Capitulo 20
Hoje é o dia do casamento de Fábio e Chiara, e as preparações estão a mil por hora.
Depois que as minhas amigas foram embora lá de casa naquela manhã calorosa, eu pude terminar de arrumar minhas coisas para ir ao salão, minha mãe iria me levar pois Chiara exigiu minha presença.
Fomos para o salão sem trocar uma palavra, até que ela se vira com um semblante triste e solidário.
— Me desculpa, eu fui muito rude com você — disse direta.
— Mãe é pra essas coisas.. — sorri fraco e ela me acompanhou sem jeito.
— Se você acha que pode se realizar, não vamos mais interferir.
— Obrigada mãe, mas te prometo que não vou me arrepender.
Essa bandeira de paz entre nós é algo inusitado, mas creio que não foi atoa, minha mãe odeia que nós nos desentendemos em público.
E como hoje é o casório, não quer passar vergonha na frente dos outros, e claro que eu não estaria de acordo em bancar a filha perfeita e gentil para os amigos dela.
O caminho até lá foi longo, o salão era extremante chique e refinado e tinha letras grandes e cursivas escrito Studio Condessa.
Muitas mulheres faziam cabelo e maquiagem, até que uma senhora nos viu perdidas e se aproximou.
— Stella? Stella Muniz? — me encarou e minha mãe tomou frente.
— Sim, algum problema?
— Não, aliás você é Viviane né ? — abriu um sorriso simpático.
— Sou sim.
— Vocês estão na lista do dia da beleza com a noiva Chiara, podem me acompanhar ?
Não questionamos e a seguimos, ela nos levou até o andar de cima, em uma suíte extra grande e super luxuosa.
Magda que estava fazendo massagem em seus pés, quando nos viu logo se levantou e veio em nossa direção animadamente.
— Ah que bom que vieram, esqueci de te falar que você estava convidada também Vivi! — ela sorriu.
— Que surpresa boa, muito obrigada! — minha mãe agradeceu.
— Que bom que vieram! Venham os preparativos já começaram! — Chiara levantou, estava vestindo um roupão de seda branco, com vários bobes entre seus fios loiros.
Havia mulheres fazendo unhas e os cabelos, devem ser os parentes da Magda, e ela nos apresentou para elas e claramente eu e Chiara éramos as únicas mais "jovens" dali.
Me sentei em uma cadeira giratória, e um cara se aproximou com um sorriso contagiante no rosto.
— Você vai ficar linda amore, só confia!— ele falou rápido e virou minha cadeira de costas pro enorme espelho.
(...)
— Ah meu Deus, eu vou chorar..— dona Magda disse segurando as lágrimas para não borrar a sua maquiagem.
Uau!
De fato Chiara era a noiva mais linda que eu já tinha visto, ela está tão plena e segura de si, se fosse eu já estaria procurando o banheiro de tanto nervoso que iria me dar.
— Você está deslumbrante! — segurei as suas mãos delicadas que estavam pintadas de um branco claro.
— Obrigada, vocês não fazem ideia do quanto eu estou feliz! — ela sorriu e aproximou me dando um abraço apertado, era incrível como ela me conhecia tão pouco mas já tinha um grande carinho por mim
(Vestido da Chiara )
( vestido da Stella )
Seu vestido é bem extravagante e ao mesmo tempo delicado, e o seu cabelo preso a um véu kilo-metro.
Magda entregou o seu buquê de flores brancas, e um fotógrafo contratado começou a tirar inúmeras fotos dela.
— Dá pra acreditar que essa é minha nora? — ela sussurrou toda emotiva pra minha mãe.
— Dá sim, seus filhos são lindos e é de se esperar que sua nora também seja impecavelmente linda!
— Agora só falta o meu caçula.. — disse pensativa se referindo ao Felipe.
— Aposto que a mulher que ele escolher também será tão linda quanto a Chiara! — minha mãe riu e ela assentiu.
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@Martina.rangel
Pronta pro casório dos pombinhos mais lindos🌹💒 #Fabio&Chiara
@vicentebrangel
Voltando com cabelo preto novamente! 😂 Só bora #Fabio&Chiara 💗
@Felipeferraz
Casando meu parceiro 🤙🏼😛 #Fabio&Chiara
@Stellamuniz
Pelas mãos dos melhores @sutiocondessa ✨Dia de celebrar o amor!! #Fabio&Chiara
Tudo estava perfeito, desde as flores até os lustres, o local era de extrema elegância. Assim que chegamos avistei meu pai e Guto conversando em um canto.
— Que isso, o que fizeram com você? — Gustavo disse me analisando por inteiro.
— Maquiagem meu filho.. — revirei os olhos rindo.
Minha mãe foi procurar algum lugar pra sentar com o meu pai. Até que Fábio e Lipe se aproximaram.
— Nem tinha te visto..— Fábio cumprimentou o meu irmão.
— Eaí.. — Lipe me olhou com as duas mãos no bolso.
Parecia estar desconfortável.
— Oi, tá gatão de terno! — brinquei e nós rimos.
— Você também tá.. — disse meio tímido.
— Tu tá gata demais pô! — Fábio me cumprimentou interrompendo o irmão.
Ficamos conversando um pouco antes de sentarmos. Martina e Vicen chegaram no local e logo que viram a gente se aproximaram também.
Ela não me cumprimentou e fingiu que nem estava ali, cobra. Ficou toda se oferecendo pro Felipe e ele parecia estar super entediado com as suas péssimas investidas.
(...)
Todos sentaram em seus lugares, Gustavo sentou ao meu lado e meus pais em seguida.
Começou a tocar uma sequência de músicas calmas, primeiro dona Magda entrou com Fábio ao som da orquestra que havia ao lado do altar.
Em sequência entraram alguns padrinhos e Felipe entrou acompanhado da ruiva, que sorria para todo mundo (emoji de vômito).
Longe de mim ter ciúmes.
Mais alguns padrinhos e madrinhas entraram, e até que se acomodaram e o silêncio e a apreensão tomou conta do local.
Depois de alguns instantes, todos se levantaram e os violinistas começaram a tocar a marcha nupcial.
E lá entrou ela, as cerimonialistas ajeitaram seu véu enorme por todo o corredor. Abro um sorriso largo e orgulhoso ao vê-la.
Parecia cena de filme de romance, olhei de relance o olhar do Fábio e ele claramente queria só chorar de tanta emoção.
O padre fez as honras e deu início ao casório, falou por uns vinte minutos até chegar à hora dos votos, confesso que estou curiosa, é a minha parte favorita.
Fábio pegou o microfone e tirou um pequeno papel amassado do bolso, parecia estar nervoso.
— Queria te falar que você é a pessoa com quem eu quero viver pro resto da vida.. e dizer que estou feliz e realizado em poder estar casando novamente aqui no Brasil, obrigada por tudo e saiba que eu sempre estarei aqui do seu lado, eu te amo Chiara, e hoje eu posso dizer que estou me sentindo completo contigo, que venham mil anos ao seu lado!— aplaudiram baixo e ela sorria sem parar.
Pegou o microfone da sua mão cuidadosamente e
começou os seus votos.
— Eu sempre soube que você era o amor da minha vida.. aliás sempre soube que iria se casar comigo, você é muito especial pra mim e eu sou eternamente grata por tudo que fez por nós e principalmente por ter me ensinado melhor o português! (Riu) Te amo sempre meu amor, e vou amar fazer parte da sua família a partir de hoje.
O salão de festas é gigante e todos os convidados comiam, tiravam fotos e riam alto. O clima estava muito agradável.
Fui até a parte de fora e me sentei num dos sofás que faziam parte da decoração.
— E aí.. — escutei a voz de Felipe ecoar atrás de mim.
— Linda a festa, né? — falei pensativa.
— Uhum..— resmungou e se sentou ao meu lado — O que tá fazendo aqui fora?
— Sei lá, queria ficar em silêncio por uns segundos! — sorri sem jeito.
— Ta tudo bem? — me encarou sério.
— Não podia estar melhor. E você ?
— Acho que tô bem.
Antes de eu responder outra voz me interrompeu.
— O que estão fazendo aí fora? — disse enquanto segurava uma cerveja — Vem entrem! Depois vocês conversam, casal!
— Vai se ferrar Guga.. — falei e ele riu — Estamos indo!
Começou a tocar algumas músicas lentas daquela que se dança encostado no peito do parceiro, e os noivos estavam no meio e dançavam conforme o som.
Martina puxou o Felipe e o arrastou para o meio, e entrelaçou os seus braços ao redor do seu pescoço e ele segurou meio relutante em sua cintura.
— Ela faz de tudo pra ser patética..— Vicente disse ao meu lado enquanto nós observávamos as pessoas na pista de dança.
— Qual o problema dessa garota? Ela jura que tá tentando fazer ciúmes pra mim? — segurei o riso.
De repente, um cara aparentemente bonitinho se aproximou e estendeu a mão pra mim, eu e Vicen nos entreolhamos e rimos sem entender quem era aquele menino.
— Me desculpe, sou Heitor, sobrinho do senhor Carlos. — abriu um sorriso — Vamos dançar?
— Gente.. essa beleza é de família né, chocada..— Vicente falou analisando de cima a baixo — Vai logo mana, a mão dele vai cair.
Revirei os olhos rindo e levantei tímida pegando em sua mão.
— Prazer, Stella. — retribui o sorriso.
— A paixão platônica do meu querido primo Felipe, como eu pude esquecer? Você mudou bastante desde que te vi pela última vez..— sorriu malicioso.
Vicente arregalou os olhos atrás de mim e eu fiquei sem entender que diabos ele estava falando.
— Eu não lembro de ter visto você antes, mas a parte que eu era a paixão platônica eu..
— Você não sabia? — me interrompeu boquiaberto. — Éramos crianças e ele nem deve lembrar, mas fica tranquila.
Ele me levou até o meio e a música ainda era lenta, envolveu seus braços na minha cintura com força e eu segurei em seus ombros levemente.
Dançamos por uns minutos até que senti uma mão pesada tocar nas minhas costas nuas, e eu me virei bruscamente.
— Vamos? — Felipe me olhou e eu assenti.
— Quando quiser dançar novamente ou quem sabe conversar a sós é só me avisar tá princesa? — Heitor deu uma piscadela e depositou um beijo molhado na minha bochecha, dando espaço pro seu primo.
— O que estava fazendo com ele? — ele disse rápido.
Pareceu se incomodar e limpou num instante com seu polegar o beijo molhado que ele tinha dado nas minhas bochechas, como se fosse um ato "normal" entre a gente.
Fingi não ligar pro seu gesto repentino.
— Ele me chamou pra dançar, aliás me falou algo sobre você que eu não fazia ideia..— sorri.
Ele passou os braços pelas minhas costas fazendo pequenos movimentos com os dedos, eu encostei minha cabeça em seu peitoral e comecei a falar;
— Você era apaixonado por mim quando éramos crianças? Tipo uma paixão platônica? — falei baixo.
Ficamos em silêncio por uns instantes.
— Crianças costumam ter paixonites e você era uma delas.. não foi nada demais! — falava com desdém. — Além de tudo, cê era mimada e briguenta, e a minha paixão não durou por muito tempo, confesso.
Eu ri.
— Ei..— dei um leve tapa em seu peitoral — Eu era uma criança, como ia saber? E você implicava muito comigo também, nem vem..
— Foi mal, eu sempre brigava contigo por que sentia raiva da sua forma de agir.. sempre foi moleca e bem mandona. — balançou a cabeça fraco.
— Se eu soubesse disso desde aquela época, talvez as coisas tivessem sido diferentes com a gente..— falei baixo.
— Diferentes como?
— Talvez estivéssemos juntos hoje.. sei lá..
— As coisas acontecem como é pra acontecer, eu não mudaria nada do passado. — disse decidido.
— Tem razão, acho que talvez a gente precise passar por algumas coisas mesmo..
Aquele cheiro de perfume tomou conta de mim, eu senti alguns olhares pairando sobre nós, mas nada que me impedisse de continuar ali, ter ela envolvida em meus braços me fez ver o quanto é vulnerável.
Assim que a música acabou, nos distanciamos e voltamos para a mesa. Dona Viviane, minha mãe, Guto e Vicente nos olhavam com malícia pura.
— Oh meu filho, que lindo vocês.. — minha mãe falou emocionada.
— Nunca vi minha filha tão entretida em uma dança desse tipo! — Viviane completou rindo.
— A música realmente foi linda.. — Stella sorriu concentrada no prato de comida que havia ali.
— Já está tudo em família então? Aí sim hein.. — Gustavo brincou.
— Cala a boca! — ela sussurrou pra ele que riu do seu gesto.
Martina se aproximou devagar e me chamou para conversar lá fora, todos olharam e ela fez questão de falar alto.
Stella só abaixou a cabeça fingindo que não ouviu.
— O que quer conversar?
— Quero te pedir desculpas.. — falou cabisbaixa — Por me intrometer tanto na sua vida.
— Tudo bem, eu te desculpo, sabe disso.
— Eu olhei como você dançou com ela.. vi a sintonia de vocês e era tudo que eu precisava pra confirmar.
— Confirmar o que ?
— Que você está se apaixonando. E eu não tenho a mínima possibilidade de ficar contigo nem de forçar algo que não vai acontecer.
— Peraí, como assim você acha que eu estou me apaixonando? — arquei a sobrancelha
— Lipe, pelo pouco que eu conheço sobre o amor eu posso dizer que vi forma que vocês sussurravam um pro outro, vi a forma que você envolvia ela em seus braços e quando soltou um sorriso sincero quando ela falou algo. Isso nunca aconteceu entre nós. — abaixou a cabeça.
Puta merda.
— Martina me desculpa, nem eu sei o que está havendo comigo, cacete, eu to perdido e não sei sobre meus sentimentos..— passei as mãos pelos meus cabelos bagunçados.
— Não precisa pedir desculpas Fe, eu ainda sou sua melhor amiga tá ? — abriu um sorriso e me abraçou de lado e logo depois saiu calada. Pareceu sincera.
Bobinho e ingênuo!
Patético, é óbvio que vou ter que me abster por um tempo pois ele está cego por aquela vadia loira sem sal.
Mas eu vou aguardar ansiosamente pra quando ele cair na real e ver que a Stella não é mulher pra ele, e claro que vou estar aqui pra dar colo e muito carinho e por fim uma transa de verdade.
Isso não vai demorar muito pra acontecer, nem vou precisar fazer tanto esforço.
Nascemos um pro outro e isso não tem como negar, tudo que ele pensa que sente é a mais pura ilusão, e ela precisa cair na real logo.
— Tá tudo bem? — Vicente perguntou olhando de lado me tirando dos meus pensamentos.
— Tudo sim querido irmão! — forcei um sorriso
— Não parece, quando você fica muito tempo sem falar nada eu já sei que tá pensando merda.
— Me poupe dos seus julgamentos! Só estou pensativa hoje, nada demais.. — revirei os olhos.
Estávamos sentados todos em uma enorme mesa, Felipe sentou do lado da guria e eu sorria fingindo estar adorando aquela interação toda! Que nojo!
É óbvio que ela não vai suportar ele no seu pé por muito tempo. Conheço esse tipinho.
— Que droga..— sussurrei entre os dentes.
—A inveja é algo que mata né ? — Vicente apoiou seu cotovelo na mesa e falou baixo.
Olhei de lado com meu olhar mortal e o ignorei.
— Acho melhor você separar seu vestido, porque daqui uns tempos eles é que vão estar casando! — disse debochado se referindo ao casal 20.
— Cale a porra da boca seu imbecil, não quer brigar aqui quer ? — disse baixo forçando outro sorriso sem graça.
— Ah me fala que não seria fofo eles dois se casando? — continuou falando.
— Chega! — fechei os punhos e bati com força na mesa. Todos me olharam assustados e eu recuei. — Chega de falar bosta! — ele só caiu na gargalhada, esse veado adora me deixar irritada.
— Então quer dizer que vocês dois dançaram juntos e teve confissão de paixão platônica? Passada! — Carmel dizia.
— Sim amiga, foi a coisa mais fofa que já vi! Ele é tão bonitinho quando tá tímido, sabe?
— Ew que nojo! — riu — Só você mesmo!
— Para.. — ri — Me deixa vai!
— Me acordou só pra me contar sobre isso?
— Ué, hoje não teve Clube?
— Não teve. Estava no mais belo sono
— Foi mal Mel, vou te deixar dormir, beijo
— Tudo bem, beijo.
Encerrei a chamada.
Estava no fim da festa, já tinha tirado os saltos que estavam me matando e meus pais estavam bebendo ainda lá dentro, estiquei as pernas no sofazinho do Hall de entrada e fiquei entediada mexendo no celular.
— Oi minha querida, o que está fazendo aí? — Dona Magda chegou com uma taça de vinho nas mãos.
— Ah oi, meus pés estão doendo já, tive que sentar um pouco.. — sorri de leve.
— Cadê o Felipe, você o viu ?
— Não senhora, pensei que estava lá dentro.
— Meu filho some do nada, vou tentar ligar pra ele. — falou e se virou pegando o celular.
(...)
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