casa eu decidi procurar algum lugar pra comer. Achei uma casa de sushi que era meio longe mais dizia ser muito boa.

Coloquei no GPS e dei partida.

O caminho era longo, entrei em uma rua deserta com alguns bares lotados e acho que bebi demais porque eu tenho certeza que vi Carmel parada em frente algum clube qualquer.

Cocei os olhos e forcei a visão e percebi que era ela, fumava o seu cigarro e conversava com alguns caras que eu não fazia ideia quem eram.

Aproximo o carro da calçada e abaixo os vidros, ela me olha rápido e fica paralisada, os caras ficam sem entender nada e até perguntaram se eu era algum de seus clientes, que?

— Carmel, preciso falar com você! — falei e ela se aproximou do carro.

— O que está fazendo aqui?

— Eu estava indo comer e o GPS me levou até essa rua, assim que vi você me aproximei. — expliquei — Você viu a Stella?

— N-não.. vi não, já tentou ligar pra ela?

— Ela não atende, nem responde minhas mensagens, achei que ela estivesse com você.

— Não está, sinto muito! — sorriu sem graça e se distanciou.

É claro que não acreditei, Stella estava aprontando alguma coisa e eu tinha certeza disso.

Estacionei o carro meio longe da visão de Carmel, e fui até o clube que ela estava parada em frente, uma moça me barrou e disse que eu tinha que pagar pra entrar e que era de extremo sigilo!

Que porra é essa?

Sim, aquilo é um puteiro, uma casa de prazeres e tinha muita bebida e mulheres.

Paguei uma quantia alta e entrei, o som tocava muito alto, me sentei em um sofá qualquer e num relance vi uma garota se aproximar, eu até me assustei com o seu gesto.

— Oi, é novo aqui né?.. eu percebi.. — ela se sentou do meu lado e me analisou.

— Não sei, acho que sim. É, você por acaso viu se..

— Me chamo Daniela, mas pode me chamar de Dani, você é muito gostoso sabia? — ela me interrompeu e mordeu os seus lábios inferiores como se quisesse sensualizar.

Eu ri sem jeito.

— Vamos lá para um dos quartos, eu prometo ser boazinha com você.. — ela sorria sem parar.

— Muito obrigado, mas na verdade vou só beber um pouco primeiro..— menti e me distanciei dela.

Percebi que quando saí, ela comentou com algumas meninas sobre mim, estranhou minha postura, acho que aqui ninguém nega algo tão de repente.

Achei o bar, pedi uma bebida qualquer e continuei olhando a minha volta atentamente.

Carmel entrou novamente no local e parecia estar procurando por algo ou por alguém, andava de um lado pro outro apressada.

— Olá, sou novo aqui e gostaria de informar se você sabe de alguma tal de Stella? — perguntei ao garçom mesmo não querendo saber a resposta.

— A novata? Ela foi pra um lugar mais afastado com um senhor aí.. —  respondeu casualmente.

— Senhor? — franzi o cenho.

— É, digamos que um coroa bonitão.. — ele riu sem jeito.

Saí de lá com mais certeza que havia algo de muito errado acontecendo ali, eu comecei a procurar sem parar por algum ambiente afastado, até que avistei um sofá de longe e lá estava ela..

Sendo quase engolida por aquela cara, usava uma roupa sensual e ele pegava livremente em sua bunda e em seus seios enquanto a beijava sem parar.

Meus olhos se encheram de raiva, mas eu tentei me controlar, aproximei deles e fingi uma tosse só para me olharem.

Stella parou o beijo e me olhou pasma, parecia estar perplexa, como se não quisesse que eu estivesse ali.

— O que está fazendo aqui Felipe? — disse irritada e se afastou bruscamente do cara.

— É seu namorado princesa? — o homem perguntou.

— É, eu sou o namorado sim.. — falei sem pensar duas vezes.

— Não! Ele não é meu namorado! — ela me debateu.

— Você sabe que aqui é um puteiro né? Deixou a sua namorada vim trabalhar aqui cara? — ele sorria num tom de deboche.

— Ele não é meu namorado e nunca foi cacete!— ela falou com raiva nos olhos. — Some daqui Felipe! Por favor, vai embora.. — ordenou.

— Não antes de falar com você! — protestei.

Carmel chegou por trás assim que nos viu.

— Eu juro que tentei mandá-lo embora Ste, nem o vi entrando aqui! — ela se pronunciou.

— Relaxa amiga, ele já está de saída..

Assenti puto me dando por vencido, e Carmel logo se distanciou, enquanto Stella voltou a se oferecer para aquele velho nojento e tarado.

— Estava te procurando gatinho apressado..— a menina que me parou no início falou novamente.

Ela me abraçou, pegou na minha mão e começou a tocar a sua cintura tentando me trazer mais pra ela.

Stella assim que viu a cena veio com ódio total pra cima de nós.

— O que queria falar comigo?

— Hã? Porquê não quis falar comigo antes?

— Eu estava ocupada Felipe!

— Então seu nome é Felipe? Que nome sensual.. — a guria falou rindo — Conhece ele, Stella ?

— É um conhecido só.. — falou com certo desdém.

Me distanciei da tal menina e Stella me levou até um corredor com varias portas, entrou em uma delas e o local parecia ser um dormitório.

— Ta maluco? O que pensa que está fazendo?

— Eu estava te procurando cacete! E sou eu quem te pergunto! O que está fazendo aqui? — falei irritado.

— Estou me divertindo, não está vendo? — disse com ironia.

— Você está em um puteiro, isso não é diversão, isso é um trabalho.

— Chame do que quiser, eu chamo de diversão.. e agora me deixa em paz.

— Não vou e você vai voltar comigo. — ordenei e ela negou rápido.

— Felipe, eu trabalho aqui, comecei hoje e não posso decepcionar o chefe nem a Mel..

— Você o quê? Você tá ficando pirada cara.. se seus pais sonharem com isso.. — ri sem humor.

— Você não vai contar nada pra ninguém entendeu? Ninguém pode saber disso, me prometa! — falou se aproximando, e o seu cheiro de álcool era notável.

— Tá tudo bem!— fechei os punhos e travei o maxilar — Eu prometo, tá ok?

Ela só assentiu fraco, o meu coração começou a bater rápido e não queria deixá-la, não é um ambiente pra ela estar.

E tudo me incomoda,a roupa extremante sensual e o seu batom borrado de tanto se lambuzar com aquele homem.

— Minha mãe que mandou eu falar com você sobre algo.. mas deixa, depois eu falo.. — abaixei a cabeça.

Ela se aproximou rápido e me abraçou, com tanta força que quase cai no chão, abracei ela de volta e senti que seu coração palpitava também.

— Me desculpe! Não queria que cê soubesse dessa forma, mas eu quis isso, eu fui atrás e peço que não me condene nem me julgue.. — falou cortando o abraço.

Eu num impulso soquei a parede com toda força que havia em mim, e Stella se encolheu meio assustada.

— Eu não consigo te ver com esses marmanjos. Foi mal. Isso é loucura.. não sei onde está com a cabeça!

—Eu vou ficar rica, vou ter meu próprio dinheiro e minha própria liberdade e independência. Isso que me importa. Tá tudo bem..

— Você poderia achar uma maneira mais tranquila de fazer isso, não acha? Mil outras maneiras aliás.

— Tem coisa mais Stella que isso tudo ? É genial.. — ela falou sorrindo fraco.

Me aproximei dela e coloquei uma mecha do seu cabelo atrás da orelha, beijei sua testa com calma.

— Se mudar de ideia eu estou aqui, não se esqueça.

— Não vou esquecer! — ela tentou dar um selinho em mim mas eu virei o rosto levando o beijo para minha bochecha.

Não entendo esses nossos selinhos repentinos, toda vez parece que sentimos algo a mais um pelo outro.

Mas dessa vez eu resisti, eu não iria beija-lá nessa situação.

— Só vou te pedir outra coisa! Fique longe daquela Dani, ela não pareceu gostar muito de mim. — riu baixo.

— Eu nem vou voltar mais aqui, a não ser que seja pra te levar embora! — falei e ela sorriu se afastando.

Fui embora de lá com a certeza que eu iria tirá-la algum dia daquele lugar, não sei quando.. mas eu vou.

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